07 de Novembro de 1997, 13h20min.

POV. Júlia Smith

Lara estava deitada no sofá assistindo a TV, enquanto lia o jornal que Dark Sky agora distribuída, não se lembrava de tal ação da cidade, talvez para tenta fazer algum acordo para que não ficasse com má fama, voltando para realidade e deixando esse tipo de coisa de lado, minha salada de outono estava quase pronta, e sabia muito bem que Lara iria fazer a pergunta de como eu sobrevivi, estava pronta para contar uma parte da minha historia, afinal ela é mais uma jornada.

— Lara está pronto — coloquei o prato de salada na mesa para nós servimos, sentei e me servir, notei que estava meio baleada com o caso do sobrinho de Abigail, engraçado e que nem perguntei como chegou até aqui, eu que devia perguntar primeiro não acha?

— Bem… qual seu objetivo aqui em Dark Sky, resolver os mistérios? — perguntei sorrindo e já traçando a minha salada, ela colocou seu óculo vermelho na mesa e falou.

— Sim, mas para isso você deve me contar tudo que você sabe sobre Dark Sky, inclusive as cavernas místicas, os mistérios atrás de tudo que há aqui. — falou com um olhar bem serio, e com um tom de preocupada, a chuva lá fora não parava, molhava a janela que iluminava meu apartamento sem parar.

— Opa, tenha cuidado não se preocupe vou lhe conta tudo que sei, mas em partes.

— Pode começar com o inicio, irei adora saber como você morreu — saiu um sorriso forçado no rosto, realmente estava meio caída.

— Então vamos lá.

Era uma noite chuvosa; 31 de Julho de 1996 mais ou menos seis e meia. Estávamos no mesmo local onde o ônibus virou só que um pouco mais perto do rio, se não notou naquela beirada havia algumas árvores e arbustos, e dava para se proteger um pouco da chuva, o carro do Will Scarlet estava parado na estrada.

— Will, escute isso, se continuar drogando o meu irmão você vai ver! — apontei o dedo na cara dele, Will parecia meio estranho sua cara estava meio feia, não que fosse bonito, mas aquilo era para você sair correndo e chama um doutor para ajeita aquela cara horrível.

— Não aponte o dedo para min, seu verme, sabe muito bem que eu não quero isso, ele está me mandando fazer isso, o cara aqui mesmo de Dark Sky.

— Por que não me diz o nome dele? Talvez eu possa ter uma palavrinha com ele, de preferência a sós.

— Assinei a merda de um contrato onde seu nome e o da empresa não podiam ser revelados, se eu disser um pio haveria mais de um ponto vermelho mirando na minha cabeça.

— Será ótimo dizer isso para as pessoas de Roseward, a partir dai você terá de dizer isso para se defender— sair de lá andando nas presas, mas ele me puxou e fiquei perto da ladeira. — Solte-me!

— Júlia escute aqui… — ele ia aponta o dedo para min quando escorreguei ladeira abaixo cai rolando até o rio, a queda foi bem dolorida, quando cheguei ao rio bati minha cabeça em um troco e acabei ficando desacordada, talvez, ele não tenha ido atrás de min por conta de eu ter boiando um bom tempo.

A correnteza em vez de me levar direto para Roseward, meu corpo acabou virando para a outra correnteza a do lago da névoa, acordei na beirada do rio, ou se preferir da extensão, acordei e minha cabeça estava doendo muito ao tentar me alevantar notei que minha perna estava doendo, não era novidade, pois havia um corte meio extenso mais não profundo, não era só esse corte havia outros por todo corpo, minhas roupas estavam meio rasgadas, além de suja e molhadas tinha que fazer alguma coisa antes que pegasse uma hipotermia.

— Droga, tenho que chegar logo a cidade de Dark Sky, tenho que me lembrar da expedição que meu pai me guiou nessa floresta… espere um pouco — parei perto de uma Árvore e me segurei por lá, de longe notei, duas extensões do rio uma ao meu oeste e outra ao sul, se eu me lembro do mapa existe uma estrada para a cidade nesse rio — se eu seguir esse rio eu posso chegar até lá — quando acabei escorregando e caindo no rio, a correnteza forte me levou onde eu queria, eu comecei a gritar, não sabia se era sorte ou azar, pois estava indo mais rápido, essa parte do rio era uma decida por conta das elevações locais, e a parte negativa era os galhos e pedras que eu tive que esquivar, depois de alguns minutos ‘surfando’ no rio havia o local onde eu precisava parar me segurei no troco que veio para cima de min e tentei ir até a beirada.

