Blondie and Cotton Candy escrita por Boo


Capítulo 3
Capítulo 2 — Respostas e Mentiras


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem a leitura



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Capítulo 2 – Respostas e Mentiras

Anteriormente:



Aquele seu namorado, Loke, ele não é quem você pensa que ele é. - Dito isso ele voltou a andar para sair dali. - Adeus. Espero não te encontrar mais. Porque se eu encontrar... Bem, vamos continuar o que começamos aqui, Heartfilia.

[…]

Ele era tão... Diferente. E parecia ter sofrido tanto quanto a garota, o que ela honestamente achava difícil, isso a intrigava muito, além do fato de ele ter algo com Loke. […] Aquele rapaz era mesmo um mistério.

Natsu... não é?

[…]

Começou a ouvir passos atrás de si, cada vez ecoavam mais e não mudavam de direção, pareciam ser de saltos altos. Uma fã talvez? Provavelmente. Ignorou por um tempo, mas isso estava começando a incomodá-lo. Continuava a ser seguido pelos passos, praguejando mentalmente. Natsu se virou bruscamente para trás, raivoso, dando de cara com a tal pessoa, uma garota como pensava, mas não era a garota que esperava ou queria encontrar agora.

Você?! - exclamaram os dois juntos.

____x____



Permaneceram alguns segundos se encarando, avaliando um ao outro. A loira, perplexa, apenas observava atentamente a face do rapaz, imaginando como pudera ter tanto azar. Justamente nessa tarde disse que esperava não encontrá-lo nunca mais e ali estava ele! Já o rosado, como já de praxe, estava se sentindo muito atiçado pelas vestes de Heartfilia. Lucy usava uma roupa que destacava e muito suas curvas voluptuosas, bem justa. Certamente ia para uma festa. Por um instante se preocupou, uma garota andando assim a noite e sozinha? Para o inferno, que fizessem o que quisessem com aquela estranha.

– Me seguindo, Heartfilia? - Natsu perguntou com um sorriso malicioso.

Estava realmente se corroendo de raiva, por que havia de encontrá-la logo agora? Principalmente nesses trajes odiosos que despertavam novamente seu desejo de agarrá-la ali mesmo. A ideia de que ela estivesse seguindo-o cruzou verdadeiramente sua cabeça, mas logo descartou a ideia ridícula.

– A culpa não é minha se você estava seguindo a mesma direção que eu, por favor.

– Eu não sou o único cara de cabelo rosa em toda a cidade? Ou ao menos, o mais natural e maravilhoso? Como não saber que sou eu?! - A loira lançou a ele um olhar de desprezo.

– Desculpe, mas diferente de você eu não fico observando as pessoas ao redor como se fosse devorá-las, por ser uma necessitada. Por que prestar atenção em você?

Lucy nunca revelaria que estava andando com total distração, brincando com os próprios pés durante seu trajeto, que já conhecia bem. Isso acarretaria piadinhas de mal gosto por parte daquele brutamontes.

– Que língua afiada, loira. - falou, sarcástico.

E então reparou, surpreso, que a jovem estava com seu casaco. Apesar do estranhamento, já que era verão e não fazia o menor frio, aquilo o divertiu imensamente. Algo dentro de si pareceu se agradar com a visão fofa que aquilo passara, mas Dragneel apenas limpou a garganta e prosseguiu com o diálogo, sem perder mais uma chance de provocar a jovem.

– Gostou tanto do meu cheiro que anda com meu casaco por aí? - Só então ela percebeu que a situação era embaraçosa.

– Eh? Ah! - desviou o olhar. - Isso aqui não é minha culpa, Dragneel, eu estava com frio. E convenhamos que fica ótimo em mim.

Mentalmente, ele teve que concordar. O casaco fino ficava bem nela, justamente por ser grande, em contraste com o vestido. As mãos dela estavam totalmente cobertas, o que conferia certo ar de fofura a ela. Não que fosse admitir.

– Frio? Você é doida? - o olhar dela não foi dos melhores, de forma que se calou. - Tsc. Que seja. Me devolva mais tarde. - e tornou a andar, ela acompanhando agora seus passos.

– Mais tarde quando? E como? Hmm, aonde você está indo?

