Devil Inside escrita por Darcy, ofWrittings


Capítulo 9
Within You


Notas iniciais do capítulo

[Albatraoz]
Primeiramente, gostaria de me desculpar, tanto por mim quando por Violet, pela demora. A vida esta cheia de imprevistos esse ano e alguns deles nos atrasaram com esse capitulo por mais meses do que a gente gostaria.
Porem, nesse ano de separações e loucuras e dor e tristeza em que o Milkshake de Ovomaltine pertence ao McDonalds, Fatima Bernades e Willaim Bonner estão divorciados e Brangelina acabou... Pelo menos, vocês podem ter essa calma de que Devil Inside, não!
Então vamos com esse capitulo, gente amada!
Valar Morgulhis!



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"Como você mudou meu mundo, coisa preciosa.

Você me deixa morrendo de fome e quase exausto.  

Tudo o que tenho feito,

Eu fiz por você.

Eu não movo estrelas por ninguém.

 

Você correu por tanto tempo.

Você correu para tão longe.

Seus olhos podem ser cruéis.

Tanto quanto eu posso ser cruel.

Oh, eu acredito em você.

Sim, acredito.

 

Viva sem a luz do sol.

Ame sem a sua pulsação.

Eu... Eu não posso viver dentro de você."

 

***

Catelyn não conseguia aceitar que aquilo era real. Preferia pensar que era um sonho.

Bran se encontrava deitado na cama, inconsciente, de olhos fechados como os de um cadáver, sua boca rachada, desprovida de um mínimo movimento se quer, com apenas sua respiração constante era o único som cortando o silêncio moribundo. Seus olhos chorosos faziam com que sua visão ficasse turva, memorias passavam por sua cabeça de quando Bran era saudável, quando era presente.  Suas mãos tremiam nervosas, enquanto fazia o arranjo em pedido aos Deuses.

Naquele momento não sabia ao certo a quem estava pedindo. Não havia religião naquela hora, somente a aflição e o desejo para que seu filho acordasse. Os uivos dos lobos no canil a irritavam, não aguentava mais ouvi-los uivar daquele jeito, mas sabia que sentiam que algo estava errado. Se recusava profundamente e veemente a permitir que o lobo de seu filho (ainda sem nome) entrasse, o lobo se encontrava deitado à porta do quarto resignado após desistir de tentar entrar.

— Mãe. - A voz de Robb soou suave e cautelosa, abrindo a porta e entrando no quarto com olhos tristes. Tristeza sobre o que, ela não estava certa. Talvez pelo seu irmão, ou talvez por outra razão que ela estava amarga demais para se incomodar em pensar. - O Meistre logo estará aqui. - Ele falou, colocando a mão no ombro de sua mãe na tentativa de consolá-la enquanto olhava seu irmão.

— Um Meistre não irá curá-lo agora. Nada poderá fazer. – Seus olhos estavam concentrados no arranjo que fazia com galhos e linha, o mesmo tinha imagem semelhante a cada um dos Sete.  - Isso é trabalho dos Deuses.

— Mesmo assim, ele logo estará aqui. – Ele se sentou no banco ao lado de sua mãe. - Isso está me deixando confuso, Mãe. Bran nunca caiu de uma escalada, não seria agora que ele cairia.

— É claro que não, seu irmão não caiu Robb, algo o fez cair. – Ela desviou o olhar do arranjo que fazia para olhar seu filho deitado.  - Provável que alguém o tenha feito.

— Alguém? - ele perguntou, seu olhar se agravando quando percebeu o significado de suas palavras - A senhora acha que alguém o derrubou? Mas quem faria isso?

— Os Lannisters eram nossos convidados de honra. Tudo estava bem antes da chegada deles e só precisou disso para que seu pai fosse para Porto Real  e Bran acidentalmente cai de uma torre. E a carta de Lysa… - Ela olhou seu filho sentado fitando-a, decidindo guardar a informação da carta de sua irmã para si e Ned apenas. –  Isso não são coincidências Robb, eu sinto em meu coração. E nós conhecemos muito bem os Lannisters e suas artimanhas.

— Mãe, entendo que a senhora está inconformada com o que aconteceu, e que procura respostas... Todos nós procuramos. - Ele suspirou, erguendo suas mãos de forma derrotada, olhando o chão tristemente. - Mas não se pode acusá-los pelo que houve com Bran sem provas, mãe. Eles são a família da Rainha, ofendê-los poderia causar problemas ao meu pai, que está indo para lá ser a Mão do Rei. – Falou se levantando solenemente, passando uma mão entre seus cabelos cacheados pensativamente antes de suspirar. – Preciso me ausentar. Irei procurar Noryne, mas terei suas palavras em mente. Iremos encontrar uma solução e o culpado.

