Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 21
Capítulo 21: Ano Novo - parte I


Notas iniciais do capítulo

Boa noite amores.
Eu ia escrever o capítulo do ano novo inteiro de uma vez e postá-lo aqui, mas ia ficar muito grande. Então decidi postar em duas partes, pois muita coisa ainda vai acontecer.
Curiosas?
Capítulo dedicado à leitora Brenna Greenleaf que recomendou a história. Muito obrigada Flor ♥
Boa Leitura.



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As luzes que tomavam conta do meu quarto despertaram-me aos poucos. Senti meus olhos arderem por causa da claridade, e não pude focar nada durantes uns minutos. Meu corpo pesava, porém não doía mais nada, o que eu pude agradecer em silêncio. Tentei me virar um pouco, a dormência tomava conta de cada parte, e dificultou um pouco. Senti sede. Não sabia se havia alguém por perto, mas tentei abrir a boca e suplicar por um pouco de água.

– Que bom que acordou. – Ouvi a voz de Ang ao meu lado. – Já lhe trago água.

Meus olhos acostumaram-se às luzes do quarto. Pude ver que não era o meu, mas um lugar especial onde havia frascos contendo vários remédios, alguns leitos bem limpos ao lado e em meu braço uma faixa envolvendo-o.

Ang voltou com a água e depositou goles em minha boca aos poucos, matando minha sede e devolvendo parcialmente meus sentidos.

– Quanto tempo eu fiquei desmaiada? – perguntei lembrando-me de que o ano novo seria no dia seguinte à minha fuga.

– Só algumas horas. Estamos no meio da tarde ainda, a festa de ano novo está sendo preparada e seus pais já foram comunicados de sue acidente. Eles chegarão mais tarde. – Ang esclareceu, verificando a atadura em meu braço.

– Ótimo. Realmente achei que tivesse passado dias, parece que estou dormindo há muito mais tempo.

– Está mesmo preocupada com o tempo em que dormiu? Não acha que seu corpo é mais importante do que isso? – E elfa perguntou encarando-me de forma severa.

– Acho, mas prometi ao rei que cantaria na festa, então eu estou feliz por acordar a tempo. – respondi Ang. A elfa pareceu assustar-se e depois sorriu.

– Não creio que realmente prefira cantar a repousar. Mas se acha que é importante, vou providenciar mais remédios. Até a noite a senhorita estará, no mínimo, aceitável.

– Eu sei que os elfos fazer milagre quando querem. – sorri. Ang parecia muito satisfeita com meu ânimo.

– Vou preparar o seu vestido. E garanto que as marcas em seu rosto não aparecerão, mas precisa manter as ataduras do braço.

– Ótimo. Obrigada Ang. – Agradeci a elfa, que deu meia volta e se retirou do quarto, voltando depois com mais remédios para mim.

Eram ervas frescas que ela mesma moeu, acrescentou um pouco de água e me entregou para beber.

– Vai dormir por mais duas horas por causa de seu efeito, mas assim que acordar, a senhorita poderá aproveitar-se do ano novo com os outros e cantar para o rei. – A elfa fez questão de prolongar a palavra rei.

– Não tem graça. – Fitei minha criada tentando parecer séria.

– Eu sei que não. Mas Thranduil passou boa parte do tempo aqui enquanto cuidávamos de você. Ele e o príncipe pareciam bastante preocupados.

Suspirei. Até o momento não havia me recordado do porque eu ter fugido, mas as lembranças voltaram aos poucos. Légolas era o culpado, mas como diria isso ao rei sem parecer completamente estúpida? Precisava pensar em algo, mas sentia meus olhos pesarem outra vez. Deixei meu corpo relaxar por completo, e caí num sono profundo em tão pouco tempo que nem percebi se Ang ainda permanecia ao meu lado.

Acho que se passaram pouco mais de duas horas. Quando acordei pude perceber pela janela que o sol lá fora escureceu parcialmente e as luzes douradas eram acesas aos poucos, tomando conta de todo o castelo.