– Possivelmente o mesmo lugar que você, já que estamos no mesmo caminho.

– Que raciocínio estúpido, poderia ser qualquer lugar, quer dizer, você está desarrumado. - Embora bonito, completou em pensamento.

– Cala a boca, eu me visto como eu quiser. Karyuu no Hōkō, esse nome soa familiar?

– Sim. - sentiu as bochechas arderem, o que falou foi ofensivo, afinal. Mas bem, era o bastardo do Dragneel, não havia porque sentir culpa. - Estou mesmo indo para lá.

– Viu, sabichona. Eu não preciso desses quilos de maquiagem, ou gel, ou roupas caras pra pegar um monte de gente, posso ir assim mesmo e elas lambem meus pés.

– Você é realmente um idiota. - resmungou, irritada.

– Vai encontrar suas amigas?

– Vou me encontrar com o Loke e vo...

Parou de falar, pois um clima de tensão instantaneamente se instalou. Esse garoto não tinha um problema com seu namorado? O que seria? Isso fazia com que morresse de curiosidade. Lucy encolheu os ombros ao perceber que Natsu travou a mandíbula, apertando os punhos. Não suportava ouvir o nome dele. Muito menos ao saber que a pobre loira acreditava em seu namorado, tão nojento, mesquinho, traidor. Bem, talvez eles não se conhecessem na época. Era uma enorme possibilidade, o acontecimento fora há dois anos. Talvez ele fosse apenas um garoto que queria Lisanna, talvez não soubesse de nada. E isso importava? Não, destruíra a ele mesmo assim. Apertou mais os punhos, cravando as unhas na própria carne de forma dolorida.

– Eu disse que não queria te encontrar mais, não é? - sussurrou, irritado com a situação e com seus pensamentos.

O rapaz acelerou o passo, deixando a menina para trás. A mesma até tentou alcançá-lo, correndo, mas não conseguiria, graças ao salto. Era difícil correr com ele, e o garoto era surpreendentemente muito rápido. Mas também, por que andar com um pervertido como ele? Era raiva o que deveria sentir pelo misterioso homem, que, independente de qualquer sofrimento pessoal, tentou infligir dor a ela.

Olhou-o, seus olhos fixos nas costas másculas, já irritada. Depois subiu-os para o cachecol. Aquele cachecol era realmente muito curioso. Desviou o olhar para o céu, bufando, com o objetivo de espantar esses pensamentos sobre o problemático Dragneel. Ele era uma dor de cabeça. Teria que encontrá-lo depois para devolver o casaco, isso já era demais.

Em poucos minutos chegou à Karyuu no Hōkō, adentrando no local sem delongas. Alguém a abraçou por trás, baforejando em seu pescoço. Um arrepio percorreu sua espinha, e apesar da boa sensação, imaginou quem poderia ser, estressando-se.

– Chega, Dra– - virou-se, vendo o namorado e engasgando levemente.

– O que ia dizer? - Loke perguntou, arqueando uma sobrancelha.

– No caminho um garoto ficou tentando me assediar, se chamando de dragão devorador, pensei que ele tivesse me seguido até aqui.

A princípio o garoto estranhou, mas Lucy não era de mentir, então acabou por se preocupar. Odiava que as pessoas tentassem pegar o que era seu, e aquela garota era ouro, não queria que ninguém tocasse nela.

– Ele tocou em você?

– Deixa para lá, Loke. - abaixou a cabeça, sentindo-se culpada.

– Não, Lu, sério. Ele tocou no seu corpo?

– Não, fica calmo. Eu estava me defendendo bem, era mais um moleque. Se fosse ele agora eu só o socaria com tudo. Antes só estava falando coisas de muito baixo calão, prefiro nem reproduzir. - Ele suspirou, acariciando o topo da cabeça da namorada e depositando um beijo em sua testa.

– Tudo bem, tome cuidado. Desculpe por não ir te buscar, eu estava enrolado mesmo.

– Sem problemas, amor. - Lucy sorriu e deu um selinho no amado.

