Blondie and Cotton Candy escrita por Boo


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Bem, deu certo trabalho passar o texto para meu modelo atual de escrita e ao mesmo tempo é uma experiência rica de trabalhar com seu antigo material.Espero de verdade que gostem e que os antigos (leitores) retornem, assim como novos venham.Qualquer erro de digitação ou gramática, favor informar.Aproveitem a leitura.



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Arco I

Prólogo

Um sorriso aberto marcava a face juvenil do garoto, atraindo alguns olhares. Era de se esperar, afinal, independente de qualquer coisa a reclamar sobre ele, o estupendo sorriso era algo que encantava a todos, e isso não podia ser negado. Corria a passos largos, jogando o peso do corpo sobre os dedos para ter mais impulso.

Tamanha agitação tinha nome e endereço, afinal. Ele corria, porque iria vê-la. No lugar “secreto” e favorito de ambos. O parque desértico no ponto mais remoto da cidade. Os fios róseos de seus cabelos, não muito longos, porém o bastante para espetarem-se em diferentes direções, ricocheteavam e balançavam contra o vento. Seus olhos verde-musgo, em um tom que tendia ao breu, brilhavam com a expectativa de vê-la.

Era ela, afinal. Sua amiga de infância. A pessoa que sempre representou para ele um porto seguro, a doçura e a estabilidade que abrandavam sua chama interior. Não. Não era só isso. Ele estava apaixonado por ela. Ao mesmo tempo que essa tranquilidade incidia sobre seu peito, uma agitação, labaredas que engoliam suas entranhas, se tornavam presentes só com o simples pensar nela.

Sentia vontade de beijar os lábios bem desenhados e, no entanto, finos. Afagar os cabelos alvos, sempre tão curtos, de forma a deixá-la bem. Queria ter os olhos azuis brilhando e direcionados para si, com aquele afeto que só ela era capaz de direcionar a ele. Queria amá-la, e queria ser amado por ela.

Lisanna... - sussurrou seu nome.

Sua velocidade não reduzira por nenhum instante, com todo o vigor que seus belos dezessete anos poderiam proporcionar. Queria vê-la. Precisava vê-la. Mais alguns poucos minutos se passaram até que ele chegasse. Pôde vê-la olhar a lagoa, com aquele ar sereno de quem gosta de onde está, o sol fazendo brilhar suas madeixas platinadas, levemente alouradas.

O gato de coloração anormal, azul, recebendo carinho em seu colo. Aquele gato era dele, mas mesmo assim passava bastante tempo com a jovem. Ele se aproximou, silenciosamente sentando ao seu lado. Alguns segundos se passaram enquanto a contemplava de perto. Suas respirações pareciam até no mesmo ritmo, do ponto de vista do rapaz. E então, repentinamente, a albina percebeu sua presença.

– Natsu! - exclamou, levando uma mão ao peito, de forma a fazê-lo rir.

– Se assustou? Hey, Lis! Demorou a me perceber, hein? Não tá mais afiada, pelo que parece. - zombou dela, recebendo um olhar assassino em troca. - Vai dizer que não fica mais arrepiada com minha simples presença?

– Seu prepotentezinho idiota. Um dia, eu vou acabar com você, sabia? E o Happy vai urinar em cima dos seus restos, já que ele gosta mais de mim!

Aye! - Happy miou, daquela maneira que só ele fazia, como se concordasse.

– Wow, que gatinha arisca! Até parece que o MEU gato gostaria mais de você.

Aye.

– Oe, Happy, você 'tá do lado de quem? - Natsu perguntou, e ambos riram. - Tudo bem, amigão? - sorriu, acariciando o gatinho, que respondeu com seu estranho miado – tão anormal quanto a cor:

Aye!

– Lisanna. - O adolescente chamou-a.

Ela não parecia disposta a tirar os olhos da vista, de forma que Natsu chegou a pensar que ela iria ignorá-lo. Mas logo uma resposta veio, quase inaudível, de tão maravilhada que estava com a visão.

– Hm?

– Vamos a algum lugar agora? Cinema, talvez...