— Noryne, Robb? Seu irmão está inconsciente, e você irá procurar por aquela selvagem? – Ela se levantou irada, suas palavras severas e rudes, ficando frente a frente com o filho que a encarava desapontado. – Ela foi embora, foi decisão dela!

— Ela foi embora pois se sentia deslocada, com você e meu pai a rejeitando e a impedindo de fazer o que ama. E de ficar com quem ama. - Ele respondeu num tom quase tão severo e três vezes mais acusador - Já me certifiquei que todos os corredores tenham guardas e que nosso Meistre tenha tudo que precisa para tratar Bran. Me preocupo com ele, mas me preocupo com ela também!

— Ora Robb, ela não te ama! - Ela gritou, exasperada na face de seu primeiro filho, ignorando a culpa em seu estômago e a dor nos olhos castanhos de Robb. - E você também não a ama! Está proibido de amá-la!

— Desculpe, mãe, mas a senhora não pode me proibir de amar Noryne muito menos impedi-la de sentir o mesmo, eu irei procurá-la. Ela não deve ter se afastado tanto quanto pensamos. - Ele respondeu gravemente, seus olhos magoados e determinados ao mesmo tempo. - Além disso, eu sou o Lorde de Winterfell na ausência de meu pai. E Noryne é uma dos dois reféns Greyjoy que meu pai tirou de suas casas para impedir uma nova revolução. Como você acha que eles vão reagir a informação de que a perdemos? Eu vou procurar Noryne. – Ele se virou e saiu, deixando a mãe em pé no meio do quarto, com Bran deitado na cama sem movimentos, e com seus pensamentos.

— Era o que me faltava, meu filho inconsciente, quase morto, pelos Lannisters, e o outro apaixonado por uma Greyjoy selvagem. - Murmurou amargamente, raiva e pesar se misturamdo em seu peitado.

Ela sentara na beira da cama, aos pés de seu filho. Beijou a testa do mesmo e cochichou em seu ouvido que tudo ficaria bem, tentava convencer a si mesma daquilo, que ela estava ali por ele, que ele deveria seguir a voz dela, até a luz. Voltou sua atenção para o arranjo, finalizando o mesmo, e colocando-o na cabeceira da cama de madeira de seu filho junto aos outros que já havia feito.

***

Alysson ergueu as sobrancelhas ligeiramente em uma curiosidade velada ao encarar a face pálida e, aparentemente, perpetuamente melancólica de quem era descobrira ser Jon Snow, bastardo de Eddard Stark, enquanto este galopava sobre o lombo de seu cavalo ao lado de seu tio patrulheiro.

Ele não falava nada há três horas.

Suspirou, olhando para os muitos outros ao seu redor com vago interesse. Já conversara com dois deles, e desencorajara a paixão de outros três com um olhar afiado. Ela era uma mulher indo para a muralha, mas, acima de tudo, era uma Lannister indo para a muralha. E não era a única.

— Minha querida sobrinha, se você deseja tanto assim que o bastardo de Ned Stark vire um de seus novos quebra-cabeças, para você montar, descobrir os segredos e deixar de lado logo depois, sugiro que tente um método mais… Direto. - a voz de seu tio soava divertida frente a sua frustração, o que a fez lançar-lhe um olhar irritado para a esquerda, onde tal se encontrava, sorrindo descaradamente enquanto olhava o caminho à sua frente - O garoto não me parece muito perceptivo.

Uma risada levemente sarcástica deixou seus lábios rosados, mirando seus olhos felinamente verdes e banhados com.um.brilho sarcástico, pendendo sua cabeça para um lado.

— Não se preocupe, meu tio. - ela falou docemente em ironia, piscando um orbe esmeralda - Assim que você conseguir uma prostituta para enfiar o seu pau na cidade perto da muralha e congelar seu palitinho no ar gelado nortenho… - Alysson teve que controlar seu riso com a cara que os homens que cercavam seu tio e seu próprio tio esboçaram frente às suas palavras. - Eu irei sair do seu campo de vista discretamente e ser tão direta e eloquente como tia Cersei.