Ele segurou a namorada pela cintura e conduziu-a até a pista de dança, quando um grupo chamou sua atenção naquele local barulhento. Com uma ruiva natural e uma jovem de cabelos tingidos de azul, por sinal extremamente atraentes, era difícil não notar aquele grupo barulhento e alegre que bebia animadamente, com vários rapazes e... aqueles cabelos róseos. Droga. Natsu Dragneel. Outra pessoa entrou em seu campo de visão, dessa vez propositalmente. A adorável Lisanna, que chegava agora, vinha acompanhada de sua família, com um sorriso gentil direcionado a ele.

– Olá, Lisanna. - cumprimentou, com o olhar malicioso que sempre dirigia a ela.

– Loke, como vai? Ah, oi, Lucy.

– Lisanna. - sorriu de volta para a albina, achava a garota muito simpática.

– Gostariam de se juntar a nós? - Uma mulher perguntou gentilmente, com os mesmos traços albinos, porém ainda mais bonita que a outra. Era sua irmã, Mirajane. - Estamos indo nos juntar a nossos amigos, e seria uma honra ter vocês aqui. - Heartfilia sorriu, negando com a cabeça.

– Não é necessário, muito obrigada pelo convite.

– Por favor, eu insisto! Loke é amigo de Lisanna desde sempre, faz tempo que não nos reunimos. Elfman com certeza sente falta dele, também.

– Sim, Loke é um homem de verdade. - O homem da família, Elfman, que curiosamente não puxara a genética albina, mas que platinava os cabelos com o intuito de agradar as irmãs, disse com convicção.

– Tudo bem, Mira. - O ruivo respondeu, puxando a namorada pela mão.

Lucy estava confusa. Só vira Lisanna uma vez antes e o namorado disse que ela era apenas uma colega, apesar da conversa agradável. Então, como assim amigo desde sempre? E como assim Loke aceitou o convite?, aquela noite era para ser sobre eles dois, ela não queria dividi-lo com ninguém! Bufou, quando enfim se juntou ao grupo. Sentiu Loke apertar sua mão com mais força, sem entender, e então viu, com desagrado, que no referido grupo de amigos estava Natsu Dragneel.

Regulus não esperava que os tais amigos fossem os integrantes do grupo que antes chamou sua atenção. Entortou o canto dos lábios com desagrado, aquele homem irritava-o. Respirou fundo e pôs o melhor sorriso no rosto, quando Mirajane exclamou:

– Olá, pessoal!

Natsu virou-se, suando frio, para os Strauss ao reconhecer a doce voz. Sabia que Mira não viria desacompanhada e não foi sua surpresa quando seus olhos repousaram sobre Lisanna, que o olhava com uma dor quase palpável. Gray apertou seu ombro, sabia bem de toda a história, apesar de ainda gostar da companhia da família Strauss.

Erza apenas ignorava a situação, afinal de nada sabia do ocorrido no passado, senão que a albina havia magoado o rosado, fora que adorava Mirajane. E Juvia e Laxus apenas cumprimentaram os que se juntavam, pois não os conheciam. Erza quem chamou Mira, sem lembrar dos pormenores: a presença dos irmãos. Só falou aos outros que havia chamado mais gente, sem informar quem.

– Natsu, há quanto tempo! - Mira sorriu, alegre por rever o garoto.

A moça nutria grande carinho por ele, que fez parte de sua vida quase inteira, sempre andando com sua irmã. Era como um irmão menor, que há muito não estava em sua vida, o que a deixava por demais triste. Não sabia também do motivo da separação de Lisanna e Natsu, que eram amigos tão unidos, o que sempre a deixava apreensiva. Já ele forçou o melhor sorriso que podia, pois os sentimentos dela por ele eram recíprocos, se sentia muito bem perto da Strauss mais velha.

– Oi, Mira. - cumprimentou. Fez um aceno de cabeça para Elfman, que retribuiu com um sorriso animado.

– Trouxemos o Loke, um amigo de longa data da Lisanna, e uma amiga dele. Há algum problema em se juntarem a nós?

– Nenhum. - Erza foi quem respondeu, concisa. Sempre estava aberta a novas companhias na noite, dizia ela que precisava de gente e animação.

Como nenhum?, Natsu grunhiu em pensamentos, têm todos os problemas!. Encarou a loira, que parecia emburrada com algo. Emburrada demais para perceber que ele os expulsava ali com o olhar furioso. Mimada, julgou ele.

