Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 11
Capítulo 11: A Tarde


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu tô muito empolgada! Dez capítulos e cem comentários já lol
Muuuuuuuuuuuuuuito obrigada à todas, eu amo vocês shuahushuauhshuahusah tô muito feliz mesmo :D
Obrigada também à leitora Alana Lysander por recomendar a minha humilde história. Essa flor lê e sempre comenta em todos os capítulos, não só dessa história, mas como também em Um Novo Amor (fanfic do Harry Potter) - muito obrigada mesmo!
Sobre o capítulo, o título tá péssimo, eu sei.
Inclui uma música nele, antes eu achava ridículo colocar músicas em histórias, já que ninguém conhecia a melodia, e não sabia como cantar. Achava muito infantil também...
Mas, temos músicas em vários livros, várias sagas, incluindo as de Tolkien, então eu percebi que era preconceito meu.
O capítulo tá grande u.u
Boa Leitura ♥♥♥



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Entrei no salão de Música naquela tarde. O piano branco e dourado estava bem ao meio, descoberto, mas os outros instrumentos estavam todos com panos para protegê-los até o baile do ano novo. Parecia que aquele imenso salão e aquele majestoso piano esperavam exclusivamente por mim.

Olhei-o um pouco antes de me sentar para tocar. Havia mandado um bilhete ao rei quando decidi que viria ensaiar um pouco por causa do seu convite essa manhã, e ele ainda não havia comparecido, então decidi esperar um pouco.

Duvidei que aquele dourado não fosse bordado a folhas de ouro, tudo no castelo era simplesmente magnífico demais, e com tantos detalhes esplêndidos, que era de causar inveja em qualquer outro reino. Thranduil tinha um gosto sofisticado, e muito agradável também.

O salão, com os outros instrumentos encostados e tumultuados em uma parede, estava um pouco mais vazio. Seu eco era perfeito, e a sonoridade produzida pelo piano ficaria muito melhor assim. Não ouvia-se nada do lado de fora, o que era maravilhoso, apesar do som do piano invadir muitas partes do palácio, entregando que havia alguém ali.

Se isso realmente acontecia, talvez bastasse para o rei saber que eu estava ali já à sua espera.

Sentei-me diante o piano mais uma vez. O que eu tocaria naquele momento, eu ainda não havia determinado. O guarda que estava do lado de fora, não era o mesmo que sempre me pedia a música que a mulher de Thranduil fizera.

Então, já que não havia nem o rei, nem o guarda, decidi tocar algo diferente. Talvez com letra, pois só havia tocado melodias, e a todas as músicas foram elfos que fizeram.

Humanos também têm bom gosto musical, apesar de que as letras de suas músicas fossem mais tristes e se tratavam de amor. Eu não era exatamente fã desse tipo de música, mesmo conhecendo muitas delas, mas eram as melhores para se cantar.

As músicas sobre o amor, na verdade, ganham acima de todo e qualquer outro gênero, mas eu quase nunca as entendia, pois só achava que as entenderia quando, finalmente, sentisse algo tão poderoso quanto suas canções.

Pensei em Runel, e em nossa história. Por mais que o amasse, eu sempre soube que daríamos certo no final, e ainda acho isso. Mas, em compensação, não sabia se o que sentia era exatamente forte. Na verdade, com ele eu sempre achei que não poderia ser o menos complicado possível. Eu o amo, ele me ama, e quando finalmente podermos, iremos viver juntos como sempre sonhamos que fosse. Não existia nada mais simples do que isso.

Então, porque as pessoas polemizam tanto o amor? Se ele é um sentimento bom, por que existem tantas dificuldades de se manterem juntos?

Não fazia o menor sentido para mim.

Talvez eu fosse muito fria, e não sabia exatamente o que estava falando.

Uma música veio à cabeça. Pensando sobre a dificuldade sobre as outras pessoas de se manterem juntas, mesmo amando muito, algo despertou em mim como a música que acordava. Ela dizia sobre separação, sobre dor.

Minhas mãos pausaram nas teclas. Certifiquei-me que o rei não estava ali. Sentia muita vergonha de cantar ainda, e ainda mais uma música tão profunda assim.

Oceanos nos separam dia após dia

E vagorosamente estou enlouquecendo

Escuto sua voz em meu sonho

Mas isso não pára a minha dor.

Se te vejo nunca

Como podemos dizer para sempre?

