Four Ways to Say I Love You escrita por Sverige


Capítulo 1
From Alfred.


Notas iniciais do capítulo

Sobre os nomes humanos, para quem não sabe :3Luciano = BrasilLukas = NoruegaMathias = DinamarcaSakura = Nyo!JapãoChun-Yan = Nyo!ChinaAllistor = EscóciaJet = AustráliaCarlos = CubaHeracles = Grécia



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Alfred F. Jones se via obrigado a admitir: Nunca estivera tão absurdamente nervoso em todos os seus 25 anos de vida.

Nem quando ganhou seu primeiro artigo no The New York Times fora publicado, ou quando ele a pediu em casamento, Alfred se vira assim naquele dia; tremendo de puro pânico, questionando-se se aquilo era uma boa ideia, e preocupado com a reação de Sakura diante daquela declaração infantil. Jesus, ele havia gritado com ela e depois de seis anos a única coisa que havia preparado era quatro curtas cartas e um simples “eu te amo”? Além disso, aquilo não era de seu feitio; Sakura sempre lhe dizia que ele era a pessoa menos romântica que conhecera.

E se ela estivesse se apaixonado por uma outra pessoa? E se ela tivesse começado a odiar os americanos, já que eles tinham bombardeado sua cidade e possivelmente matado seus familiares? E se ela estivesse...?

O homem não queria pensar naquela terrível possibilidade que infectava seus mais profundos pensamentos como uma doença, um vírus. Mas ela ainda assim existia para atormentá-lo em seus pesadelos, de vez em vez. Assim como todas as possibilidades ruins, e as possibilidades boas.

A mente do homem borbulhava de pensamentos enquanto esperava seu amigo Arthur Kirkland – um inglês rabugento que passara boa parte de seu tempo reclamando com um francês de seu esquadrão – voltar com notícias sobre ela. Ele segurava as quatro páginas com força, olhando sem descanso para a porta. Em japonês, ele conseguia ler “Embaixada dos Estados Unidos”; a resposta da localização de Sakura estava a um metro de distância.

Quando Arthur saiu, Alfred ficou estático; ele não estava sorrindo.

– Jones, parece que ela... – O inglês tomou fôlego, colocando a mão direita na cintura. O ex-jornalista estava prestes a ter um ataque cardíaco ou uma súbita crise de asma. - ... Se machucou seriamente quando uma viga de madeira caiu em cima dela quando a casa do Kiku foi destruída. Ela está em um hospital aqui perto, eu posso te levar até—

Sem se despedir do amigo, Alfred saiu correndo porta à fora.

As ruas estavam cheias de pessoas, que viviam suas vidas depois da guerra sem preocupações. Já se passara quase um mês desde a rendição do Japão e o fim da guerra, e Alfred só tivera a chance de sair da França naquela semana. Fora o tempo suficiente para ele terminar a quarta carta, sem se importar com seu dedo quebrado que se curava ou seu garrancho malfeito ou com o súbito ataque de tremedeira que tivera ao se lembrar que iria ler aquilo em voz alta para ela.

O americano correu mais do que suas pernas permitiam, fazendo-as doerem como o inferno. Mas aquilo não se comparava a passar seis anos sem ver a mulher que amava. Nenhuma das dores físicas que sentira – desde ferimentos a bala e fraturas na perna – se comparava àquilo.

A enfermeira que o atendeu pareceu surpresa com a correria desesperada do rapaz. Perguntou, em inglês, se ele estava bem – não era todo dia que se via um americano de 1,77 m de altura completamente enfaixado correndo desesperadamente por um hospital – e se queria algum analgésico. Alfred negou tudo, e perguntou, com uma estranha calmaria:

"Em qual quarto Honda Sakura está internada?"

A enfermeira assentiu, apontando para a escada a direita de Alfred. "Quarto 25, segundo andar." disse, ainda com a voz assustada devido ao olhar que ele lhe dera. "O irmão está no quarto ao lado, se quiser saber." Alfred balançou a cabeça, pensando por um milésimo de segundo no possível futuro cunhado, chamado Kiku, antes de retornar o pensamento a mulher.

Andando pelos corredores do segundo andar, Alfred viu o estrago que a guerra havia feito. Em um quarto, haviam várias pessoas em volta de um velho senhor de rosto bondoso, embora estivesse mutilado por raspões de balas; em outro, havia uma mulher em coma que estava sendo abraçada por duas crianças que choravam; e havia um grupo de pessoas que choravam em volta de um corpo, que havia acabado de morrer.