– Desculpe, Mira, mas eu sou a namorada do Loke, e não uma amiga. - corrigiu, incomodada, mas gentil. Queria brigar e dizer que o era há muito tempo, mas que obrigação tinha Mirajane de saber disso? E como reclamar com alguém tão doce?

– Oh, perdão! Qual é o seu nome mesmo?

– Luigi.

Todos encararam o rosado, que permanecia sério. Era Natsu um doido? Por que ele estava chamando a loira pelo nome do coadjuvante do jogo Mario? Seria ela uma famosa cosplayer virtual? Todo o tipo de estranhamento e pensamentos passaram pela mente dos confusos presentes, com exceção de Loke. O ruivo estalou os dedos, raivoso, tentando não se estressar. Teria Dragneel importunado sua namorada após o incidente com o sorvete?

– Luigi, me devolva já meu casaco, ou você vai esquecer.

Ah, é claro. Lucy voltara, após ter se limpado, com o casaco do garoto, com a justificativa de que seu top estava indecente. E obviamente eles não tiveram outra oportunidade de se encontrar para a devolução. Menos mal. O problema era: por que sua namorada estava usando o casaco de outro homem? Principalmente daquele homem? Que irritante.

– Eu já disse que é Lucy, seu estúpido. - murmurou, de maneira irritada, retirando o casaco do seu corpo bruscamente e jogando nele. Ao perceber que todos os olhavam, Lucy corou absurdamente, mal se aproximou do simpático grupo e já estava causando problemas. - D-desculpem se fui rude!

– Não, tudo bem. - Gray deu uma risada. - É bom ver que alguém já sabe lidar tão bem com o Natsu, esse é um cara difícil. De onde vocês se conhecem?

– Um incidente no parque. - Loke sentenciou, encerrando o assunto.

A noite permanecia normal para os amigos, um tanto quanto agitada. Era uma balada, afinal. Músicas com uma batida contagiante tocavam, com um eletrônico que clamava por danças, então Dragneel foi para a pista. Já tinha tomado diversos shots das mais variadas bebidas de seu agrado, conversado e rido o bastante. Ainda não estava com o melhor humor para ficar se divertindo com os amigos, queria extravasar toda a raiva presa nele por esse dia. Dançar, então, era o meio de fazer isso.

A loira se pegou admirando o rapaz após um tempo desde que ele foi dançar, e não é que ele dançava bem? Dava vontade de dançar com ele. Uma morena começou a dançar com ele, de forma que resolveu parar de olhá-lo e voltar a prestar atenção na conversa grupal, da qual se sentia um tanto excluída.

Natsu puxou a morena para perto, dançando de maneira provocativa, e o mesmo logo a reconheceu como uma das garotas que estavam com a menina que sentou em seu colo no parque.

– Você não é a tal de, como é, Milliana?

– Wow, lembra meu nome? Eu nem falei naquele dia. - comentou, alegre. Ela obviamente não esqueceu daquele garoto. Queria empurrá-lo para a amiga, mas não reclamaria de grudar seu corpo ao dele de maneira alguma, era atraente demais e ele nunca perderia uma chance como Meredy havia perdido, não com ele.

– Eu tenho uma boa audição, por assim dizer. E uma boa memória.

– Não parece estar se divertindo com seus amigos, veio para a pista sozinho. - sorriu maliciosa, assim como ele.

– Estava me olhando?

– Como não olhar? - segurou a gola da camisa dele, mordendo o lábio inferior. Uma risada rouca saiu da garganta de Natsu.

– Então você quer me proporcionar diversão?

– Se você quiser... - implicou.

Não foi necessário um segundo pedido. Em segundos ele já estava beijando o pescoço de Milliana e suas mãos passeavam pelo corpo esbelto de forma nada discreta, enquanto seus corpos se moviam ao ritmo das batidas, com desejo.

Lisanna encarava a tudo de forma entristecida, aquele era o seu Natsu? Loke a olhou de rabo de olho, curioso com a reação da albina, que estava sentada a sua direita.

– O que foi, Lisanna? - perguntou baixo, para que a namorada não ouvisse.

– Eu o fiz assim. Ele era alguém tão gentil com todos. Não trocou palavra comigo hoje e agora já está se agarrando com uma qualquer.