Não percebi que havia alguém do meu lado, mas a figura do rei não passava despercebida por muito tempo.

Ele não tinha expressão em sua face, e me olhava enquanto permanecia de pé ao lado esquerdo da cama, onde meu braço ainda repousava enfaixado.

– A criada me disse que pretende cantar ainda. – O rei disse dando a volta em meu leito e procurando um local para acomodar-se. – Não acho prudente. A vida humana é muito frágil.

– Já me sinto melhor. – respondi, observando o traje espetacular que o rei estava vestido. Sua coroa de folhas foi retirada, e em seu lugar uma de prata que dava voltas como ramos foi posta. Suas vestes tinham detalhes levemente dourados, contrastando um pouco com o branco que predominava. Thranduil estava ainda mais bonito do que era.

O rei encarou-me com aquele olhar frio de sempre. Seus olhos azuis tremeluziam à luz do quarto. Um medo apoderava-se da minha espinha quando percebia que eu não estava pronta para explicações.

– Eu preciso perguntar? – o rei disse momentos depois, fitando-me ainda mais severo. Não consegui ter reação, o que pareceu desapontar o rei. – Por que fez aquilo?

Meus olhos fecharam-se de agonia por um momento. Inspirei um pouco de ar na tentativa da desculpa perfeita aparecer, mas nada surgiu à minha mente.

Sentei-me devagar, procurando ajeitar meus cabelos para que não parecessem tão feios, pois sabia que minha aparência devia estar horrível, e procurei encarar o rei tentando não transparecer a minha vergonha.

– Eu havia decido que daria uma chance ao seu filho. – Comecei, e enquanto relembrava do momento, meus olhos começaram a marejar. – Eu o procurei depois de uma briga que tivemos no salão de música. Sabia que havia magoado Légolas tremendamente. Conversei com algumas elfas sobre isso, e todas chegaram à conclusão que eu deveria admitir que gosto do príncipe. Mas, quando finalmente o vi naquela noite, ele estava beijando Hangar. Entende? Acho que perdi o controle.

O rei balançou a cabeça em negação, desaprovando minha atitude por completo. Parecia completamente decepcionado, e eu não poderia culpá-lo por aquilo.

– Mas eu decidi que, se ele a quer, eu não farei nada. Eu desisto de Légolas, na verdade eu nunca o quis. Eu peço perdão por tê-lo feito ir atrás de uma simples humana, e por ter perdido o seu alce. Eu vou embora assim que puder, só me deixe cantar essa noite. É meu último pedido. – supliquei à Thranduil.

O rei ainda me olhava com desaprovação, mas sua face amenizara-se um pouco.

– Pois bem. Eu não a culpo por ter perdido meu animal, e nem acho perda de tempo ter ido procurá-la. – Thranduil disse, levantando-se de minha cama e caminhando até a janela. – Mas acho que seu ciúme por Légolas é infundado. Se não gosta dele, não tem.

O rei fitou-me, e toda a vez que tocávamos no assunto de seu filho me perguntava o porquê o rei ainda permanecia insistindo em mim ali. Afinal, já deixara claro que, se eu quisesse, poderia me casar com Légolas. E apenas eu, dentre todas as humanas, era digna para tal coisa.

– Mas se acha que descobriu que gosta dele, devo insistir que tente. – o rei voltava para perto de mim.

Encarei-o em busca de respostas. Não entendia aquela aprovação do rei, e pelo visto ele nunca a deixaria clara para mim. Thranduil deu meia volta, mas parou no meio do caminho, retornando até meu leito rapidamente. Procurou meus olhos, depois encostou seus lábios em meu rosto.

– Te vejo mais tarde.

Não disse nada mais, e saiu do quarto enchendo-me de mais dúvidas.

~***~

– Eu quero o vestido azul. – Mamãe insistia em opinar sobre qual vestido eu deveria usar.

– Mas eu acho que o rosa ficaria melhor. – Vell deu sua opinião, sendo totalmente desaprovada por minha mãe.