Foi então que ele a viu.

A japonesa estava acordada – “Graças a Deus”, pensou o Jones com um sorriso – e sozinha no quarto. Seu rosto estava marcado de arranhões vermelhos grandes e pequenos, e seu olho esquerdo estava se curando do olho roxo. Sua mão direita estava completamente enfaixada, assim como sua cabeça. O barulho do pip pip pip informava o americano de que seus batimentos estavam em 70. Mas ela continuava tão bonita como no dia em que havia partido.

Parado atrás da porta, o americano tomou fôlego e se arrependeu de não ter se arrumado melhor para encontrá-la. Ele ainda usava seu uniforme militar, e suas botas pretas sujas de lama. Seu braço esquerdo ainda estava enfaixado, já que havia o quebrado quando tropeçou em um corpo uns meses atrás. Assim como sua cabeça, que havia sido batida por um soldado alemão com o cabo de uma metralhadora. O loiro segurava as quatro páginas com força, ignorando a dor que provocava ao seu dedo. O cabelo dourado estava bagunçado, sujo e fedendo. E seu rosto estava coberto dos mais variados tipos de ferimentos, o que diminuía o brilho dos olhos azuis pelo qual ela se apaixonara.

Quando ele cruzou a porta lentamente, os olhos da mulher se esbugalharam como duas bolas de gude. Aquilo teria feito o americano sorrir se ele não estivesse quase morrendo de tanto nervosismo – o homem conseguia ouvir e sentir seus próprios batimentos cardíacos doendo em seu peito, t-tum t-tum. Então ela sorriu e deixou algumas lágrimas discretas caírem por seu rosto fino, com a felicidade transbordando e enchendo seu rosto de cor.

"Err..." Ele murmurou, corando ao ver a felicidade radiante emanando do rosto da mulher. Pigarreou, coçou a cabeça, tossiu. Uma série de tiques estranhos começaram a atacá-lo, o que fez Sakura rir. Aquela risada encorajou, e ao mesmo tempo corou ainda mais, o homem. "Hello."

"Kon’nichwa." Ela disse, depois de mais de 2000 dias sem vê-lo. Sorridente como no dia em que ele a pediu em casamento. Sorridente como no dia em que ele dissera que a amava pela primeira vez. Sorridente como estava em todos os sonhos que Alfred conseguia se lembrava.

. “Não faça besteira” pensou “Diga tudo, idiota. Não fique parado aí como uma estátua e diga.” - Eu... Eu... Eu escrevi uma coisa para você. – Ele disse, olhando para a papelada que escrevera ao longo dos seis anos de separação com as mãos trêmulas. – Você... Você teria um tempo para ouvir?

Sakura sorriu, com as bochechas tingidas de rosa, e disse. – É claro. Sabe o quanto gosto de ler o que você escreve, Alfred-san. – Eles estavam repetindo a mesma encenação de 10 anos atrás, quando Alfred se declarara a ela com tanto nervosismo. Com tanto medo de ser rejeitado.

"M-mas eu quero ler isso para você!" Ele disse, dando um passo à frente. Pigarreou ao perceber que havia falado alto demais, quase gritado em pleno hospital lotado. Ela deu uma risadinha abafada, achando tudo aquilo muito engraçado.

"À vontade."

I – I Love You

10 de Dezembro de 1940. Nova Iorque, EUA.

Querida Sakura,

Hoje fazem três meses desde que você partiu.

Consigo dizer que nunca imaginei que ficaria tão preocupado e louco como estou agora só de passar 90 dias sem você. Talvez seja porque, uma semana depois de você partir, o noticiário informou-me de que o Japão havia formalizado sua união com a Alemanha e a Itália; formando as Potências do Eixo, e impossibilitando seu retorno. Chamam o acordo de “Pacto Tripartite”. Isso me desesperou de uma maneira inimaginável, sendo que não durmo direito até hoje.

Os noticiários dizem que essa guerra será pior do que a Guerra das Guerras, de que milhares de soldados estavam morrendo todos os dias. Dizem que ela se tornará global dentro de pouquíssimos meses. E que, quando terminasse – e se terminasse -, as baixas seriam em milhões e ainda haveria tensão entre os países envolvidos.