Onde quer que vá

O que quer que faça

Estarei bem aqui esperando por você

O que quer que aconteça

Ainda que machuque meu coração

Estarei bem aqui esperando por você


Admiti, todo o tempo

Que pensava suportar de alguma forma

Escuto risos, provo lágrimas

Mas não posso estar perto de você agora

Ho! Não pode ver querida

Que está me deixando louco?

Onde quer que vá

O que quer que faça

Estarei bem aqui esperando por você

O que quer que aconteça

Ainda que machuque meu coração

Estarei bem aqui esperando por você

Desejo saber como podemos sobreviver

A este romance

Mas no final, estando com você

Correrei o risco



Ho! não pode ver querida

Que está me deixando louco?

Onde quer que vá

O que quer que faça

Estarei bem aqui esperando por você

O que quer que aconteça

Ainda que machuque meu coração

Estarei bem aqui esperando por você

Esperando por você



Com os olhos fechados e a música alta, minha voz foi tomando conta do lugar devagar. Comecei baixo, e não senti quando fui aumentando, deixando-me vagar por campos dentro de mim que eu não conhecia. Algo como arrepios que nunca tive ao tocar uma simples música. Talvez fosse por isso que eu nunca cantava canções dos homens.

Abri os olhos.

A figura de Thranduil apareceu quando forcei a focá-la, tentando descobrir se, talvez, pudesse ser Légolas. E algo dentro de mim teve a esperança que fosse – não sei se era porque eu me sentia mais à vontade perto dele, ou por algum outro motivo que eu preferia não imaginá-los.

– Eu não ousei despertá-la desse momento. – Thranduil disse, antes mesmo de eu sequer fazer uma reverência à ele.

– Majestade, me perdoe por não esperá-lo.

– Sua voz despertou-me, e vim até aqui ver se era realmente você. Não sabia que cantava tão bem quanto toca.

– Eu não canto, majestade. – disse, com muita vergonha por ele ter presenciado aquela cena.

– Na verdade, sua voz é tão bonita quanto suas canções. – Thranduil sorriu. Seu sorriso era diferente do príncipe. Mais calmo, sereno e não tão largo, mas ainda assim encantador.

– Sinto-me lisonjeada. E me perdoe, toquei uma música feita por homens, mas se preferir posso tocar algo que seu povo conheça, talvez até as músicas que toquei antes.

O rei parou para pensar, parecia ponderar no que diria enquanto andava de uma lado á outro em passos leves.

– Na verdade, eu gostaria de ouvir mais dessas músicas. Essa, em especial tocou-me de forma inexplicável. Acho que nunca ouvi nada igual. Nunca fui de me enturmar muito, sabe? Na verdade, eu não faço questão. Deixo ao meu filho esse cargo, ele o faz muito bem. Légolas é tudo o que eu não sou. Apesar de a aparência ser quase exata. – Thranduil dizia enquanto alisava o instrumento, olhando-o com admiração e andando em sua volta. Imaginei-o fazendo o mesmo com seu espelho, afinal, era tão esplendido quanto aquele lindo piano. – Gostaria de ser mais... menos... eu não encontro o adjetivo certo.

Grosso? Imprevisível? Mal educado com quem não é de sua espécie? Arrogante? Anti-social? Detestável?

– Menos irritado? – disse, concluindo meus pensamentos, porém em voz alta.

Droga!

Thranduil fitou-me, e seu olhar foi tão gelado que parecia querer estourar minha cabeça só com aquele gesto. Se eu tinha a preferência dele, então acabei de perdê-la.

– Talvez seja isso mesmo. – O rei disse, respirando profundamente depois. Parecia querer controlar seu acesso de fúria antes que me desse uma má resposta.

Não me odeie.

– A senhorita é exatamente como Légolas me alertou.

– Ele me contou que fui assunto entre os dois. – minhas pernas começaram a tremer, não queria começar uma discussão com o rei, mas eu realmente não sabia dar outras respostas a não ser as sinceras.

– Acha que é prudente para uma futura princesa? – Thranduil começava a me irritar também, e vi que não dava para fugir daquilo.

– Eu não pretendo, meu senhor, ser princesa. – respondi, temendo ser expulsa do castelo quase que imediatamente depois pelo rei. – Não sei o tamanho da conversa de seu filho com vossa majestade, mas eu disse isso á ele desde o primeiro encontro. Eu não estou nessa competição.

– Eu sei qual é a sua posição aqui, senhorita Luzziel. Mas há algo que a senhorita não conta, algo que pode mudar. Légolas é imprevisível tanto quanto eu.

