Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 9
Day for day


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo quentinho pra vocês!



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Depois do jantar na casa da família Menezes (um mês depois, pra ser mais exata), Pietro e eu começamos a sair mais, nos ver mais. E isso acabou resultando em um namoro. Ele era tão educado, gentil, cavalheiro, meigo e lindo. E a cada semana, dias, horas, minutos e segundos que se passava eu ficava mais apaixonada por aquela carinha linda. O irmão dele e eu não nos dávamos bem de jeito nenhum, aquele menino era um completo babaca e já era muito pra eu ter que aguenta-lo nas aulas de biologia e nas vezes que eu ia pra casa do Pietro. Estávamos no final do segundo bimestre, daqui uma semana teríamos nossas provas bimestrais, a professora de biologia passou um trabalho com a nossas duplas, o trabalho consistia em desenhar organelas e células e escrever sua definição e a sua importância no nosso organismo. Como eu sou uma completa porcaria desenhando, deixei essa parte para o Arthur fazer, na maioria das aulas de biologia eu via que ele ficava desenhando coisas no caderno e com isso presumi que ele sabia desenhar.

–E lembrando que isso é pra amanhã, viu turma? –ela disse.

–Você desenha e eu escrevo as definições. –eu disse pra ele.

–E por que não o contrario? –ele perguntou me irritando. Argh! Que garoto chato.

–Dá pra ser menos irritante, só um pouquinho? –eu perguntei e ele ajeitou os cabelos que estavam caindo nos olhos.

–Hm... Deixa-me pensar... –ele franziu a testa. –Não. –ele sorriu.

–Arthur, por favor. –eu suspirei. –Não sei desenhar nada.

–E o que te leva a crer que eu sei? –ele mordeu o lápis.

–Eu vi que você desenha nas aulas de biologia. –eu soltei. Ele me olhou surpreso e deu uma risada.

–Estava me observando, Sofia? –ele perguntou sorrindo. Minha cara queimou.

–Claro que não. –eu respondi rápido. –Você senta do meu lado todas as aulas, eu só percebi.

–Se você diz que não está me observando. –ele deu os ombros. –Eu acredito. –ele sussurrou assustadoramente perto de mim.

–Interrompo algo? –Pietro chegou à nossa mesa.

–Não. –eu sorri.

–Vamos? O sinal tocou. –ele sorriu pra mim. Eu nem tinha percebido que o sinal havia tocado.

–Vamos. –arrumei minhas coisas e olhei para o Arthur. –Ficamos combinados assim: você desenha e eu defino?

–Sim. –ele deu os ombros.

–Te passo os desenhos por e-mail. –eu disse.

–Você tem meu e-mail? –ele perguntou.

–Você poderia me passar, querido? –eu o olhei.

–Claro querida. –ele enfatizou o querida e me deu um pedaço de papel que continha seu e-mail “arthuzinho_thur@gmail.com”. Que e-mail ridículo, igual ele.

–Te passo as imagens hoje. –eu respondi saindo de mãos dadas com o Pietro.

–Você quer sair pra algum lugar hoje de tarde? –Pietro me perguntou.

–Hm... Tenho que fazer aquele trabalho de biologia e tal. –eu o olhei.

–Tudo bem então. –ele fez uma carinha triste.

–Fica assim não bebê. –eu beijei a bochecha dele.

–Eu gosto de ficar com você de tarde. –ele reclamou.

–Eu também. –eu ri. –Mas preciso mesmo fazer isso.

–Tá né, não tem outro jeito. –ele deu os ombros. –Até amanhã linda. –ele me beijou. Eu sempre fico nas nuvens quando ele me beija.

–Até que fim! Pensei que não iam desgrudar mais. –Markus chegou.

–Oi. –sorri.

–Oi? É isso que você tem a me dizer? Oi? –ele me olhou bravo.

–O que fiz de errado? –perguntei.

–Sofia não banque a egípcia né querida? –ele me olhou impaciente. –Ontem foi aquele jantar da empresa do meu pai, o mesmo jantar que você me prometeu que iria. –ele jogou na minha cara.

Putz! Eu esqueci legal. Ele deve estar me odiando.

–Eu esqueci.

–Sério? Se você não dissesse eu nem notaria. –eu odeio a ironia do Markus.

–Desculpa, eu sai com o Pietro ontem e...

–Sabia que o Pietro estava no meio. –Markus me olhou. –Depois que começou a namorar com ele, você esqueceu que tem amigos.

–Eu não fiz isso. –eu o olhei.

–Você está fazendo isso. –Jenni chegou e abraçou o Markus.

–Até tu Brutus? –eu a olhei.

–Sofi, só porque começou a namorar não precisa esquecer que tem amigos. –ela me olhou. –Até porque estávamos aqui bem antes dele.

–Gente... –eu suspirei. –Desculpa?