– Ciúmes? - perguntou, mas não recebeu resposta, sabia que os sentimentos que ela nutria por ele não morreram nesse tempo. Ela o amava mais e sentia sua falta como o inferno. - Sabe que essa uma qualquer poderia ser você há algum tempo atrás, não? As mãos dele estariam no seu corpo, te deixando louca...

– Cala a boca, Loke! - exclamou alto, atraindo a atenção dos que ainda estavam no balcão.

– Vem cá. - puxou-a, pedindo que a namorada esperasse ali, junto aos outros.

Entrou no banheiro masculino, Lucy não pôde perceber, já que eles foram facilmente encobertos por toda a multidão. Loke jogou-a dentro de uns compartimentos, trancando a porta, e atacou-a com vontade. Strauss deixou que um gemido escapasse por seus lábios quando sentiu as mãos dele apertarem suas nádegas.

– Você é... - arfou - louco! Sua namorada está aqui, não podemos!

– Isso importa? Tecnicamente nós nunca podemos. Mas eu quero.

– Sim... - beijou-o. Foi prensada contra a parede, e sentiu necessidade de fazer uma pergunta que rondava sua mente desde que conheceu Heartfilia. - Loke, essa garota tem um corpo incrível, por que você está comigo tendo a ela? - questionou entre baixos gemidos.

– Porque, minha cara, você também é gostosa e eu tenho um desejo louco por você. E mesmo tendo minha Lucy, eu não consigo suprir esse desejo, eu te quero demais, não consigo explicar.

A garota se entregou depois disso, era desejada novamente e não precisava pedir dinheiro em troca de todo o prazer, isso era o paraíso para ela. Não tinha outro homem, nem precisava, Loke era seu há muito.

Lucy suspirou, entediada. Já dispensara mais de seis rapazes só essa noite e se sentia perdida entre os amigos de Natsu, até porque só sobraram ela, a ruiva e a família de Lisanna ali, todos os outros foram dançar. Por mais que fossem legais, eram muito diferentes de si e não conseguia se enturmar, estava tão chateada por Loke não estar com ela!

Se ao menos o rosado estivesse na mesa, estaria com menos tédio. Falando no garoto, toda vez que olhava para ele – o que era a quase todo momento – ele estava em um beijo selvagem com Milliana. Apesar da visão não agradá-la, pôde constatar com satisfação que ao menos pegada ele tinha e por um momento pensou em como seria se tivesse deixado que ele continuasse o que começou no provador.

Que pensamentos são esses?, se repreendeu, tome jeito, Lucy!. Resolveu se aproximar, não é como se ele fosse dar um gelo nela, não é? Queria que alguém a entretece, só isso, e o namorado não gostaria de vê-la dançando com outros homens.

–Dragneel...

– O que você quer, loira? - perguntou, tirando os lábios do ombro da morena, que resmungou algo para a loira, insatisfeita com a interrupção. Isso só fez com que Lucy se sentisse vitoriosa.

– Estou entediada.

– A porta é a serventia da casa. - respondeu, ouvindo uma risada da garota a sua frente. Sorriu e tornou a beijá-la, essa era das suas.

– Idiota.

Ele era realmente um idiota sem um pingo de consideração. Por que pensou em falar com ele, mesmo? Idiota, idiota, idiota! A loira resolveu ir ao banheiro, mas quando ia entrar no mesmo parou ao ouvir gemidos vindos do banheiro masculino, que era ao lado. Corou, mas continuou escutando, sabia que a voz feminina era familiar.

– Isso é bom! - alguma garota exclamou.

Realmente conhecia aquela voz, pôde constatar melhor. De quem era mesmo? Antes que pudesse lembrar, alguém a empurrou em direção ao banheiro feminino e a prensou contra a parede, enquanto o som da porta sendo trancada se fez ouvido.

– Mas o quê?! O que você está fazendo, Dragneel?! - berrou ao perceber de quem se tratava.

– Eu disse que se te encontrasse continuaríamos de onde paramos. E digamos que eu não sou de voltar atrás com minhas palavras.

O sangue de Heartfilia gelou. Ela olhou para os lados, em busca de uma saída, e viu Milliana lá, recostada a porta com um sorriso de pura malícia.

– Mas e ela? - tentou uma salvação.