Lisanna enfim o encarou, suspirando pesarosa. Já sabia onde essa conversa iria dar a partir desse momento, pois eles brigariam mais uma vez por motivos que ela nem mesmo gostava. Meneou a cabeça, negativamente.

– O quê? Por quê? - fez um biquinho.

– Desculpe, Nats. Eu já tenho compromisso para daqui a pouco.

– Hm? Que tipo de compromisso?

– Como assim, que tipo? Não acho que isso seja da sua conta, Natsu, sinto muito. - olhou-o com firmeza, exalando um ar de seriedade não tão comum.

O garoto deu de ombros, ainda indignado. Sabia que tipo de compromissos Strauss tinha. E não gostava nem um pouco deles. Sua garota saindo com vários caras. A garota tinha fama de passar na mão de todos, mas ela não mais se preocupava tanto. Era uma das poucas coisas que a distraiam da péssima vida que tinha, assim como seu melhor amigo. E também, foi assim que conseguiu entrar no seu colégio Edolas.

Não adiantaria nada se apenas se lamentasse, agora que entrara em um tipo de vida desprezível, continuaria nisso até que não fosse necessário. Mas não realmente era. Aquilo já tinha se tornado uma dependência psicológica.

Apesar de tudo, Natsu permanecia ao seu lado. E era isso o que mais importava. Ela era bastante popular, na realidade. Apesar de a maior parte das garotas que eram suas amigas apenas o eram para ter mais “contatos”, tinha algumas poucas boas amizades verdadeiras.

Ele não aprovava, sabia disso, mas como o mesmo não falava mais nada sobre o assunto, após diversas discussões e desabafos, mesmo isso a sufocando, decidira deixar quieto. Além do mais, o rapaz nunca vira seus relacionamentos. Apesar de serem sem compromisso, ela sabia que doeria nele, porque sabia que ele se preocupava com ela. Por isso mesmo era apaixonada por ele. E por isso, nunca diria, pois era suja demais para ele.

– Não precisa se preocupar, Nats, eu estou bem. Eu já te disse ontem, não foi? Essa será a última vez. Lembre-se, o Sr. Makarov permitiu que eu ingressasse na Fairy Tail como bolsista, se conseguisse acertar 70% da prova e você sabe que eu consigo. Vamos nos ver mais vezes, apesar de já ser o último ano colegial, e você pode me proteger de qualquer engraçadinho. - Lisanna sorriu, sendo correspondida. - Eu tenho meu melhor amigo para me proteger, afinal. E agora eu vou parar de fazer essas coisas horríveis, porque eu não preciso mais delas.

– Promete? - perguntou temeroso.

– Sim, eu prometo.

– É bom que cumpra, Strauss. - Ele agarrou-a em um forte e necessitado abraço. - Sabe como promessas são importantes pra mim.

Uma risada suave saiu pelos lábios da jovem, encantando ainda mais o rosado. Proferiu um “eu sei”, e o apertou mais forte. Enquanto o sol se tornava mais ameno e amaçava descer, o gato ronronou, adormecendo no colo do dono.

[x]

– Vamos, Loke! Eu quero chegar o mais rápido possível no cinema.

– Claro, meu amor. - O ruivo riu. - Mas deixe que eu me despeça da Ariana.

Em poucos segundos ele desligou o celular, virando-se para a namorada e se deparando com uma face irritadiça e emburrada. Levantou os braços em sinal de rendição, com uma expressão confusa, antes de perguntar:

– O que eu fiz? - Silêncio. - Oe, não faça essa careta para mim, Lucy. Eu sou inocente, seja qual for a sua suspeita. - sorriu, com a melhor cara de inocente que pôde improvisar.

– Falando com a Ariana de novo, Loke Regulus?

– O quê? Está com ciúmes de mim? - A loira corou.

A jovem fechou os brilhantes olhos castanhos com força, envergonhada, e logo abriu-os de novo, cruzando os braços em frente ao corpo, assim elevando os seios já extremamente fartos. Ela apertou brevemente os lábios um contra o outro e arqueou uma sobrancelha, tentando disfarçar o constrangimento.

– Essa não é a questão. É que você não desgruda dessa menina!

– Eu já disse que eu e a Áries somos amigos de infância, amor.

