Wide Awake - The Twins escrita por KindestHuntress
Seus olhos, lentamente, abrem-se para uma nova manhã, um novo dia. Um novo dia de trabalho, um novo dia como diretora e reitora no famoso Princeton-Plainsboro, o hospital e escola.
E a fama do hospital tinha motivo.Um em especial.
Gregory House.
Sim, o autoproclamado misantropo, médico excêntrico, sarcástico e, por vezes, inconsequente, era a grande estrela e causa da fama do hospital.
E ela, bom, a jovem reitora tinha como principal tarefa manter o brilhante funcionário na linha, naquela dança eterna, algo que Wilson, o romântico oncologista, apresentaria como A Bela e a Fera. Ele ficaria orgulhoso de si por tal, ainda mais se fosse considerado cupido de toda aquela encenação.
Pobre e tolo Wilson, as coisas que ele não sabia.
Oh, pobres House e Cuddy, as coisas que Wilson sabia.
Cuddy levantou, alongou e foi para o banho, seguindo sua repetitiva rotina matinal, no entanto, hoje ela se lembrou de um caso com que caso tinha lidado, um caso ligado a uma jovem que tinha descoberto que era adotada e muitas outras coisas, caso típico de House, mas a menina lhe chamou a atenção e trouxe pensamentos que ela guardava trancafiados numa caixinha no fundo da mente, algo que era melhor não pensar sobre.
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– Lisa, oi! Até que enfim, esqueceu um pouco esses livros e lembrou de me ligar. - Julia falava divertida com a irmã.
– Jule, eu preciso te contar uma coisa e só pode ficar entre a gente. - disse Lisa.
Julia Cuddy parou, surpresa com o tom tenso da irmã e sua seriedade.
–... Lisa, o que aconteceu? Está tudo bem?
– Eu... Eu acho que estou grávida.
Julia entrou no quarto da irmã.
– O que disse para a mamãe? - perguntou a estudante de Medicina.
– Disse que ia passar o fim de semana com o John. - respondeu a outra. - Temos tempo. Então, me diz o que aconteceu.
Lisa respirou fundo, antes de começar a falar.
– Você tem sorte, não vai ter que contar a mamãe, mas vai ser difícil esconder duas crianças dela. - disse Julia fitando a irmã, essa estava deitada na cama de um hospital próximo ao campus.
– Eu vou ter contar. E eu preciso falar com o pai delas. - afirmou Cuddy
– Eu falo com ele, descansa, dizem que dói e muito.
– Obrigada pelo apoio moral, Jule.
A outra sorriu.
Lisa viu que algo estava errado no momento que viu a expressão de sua irmã, viu sua mãe e, então, seu pai.
– O que aconteceu? - ela perguntou.
Arlene abriu um enorme sorriso e lacrimejava, correu e abraçou a filha.
– Você passou os últimos três meses em coma, Lisa. - contou Julia.
A morena olhou surpresa para a irmã.
Julia esperou até que seus pais a deixassem só com sua irmã.
– Onde elas estão? - perguntou Lisa curiosa.
Sua irmã baixou o olhar para o chão.
– Elas morreram no parto, Lisa. Eu sinto muito.
Cuddy sentiu uma dor agoniante no peito.
– Não, Julia, não pode ser. Minhas meninas, não.
Julia apressou-se e a abraçou forte.
– Eu sinto muito mesmo. Sinto muito. - Julia sussurrou.
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Levou algum tempo, até que Cuddy percebesse que estava chorando, suas lágrimas se misturando com a água que vinha do chuveiro.
Ela sacudiu, levemente, a cabeça e afastou os pensamentos, continuando seu banho, seguindo com a rotina.
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No hospital o dia passara como qualquer outro, ela cuidava de gerenciar tudo, almoçava com Wilson, antes que House roubasse o oncologista para si, e, claro, ficava de olho em House para que o chefe do departamento de diagnósticos não fizesse algo que prejudicasse o hospital, fosse anti ético ou algo parecido. Talvez tudo ao mesmo tempo.
Talvez não haja melhor forma para descrever esse dia: Comum.
O problema do comum é que é chato, qualquer um pode ser comum. Estranhamente, House estava quieto, muito provavelmente por estar sem caso, e Wilson, bom, Wilson sempre era um rapaz quieto, não?
Naquele dia, ela voltou para casa cedo, conseguindo evitar a grande e forte tempestade que “desabou” dos céus, acompanhada de ventos fortes.
Lisa Cuddy ficou em seu quarto, terminou alguma papelada que trouxera e ficou em sua sala tomando um chá quente, relaxando como poucas vezes podia fazer.
Era por volta das 23hs, quando ela ouviu batidas na porta.
Quem diabos poderia-- Claro, com exceção de House.
Estranhamente, não foi com House que Cuddy se deparou quando abriu a porta, mas sim um dois pares de olhos. Um deles parecia reflexo dos seus e o outro lembravam o de seu pai, castanhos comuns, escuros, em luz fraca, seriam dados como pretos.
Duas garotas, muito molhadas por causa da chuva e, confusa, Cuddy esperou.
– Você é Lisa Cuddy? - perguntou a menina dos olhos escuros.
– Sim. - respondeu a mulher mais velha.
– Eu sou Ruby e essa é Allexandra. - a menina hesitou, olhou para a irmã, então para a mulher a sua frente. - Somos suas filhas.
Cuddy perdeu o ar e tudo escureceu.
As meninas observaram a médica desmaiada por alguns segundos e, então, Ruby estendeu a mão para a irmã, essa pagou a outra dez dólares.
– Eu disse. - falou a menina de olhos escuros.
– Pensei que ela fosse ser mais forte que isso. - disse Allexandra - Mas você também é ótima, não é, Ruby? “Oi, eu sou sua filha”. - comentou com uma mistura de escárnio, diversão e repreensão na voz.
– Tá, e você queria que eu dissesse o quê? “Oi, eu sou testemunha de jeová e não sei porque diabos estou aqui.”? - rebateu a segunda. - Anda, vamos sair dessa chuva e colocar ela para dentro.
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“And so they say lord, for everything a reason
For every ending a new beginning
Oh so they say baby, for everything a reason
And so they say baby, for everything a reason
And those who loved before will be brought back together
Yeah those who loved before will be brought back together
And so they say baby, for everything a reason
And so they say baby, you will be brought...
… Brought back to me”
– For Everything a Reason – Carina Round
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