Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 10
O feitiço da bruxa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/585335/chapter/10

– Bonnie! – o grito de Elena parecia muito mais entusiasmado que realmente ela se sentia.

A vampira correu para a porta abraçando Bonnie e dizendo o quanto estava feliz por ela ter ido ajudar Damon.

– Me solta Elena, não poderei ajudar o Damon se me matar sufocada – reclamou a bruxa se afastando de Elena – E onde ele está?

– Está com Enzo na adega – informou – Mas já estão vindo.

– Então vou embora – disse Caroline indo para a saída.

– Car!

– Desculpe Bonnie, por mais que eu queria ver o Damon morrendo lentamente, eu me recuso á ficar sobre o mesmo teto que aquele assassino.

– Mas Car...

– Deixa-a ir, bruxa, a loirinha é inútil mesmo a menos que tenha aprendido á fazer mágica.

Bonnie se virou zangada para Enzo, fechou os olhos se lembrando do porquê de não explodi-lo. Ele sorriu dando as costas dizendo que ia para a biblioteca. Caroline estava com as mãos fechadas com tanta força que suas unhas fizeram ferimentos em sua palma. Damon apareceu ofegante e irritado por Enzo ter usado hipervelocidade e o deixado para trás.

– Bonnie – comemorou ele, após xingar e ameaçar o amigo vampiro – Por que será que fico tão feliz quando te vejo?

A bruxa tirou a garrafa de uísque da mão dele.

– Seria bom se não bebesse tanto enquanto for humano.

– Eu não bebi ainda – resmungou ele – Stefan não me deixou chegar perto de bebida alguma o dia todo.

– E onde está o Stefan?

– Foi comprar comida, ele acha que logo meu corpo vai começar a rejeitar sangue.

– Tudo bem, preciso saber de novo o que você se lembra. O que comeu ou bebeu ou se foi atacado e te deram alguma vacina. Qualquer coisa.

Damon começou a contar detalhadamente como fora seu domingo, explicando até sobre o processo de fabricação e venda do xampu que ele usava. Bonnie o chamou de idiota e começaram a discutir. Stefan chegou e achou o irmão na biblioteca bebendo com Enzo enquanto Bonnie lia na sala e Caroline conversava com Elena que estava no quarto chorando por que sua amiga bruxa não tinha uma solução para salvar a vida de Damon.

– Qual o problema daquela vampira patética? Fazendo tanto drama por que um vampiro vai morrer.

Bonnie olhou para Mina que simplesmente se materializou ao seu lado. Se, se assustou ou ficou surpresa não demonstrou, apenas respondeu um pouco indiferente demais.

– Eles são namorados.

– E só por isso ela precisa chorar o oceano?

– Eles se amam, Mina, você sabe o que é isso? Amor.

Da, știu... amor é uma arma poderosa quando usada pelo manipulador certo. Mas eles não se amam coisa nenhuma, são egoístas demais para saberem o que é isso. Ela esta chorando pelo quanto vai sofrer e pelo quanto foi difícil superar a morte dele da outra vez. Ele está... Uau, ele está confiante por que acredita que você vai achar um modo de salvá-lo.

Bonnie olhou desconfiada para a ruiva que mexia em sua bolsa á procura de um novo livro.

– Pode ouvi-los daqui?

Da, quer saber o que estão falando?

Bonnie hesitou em responder, optou por não saber. A ruiva se acomodou no sofá lendo, alguns preciosos minutos de silêncio depois perguntou:

– Você sabe que ele não está virando humano, não sabe?

Bonnie se virou para ela, atenta.

– O que disse?

– Que ele, fratele lui Steven, não está virando humano. Sabe disso, não sabe?

– Damon não está virando humano? – repetiu cautelosa

Nu, non – disse ela confirmando com a cabeça

– O que está acontecendo com ele então?

– Huh... não sei qual o termo certo para isso, digamos que ele recebeu um comando e autobloqueou suas habilidades de vampiro.

– Ele foi hipnotizado?

– É, pode se dizer que sim, mas não é uma hipnose como as dos vampiros. É mais uma mistura de lavagem cerebral e controle mental e magia.

– Pode desfazer a hipnose? – as duas se viraram, Stefan estava parado na porta as ouvindo.

– Poder posso, mas não desfaria coisa nenhuma. Não gosto do seu irmão.

– E eu não gosto de você – disse Damon entrando na sala – Mas caso não tenha notado está em uma casa com cinco vampiros e uma bruxa, desfaça o que fizeram comigo ou teremos sangue de bruxa ruiva para o jantar.

– Ninguém vai tocar nela – interferiu Bonnie

– Até por que não podem – murmurou a ruiva sorrindo

– Entendo você não gostar do Damon, eu também ainda tenho duvidas sobre a utilidade de mantê-lo vivo. Então me diz como reverter a hipnose que eu mesma faço isso.