– Usarei o azul. Vou agradar um pouco à senhora, já que nos últimos tempos só tenho lhe dado dor de cabeça. – respondi, vendo o imenso sorriso no rosto de minha mãe.

Desde que chegou, ela me abraçava muito. Dizia sentir muita falta da filha rebelde, e que se desesperou quando soube que eu havia me perdido na floresta. Por sorte, o verdadeiro motivo não lhe fora contado, mas ela me exigia boas explicações pra depois da festa.

Ang passava algo em meu rosto para as manchas sumirem enquanto Vell cuidava de meus cabelos. A sessão de tortura de depilação não fora esquecida, e por mais que suplicasse, elas fizeram questão de depilar todos os lugares como sempre. Mamãe ria de mim, ela sempre dissera que era algo que as mulheres deveriam fazer com freqüência, mas eu discordava. Odiava aquilo, mas agora eu até admito que gosto da pele lisa.

Alguém bateu à porta, e momentos depois Vell apareceu com uma caixa para mim que fora deixada pela criada de Légolas.

– Acho que são jóias. – a elfa disse. – Aqui tem o seu nome.

Abri a caixa. Nela continha uma coroa dourada que imitavam flores bem pequenas, enquanto as folhas eram de prata com algumas pedras que brilhavam intensamente sob a luz do quarto.

Embaixo um bilhete escrito pelo próprio príncipe que dizia: Não existe jóia no mundo que seja mais bela do que você. E a assinatura do príncipe abaixo.

Aposto que está escrito a mesma coisa para todas. Pensei. Era obvio que aquela era uma frase pronta.

Ang colocou a coroa em minha cabeça, enquanto minha mãe sorria sob o bilhete da caixa. Quis dizer para não ter esperanças, mas não queria estragar a noite dela.

Mais ou menos faltando uma hora para o ano novo, desci as escadas com meus pais ao meu lado em busca do jardim em especial que a festa aconteceria.

Lá o príncipe e o rei davam as boas vindas ás famílias das garotas. Desviei-me deles com o intuito de procurar quem organizava a festa. Normalmente as comemorações não tinham um cronograma, mas por causa das garotas presentes, a festa de ano novo seria mais organizada.

Deixei meus pais no salão e fui em busca da sala dos instrumentos, esses que já estavam para fora e sendo limpos aos poucos. Não encontrei quem diria quando eu deveria cantar, então marchei de volta ao jardim principal em busca do encarregado.

O portão do jardim estava ainda mais cheio de convidados quando voltei. Nunca havia notado a quantidade enorme de elfos que moravam na Floresta das Trevas. Perguntei para um ou outro sobre quem era o responsável pela organização, mas ninguém sabia me responder.

Decidi, então, ir até o rei para obter tal informação. Esse que se postava bem à frente do que seria o palco, com seu filho ainda do lado. Ambos com trajes parecidos, o que conferia um ar de igualdade se não fosse a expressão severa do rei.

Antes de avançar, observei Légolas sorrindo para os convidados. Estava ainda mais bonito do que de costume, e conversava distraidamente.

Senti ciúme, sabia que esse sentimento, ultimamente, gostava de me visitar e me causava coisas que eu jamais imaginaria.

– Nunca a vi tão bela. – Uma voz despertou-me de meus devaneios, forçando-me a virar para ver quem era.

Acho que devo ter ficado muito branca no momento, pois senti meu corpo estremecer ao vê-lo ali, parado á minha frente e sorrindo largamente.

– Runel? – não acreditava na presença de meu amigo ali.


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Notas finais do capítulo

Link do vestido da Belle: http://www.bestdicas.co/wp-content/uploads/2014/03/vestidos-de-festa-longos-fotos.jpg
Como prometi a uma das leitoras que faria. se manifesta aí depois Flor, eu esqueci qual foi husuhashuahushuashua
A parte dois da festa sai amanhã. As últimas músicas da história serão cantadas.
Beijos e até o próximo ♥