Problemas no paraíso. escrita por GioGouvea


Capítulo 8
Capítulo 08.


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde leitores! Bom, demorei um pouco mais pra postar esse novo capítulo porque não venho produzindo muito, e então optei por não esgotar os capítulos que tenho feitos já antes de fazer novos. Voltarei a postar com certa frequência, juro! Espero que gostem! Beijos, gi.



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Meu pai não era muito fã de ir à casa dos meus avós, em parte porque meu avô e ele se provocavam o dia todo. Minha avó ao contrário, sempre fora como uma segunda mãe pra ele, e então ele sempre dizia que fazia esse esforço apenas pela Sra. Rosalinda.
– Ora vamos Edward, meu pai não é tão mau assim, ele só nunca aceitou que as filhinhas cresceram - minha mãe disse enquanto descíamos.
– E Susan? continua com aquele babaca do Paul? - papai perguntou e segurei um riso.
– Edward! - minha mãe o repreendeu - já terminou sua seção de falar mau da minha família?- ela perguntou brava.
– Desculpe Lucy - papai disse a abraçando - prometo que vou tentar ser sociável - ele disse e piscou pra mim.
Meus pais eram o casal mais feliz que eu conhecia, e embora isso fosse enjoativo, na maior parte do tempo era reconfortante. Eu queria construir uma relação como a deles algum dia.
O churrasco de aniversário correu particularmente bem, embora ali pra mim fosse um tédio. Eu adorava meus avós, é claro, mas preferia estar bebendo algo melhor do que refrigerante e suco de laranja.
– Barbie, chega aqui - meu primo Matt falou acenando com a mão em um canto perto da garagem, e eu fui ver o que ele queria.
– Fala - disse sem muita paciência. Ele e o irmão sempre nos colocavam em roubadas, mas sabe como é família - mesmo sabendo que não vai dar certo você acompanha porque o sangue é mais forte.
– Eu e o Nathan estávamos pensando em ir até o centro comprar alguma coisa boa pra beber - ele disse e Nathan concordou com a cabeça, ambos olhando com certa apreensão.
– Sinto que vocês não estão apenas me chamando, qual é o plano? - perguntei revirando os olhos e me recostando na parede.
– Barbie, você é a mais velha e seus pais dão a chave do carro se você pedir - Matt disse.
– E também, é a mais queridinha de todos eles, ninguém vai desconfiar se você disser que quer dar uma volta - Nathan completou.
– Vocês basicamente estão me utilizando de chofer? - perguntei rindo - o que eu ganho com isso?
– Fica devendo um favor pra gente - Nathan disse e estendeu a mão - temos um acordo?
– Temos - disse apertando a mão dele - só que eu vou cobrar. Não se esqueçam, senão eu abro a boca e conto tudo que eu já acobertei de vocês - disse e os dois estremeceram.
– Calma Barbie, o que você tem? é problema com macho? - Matt tirou sarro da minha cara.
– Vai se foder Matt - ri - desde quando eu tenho problemas com garotos? por favor né.
– Ui desculpa senhorita gostosona - Nathan disse e também riu da minha cara.
Ótimo, eu tinha os primos mais idiotas que era possível se ter.
Caminhamos até a área da churrasqueira, e todos estavam sentados comendo alguma coisa que não era churrasco. Quando meu pai está na churrasqueira, é bom já ir pegando o número do disk pizza mais próximo.
– Mamãe, me empresta o carro? - perguntei a abraçando pelos ombros, enquanto ela conversava com a minha tia Susan - mãe dos meninos.
– Pra que você quer o carro? - ela perguntou se virando pra mim.
– Quero dar uma voltinha por aqui, faz tanto tempo que não vejo nenhuma das meninas - disse
– Tá bom, mas não demora muito que daqui a pouco vamos embora - ela disse e me mandou pegar a chave com meu pai.
Sempre foi assim, eu era a queridinha da família - não que eu não aprontasse, é que eu fazia as coisas e sabia como me dar bem. Meus primos eram muito atrapalhados, então sempre que tentavam aprontar algo acabavam pegos e de castigo - e agora que seus pais tinham se separado, a marcação era cerrada em cima deles.
Peguei o carro, Matt sentou no banco do carona e Nathan atrás, enchendo o saco.
Como aquele vilarejo era uma miniatura de cidade litorânea, tivemos que ir à cidade vizinha, que era bem mais movimentada, ver se encontrávamos um barzinho aberto. Como era sábado à tarde, provavelmente todos estariam lotados. Dirigi por toda a avenida que era paralela à orla, e então vimos um boteco boêmio e resolvemos parar por ali. Para minha surpresa, quem eu encontro ali? É. Sebastian acompanhado dos pais e da irmã.
Logo que Steh me viu, veio correndo me cumprimentar e acenou para Sebastian, que veio logo em seguida.
– Que coincidência! - ela disse e eu concordei com a cabeça.