Com isso, ela gargalhou e acelerou o galope de sua égua dourada e deixando a companhia para trás apenas para sentir a adrenalina do ar frio contra seu rosto, fazendo com que o bastardo Snow erguesse seus olhos na direção da leoa, tão selvagem quanto outras duas garotas que conhecia e deixara para trás. Recordava do uivos que ouviram na Mata dos Lobos em sua partida, depois da fuga de Noryne e a fúria de seu pai. Um era claramente o de um lobo como Fantasma e o outro, um humano tentando imitar um lobo. Teria achado que era Arya se não houvesse visto um lobo cinzento no limiar da floresta.

A despedida de Ivory havia sido mais… Fria. Um breve troca de olhares onde ele falara “Adeus, Lady Ivory.” e ela houvera lhe respondida com certa tristeza disfarçada “Adeus, Jon Snow.”, antes de virar seu cavalo negro e seguir com Eddard e suas filhas.

— Maldição. - ouviu o anão reclamar atrás de si e olhou-o por sobre seu ombro, só para ver que este na verdade ria. - Meu cérebro, a beleza de meu irmão e a língua da minha irma. Jaime faz alguma ideia de como nos condenou com essa garota?

***

Robb odiava profundamente como toda lembrança que tinha de seus sonhos como lobo parecia envolvida numa neblina sonolenta, com pouca distinção de cores.

Com os olhos de Vento Cinzento podia ver inúmeros tons pastéis de amarelo, branco, lilás, azul, cinza e um verde azulado que, vez out outra, acabava por confundir com o vermelho que não conseguia ver. Todas inúteis para o propósito para qual necessitava delas.

“Estou com frio…”

Seus olhos fecharam e ele suspirou quando sua mente ressoou com a voz familiar e amada, seu peito reverberando com um calor bem vindo, deixando que as lembranças do lobo tomassem sua mente.

Uma vez mais, lamentou a falta de cores quando a figura feminina a sua frente foi pintada com tons de cinza, azul, branco e amarelo. Sua pele não brilhava em resposta ao fogo com a cor caramelada e bronzeada que ele se lembrava. Seus lábios não estavam vermelhos com o frio como sabia que estariam. Seus olhos negros não diferenciavam-se da cor de seus cabelos como ele sabia que eles deviam. Os olhos de Noryne eram negros como o fundo do oceano. Misteriosos, tempestuosos, frios e calculistas. Caso alguém aproxima-se demais para observar, corria o risco de nunca mais voltar a superfície. Os cabelos, no entanto, eram uma mistura estranha do negro do céu noturno e do carvão, mudando entre refletir um negro absoluto ou leves fios quase azulados.

Estava do outro lado da clareira. Por segurança ela não fizera uma fogueira grande o suficiente para ser vista de longe, mas que também não fazia muito em aquecê-los. Estavam muito perto de Winterfell para arriscar dar um sinal para que… Bem, para que ele mesmo a achasse. E isso resultara na garota encolhida em meio ao tecido quente de sua capa, enterrando seu queixo no pelo macio de seu capuz, encostada contra um árvore.

Com um grunhido estranho, que não substituia bem o que devia der sido uma risada nasalada, levantou de onde estava, cabeça enterrada sobre as patas cinzentas, sacudindo a neve de seu pelo e recebendo um olhar inquisidor de Noryne. A ignorou, andando na direção da morena com calma antes de sentar ao seu lado e encostando-se a ela, enrolando seu corpo de forma a usar seu calor corporal para esquentá-la. O suspiro agradecido escapou seus lábios antes que ela pudesse pensar em impedi-lo, e isso o alegrou.

A audição compensava pela falta de cores em momentos como aqueles, com quase nenhuma luz, dependendo da visão noturna para destingir a maior parte das formas nas sombras, suas orelhas permitiam-no reparar pequenos detalhes e padrões que seus olhos não o fariam. O coração dela batia descompassado e acelerado, como o de um animal selvagem, sempre atento, sempre pronto para fugir, determinado a sobreviver. Sua respiração era profunda e silenciosa, quase imperceptível, inflando seus pulmões, erguendo e descendo seu peito com um ritmo reconfortante. Seus passos sobre a neve eram leves, mas, o que como homem ele teria descrito como “imperceptíveis”, o lobo processava como o som único de parte de sua matilha, que não se assemelhava em nada com o de qualquer outro animal ou humano.

“Que cavalheiro” Ela ironizara, movendo-se até estar deitada, enrolada em sua capa negra, sua cabeça e mãos apoiadas sobre o lado de seu corpo peludo, entrelaçando os dedos finos e delicados pelo emaranhado cinzento e macio. Se lobos podiam ter arrepios, Deuses, ele acabara de ter um.