Agradeci por Thranduil permanecer o mais calmo possível, porém senti algo subir à minha cabeça. Sentia raiva, e poderia dar uma má resposta á ele a qualquer momento.

– Légolas é meu amigo. E ele sabe muito bem disso. – esclareci, tentando parecer calma também.

– Mesmo? – O rei chegou mais perto de mim, e um sorriso cínico apareceu em seus lábios, bem diferente do que vi até o momento. – Acho, então, que a senhorita está aberta pra todas as possibilidades.

Não entendi exatamente o que o rei quis dizer com isso, mas assenti com a cabeça. No que estava concordando era um mistério.

Que possibilidades?

Thranduil sentou-se ao meu lado, ajeitando suas vestes delicadamente no banco para melhor confortá-lo – ou não amassá-las não sabia dizer.

Seus olhos extremamente azuis encontraram-se com os meus, e um pavor tomou conta de mim de repente. Talvez segundos se passaram, mas sentia que fossem longos minutos, já que o rei nem piscava, e parecia que seu rosto havia se congelado olhando para mim.

– Pode tocar mais uma vez? – O rei pediu, e imensa foi a minha felicidade de ter algo para fazer a não ser olhar para ele, e vice-versa. Não era boa naquilo, mas achava que nunca deveria baixar minha cabeça pra ninguém, muito menos para o rei Thranduil. O respeitava sim, e ele era admirável mesmo com toda aquela arrogância, mas jamais deixaria de ser eu mesma, mesmo que isso pudesse me prejudicar.

Não acho que tenha o feito, o rei ainda parecia gostar de minha companhia.

Recomecei a música, e mesmo ainda sentindo certa vergonha, cantei para ele.

Era uma experiência nova, ainda mais com alguém tão importante ao meu lado, e senti orgulho disso. Se eu pudesse cantar para ele, e agradar seus ouvidos com minhas canções, eu poderia fazer para qualquer um.

Passei a tarde com ele no salão de música. Os modos de Thranduil foram sendo acostumados por mim, e eu já não sabia quando eu estava respondendo-o da mesma forma rude que ele fazia. Pra mim, parecia mais do que natural, já que sempre fui assim. Mas o único que conhecia bem esse lado até agora, além de Thranduil e minhas criadas, era Légolas, e ele sempre ria de minhas grosserias. Não que eu era sempre assim, muito pelo contrário, sempre priorizei a educação, mas ás vezes falava demais.

Anotei em minha mente que em algum momento eu deveria parar e me comportar devidamente.

Cantei outras músicas para o rei. As que ele mais gostava, pedia para repetir, e no fim escolheu duas delas para o ano novo. Não pediu as músicas que sua mulher fizera, mas duas dos homens que falavam sobre o amor.

Nunca, jamais, imaginei um Thranduil romântico por debaixo daquelas roupas luxuosas e daquele rosto sempre rígido. Às vezes eu imaginava que não existiam nem sentimentos dentro dele, mas estava enganada quanto à isso.

Horas se passaram, e a noite já caia quando saímos de lá. Thranduil agradeceu-me pela companhia dessa tarde, e me elogiou pelas belíssimas canções. O simples fato dele sorrir depois de tudo, era como uma imensa recompensa. Eu fiz o rei passar horas trancado comigo num salão, e duvidei que isso acontecesse com qualquer um – a não ser, claro, com seus guardas e seu filho discutindo sobre táticas de guerra e armamento, fora isso, Thranduil não parecia ser do tipo que perdia tempo.

Cheguei ao meu quarto bastante cansada, e gostaria muito de não ter que participar do jantar, mesmo sentindo bastante fome. Percebi que estar no castelo me deixava mais preguiçosa do que o habitual, então, juntei forças para botar o novo vestido e partir para o salão.

Cheguei atrasada como de costume em muitas refeições, mas Légolas já me perdoava antes mesmo de saber o por quê.

As garotas riam bastante, e todas elas vestiam novas cores, revelando ainda mais beleza em seus traços com o contraste de suas cores favoritas. Nesse dia, estava de verde, e ironizei o fato de parecer bem Verde Folha.

Légolas parecia à vontade, apesar de seu pai não fazer companhia nessa noite, e ele estar em meio tantas garotas, e enquanto ele sorria para todas, e conversava sobre assuntos não percebidos por mim, eu lembrava-me de Thranduil essa tarde. A presença do rei já não era um incomodo e fora muito mais agradável apesar das farpas trocadas.