– Eu juro que achei que a minha família era a única que vinha para a orla no inverno - Sebastian disse enquanto me abraçava e eu ri.
– Estamos na casa da minha avó - disse e então Nathan tossiu - esses são meus primos, Nathanael e Matt.
– Prazer - Sebastian disse apertando a mão de ambos, e Steh os cumprimentou com beijos no rosto.
– Onde sua avó mora? - Sebastian perguntou se sentando conosco, e Steh foi avisar os pais que eles ficariam conosco para o "lanche".
– No vilarejo aqui do lado - disse - vocês tem casa aqui?
– Temos sim, embora só meu pai goste daqui - ele disse rindo - sério, qual é a de vir pra praia no inverno? Não dá nem pra chegar perto do mar - Steh respondeu se sentando ao meu lado.
– Não é verdade Steh - Sebastian disse - eu também gosto muito daqui, mas também não sei porque vir no inverno - ele disse sorrindo e eu senti um arrepio involuntário. Devia ser o frio, tinha que ser. Não tinha nada a ver com o sorriso dele ou como seus olhos ficavam pequenininhos quando ele sorria.
– Eu também gosto daqui - disse - quando era menor passava as férias todas correndo pela praia - disse rindo envergonhada - pena que a infância passa tão depressa.
– Que isso Barbie, eu ein - Steh disse rindo chamando o garçon - tá com a sessão nostalgia atacada?
– Ela tá estranha assim desde que chegou - Matt disse - parece que resolveu ficar certinha do nada.
– como se eu não fosse - disse
– Você não é - Nathan disse e todos rimos.
– É por causa da festa de ontem ? - Sebastian perguntou me olhando e eu desviei o olhar.
– Que festa?- Nathan perguntou e então todos começamos a falar sobre a festa, sobre como Mason deu trabalho e como foi um sucesso. Graças a Deus eu tinha deixado de ser o foco da conversa, e meus primos pareciam estar se dando muito bem com os Hamptons.
– Pena que nós não moramos na mesma cidade - Nathan disse e eu ri.
– Nathan, você tá mesmo dando em cima da Steh com o irmão dela bem aqui na sua frente?- gargalhei.
– Olha lá ein, eu costumo colocar os namoradinhos da Steh pra correr - Sebastian disse fazendo cara de mau e eu chorei de rir.
– Se fodeu ein irmão - Matt disse dando tapinhas nas costas dele e Nathan estava mais do que vermelho, ele estava quase roxo.
– A gente não pode mais nem ser simpático com uma pessoa que já acham que estamos dando em cima dela - ele disse revirando os olhos - e as cervejas vão chegar ou não? - disse mudando de assunto subitamente.
– Não acharia ruim se ele estivesse dando em cima de mim - Steh disse no meu ouvido e eu ri baixinho.
Após alguns copos de cerveja tomados e muita conversa jogada fora, minha mãe ligou no meu celular e tivemos que ir embora.
– Mas já? - Sebastian perguntou enquanto nos acompanhava até onde tínhamos estacionado o carro.
– A gente se vê segunda feira na escola- disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
– Graças a Deus - ele respondeu e eu corei. Nos abraçamos, me despedi de Stephanie e então eu e meus primos voltamos para a casa da nossa avó.
– Vocês adolescentes não param mais em casa, nem quando vêm visitar os avós - minha tia Susan reclamava, e eu fingi que nem ouvi, já que meus primos já estavam falando muita coisa pra ela sem que eu precisasse abrir a boca. Nos despedimos de todos, e fomos embora, pro alívio do meu pai.
– Lucy, é sério, qualquer dia seu pai me mata ou eu mato ele - ele disse logo que estavamos na estrada.
– Para com isso Ed, é claro que isso é só implicância boba. Você sabe que meus pais adoram você - minha mãe dizia, e eu olhava pela janela pensando nesse encontro casual que tive com Sebastian. E pensando em como ele ia crescendo involuntariamente dentro do meu coração.
Chegamos perto do horário do jantar, e minha mãe foi pra cozinha contrariada. Ela odiava cozinhar, mas não tinha escolha já que eu e meu pai imploramos para que ela fizesse pizzza caseira, nosso prato favorito. Subi até meu quarto pra me trocar, e meu telefone tocou - Dylan.
– O que você quer? - perguntei logo que atendi a chamada. Não estava afim de ser legal com ele, não quando ele saia com aquela piranhazinha que se chamava Faith.
– Calma Barbie, não quero brigar - ele disse e revirei os olhos.
– Se você realmente não quisesse brigar comigo, não saia com a Faith - disse seca.
– É justamente por isso que eu to te ligando - ele disse.
– Não entendi - respondi me deitando na cama, e olhando pro teto.
– O que você quis dizer com o Mason ser o responsável de eu estar saindo com a Faith ? - perguntou.
Droga, quero ver como eu ia me sair nessa. Já que eu gostava de beber, tinha que pelo menos aprender a ficar de boca fechada.
– Como assim? Quando eu falei isso? - disse dando uma de desentendida.