Sem folego tentei ficar em pé, só precisava ir ao meu norte até encontra a outra parte do rio, estava completamente exausta, com fome, sede, frio, mas precisava chegar ao local, seguir pelas beiradas do rio até encontra a outra parte, sem muitos problemas consegui atravessa-lo, pois havia algumas pedras facilitando, quando olhei para cima e vi o tamanho das árvores que tinha que passar.

Estava tudo muito escuro, estava preocupada não só comigo, mas o som daquela floresta me fazia ficar arrepiada, mas não parei, no entanto não estava mais aguentando a dor, acabei tropeçando em algumas pedras e cai, fiquei parada ali esperando a morte quando uivo de lobo foi escutando.

— Não posso morrer assim. — me levantei e comecei a correr, quando pela minha surpresa um lobo veio para cima de min, tentei segura-lo para que eu não virasse janta, mas ele estava muito forte, não sei o que aconteceu àquela hora, simplesmente as coisas ficaram meio embaçadas e vi o lobo sendo jogado de longe, me levantei e peguei um tronco que havia ali perto, e comecei a estraçalhar o lobo, eu não tinha vontade própria e como se fosse uma defesa própria, quando parei para ver o que eu tinha feito, vi apenas um relâmpago iluminando a floresta fria e sombria e a poça de sangue ao meu redor, em um relance notei diversos olhos me observando, só podia ser algum tipo de ilusão, havia névoa no local, as minhas mãos estava completamente melada de sangue e comecei a correr quando dei de cara com uma cabana abandonada, entrei e fechei a porta para que nenhum lobo quisesse fazer uma parada ali pra um jantar, sentei no chão e fiquei desacordada.

Voltei para realidade com um relâmpago para tempestade, era como se eu entrasse na historia novamente.

— Que historia hein? — Falou Lara eu tinha entrado completamente nela, como se estivesse vendo ainda, notei que já era umas três e meia por aqui, e a chuva tinha parado me joguei no sofá — você pode me contar o resto depois, mas agora é minha vez.

Ela puxou a cadeira e se sentou.

— Eu sou britânica, acho que deu para perceber, moro na Inglaterra, estava em meu apartamento quando a Lady Abigail me contratou, na realidade eu não sabia quem era ela, aquele número do telefone é para entrar em contato comigo, nos arquivos dela havia que é uma mulher de alta classe e não prefeita de Dark Sky.

— É não é na realidade era a primeira dama, seu marido faleceu e em seu testamento havia que ela vai ser a nova prefeita da cidade, além de deixar a mansão e outras coisas para seu neto.

— Quem é o neto? Onde estão os pais dele?

— Nicolas Abigail, os pais deles morreram em um acidente de carro, desde então mora com a avó, mas ele somente veio para ficar na cidade em 1996, quando veio se candidatar para se policial, mas não passou depois disso ficou estudando com seu avô e agora desapareceu. — falei meio desabafando, ela deve ter desconfiado de alguma coisa.

— Sabe mais alguma coisa dele?

— Não, mas acho que essa carta sabe. — menti, na verdade eu sabia muito bem quem ele era… longa historia… espero que ela possa esperar até eu contar essa parte.

— Não pretendo abrir agora, quero descansar, amanhã estou de volta nesse trabalho.

— Ok… enfim quer algum livro? — apontei para a banca.

— Não obrigada, vamos assistir a BBC, ouvi dizer que tem uma serie legal passando às quatro horas.

— Farei pipoca, qual nome da serie?

— Tal de Doctor Who.

— Então tá.

Ela não podia sobre essa parte do meu passado, está muito cedo, eu preciso saber que ela é de confiança, eu sinto isso, mas da ultima vez meus instintos estavam errados.