Pov. Elena

Havia dois homens ao meu lado. Eu não os conhecia, dava para ver que eles estavam apavorados. Eu não os conhecia mas parece que eles me conhecem.

– Elena - disse o homem mais velho. - É o Ric, não está se lembrando de mim?

Balanço a cabeça dizendo que não. O outro rapaz estava assutado.

– Elena - ele sussurrou. - Você não se lembra da gente? De mim?

– Sinto muito... Mas não...

Ele se levanta furioso e magoado. Começa a dar socos na paredes e se partiu ao meio.

– Mas que merda Ric, o que fizeram com ela?

– Havia um homem. - digo - E uma mulher. Sinto muito só me lembro disso.

– Tudo bem. - disse Ric. - O importante que está bem e viva. Vamos te levar para casa.

Olho entre os ombros do Ric e o outro homem já havia sumido.

– Casa? - digo.

– Sim, sou seu padrasto Elena.

– E o outro cara que estava com você? É meu irmão?

– Na verdade não. Ele é o seu namorado.

Namorado? Aquela palavra começou a me dar dor de cabeça e nem sei o por quê. Deve ser por isso ele estava tão preocupado comigo e por isso ficou tão magoado. Queria poder me lembrar do que realmente aconteceu. Só me lembro de um homem e uma mulher e depois apaguei.

– Desculpa, queria poder ajudar. - sussurro.

– Não precisa se preocupar, você tem uma ótima amiga que talvez possa ajudar a recuperar a sua memória.

...

Ric me levou até uma enorme casa. Ele parou o carro em frente da casa e abriu a porta para mim. Confesso que não estava segura, mesmo dizendo que me conhecia, eu não confiava nem um pouco. Mas não tenho outra opção. Entramos na casa e estava um silêncio, conseguia ouvir meus próprios passos. E então uma garota morena veio até mim.

– Elena! - ela disse. - Que bom que esta a salvo.

– Bonnie - disse Ric. - Ela precisa da sua ajuda.

– Com o que? - ela ficou com um olhar de preocupada.

– Ela perdeu a memória. Não se lembra de ninguém.

Bonnie ficou pálida e se afastou. Ela não parecia acreditar.

– Sinto muito. - digo.

Seus olhos encheram de lágrimas e começou a olhar para o chão. Depois de minutos ela se levanta e seca as lágrimas.

– Como posso ajudar? - ela disse.

– Você precisa fazer um feitiço para que ela recupere suas memórias.

– Bom, eu não entendo muito disso acho que vou precisar da Savannah.

– Ótimo! - disse o outro cara, ele se aproximou e pegou um copo de uísque. - Quanto mais ajuda melhor.

– Vou pedir para ela vim aqui. - disse Bonnie.

...

30 minutos depois uma moça alta de cabelos longos e escuros apareceu, suponho que seja Savannah.

– O que aconteceu? - ela pergunta.

Ric conta o que aconteceu e ela pareceu em dúvida.

– Bom, eles devem ter feito algum feitiço, ou melhor, devem ter usado as memórias da Elena para descobrirem onde está Maggie e isso custou toda a memória dela.

– E tem algum jeito de traze-las de volta? - pergunta Bonnie.

– Não tenho certeza, mas posso olhar nos grimórios. - ela pareceu cansada e deu um suspiro. - Mas vocês tem que impedir que façam o feitiço. E onde está a Maggie?

Todos ficaram em silêncio. Ninguém sabia onde ela estava.

– Mais um motivo para vocês irem logo. Vão, Elena ficará bem.

...

Pov. Damon

Não conseguia acreditar que Elena perdeu a memória, mas estava disposto a recuperá-las. Liguei para Stefan e ele não sabia nada sobre a Maggie.

– Stefan também não sabe. - digo a Ric.

– Vamos até o porão do cemitério ver se descobrimos alguma coisa. - ele diz.

– Ok.

...

Quando chegamos ao porão, estava completamente vazio, não havia nada mesmo.

– Os desgraçados descobriram que viemos aqui. - digo.

– Perceberam a falta da Elena e se mandaram. - disse Ric.

– Merda!

Então meu celular começou a tocar e era Stefan.

– Alô? - digo.

– Damon, eu to aqui fora no cemitério e acabei de ver dois carros. Eles pertence a antiga fábrica da cidade. Acho que é para lá que devemos ir.

– Já estamos indo. - digo e desligo.

...

Pov. Elena

Estava observando Bonnie e Savannah lerem os grimórios, leiam um atrás do outro e nada.

– Isso deve ser outro tipo de magia. - sussurrou Savannah.

– Magia negra? - disse Bonnie.

Savannah assentiu.

– E magia da natureza? - digo - Talvez consigam fazer me lembrar de algo. Quem estava comigo...

– Podemos tentar. - disse Savannah. - Mas não é forte o suficiente para trazer todas as lembranças de volta.

– Eu aceito o risco. - digo.