“Você também sente falta dele?”

Também? Uma silenciosa satisfação tomou conta de seu peito, apoiando sua cabeça sobre as patas felpudas novamente. Uma pessoa só sente falta do que ama, certo? Ela não sentiria sua falta se lhe fosse indiferente.

“Se eu voltar, vou condená-lo” Ela havia sussurrado, sua voz embargada com as lágrimas que lutava para não derramar. Um soluço sufocou-lhe as palavras. “Não posso voltar.”

‘Não. Não você não é um fantasma, Noryne. Por favor, por favor, volte para mim.’

Seus olhos se abriram, o branco que havia ameaçado a nublar seus orbes e tomar todo o globo ocular sendo dissipada quando assim o fez. Arfando por ar, Robb forçou sua consciência e a de Vento Cinzento a se separarem novamente, a memória dos soluços quietos da garota Greyjoy e o cheiro salgado de suas lágrimas se esvaindo enquanto seu corpo se reanimava sob seu controle. Fechou e abriu os dedos das mãos em um punho inconscientemente, só para ter certeza.

Por favor, volte para mim.

Com esse pensamento, finalmente teve coragem de se desencostar da parede do quarto que ela estaria ocupando se não houvesse fugido, uma mão se fechando como um punho sobre o cabo da espada quando ele andou até perto de uma mesa de madeira castanho escuro, puxando dois ramos de flores negras do meio do buquê belamente arrumado, lançando-os contra o fogo lareira que ele exigia que sempre fosse mantida acesa.

Se os Deuses Antigos pudessem ouvir sua oração, mesmo que há alguns metros da Floresta Sagrada, ele orava que pudessem olhar por ela como olhavam por qualquer filha ou filho do norte, e que a guiassem de volta.

***

O barulho dos cascos dos cavalos batendo contra a terra ressoava em seus ouvidos, e se tornava confortantes. Ostentava em seu rosto um sorriso incessante, que fazia seu pai palpitar a respeito de sua posição em relação à Wintefell, e ao futuro rei. É claro que traição nem se passava por sua cabeça, uma vez que na mesma prevalecia apenas o desejo de um futuro com Joffrey.

Cavalgava devagar com seu pai atrás da carruagem real, observando e admirando, todo tempo, a paisagem, que mudava à medida que se afastaram do Norte.

— Não é maravilhoso? - Perguntou sorrindo, enquanto olhava para seu pai.

— O que exatamente? - Ele olhou para sua filha, dedicando uma breve atenção para a mesma.

— Tudo! A paisagem, o céu, as árvores! – Ela tornou a olhar as árvores que a rodeavam. - O fato de estarmos indo para Porto Real já é em si, maravilhoso, agora eu não esperava tanta beleza natural assim.

— Beleza natural? Sério? – Pôde ouvir o comentário vindo mais de trás e olhou para o caminho de volta fitando Ivory. Arqueou uma sobrancelha e virou-se para frente novamente. – É melhor você parar de olhar para trás, ou vai acabar caindo do cavalo. – Pausou. – M’lady. – Permitiu-se ignorar os comentários de sua prima, que em sua opinião, possuía uma presença insignificante em toda a viagem, ou em qualquer outro lugar.

— Sim, beleza natural. Perdoe-me se em seu vocabulário tal termo não há. – Falou calmamente depois de respirar fundo.

Logo em seguida ouviu sua primar grunhir entediada antes de acelerar seu cavalo e ficar ao seu lado. 

— Esta perdoada, milady. – Olhou raivosa para sua prima com um olhar de advertência sobre seu comentário, deixando claro que era superior à mesma. Olhou em seguida para seu pai que fitava as duas com um sorriso divertido em seu rosto,esperando que ele dirigisse algum aviso ou palavra a Ivory.

— Certo, as duas parem imediatamente. – Falou olhando para frente novamente. – Essa discussão infantil para a partir de agora, e pelo resto do caminho até Porto Real.

— Falando em “caminho até Porto Real”. Estamos perto? – Perguntou Ivy olhando para frente.

— Sim. É possível notar pelas folhagens das árvores. Tirando que não são pinheiros, como de costume no Norte, a coloração é mais viva, típica do calor de Porto Real.

— Então estamos perto? – Perguntou Sansa curiosa e animada. Seu pai assentiu que sim com a cabeça e a mesma não conseguiu conter outro sorriso, embora estivesse pulando por dentro, se conteve.