– Viu, olha essa intimidade! Você até a chama de Áries! - resmungou, irritada.

– Lucy...

– Eu sei, eu sei, amigos de infância. - bufou, pesarosa. Sabia que estava exagerando e se sentia culpada por isso.

– Sabe, você não era ciumenta quando te conheci. Você foi difícil de conquistar por não se importar com o sentimento dos homens e, agora, está com ciúmes? - sorriu bobamente e roubou-lhe um selinho, fazendo-a enrubescer.

– Que seja, vamos logo. - coçou a bochecha, inutilmente tentando tirar o sorriso do namorado. - Eu tenho que ser ciumenta, Loke, se eu não ficar de olho você devora as mulheres com os olhos.

– Mas é a você que eu quero nua na minha cama.

– Que coisa romântica para se falar. - revirou os olhos, apesar de satisfeita. - Mas eu vou ser boazinha com você, hoje eu quero ser a única devorada, estamos entendido? Não olhe para nenhuma garota, por nem um mísero milissegundo, e eu farei tudo o que você quiser a noite. - O ruivo sorriu, pondo os óculos escuros.

– E o seu pai? Se você não voltar para casa logo...

– Ele não se importa que eu passe a noite fora de casa, contanto que não atrapalhe ele, sabe disso. A única que se importará será a Virgo, mas não tem problema, eu ligo para ela.

– Então vamos ver seu adorado filme de ação. - abraçou-a, alegre com a previsão.

– Sim, quem sabe me dê alguma ideia para o meu romance.

E então saíram. Aquele era um dia comum para Loke Regulus e sua namorada, Lucy Heartfilia, a bela filha do magnata de Magnólia. Não que o jovem mulherengo – e dois anos mais velho – só estivesse com ela por isso ou por seu corpo escultural. Não, sua beleza e gentileza o cativavam, amava ver o sorriso estampando seus lábios. Mais que isso, ela era sua melhor amiga e amante, com uma amizade vindoura desde que se conheceram há um ano.

Amor? Por parte dela, com certeza. O jovem a encantara de tal maneira que a forte e imponente Lucy – que sempre afastara os homens, acreditando que só se interessavam por ela por motivos fúteis ou errados – quase não era mais reconhecível quando com ele, ela se tornava apaixonada e doce.

Já por parte dele, era provável que não. Apesar de Heartfilia ter dito dois ou três “eu te amo” para o rapaz, nunca ouvira essas tão sonhadas três palavras vindo da boca de seu namorado em três meses de namoro e antes, um mês ficando. Estavam praticamente há quatro meses juntos e as palavras não chegavam, apesar de todo o afeto demonstrado.

Ainda assim, permanecia firme. Como uma fiel e sagaz leitora, sempre fissurada por estórias de aventura, mas também de romance, ainda acreditava. Quem sabe ele apenas não tivesse coragem de falar, mesmo que o sentimento explodisse em seu peito? A loira era uma boa pessoa e, se tratando dele, era extremamente otimista.

Agora ela era uma presa fácil... E ele seu predador.

[x] Um mês depois [x]



As mãos grossas realizaram rapidamente a tarefa de desabotoar mais um botão da camisa, sentindo o suor escorrer por seu abdômen definido. Estava um calor terrível, afinal... era verão.

O calor não costumava lhe afetar, mais por uma questão psicológica do que por pura resistência física, apesar de todo seu metabolismo acelerado. Quando isso acontecia, sempre era um mal sinal. Ele sempre tinha a impressão que algo ruim podia acontecer, pois se seu psicológico era afetado, só poderia ser isso. Ignorou, por ser aquele dia, talvez fosse apenas a sensação corriqueira que esse dia em geral lhe passava.

Aquela tarde era muito especial para Natsu, antes negativamente, agora positivamente. Era o aniversário de Igneel, seu pai que sumira há dez anos, quando ele ainda era apenas uma pequena criança. Tinha sido mandado para morar com uma tia distante que nunca estava em casa, então babás sempre representaram sua figura materna e paterna. Todo ano ele, Lisanna e Happy comemoravam a data juntos. Apesar do sumiço do pai, Natsu acreditava que ele tinha um bom motivo e comemorava a vida, pois acreditava que esse ainda estivesse vivo e ainda o amava muito.