–Só se você passar esse final de semana inteirinho com a gente. –Jenni disse rindo. –Né Markus? –ela olhou pro Markus que ainda estava com a cara feia.

–Markinhos. –eu o chamei fazendo carinha fofa.

–Essa carinha não vai me fazer te perdoar. –ele me olhou feio. –Você tá vacilando muito.

–Prometo que não faço mais. –continuei fazendo a cara fofa (pelo menos eu achava que era). –Por favor, Markinhos.

–Tá. –ele desfez a cara feia. –Mas se fizer isso novamente eu vou dar na sua cara. –ele me abraçou.

–Amo vocês! –eu os abracei.

Fui pra casa depois daquilo, ela estava absurdamente vazia, nem a Isadora se encontrava. Subi e tomei um banho, comi alguma coisa e fui pesquisar as imagens pra mandar pro Arthur.

“Hey, anexei as imagens das células e das organelas que você tem que desenhar. E não se esqueça de pintar pra diferenciar. Espero que você desenhe direito.

Sofia.”

Enviei o e-mail e comecei a escrever as definições, tinha escrito três das vinte quando o meu computador apitou.

“Tá ficando maluca? Eu não vou desenhar e pintar sozinho esses vinte desenhos! Você não tem juízo não?”

Eu mereço! Que dramático.

“São apenas vinte desenhos. Para de ser bundão e desenha isso logo. Tenho certeza que não vai te matar.”

“Se não vai me matar porque você não faz? Já que eu sou um bundão?”

“Você é muito irritante! Eu estou escrevendo vinte definições e suas importâncias e nem por isso estou morrendo.”

“Se eu sou irritante, você é a MAIOR chata de galocha! Estou indo na sua casa para fazermos esse trabalho juntos.”

“E você sabe onde é minha casa?”

“Claro, se eu não soubesse teria perguntado. Te vejo em cinco minutos.”

Que grosso! Tão diferente do meu lindo e educado namorado. Suspirei e continuei escrevendo as definições, cinco minutos depois bateram na porta.

–Já vou! –gritei. Abri a porta e não é que ele sabia onde eu morava.

–Oi. –ele entrou sem nem eu mesmo ter convidado. Além de babaca é mal educado.

–Quem te contou onde eu morava? –perguntei fechando a porta.

–Tenho meus contatos, docinho. –ele disso olhando cada canto da minha sala. Ele vestia calças azuis e uma blusa do Green Day.

–Falando assim parece ser da máfia. –eu respondi.

–Quem sabe eu seja. –ele piscou pra mim. Vi que ele estava com uma bolsa transversal. –Não tenho o dia todo, docinho. –ele suspirou. –Então vamos ao trabalho.

Olhei feio pra ele e subi as escadas, vi que ele me seguiu e então parei de andar.

–Que foi? –ele perguntou sem entender.

–Eu não te convidei pra subir. –eu disse cruzando os braços. –E como não te convidei, você fica bem aqui na sala me esperando.

–Ah qual é. –ele me olhou rindo. –O que acha que vou fazer com você no seu quarto?

O olhei e meu corpo arrepiou. Eu não tinha pensando em nada de mal, não antes daquele idiota falar aquilo.

–Nada. –respondi ríspida. –Mas eu não levo estranhos para o meu quarto. –eu disse e ele revirou os olhos azuis. –E como você é um estranho... Você fica na sala. –eu apontei o sofá pra ele.

–Se é assim que você quer. –ele voltou pra sala. –Irei cumprir sua vontade, docinho. –ele sentou desleixadamente no sofá.

–E não me chame de docinho. –eu gritei brava.

–Como quiser docinho. –ele riu. Revirei os olhos e entrei no meu quarto, peguei o notebook e as folhas onde eu estava escrevendo as coisas. Desci e ele estava desenhando. Sua expressão era concentrada e ele mordia os lábios. Os cabelos do Arthur eram pretos e os do Pietro loiros e isso me deixava confusa, mas toda vez que estava com o Pietro esquecia de perguntar isso.

–Eu posso te ajudar a pintar tudo bem? –eu o olhei e ele concordou com a cabeça. Depois de um tempo terminei de escrever as definições e comecei a pintar enquanto ele desenhava. Não estávamos conversando e o único barulho que eu ouvia eram os dos lápis riscando as folhas.

–Por que seu cabelo é preto e o do Pietro é loiro? –perguntei.

Ele parou de desenhar e mordeu o lápis.

–Eu tingi meu cabelo quando fiz dez anos. –ele respondeu olhando pra mim.

–Por quê? –perguntei.

–Porque eu queria ser diferente. –ele respondeu.

–Diferente de que? –eu franzi a testa. Ele me olhou e sorriu.

–Diferente do seu namoradinho. –ele deu os ombros. –E na verdade quero ser o mais diferente dele em tudo que eu puder.

–Mas por quê?

–Docinho... –ele suspirou hesitando em responder. –Deixe para lá.