Percebeu o movimento da carruagem, a mesma havia parado. Viu somente a mão de alguém sair da janela, provavelmente da rainha, e chamar um guarda. O mesmo foi de encontro à eles, assentiu fazendo uma reverência para algo que ela falou e caminhou até eles e seus cavalos.

— A rainha Cersei requisita a presença de Lady Ivory, na carruagem. – Falou com um semblante sério, sem qualquer outra expressão.

— Minha presença? – Perguntou incrédula. O que diabos a rainha poderia querer com ela? 


Desceu da carruagem fazendo um carinho em seu cavalo negro e segurando o mesmo. Amarrou-o na cela de Sansa e olhou para ela, que estava com seus cabelos longos e ruivos, presos numa trança, que pendia sobre seu ombro direito.

—  Você leva ele para mim? – Sansa queria dizer que não, queria descer de seu cavalo e bater em sua prima, por breves momentos ponderou sobre isto mas apenas sorriu e concordou como uma dama.– Obrigada, M’lady. – Fez uma reverência irônica antes de sair de perto de Ned e Sansa e ir em direção à carruagem.

Parou em frente da carruagem com um sinal do guarda para que o fizesse. Ele abriu a porta da mesma e ela teve uma ampla visão da rainha e sua filha.

—  Isso não é justo. – Falou olhando irada para Ivory, que fazia reverência perante a rainha. -Eu sou lady Stark, eu deveria estar naquela carruagem, não ela. Como irei assegurar meu futuro com Joffrey se ele insiste em entrar em meu caminho?

— A presença dela foi requisitada, não a sua minha filha. – Lorde Stark olhou para sua filha, jurando ver seu rosto da cor de seu cabelo. – Certeza você pode ter de uma coisa, não é como se ela quisesse estar naquela carruagem diante da rainha.

Ela olhou para o pai mais calma, e confusa com seu comentário.

— Como assim? - Perguntou franzindo o cenho.

— Esqueça. Concentre-se, e vá devagar com sua cavalgada, o cavalo de Ivory está preso ao seu.

Deu de ombros e seguiu viagem ao lado de seu pai.


***

— Minha rainha. - Falou em reverência. - Princesa Myrcella.

— Venha, criança, entre. - A rainha falou com um ar dócil, que enganaria a todos, mas não ela, Ivy sabia quem a rainha realmente era, do que era capaz. Esboçou um sorriso falso e entrou na carruagem, sentando-se ao lado de Myrcella

— Então, criança, está ansiosa? - Perguntou bebericando seu vinho.

— Com o  que exatamente, minha Rainha? - perguntou cordialmente, sua voz nunca traindo sua desconfiança ou confusão. Ivory era esperta o suficiente para saber que não se devia mostrar insegurança na frente de uma leoa, e Cersei era a mais perigosa das leoas.

— Ir para Porto Real, obviamente. - Se encostou mais no assento da carruagem o que fez Ivy se sentir incomodada. -  Acredito que esta é a sua primeira vez na Capital, não?

— Ah, sim, Minha rainha, essa é minha primeira vez em Porto Real, certamente estou animada. - Abriu um sorriso. Olhou pela janela para ver Sansa e Ned, porém só o que via eram as árvores.

Malditas árvores.

Aquela era a situação que estava tentando evitar desde a chegada da família real em Winterfell. Um encontro direto com a rainha. Ficar cara a cara com Cersei Lannister certamente era a última coisa que Ivory queria. Sabia do que ela era capaz, do que faria caso se sentisse ameaçada. Aprendera uma vez que não se deve mexer com um Lannister, muito menos deixá-los raivosos. Afinal, quem gostaria de enraivecer um leão? Certamente não ela.

— Lady Ivory, o que me diria a respeito de sua prima, Lady Sansa? – Ela deu outro gole em seu vinho.

— Sansa? - pigarreou levemente - Uma ótima menina minha Rainha, Sansa é o que podemos chamar de exemplo de Lady, uma dama perfeita.

Escolheu bem as palavras antes de pronunciá-las, sabia o que Sansa queria, queria uma boa imagem de si perante a rainha, e Ivy não estragaria tudo, por mais que sentisse que sua prima merecesse. A rainha arqueou uma sobrancelha, interessada no que Ivory dissera, antes de dar outro gole em seu vinho e cessar a conversa por todo o caminho.


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Notas finais do capítulo

[Albatraoz]
Como sempre, deixem sues comentários, se vocês amaram, se vocês odiaram, se estão felizes com a nossa volta... E ate mês que vem ou ate o meu próximo capitulo em WIC!
Valar Dohaeris.