Rezo todos os dias de que você não esteja entre estes números, mas a falta de qualquer tipo de notícia me enche de angústia e medo. Se você estiver morta, minha vida perderá razão e se transformará em nada além de cinzas do que um dia fora um homem idiota, mas inegavelmente apaixonado por você.

No último mês, me envergonho de dizer que me descontrolei. Me tornei um alcoólatra, para o desespero de meu irmão – Matthew dissera que havia prometido a você que cuidaria de mim enquanto estivesse fora – que me procurava todas as noites em bares. Ele sempre apartava as brigas que ocorriam, que se tornara rotina até uma semana atrás. Eu retribuía o favor do irmão que ignorei na frente de meus amigos, com vergonha – bêbado, eu o tratava com socos e pontapés, mas ele ainda estava lá, toda santa noite, ao meu lado.

Meus prazos estouraram, e a fui demitido pelo jornal. Nossa casa – antes impecavelmente arrumada, e confortável – tinha se tornado sombria e assombrosamente lotada de garrafas de cerveja vazias. As únicas coisas que se mantinham livres do cheiro do álcool eram suas roupas, que se tornaram a única coisa que me prendia ao mundo real. As contas pararam de ser pagas, e perderemos nossa casa em menos de uma semana.

Mas, diante dessa guerra e a falta que você provoca a mim, a perda da casa que tanto sonhamos em comprar era o de menos.

Se Matthew não tivesse invadido nossa casa e dito que eu deveria parar com essa loucura – que, aparentemente, estava esfriando seu relacionamento amoroso com uma pessoa que não me dei o trabalho de conhecer – eu provavelmente não estaria suficientemente são para escrever essa carta. E fora ele que me dissera para usar alguma coisa – que não fosse o álcool – para me distrair, assim levando-me a resolver escrever para você.

Tenho uma notícia nem boa, nem ruim: Resolvi me alistar para o exército.

Afinal, não tenho nenhum motivo que me prenda à Nova Iorque. Perdi tudo; minha casa, meu emprego, minha vida – que é você – e continuar aqui, incapaz de fazer qualquer coisa me irrita mais do que passar outra noite em claro com um canadense para ter certeza de que você não iria fazer nenhuma besteira.

Servir ao meu tão amado país e ao mesmo tempo ter a chance de fazer alguma coisa para encontrar você quando esta maldita guerra se tornar mundial – o que tenho certeza de que acontecerá em breve - é uma ótima maneira de se arriscar a vida.

Agora preciso ir. Depois de ser aceito – não sei como alguém permitiu que eu me alistasse, já que eu definitivamente estava abaixo da média no exame físico e aparentava estar bêbado durante o mesmo – eles me disseram que me mandariam para Pearl Harbor, onde “arranjariam um lugar para alguém como eu”. Me despeço de você, e tentarei escrever outra carta o mais rápido possível.

De seu noivo,

Alfred F. Jones.

II – Daisuki

13 de Junho de 1942. Moscou, União Soviética.

Querida Sakura,

Desde que Pearl Harbor foi atacada, nos juntamos oficialmente a guerra. Por pouco sobrevivi dos bombardeios, e agradeço a Deus de que Ele me dera mais uma chance para te encontrar. Nosso exército estava aumentando – e ao mesmo tempo diminuindo – a cada semana que se passava, pois os conflitos com os nazistas estavam cada vez mais difíceis. Nossos líderes estavam se preocupando, pois o Japão estava prestes a conquistar a Birmânia, a Malásia, Singapura e outros lugares. O poder deles aumentava, e o nosso diminuía.

Conheci duas figuras estranhas nesses dois anos; um inglês rabugento que definitivamente me odiava – este está furioso comigo hoje, devido a um pequeno conflito de nacionalidades – e um soviético chamado Ivan que conseguia ser assombrosamente assustador quando desejava – com quem mantive um uma espécie de “amizade silenciosa”. Também há um francês chamado Francis, que tinha sido capturado pelos nazistas quando visitara a Alemanha meses antes da Guerra começar. Era judeu e tinha tendências homossexuais, o que lhe deixava na lista negra dos nazistas. Ele parecia sentir afeto por Arthur, mesmo brigando incansavelmente com ele.