– Barbie, facilita vai. Eu to indo praí - ele disse e desligou.
Merda, merda, merda.
Resolvi não me trocar, já que ele ia vir aqui em casa. Fiquei na mesma posição em que estava e tentei pensar em uma desculpa - até porque foi o Mason quem pagou a Faith, e não eu. Se eu contasse isso ao Dylan ele ia ficar puto comigo por eu não ter contado antes, e Mason ficaria puto comigo porque eu tinha contado - e eu perderia os dois em uma tacada só.
Ouvi duas pedrinhas batendo em minha janela e a abri, dando espaço para que ele entrasse.
– Oi - disse me sentando na cadeira da penteadeira.
– Oi - se sentou na beirada da cama, com as mãos nos bolsos do moletom - Pode falar.
– Dylan, não tenho o que falar, eu não sei do que você tá falando - disse na maior cara de pau. Torcia para que mentisse bem.
– É lógico que você sabe Bárbara - ele disse amargo - você me falou isso na festa pós jogo.
– Na casa do Sebastian? - perguntei tentando ganhar tempo.
– Não Barbie, em Hogwarts - ele disse irônico - além do mais eu sei quando você tá mentindo então fala logo - ele disse se jogando na cama e deitando na mesma posição que eu estava minutos atrás.
– Olha, não fica bravo comigo, foi tudo idéia do Mason, e eu até estou brigada com ele por conta disso - disse tentando preparar o terreno.
– Desembucha logo -
– Ele pagou a Faith pra sair com você, porque queria você fora do nosso relacionamento - disparei e instintivamente fechei os olhos. Pude somente ouvir o baque de alguma coisa contra a janela e vi que era o controle da minha tevê.
– Ótimo, agora perco o amigo e o controle da tevê - disse me levantando e indo pegar as pilhas que foram uma para cada canto do quarto.
– Para de ser idiota Bar, você nunca vai me perder - ele disse levantando - desculpa por ter sido tão insuportável com você - me olhou com aquela carinha de cachorrinho pidão.
– É, pelo menos agora parece que você recobrou o juízo - disse colocando as pilhas de volta no controle e tentando fazer com que ele pegasse.
– Mas isso não muda o que eu sinto pela Faith - ele disse e me virei lentamente pra ele.
– Tá de brincadeira né? - disse incrédula - você só pode estar brincando.
– Bárbie, ela me contou - ele disse - antes de você me contar na festa até. Ela me contou tudo porque disse que estava arrependida e que estava gostando de mim de verdade. Ela pode ser uma vaca com você, mas comigo é completamente diferente.
– Ela não te contou porque gosta de você - disse irônica - ela te contou porque sabia que mais cedo ou mais tarde EU ia contar, e aí a casa dela ia cair.
– Porque você sempre pensa o pior das pessoas? - ele perguntou batendo para que eu sentasse ao lado dele na cama.
– Porque eu aprendi a não esperar nada de ninguém à não ser o pior Dyl - respondi triste - Não quero que você se machuque por causa dessa vadia.
– Você fala como se eu fosse uma criança - ele disse sorrindo tímido.
– Pra mim é. Pra mim você vai ser sempre aquele menininho gorduxinho que eu conheci no jardim de infância - respondi olhando nos olhos dele - e eu amo esse gorduxinho, e não quero que nenhuma garota estrague o que eu e ele temos - baixei o olhar, envergonhada.
– Quanto à isso não se preocupe Bar - ele disse me abraçando - ninguém no mundo é capaz de mudar isso aqui, nem mesmo a Faith - e então deu um beijo na minha testa.
– Mas você acabou de me dizer que sente algo por ela, e pelo visto é forte - murmurei contra seu peito.
– É forte mas nem se compara com o que eu sinto por você, minha mimada - ele disse rouco e senti todo o calor do meu corpo voltar, e o sangue pulsar nas veias.
– Você vem segunda pra irmos com meu carro novo pra escola?- perguntei, me sentindo tão leve! Era incrível como fazer as pazes com seu melhor amigo/ex ponta de triângulo, faz seu humor ir até lá em cima.
– Não vai dar, combinei de levar a Faith pra comer Tacos depois da escola - ele disse dando de ombros.
– Começou - disse emburrada.
– Bar, por favor. Eu tô com ela agora, tenta pelo menos ser gentil ok? - ele disse.
– Preferia quando você estava comigo - disse e ele me olhou sério.
– E com o Mason também, estou certo? - ele perguntou segurando firme minha mão e acenti timidamente com a cabeça.
– Tudo bem, mas já é um avanço - ele disse sorrindo - agora tenho que ir. Te vejo na escola - disse enquanto descia pela janela.


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Notas finais do capítulo

E aí? o que acharam? lembrando que adoro comentários críticos e espero eles! Esse capítulo foi feito com muito carinho e espero que vocês gostem! Beijos e até o próximo



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