– Digamos que ela será plateia. Conhece o termo voyeur? - riu, vendo-a enrubescer. - Agora... - inclinou seu corpo sobre o dela. - Seja uma boa garota e... shhh.

Lucy se arrepiou, sentindo a face queimar. Não sabia explicar, mas aquele garoto causava uma chama em seu corpo. O hálito quente dele tocou sua face, assim como suas mãos igualmente quentes tocaram sua cintura. Ele beijou e mordiscou o lóbulo de sua orelha, permitindo que sua língua morna e úmida brincasse com o mesmo, fazendo choques perpassarem o corpo dela diversas vezes. Isso fez com que ela arqueasse as costas, juntando seus corpos. Ele riu baixo mais uma vez, e fez uma trilha de beijos molhados por seu pescoço, até chegar ao queixo. Quando seus lábios estavam prestes a se tocar, alguém bateu na porta.

Encararam-se, a respiração da loira ofegante, o rosado irritado pela interrupção. Ao perceber que ela tentou sair, ele a empurrou com mais força e mordiscou seu lábio inferior, com a intenção de ignorar quem quer que fosse. As batidas tornaram-se a se fazer ouvidas, repetidamente, frustrando tanto Natsu quanto a morena.

Lucy empurrou Natsu com tudo e destrancou a porta, passando direto pela menina que esperava para usar o banheiro, quase a derrubando. Ela era nova, seu rosto pálido avermelhou-se muito, contrastando com os cabelos loiros e as sardas.

– A-ah, d-desculpe, e-eu n-não sabia q-que– - gaguejou, em total vergonha.

– Cala a boca, deveria ter pensado melhor antes de esmurrar a porta, agora usa logo esse banheiro. - Natsu revirou os olhos e saiu, um pouco depois de Milliana.

Mal dera três passos após sair do espaço, paralisou. Os gemidos vindos do outro banheiro eram de uma voz muito familiar. Entrou no banheiro masculino, se aproximando silenciosamente da cabine, sabia que não conseguiriam ouvi-lo com o ofegar e o som consecutivo do choque entre corpos.

– Ah, Loke!

Dragneel arregalou os olhos e saiu, batendo os pés, de forma que os sons cessaram. Sabia ter deixado ambos em desespero com o barulho súbito e realmente desejava que aquele show repugnante terminasse. Quando saiu da área dos banheiros, mandou uma mensagem para Gray com os seguintes dizeres: “'Tô saindo. Loke e Lisanna, explico depois”. E continuou seu caminho para fora do lugar, irado. Uma puta e um cuzão, era isso que aqueles dois eram. Seu caminho, porém, foi interrompido por uma loira estressada.

– Eu já não disse para resolver com ele, seu idiota?! - Lucy exclamou, convertendo sua vergonha em raiva. Precisava afastar aquele pervertido. - Tem minhocas na cabeça ou só não entende que eu ainda sou muita areia para o seu caminhãozinho?

– Saia da minha frente, Heartfilia.

O tom apático e frio que fora usado pelo rosado fez com que os pelos da nuca de Lucy se eriçassem, assim como a acidez com que ele pronunciara seu nome. Ela tremeu de leve, assustada, e o desafiou bobamente, tentando se manter forte:

– Está com raiva porque eu fu–

– Eu disse pra sair! - empurrou-a grosseiramente. - Vê se não enche. Nunca confie em ninguém, loira. Especialmente nas pessoas mais próximas. - disse, ríspido.

E então saiu, desistindo de levar alguém para a cama consigo. Faria isso depois, não tinha cabeça agora. Na metade do caminho recebeu uma resposta:

~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.

Gray Nudista

Às 00h20



Tudo bem, cabeça de fósforo. Conversamos mais amanhã.

~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.



Grunhiu, com raiva, encontrar aqueles dois na Karyuu já fora desagradável. Essa cena foi absolutamente desnecessária. Não, foi como soprar o fogo, só piorou tudo. Chutou uma lata de lixo qualquer e em pouco tempo estava em casa.

– Aye! - O gato azul miou alegre com a chegada do dono.

– Agora não, parceiro.

O garoto respondeu de maneira evasiva, indo para o quarto, jogando suas roupas no chão e se enfiando debaixo do lençol, apenas de boxer. Sabia que a tia já estaria dormindo.