Deixe para lá? Sério que ele vai me deixar curiosa?

–Humpf. –eu suspirei.

–Que foi?

–Odeio que me deixem curiosa. –eu respondi pintando uma célula feia.

–Eu não fiz por mal, eu juro.

–Tudo bem. –voltei a prestar atenção no desenho e terminei de pinta-lo. Depois de certo tempo terminamos o trabalho.

–Foi até bom fazer esse trabalho com você. –ele disse guardando as folhas e os lápis de cor na mochila.

–Você estava menos implicante hoje. –eu ri.

–E você menos grossa. –ele deu os ombros. –Até amanhã, Sofia.

–Tchau. –fechei a porta e subi pro meu quarto. Grampei todas as folhas do trabalho e as coloquei na minha pasta dentro da minha mochila. Liguei pra Jenni e ela disse que depois que saísse da aula que ela estava dando viria pra cá.

–Eu gosto do Arthur. –ela disse sentada na minha cama. –Sabia que ele também dá aulas de reforço pros alunos do fundamental? Ele é bem inteligente.

–E chato, idiota, babaca e mal educado também. –eu acrescentei.

–Bonito também. –ela riu.

–Não vejo beleza ali. –eu disse.

–Querida, ele é a cara do seu namorado. –ela me olhou. –Se você não o acha bonito, seu namorado também não é.

–O Pietro é lindo! –eu sorri.

–Arthur também! –ela gritou. –Eu o acho lindo com aqueles cabelos pretos.

–E o meu Pietro é lindo com os cabelos loiros. –eu ri.

Ouvi o barulho e vi que era o carro do Tadeu.

–Vem vamos descer. –puxei a Jenni. –Aja naturalmente. –sentamos no sofá. A porta se abriu e uma garota de cabelos cacheados entrou sorrindo.

–Quem é você? –eu perguntei.

–Meu nome é Lya. –ela sorriu. –Sou namorada do Tadeu.

–N-Namorada do Tadeu? –Jenni e eu perguntamos juntas.

–É. –ela sorriu. –Eu simplesmente amo seu irmão. –ela suspirou. –Você é a Sofia né? –ela apontou pra mim. –Seu irmão fala muito de você e da Isadora.

Olhei e vi que o lábio da Jenni estava tremendo.

–Lya? Por que não me esperou? –Tadeu abriu a porta. –O que está acontecendo aqui?

–T. eu estava me apresentando pra sua irmã. –ela grudou nele. –Ela é bem mais bonita pessoalmente do que em foto.

–Lya. –Tadeu a olhou.

–Amorzinho, cadê sua outra irmã?

–Eu vou embora, Sofi. –Jenni levantou e saiu correndo.

–Jenni espera. –eu gritei.

–O que houve? –Tadeu perguntou.

–Você é um babaca! –olhei feio pra ele e sai correndo atrás dela. –Jenni, por favor, espera. –eu gritei. Ela tinha as pernas mais longas que as minhas e corria muito rápido.

–Cansei. –ela gritou parando de correr. Suas bochechas estavam vermelhas e ela estava chorando. –Cansei de esperar por ele!

–Jenni...

–Vou viver minha vida. –ela chorou mais ainda e eu a abracei. –Com ou sem Tadeu.

Levei ela pra casa dela e fiquei com ela até que ela parasse de chorar e xingar o Tadeu, ela dormiu e eu voltei pra casa.

–Sofia pode me explicar o que aconteceu? –Tadeu perguntou.

–Você é um idiota! –ralhei.

–E por quê? –ele me olhou sem entender.

–Por que trouxe aquela menina pra cá? –eu perguntei.

–A Lya? Ela é a minha dupla de um trabalho. –ele disse.

–E sua namorada?

–Não. –ele praticamente gritou. –Ela que é apaixonada por mim!

–Ela disse que era sua namorada. –eu disse.

–Ela diz isso pra todos. –ele suspirou. –Mas não tenho nada com ela.

–Jura? –eu o olhei.

–Juro de mindinho. –ele levantou o mindinho.

–Jenni pensa que vocês namoram. –eu disse.

–Não acredito. –ele sentou na minha cama. –Foi por isso que ela saiu correndo?

–Aham. –balancei a cabeça.

–Mas por que ela ficou tão mexida com isso? –ele perguntou.

–Você é moco ou o que? –bati na testa dele. –Ela gosta de você seu imbecil.

–Jenni gosta de mim?

–Gosta e muito.

–Merda! –ele levantou. –E agora ela pensa que a Lya e eu namoramos.

–E você se importa?

–Claro. –ele me olhou. –Sou completamente apaixonado por ela.

–Ahá! Eu sabia. –eu sorri.

–O que vou fazer agora, Sofi? –ele perguntou.

–Pode deixar que vou te ajudar maninho. –sorri e o abracei. Eu iria juntar aqueles dois, nem que fosse a última coisa que eu fizesse.


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