A albina não ligara para o rosado, então ele foi ao apartamento dela. Estranhou a porta aberta, a amiga era realmente descuidada. Não era tão incomum, isso costumava acontecer vez ou outra. O silêncio mórbido causava mais estranheza a situação. Não sabia se achava graça ou ficava preocupado com a distração de Lisanna. Chamou uma vez, sem resposta.

Adentrou a casa, ainda mais alarmado e preocupado. Ouviu um barulho vindo de um dos quartos. Optou por ficar em silêncio, poderia ter um ladrão. No caso de ser a própria Lisanna, apenas iria assustá-la e fingir que foi uma brincadeira, mas alertando-a do perigo que corria.

A porta do quarto dela também estava entreaberta, constatou. Mas então, suas suspeitas todas foram desfeitas quando ouviu gemidos sôfregos, roucos e femininos. Aquela voz ele conhecia como a palma de sua mão. Natsu tentou respirar fundo. Ele realmente tentou. Mas não conseguiu, sentindo-se esquentar e tremer de raiva. Então abriu a porta bruscamente, respirando com brutalidade e mostrando que estava ali.

– N-Natsu! - Ela exclamou.

A cena não foi nada agradável para o garoto. Lisanna tinha as pernas ao redor da cintura de um ruivo, prensada contra a parede. O mesmo estava com a cabeça na curva de seu pescoço, encarando o rosado pelos cantos dos olhos. O corpo da garota estava com diversas marcas vermelhas, mostrando que foram apertadas com urgência. Para completar, ela estava apenas em seus trajes íntimos e o garoto não estava de blusa.

A albina empurrou o rapaz para se aproximar de Natsu, com um tom débil e o corpo bambo, sabia que uma explosão estava por vir.

– Natsu, me escute.

– Você sabe o quanto esse dia é importante pra mim... sabe que hoje é o único dia do ano em que não pode falhar comigo, o único. O quanto sua presença é importante pra mim... VOCÊ ME FEZ UMA PROMESSA, LISANNA!!! - Ela se assustou com o tom do rapaz, que apenas deu as costas àquela cena nojenta e saiu a passos largos.

Ela cogitou segurar o braço dele, mas parou, observando suas roupas. Passou a mão pelo rosto, inspirando fundo, buscando não chorar.

– Droga. Para que ele foi vir aqui justo agora? - praguejou e pôs uma camiseta qualquer e um short, ouvindo a porta da entrada bater.

– Se vestindo? Sério mesmo que vai deixar seu namoradinho nos atrapalhar, Strauss?

– Agora não, Loke! Conversamos mais tarde. - impôs, irritada.

– Hm. - O ruivo revirou os olhos e pôs sua blusa, pulando a janela e indo embora. Já Lisanna correu atrás do amigo pelo caminho normal.

– Natsu! - Onde ele estava? - Natsu! Natsu! - correu pela rua, tentando localizá-lo. Não foi difícil achar as madeixas rosas. - Natsu! - Ele estava distante demais para ouvi-la. E mesmo que ouvisse, não pararia.

Ela seguiu-o até a praça mais próxima, vendo que ele parara. Alcançou-o em alguns instantes e, mesmo ouvindo seus passos, ele não se virou. Isso doeu como a morte para a menina. Chamou-o mais uma vez.

– Natsu, fala comigo...

No instante em que sua mão tocou o ombro largo, o garoto bateu na mesma e virou-se bruscamente, a face demostrando sua fúria. Ela sentiu o corpo estremer, nunca o vira tão assustador. Parecia que podia matar alguém, e isso a assustava muito.

– Eu achei que tinha terminado com isso, Lisanna! VOCÊ FEZ A PORRA DA PROMESSA! - Strauss deu um passo para trás, Natsu xingando indicava perigo. - QUAL O SEU PROBLEMA, HEIN?! Você provavelmente nem conhecia aquele cara!

– Espera. - tentou se defender e manter acalma. - Eu já conhecia, sim, Natsu. Não é como se eu estivesse dando meu corpo em troca de algo... Eu apenas...

– Apenas o que, Lisanna?