– Ok.

Ela veio até mim e colocou as mãos sobre a minha cabeça. Foi meio familiar na verdade.

– Vai doer. - ela sussurra.

E então a dor começa, é insuportável, tento me concentra nas lembranças mas só vejo um borrão. E a dor fica mais forte e aos poucos a imagem foi ficando clara. Um homem alto vestido de preto e uma mulher morena de cabelos escuros. A mulher sussurra um nome "William". Esse homem só pode ser o que estão procurando, mas ele não deveria estar morto? E depois me veio um outro nome... Damon.
E então voltei a realidade, minha cabeça ainda dói e minha respiração acelerou. Aos poucos fui me acalmando.

– Conseguiu se lembrar de alguma coisa Elena? - pergunta Bonnie.

– Esse cara, William, ele está vivo... - sussurro.

– O que?! - gritou Savannah. - Não pode ser.

– É só o que consegui lembrar. E também havia uma mulher e parecia uma bruxa.

– Bonnie, tente avisar a Alaric que William está vivo. - disse Savannah.

Bonnie assentiu e tirou o celular do bolso.

– Vamos conseguir recuperar as suas memórias minha querida. - Savannah sussurrou para mim. - Aos poucos vamos conseguir.

...

Pov. Damon

Estávamos perto da fábrica e contei para o Stefan o que aconteceu com a Elena. Ele ficou magoado. Sei que eles eram amigos.

– Nada mesmo? Nem quando viu você? - ele perguntou.

– Nada. Mas vamos dar um jeito.

– Chegamos - disse Ric. - A velha fábrica.

– Põe velha nisso. - digo.

– Vamos. - disse Stefan.

...

– Está tudo trancado - disse Ric. - acho que temos que entrar pela janela.

– Sem essa. - digo e dei um soco no cadeado e a porta se abriu.

– Exibido. - resmungou.

Stefan passou a nossa frente e foi entrando.

– Acho que não tem ninguém. - ele diz. Então ouvimos choros e gritos, fomos correndo seguindo o barulho e encontramos Maggie pendurada por correntes, ela estava com uma fita na boca que a impedia de falar.

– Vamos tirar ela de lá! - gritou Ric. De repente Ric e Stefan estavam caídos no chão e uma silhueta parou na minha na frente.

– Então. - o homem alto diz. - Você deve ser o famoso Damon Salvatore.

– William. - digo.

– Acertou. Vamos ver... Sua namorada deve ser Elena. Elena Gilbert.

– Você tirou as lembranças dela!

– Na verdade, foi por diversão. Eu só precisava do sangue dela, e como ela, você e o resto dos seus amigos sobrenaturais irão morrer decidi apagar tudo de mais precioso dela. Ela irá morrer achando que ninguém nunca a amou ou se importou com ela.

– Eu acho que não. - peguei a primeira coisa que vi na minha frente. Uma barra de ferro. E joguei contra William. Ele desviou.

– Seu tolo! - ele gritou.

Levei uma pancada na cabeça e tudo ficou escuro.

...

Pov. Elena

– Elena. - disse Bonnie, ela estava com uma garota loira. - Essa é a Caroline, sua outra melhor amiga.

– Elena! - Caroline diz e me abraça. - Não acredito que fizeram isso com você.

– Vai com calma Care. - sussurrou Bonnie.

– Sinto muito não conseguir me lembrar de você. - digo.

– Por mais que eu esteja triste. - ela diz. - Também estou feliz por estar viva.

Soltei um sorriso. Savannah e outra garota loira apareceram na sala. Essa garota deve ser a Lexi, Bonnie comentou sobre ela. Era a melhor amiga do Stefan.

– Então Elena. - disse Savannah. - Quer tentar de novo?

– Sim. - eu sussurro.

Me sentei no sofá e me preparei para sentir a dor novamente. Savannah pois as mãos sobre a minha cabeça e citou o feitiço e ai a dor começou de novo. Começou a aparecer uma imagem de três crianças, três meninas. Parecia ser eu, Bonnie e Caroline. Como nós brincávamos na neve quando era véspera de natal, fazendo bonecos de neve. E então voltou outra imagem de Ric, uma mulher e um garoto. Devem ser a minha mãe e o meu irmão. A dor aumentou mais uma vez, meus ouvidos pareciam que iam explodir e antes de voltar a realidade veio novamente o nome na minha cabeça. Damon.
Agora a eu estava com falta de ar e muita sede, sai correndo até a porta e puxei o ar. Caroline veio atrás de mim com uma bolsa de sangue nas mãos.

– Savannah disse que a sede aumenta a cada tentativa. - ela disse. Tomei a bolsa de sangue das suas mãos e bebi de uma vez. Fiquei um pouco mais aliviada.
Me lembrei da última coisa que me aconteceu, Damon. Foi então que percebi que bem lá no fundo, eu era apaixonada por ele mesmo que eu não lembrasse.

...