Mina deu de ombros.

Cum doriți. Há duas formas de reverter isso. A simples é achando quem o controla e mandar que o libere e a mais divertida é entrando na mente dele e o forçando a se desbloquear de dentro para fora.

– Considerando o fato de que Damon não se lembra de quem fez isso, a opção é obvia – disse Caroline.

– Hum – Bonnie lançou um de seus olhares desconfiados á Mina – Não sei não, acho que seria mais simples tentar descobrir quem está fazendo isso.

– Que? – Elena se pronunciou pela primeira vez desde que desceu do quarto – Bonnie, o Damon não faz ideia de quem o atacou, poderíamos levar dias para achar quem fez isso, até lá pode ser tarde demais.

– Tarde para que, Elena? – começou Caroline – Não ouviu o que Mina disse? Ele não está virando humano então não há riscos dele morrer á menos é claro que alguém que não goste dele resolva usar esse momento meio-humano para matá-lo de vez.

– Mas para que esperarmos? Bonnie pode usar magia e entrar na mente do Damon agora.

– Não. Antes da bruxinha vir brincar de professor Xavier com minha mente quero saber por que essa opção é a mais divertida para a cabeça de fogo.

Os olhares se voltaram para Mina que fingia ter voltado para sua leitura.

– Á mais chances de te causar morte cerebral que de fazer você se autodesbloquear.

– O que acontece quando um vampiro tem morte cerebral? – Caroline perguntou curiosa

– Não sei e nem quero descobrir – Damon falou sentando-se ao lado de Elena – Posso sobreviver mais uns dias como meio-vampiro.

– Mas Damon... a Bonnie pode tentar. Ela é experiente com magia ela consegue. Por favor, tente. Por mim.

Yuck! – Mina exclamou encarando os dois

Damon olhou feio para a ruiva que o ignorou. Depois se virou para Bonnie.

– Acha que consegue fazer isso sem me matar?

– Sou Bonnie Bennett, é claro que consigo.

– Se ela me matar, matem ela – concluiu o vampiro.

...

Após preparar o chão do porão para o feitiço, Bonnie pediu para que fosse deixada á sós com Damon. Ela não estava conseguindo se concentrar com Elena fungando.

– Se importa se eu assistir ao ritual?

Bonnie simplesmente disse sim á Mina. Não tinha nada contra ela e a ruiva parecia se divertir perturbando os vampiros, o que era estranho.

– Por que ela pode ficar e eu não? – choramingou Elena enquanto saía.

– Eu conheço magia e você é uma chorona que tira a concentração – respondeu a ruiva, venenosa.

– Mina!

A ruiva deu de ombros para Bonnie e se encostou á parede de braços cruzados. Damon estava se sentindo desconfortável com aquilo, deitou-se no centro do circulo desenhado por Bonnie, enquanto ela sentou-se mais afastada dele cercada de velas.

– O que vai fazer? – perguntou

– Vou me ligar á você e entrar na sua mente, agora fique em silêncio.

– Tem certeza que pode fazer isso, Bonnie? Se algo der errado os dois podem morrer.

– Eu posso tentar, e se algo der errado você para o feitiço por mim.

A ruiva assentiu. De onde estava deitado Damon via a ruiva e os cabelos de Bonnie, não estava gostando nem um pouco de ser usado em um feitiço, ficou mais irritado quando percebeu que não estava conseguindo se mexer e nem falar. Logo Bonnie começou um cântico.

Aos poucos o vampiro começou a sentir a diferença, a voz de Bonnie estava muito mais alta que o normal, ele ignorou isso e pode ouvir o coração dela pulsando rapidamente, rápido demais. Ouviu também mais uma das discussões entre Stefan e Caroline, passos de Elena que iam de um lado para o outro, estava ouvindo os sons de fora do porão quando sua atenção foi desviada por um movimento da ruiva.

Ela dera um passo para frente, voltou a sua posição anterior e assumiu uma postura diferente que a despreocupada que tinha minutos antes. Ela lançou um olhar estranho para Bonnie e baixou a cabeça mantendo a mão na frente do corpo e a postura ereta. Damon reconhecia um gesto de pesar quando via um. Tentou falar, mas as palavras pareciam se embolar na garganta, seu corpo ainda estava preso no feitiço de Bonnie e a pulsação dela estava tão rápida que não resistiria mais muito tempo.

Damon começou a se mover rapidamente ainda que preso ao chão pelo feitiço até conseguir se libertar. Bonnie sangrava e os olhos estavam desfocados, tentou despertá-la a sacudindo e chamando até ouvir o coração dela falhar. Precisava interromper o feitiço, selou seu lábio ao dela esperando que fosse o bastante para desconcentrar Bonnie, a última coisa que ele ouviu antes de ser jogado contra a parede e perder a consciência foi Mina gritando “Não”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os vampiros que se mordam" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.