– E-eu... Eu queria ficar com ele. É apenas isso. - desviou o olhar, sentindo uma pressão em seu ombro. As mãos grandes e pesadas do rapaz apertavam-na.

– E pra ficar você precisa dormir com o cara?!

– Você não entende... eu preciso–

–Eu realmente não entendo! Eu achei que você tinha mais que isso, Strauss. Você está se tornando uma verdadeira puta. - Ela arregalou os olhos. Uma lágrima solitária escorreu de um dos seus grandes olhos azuis.

– Natsu, por favor, não... Eu am–

– Adeus, Lisanna.

– NATSU!

O rapaz prosseguiu andando, tentando não se importar com o choro alto da menina e os chamados dela. Daria um jeito de evitá-la, mesmo a garota agora estando em seu colégio. Ele sabia bem fazer isso, afinal. E não queria saber de Lisanna Strauss nunca mais.

[x] Quebra tempo de dois anos [x]



O garoto tomou o último gole de seu refrigerante, arremessando-o na lixeira que estava distante e acertando, de forma que seu lábio se repuxou para cima levemente, quase em um sorriso. As garotas passavam e olhavam-no, era realmente lindo. Seus cabelos róseos, no momento molhados, eram um tanto quanto exóticos, mas por incrível que pareça o deixavam mais másculo.

O olhar frio, a expressão serena. Os olhos aparentemente negros não possuíam nenhum brilho, fora o parco natural. Esparramado naquele banco da praça, não pensava em muita coisa, apenas sentia-se entediado.

– C-com licença... - Uma jovem de cabelos róseos como os seus, no entanto tingidos, chamou-o.

Natsu olhou-a sem interesse, fitando o rosto dela por um breve instante. Em seguida, avaliou seu corpo. Os olhos ganharam um brilho malicioso, fazendo a jovem enrubescer mais ainda, ao perceber o motivo daquele olhar.

– Eu posso me sentar aqui com as minhas amigas?

Só então reparou que tinham mais duas meninas com ela, ambas mais novas que ele e com um corpo bom. Arqueou as sobrancelhas, com expressão de deboche, e, com a voz grave e levemente zombeteira, disse:

– Pelo o que eu saiba o banco não é meu. Faça o que quiser. - a rosada corou ainda mais, a voz dele deixou-a em êxtase.

– Obrigada, desculpe o incômodo.

Sentaram-se todas, era um espaço apertado, no entanto. A primeira garota estava praticamente sentada em seu colo, não só pelo pequeno espaço como pelo fato de suas amigas empurrarem-na cada vez mais. Dito e feito, ela sentou totalmente no colo dele após um empurrão nada discreto. O jovem suspirou, encarando-a sem paciência.

– D-desculpe, é que e-elas–

– Você 'tá afim de dormir comigo?

– O-o... o quê? - perguntou surpresa, as amigas comemorando. - É que as minhas amigas–

– Não estou falando delas. É você quem 'tá no meu colo, garota. Praticamente dizendo “me coma, estranho”. É largar ou pegar.

– B-bem, e-eu...

– Diga logo a merda do sim ou não. - bufou, irritado e impaciente. - Se você quiser eu te levo agora.

O rosado inverteu as posições, prendeu seus pulsos contra o banco, acima da cabeça. O sorriso malicioso deixava-o ainda mais bonito. As amigas da menina davam gritinhos de excitação, enquanto ela gaguejava mais e mais, percebendo o desejo nos olhos do rapaz.

– Se não, não encha o meu saco.

– Eu... - tentava formular uma resposta, engolindo o sim que tentava pronunciar.

– Tchau. - levantou e resolveu observar as pessoas na praça. Conseguiu ouvir ainda as jovens de antes.

– Meredy, como você deixa um gato desses escapar?!

– Eu não consigo, Milliana, garotos como ele me deixam envergonhada.

Deu uma risada baixa e continuou seu caminho, adorando o efeito que causava. Aproveitando, comprou um sorvete. Estava já lambendo, quando seu olhar cruzou com duas figuras. Parou bruscamente, seu coração batendo em seus ouvidos, os olhos vidrados em um casal.