Por mais que tentasse não pensar nisso, seus pensamentos ficavam presos nos gemidos no banheiro. E quando conseguia mudar o rumo de seus pensamentos, era para a loira e o momento deles no mesmo local. Excitação, fúria e frustração dominavam seu corpo e sua mente. Após mais de duas horas revirando na cama, adormeceu. Um sono conturbado e com antigos pesadelos que nunca iam embora, mas ao menos estava adormecido.

[x]

– Cadê o Natsu, Gray? - Lisanna encarou o moreno, que parou de dançar. - Eu queria conversar com ele, mal nos falamos. - Gray rebateu, ácido:

– Ele foi para casa. Acho que você provavelmente estava com Loke.

A albina arregalou os olhos. Fullbuster sempre a considerou uma boa amiga, mas todas as vezes que magoava Natsu ele também se irritava. Strauss pôs a mão na boca, nervosa. Trocou um olhar com Loke.

–Será que ele–

–Não tem importância. - O ruivo a cortou.

Agora que tinha certeza de que ele e Lucy já se conheciam um tanto e que ele sabia que seu caso com Lisanna continuava, o queria longe de sua namorada. Se aproximou dela, que estava em pé, próxima ao grupo, e encarava a parede, pensativa.

Ela estava associando as frases ditas pelo rosado no decorrer do dia/madrugada. “Aquele seu namorado, Loke, ele não é quem você pensa que ele é”, “nunca confie em ninguém, loira. Especialmente nas pessoas mais próximas”. Provavelmente alguém muito próximo à Natsu o magoara para que ele agisse dessa maneira amargurada e era provável que Loke tivesse culpa no cartório, por isso ele tentava separar o casal.

– Lucy?

– Ah?! - Ela se assustou com o chamado. - Diga, Loke. - Lucy falou, dispersa.

– Você parece um pouco perdida, o que foi?

– Eu só estava pensando naquele Dragneel. Ele parecia irritado ao sair. - O garoto coçou a nuca, tentando iniciar o assunto.

– Falando sobre ele...

– Hm? - Ele tinha capturado a atenção dela falando sobre o outro, mas que coisa.

– Eu queria que não o visse mais, mesmo que se encontrem por acaso, como hoje.

– O quê?! Hey, não é como se eu “o visse”. Mas o que raios há entre vocês dois?! - perguntou, farta dessa briguinha boba.

Ela queria respostas. E ele não poderia dá-las, não sem explicar o papel de Lisanna nisso tudo e se entregar. Então a única solução era... mentir. Não que não estivesse acostumado. Aquela garota significava muito para ele, e queria que ela continuasse com ele por muito e muito tempo, mesmo sendo tão errado com ela. Loke suspirou.

– Ele trai a confiança de todos que se aproximam, a única que ele nunca magoou é a Erza, porque essa mulher é de ferro. Ele só pensa nele mesmo. Ele era apaixonado por Lisanna no passado, eram grandes amigos, mas ela passou a gostar de outro garoto e se entregou de coração a ele, então Natsu ficou com inveja e agrediu ela, porque queria que ela ficasse com ele e ela negou. Então eu a acolhi um tempo e desde então ele me odeia e diz que a perdeu para mim, acha que eu fiz com que eles se afastassem. Mas Lisanna fez o melhor, não podia continuar perto de alguém como ele. Não sei como os amigos aguentam.

Heartfilia estava boquiaberta. Seria mesmo? Como aquele garoto...?! Estava perdida. Precisava clarear a mente. Apesar de tudo, ele não pareceu capaz disso. Mas era desprezível, não era? Não sabia o que pensar, e isso já estava dando dor de cabeça. Natsu era mesmo um problema.

– Eu vou para casa, tá, amor? Preciso absorver isso melhor. Mas vou me cuidar, relaxa, pode ficar aqui. Até amanhã. - beijou-o longamente, acariciando a cabeleira ruiva. Loke sorriu e beijou-a mais uma vez, abraçando-a.

– Até, Lu. Volte com cuidado, tá bom?

– Pode deixar.

E ela se foi. Mas Lucy sabia... Essa noite só pensaria em Natsu Dragneel.


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Notas finais do capítulo

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