Eles tinham histórias distintas, e nenhuma relação importante com a guerra em si. Arthur vinha de uma família rica e tinha três irmãos, porém tinha se alistado devido a morte de seu irmão mais velho Allistor nas mãos de um nazista; ele queria se vingar e livrar o mundo daquela “peste”. Ivan era silencioso e calmo, embora frio quando quisesse, que estava lá por nenhum motivo realmente importante. Se recusava a nos contar sobre sua vida, mas, cá entre nós, todas as noites eu o via olhando uma fotografia que mostrava três mulheres com ele. Duas delas eram parecidíssimas com o russo, porém a outra era asiática – possivelmente chinesa – e abraçava a cintura do homem com um sorriso gigantesco no rosto.

Se a palavra “amizade” pudesse ser possível de se acreditar em meio a uma guerra, talvez Arthur Kirkland, Francis Bonnefoy e Ivan Braginsky fossem o mais próximo de amigos que eu tinha.

Em uma dessas noites em que tínhamos tempo para conversar, Arthur havia me perguntando a razão pela qual me alistei. Ivan e Francis pareceram interessados também, embora não tivessem dito o fato em voz alta. Porque, afinal, não era todo dia que se via um jornalista fracassado e alcoólatra, desprovido de qualquer habilidade física importante, se alistando para o Exército durante uma guerra como aquela.

Quando terminei minha história, ambos os três pareceram surpresos. Imaginavam que fosse um motivo menos “romântico” do que aquele. Talvez porque seu artigo estivesse sido negado mais de 10 vezes, ou porque ele tivesse perdido tudo durante um jogo de pôquer. Mas por causa de uma mulher, japonesa aliás? Inimaginável.

Francis me dissera que o que eu estava fazendo era nobre de minha parte. Porque, se for para morrer, que seja para morrer em busca da pessoa amada. Arthur concordara veementemente com Francis, dizendo-me de que eu deveria te amar muito para fazer algo como aquilo. Fora neste dia que Ivan nos contou sua história.

Ele antes era um respeitado promotor e tinha duas irmãs maravilhosas que o amavam. Nunca fora de ter amigos, sempre solitário. Quando pequeno, queria brincar com as outras crianças, mas nunca conseguia porque todas lhe temiam. Sofreu muito, muito, quando aqueles que o temiam começaram a fazê-lo ser motivo de chacota. Passou metade de sua infância sozinho, sem amigos e sem nada quando seus pais faleceram.

Então ele conheceu ela, Chun-Yan, a asiática da foto. Uma típica chinesa que tinha se mudado para a Rússia com os pais depois que seu irmão mais velho Yao tinha arranjado um emprego. Ela tinha seis anos e era a menina mais linda que Ivan tinha conhecido na vida.

Sempre tivera vergonha de falar com ela, até o dia que a própria resolveu falar com ele. Lembra-se daquele dia como se fosse claro como o dia; ela estava apavorada e nervosa, não conseguia falar coisa com coisa e estranhamente conseguia fazer Ivan rir de tudo aquilo. A amizade logo foi estabelecida e ele se afeiçoou ainda mais à ela, percebendo que se apaixonara por ela quando fez 16 anos.

Chun-Yan iria se casar com ele naquele verão se ela não tivesse morrido tragicamente em um acidente de carro. Ela estava grávida e o bebê, que nascido prematuro devido o ocorrido, morreu uma semana depois. Ivan ficou inabalável e louco, o que o levou a se alistar no exército. Estava lá exclusivamente para uma coisa: morrer e levar o máximo de mortos consigo.

Ah, meu Deus. Já preciso ir. O general está nos chamando para um treinamento de rotina. Entraremos em combate com os alemães em uma semana, então reze por mim.

De seu admirador idiota,

Alfred F. Jones

III – Aishiteru

5 de Junho de 1944. Normandia, França.

Querida Sakura,

Sobrevivi aos conflitos contra os nazistas anteriores, embora a muito custo. Ivan morreu bravamente duas semanas atrás, e hoje fomos ao seu velório. Não pudemos nos despedir dele; fora tudo tão rápido. Não vi o alemão loiro chegando, e Ivan simplesmente se meteu na minha frente, do nada. O tiro acertou seu coração em cheio e sua morte foi quase imediata. Fui o último a falar com ele, e lembro-me de seu sorriso acompanhado de suas lágrimas enquanto eu tentava parar o sangue de jorrar.

Suas últimas palavras foram de encorajamento, de que eu deveria sobreviver a tudo aquilo, e de amor por suas irmãs, que sentiriam muita falta de si. Ele me fizera prometer de que eu teria certeza de que eles mandariam cartas e dinheiro para que sua irmã Natalya pagasse o tratamento de uma doença degenerativa que Yekaterina sofria.