Era ele. Depois de dois anos, aquela figura vinha lhe atormentar. Não esperava vê-lo de novo morando em uma cidade tão grande. Os cabelos ruivos levemente espetados, os olhos castanho acinzentados, os óculos de sol no cabelo. Tudo lhe era familiar. Já a garota era um tanto quanto comum, apesar de extremamente atraente.

Os olhos castanhos e grandes, os lábios em formato de coração, os aparentemente sedosos fios loiros, a pele alva – que pedia por marcas naquele momento e tinha uma no pescoço –, os seios fartos, a barriga lisa exposta, as curvas acentuadas, as coxas grossas. Tudo lhe atraía e, por um segundo, tudo que seu cérebro processava era “eu quero comer essa garota”. O segundo passou, e voltou a pensar no ruivo. De tão nervoso que estava, não notou quando acelerou o passo.

E não conseguiu se equilibrar quando esbarraram nele. Como consequência, trombou na loira. O sorvete foi de encontro ao top tomara-que-caia, o creme escorrendo entre o vale dos seios.

– O que você está fazendo? - O ruivo lhe perguntou, irritadiço.

Logo em seguida, um brilho de reconhecimento passou por seus olhos. Era lógico que reconhecera o melhor amigo de Lisanna.

– Hm... Foi mal.

– Foi mal? Peça desculpas direito. - parecia irritado, mais do que a loira esperava. Surpresa, colocou a mão no ombro do namorado.

– Não tem problema, Loke. Eu vou ao banheiro daquela lanchonete me limpar. Foi um acidente.

– Mas, Lucy... - insistiu.

– Foi um acidente. - repetiu e sorriu.

Obviamente, ficou frustrada e irritada pela situação. Mas tentou não se estressar ao perceber o estado do namorado, tão estranho. E quando começou a ir, o rosado se apressou em acompanhá-la, os olhos baixos.

– Eu te acompanho, loira.

– Não precisa.

– Faço questão, eu te sujei. - resmungou, meio a contra gosto.

– Sem problemas, então.

Entraram na lanchonete, fora dos limites do olhar de Loke, conforme o esperado por Natsu. Como o esperado, havia uma pia fora dos banheiros. Foi onde ela se limpou, sob o atento olhar dele.

– Quem é aquela cara, loira? - Ela deu uma risada pela pergunta repentina e grosseira.

– Por que está interessado, algodão doce? - Ele arqueou uma sobrancelha.

– Que apelido idiota...

– Então por que está sorrindo? - perguntou sorrindo.

O rosto de Natsu se contorceu em uma carranca. Não tinha sorrido. Não muito. Apenas gostou da audácia dela, mas estava nervoso demais para se deixar distrair por tal.

– Você está cega.

– É o meu namorado. E eu tenho nome. É Lucy.

– Que seja, Luigi. - deu de ombros. - Como é o nome dele mesmo?

–É Lucy! Ele se chama Loke, satisfeito?

– Hmm. Certo, Luice.

– Lu-cy! - Ele riu pelo nariz, murmurando um “não importa”. - E você? - A face dele voltou a ficar séria.

– Dragneel. Natsu Dragneel. Então, eu vou indo, loirinha.

– Veio aqui só para descobrir o nome de Loke, é? Esquisito. E eu já disse que tenho um nome, droga. Ao menos se desculpe pelo sorvete!

– Qual é o seu sobrenome, garota? - Natsu perguntou, já alguns passos a frente.

– Heartfilia, por quê? - inquiriu, incomodada. Não gostava do nome da família.

– Foi mal pelo sorvete. A gente se vê por aí... Heartfilia. - E jogou seu casaco para ela.

A garota arqueou as sobrancelhas. Por que aquela frase soara como uma ameaça? Percebeu que ele garantiu que se veriam novamente. Deixara seu casaco. Ela o vestiu, cobrindo o top agora semitransparente, pela água.

Já longe, Dragneel pensava em tudo que não lhe assombrava há dois anos. E tinha certeza que Loke o reconhecera, certeza,

– É... Vai ser um longo verão.


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Notas finais do capítulo

No contexto da história, por mais que Natsu esteja na faculdade, é como se elas entrassem de férias no verão, k?[x]Reviews?Geez, como é bom estar de volta!Boo.



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