O jantar acabou quase que imediatamente para mim, pois as conversas e nem mesmo a comida estavam suficientemente interessantes para distrair-me de meus pensamentos.

Fui para o meu quarto quando acabou, pois essa noite Légolas não teria encontro, e não precisava sequer falar com ele sobre a garota. Sentia bastante sono, então meu plano era ir direto para a cama, se possível sem tirar o vestido mesmo.

Dispensei Ang e Vell de imediato, e ambas não reclamaram, pois sabiam que havia passado a tarde com o rei no salão de música.

Joguei meu corpo para a cama, e senti-o relaxar apenas por fazer isso. Cada músculo reclamava dos meus dias tentando achar uma noiva para o príncipe, e fazendo sempre o máximo para conhecê-las de modo que ele pudesse ter seu encontro perfeito todos os dias.

Mas ouvi algo bater na porta da sacada. Imaginei ser algum inseto, já que havia um jardim enorme em frente ao meu quarto.

Outra vez o barulho. E de novo. E mais uma vez.

Levantei da cama quase que gritando em reclamação, mas vi a figura de Légolas ao longe no jardim, lançando flechas sem ponta contra minha sacada.

– Não vai me matar assim, mas talvez me mate de sono algum dia. – Reclamei, mas ele não parecia se importar com o fato de eu estar completamente preguiçosa.

– Você se esqueceu do encontro de hoje. – Légolas alertou-me.

Encontro?

– Mas você disse que não tinha nenhum encontro hoje. Não me pediu pra conversar com nenhuma garota. Então, se tem um encontro boa sorte, sozinho. Acho que já não precisa da minha supervisão. – Reclamei. Aquele príncipe tava ficando muito folgado comigo dando uma de cupido.

Légolas ria enquanto eu dizia tudo – quer dizer, berrava. – E eu não achava aquela situação nada engraçada.

O príncipe avançou contra o castelo, e subiu-o sem nenhum esforço chegando a minha sacada pelo lado de fora. Aquilo foi a coisa mais incrível que já vi em toda minha vida.

– É porque o encontro de hoje é com você. – Légolas disse quando chegou perto, baixinho.

– Eu não tenho encontros com você.

– Hoje terá. Não encare como um encontro. É mais uma conversa.

Considerei expulsá-lo de imediato da sacada do meu quarto, pois não queria nem sequer trocar aquelas palavras, ainda mais sair dali. Mas não poderia recusar, disse que Légolas poderia contar comigo pro que fosse, e eu cumpriria isso de todas as formas.

– Saiba que é sob protesto. – resmunguei. Mas sorri diante dele, reclamando para o meu próprio corpo despertar.

– Eu prometo que não tomarei muito do seu tempo. Agora, pode se segurar em mim?

– Como assim? - Não entendi a intenção dele, mas Légolas pegou-me pelo braço e me enlaçou em seu pescoço como se eu não pesasse nada.

– Vamos descer do mesmo modo que subi. – Légolas esclareceu, e antes mesmo de protestar contra, ele já jogava meu corpo para fora, e o segurava com firmeza para não cair. A experiência da descida foi esplêndida, e podia sentir certa adrenalina tomar conta do meu corpo.

– Quer aprender a usar uma espada? – Légolas ofereceu, e eu não acreditei bem naquilo. Era óbvio que eu gostaria, e nem precisava afirmar com a cabeça. Meu sorriso já denunciava que essa era uma de minhas maiores vontades.


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Notas finais do capítulo

Vão shippando Bellenduil ou Lézziel hshuahushuahsuhahshash vão fazendo suas apostas.
A música escrita aqui é de Richard Marx - Right Here Waiting (tão velha quanto as histórias de o senhor dos anéis kkkkkkk mentira.)
O que acharam? Devo postar mais músicas nos outros capítulos? Confesso que já tenho um pronto em minha mente.
Ah, eu troquei algumas coisas da letra - acho que a palavra telefone não faz sentido com a época vivida pelos elfos.
Não esqueçam de dizer o que pensam hahahaha
Sabem que eu adoro debater com todas (os) vocês ♥♥
E, eu preciso de alguém que saiba fazer uma capa, tem alguém ai que mexe com isso?Quero uma parecida com a que está na história, mas quero por uma "Belle" nela. Podem me ajudar, ou me indicar alguém?
Beijos da América X♥X♥