Deixar seu corpo naquele campo de guerra foi um sacrifício e ver seu velório sem nem ao menos poder enterrá-lo é doloroso. Ivan fora um grande homem, e morrera com bravura. A última coisa que me consola é de Ivan finalmente poderá se juntar a sua família e de que ele ficaria infeliz ao me ver lamentando.

As semanas que se seguiram a sua morte foram silenciosas. Arthur e Francis não brigavam mais e nosso esquadrão estava em clima de luto. Os conflitos que se seguiram eram massacrantes; quase morri várias vezes e devo ter quebrado vários ossos nesses últimos meses. Conseguimos invadir um campo de concentração e encontramos um único sobrevivente, um polonês chamado Feliks. Ele estava em coma até alguns dias atrás e ficou feliz ao saber que poderia ficar.

Feliks, assim como Francis, era assumidamente homossexual. Vivia com um homem chamado Toris na Polônia e tinha adotado uma menina chamada Aurèle até o dia que os nazistas invadiram sua casa. Fora levado a um campo de concentração e praticamente torturado por anos, nos contando tudo o que tinha acontecido em detalhes. Soube, por meio dos guardas, de que seu amante tinha conseguido fugir para Londres junto com a menina, e conseguimos contatá-lo depois disso. Enviamos o polonês para Londres alguns dias depois, e desejo manter contato com ele.

Depois disso, seguimos para a Normandia, onde estamos agora. Amanhã desembarcaremos na praia de Omaha e iniciaremos os ataques. Estamos crentes de que iremos recuperar a Normandia e isso deixa Francis ansioso; ele mal dorme há dias e sua aparência está péssima, o que deixa Arthur preocupado.

Temo que ele não sobreviva. Muitos já morreram. Perdemos Luciano, Lukas e Jett no mês passado. Mathias entrou em coma depois do bombardeio que assassinou Lukas, e Carlos morreu pouco tempo depois. Heracles morreu ontem depois de sofrer por tanto tempo devido aos ferimentos de um conflito anterior.

Minha querida, preciso ir. Estamos nos preparando para amanhã e está tarde. Meu superior me disse que, quando tudo acabar, ele me dará uma passagem para o Japão onde eu poderei lhe encontrar. Espero ansiosamente por este dia.

De seu apaixonado e ansioso noivo,

Alfred F. Jones

IV – Koishiteru

7 de Setembro de 1945. Tóquio, Japão.

Estou nervoso como nunca estive em todos os anos de minha vida. Ha, acho que nem quando eu te pedi em casamento eu fiquei assim. Aquilo foi fácil. Quantos anos fazem? Seis? Sete? Parecem uma eternidade para mim. Não sei o que dizer, sabe. Talvez isso fique pequeno e inútil, e talvez você ria de toda essa bobagem. Mas... Isso, bem, é tudo o que eu consigo pensar em dizer para você.

Deve ser a nona ou décima vez que eu escrevo essa carta. Minha caneta está quase sem tinta e já estou cansado de ouvir os roncos de Francis na cama de cima. Amanhã chegarei a Tóquio e Arthur disse que iria pessoalmente à Embaixada junto comigo, saber onde você está. Estou com medo. Muito, muito medo.

Você está bem? Sua família está viva? Como está o Kiku? E o seu pai? O que aconteceu nesses últimos anos?

Espero que você ainda me ame depois de todo esse tempo da mesma forma que eu ainda te amo. Porque você é a minha vida, meu primeiro e único amor. Morrerei por você se for preciso, não me importo mais com tudo isso. Fui um idiota naquele dia, eu sei. Disse que eu não te amava e mais algumas outras bobagens. Mas eu amo. Amo mais do que jamais amarei ninguém. Amo-te mais do que amo meu país, e prefiro morrer do que passar o resto dos meus dias sem você.

Eu sei que você provavelmente não quer me ver nunca mais, que você possivelmente ama outra pessoa agora, mas eu fui até o inferno e voltei por você. Só quero que você saiba que eu te amo; não ligo se você quer ir visitar sua família ou não, não ligo quando você reclama quando diz que eu estou gordo (você tem razão nessa parte), mas por favor, me perdoe por todas as bobagens que eu disse.

Você quer se casar comigo, uma última vez?


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Notas finais do capítulo

Sobre o final, cabe a imaginação de vocês sobre o que vai acontecer c:Espero que tenham gostado de ler. Até mais~!



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