Toc, toc, toc.

Alguém bate na porta da família de Sasuke, e é nada mais, nada menos, que Sakura Haruno. Assim como disse após notar que o garoto faltou à escola, ela o fez com intuito de pergunta a ele o porquê de não ter ido hoje.

Sasuke que está na sala lendo um livro, agradecendo a Deus por seus irmãos não terem o tomado de sua mão, ou lhe mandado fazer algo, ouvi as batidas e vai até a porta.

Quando abre e se depara com a última pessoa que gostaria de vê, tenta fechar a porta em seguida, porém é impedido pela mão da garota, pois insistente e determinada como é, não desistirá dele tão facilmente.

– Nem pense em fechar essa porta, Sasuke-kun. - disse baixo, porém ainda soou nos ouvidos do rapaz como uma ordem, e isso o fez sentir ainda mais ódio da jovem.

– Quem você pensa que é em garota? - disse áspero.

– Não me trate assim, acredite que só quero ajuda-lo. - pediu seriamente.

– Ah, claro. Ajudar... Você é muito pior do que o que eu pensei.

– Como assim?

– Se antes você podia me enganar, agora não pode mais, pois ontem eu vi você com Sai! - exclamou furioso. Está se segurando para não empurra-la para fora e fechar a porta, porém mesmo em meio a tanto ódio, não pode fazer isso com uma garota.

Sakura agora fica abismada, como assim ele a viu ontem quando foi acompanhar Ino no restaurante? Ah, droga! Sabia que não deveria ter ido...

– Olha, eu posso explicar... – o garoto a interrompeu antes que pudesse termina sua frase.

– Não pode não! Você é uma mentirosa como eu pensei... Saia daqui.

– Deixe-me explicar. As coisas não são como você pensa.

– Não quero ouvir mais uma palavra sua!

“E agora? Ele é teimoso, não vai acredita a não ser que eu lhe explique o porquê de querer tanto ajuda-lo... Então... Eu vou ter que dizer..."

– Eu quero te ajudar sim, e o motivo disso é... Que eu já passei por tudo o que você passa na escola, e eu sou bolsista e nerd como você!

O garoto ficou pasmo, sem ação e sem palavras.

– O... O quê?

– É isso mesmo o que você ouviu. - disse agora menos tensa.

– Tem certeza que não está mentindo? - perguntou confuso.

“Acredito nela, ou não?"

– Tenho. Acredite em mim, eu só quero te ajudar Sasuke-kun. - disse e levou uma das mãos a uma das dele que se encontra na altura de sua coxa, começando a acaricia-la.

O garoto se assustou um pouco com a ação da garota, nunca ninguém havia o tocado assim.

Até mesmo a garota achou estranha a vontade que lhe veio de conforta-lo dessa forma, entretanto com certeza toda essa vontade foi causada pelo entendimento que tem dos sentimentos de dor dele, mas mesmo assim, ela não foi capaz de não ficar tímida.

Com o garoto não fora diferente, ele também ficara envergonhado, então deixando isso de lado, tirou lentamente a mão dela da sua.

– Eu posso até acredita em você, mas primeiro terá que me esclarecer muitas coisas. - nem mesmo ele entendia neste momento o porquê, no entanto, algo em seu âmago diz que deve dar um voto de confiança a ela, e essa mesma voz, disse isso na primeira vez que ela veio a sua casa.

– Eu entendo, e eu esclarecerei todas as suas dúvidas.

O garoto então deu passagem para que a garota adentre sua casa.

Ela sem pestanejar entrou e sentou em um dos sofás.

– O que você quer saber? - ela perguntou quando o viu se sentar ao lado dela.

– Por que você não sofre mais bullyng?

– Bom, porque depois de muito sofrer, de muito temer, eu tomei coragem e encarei a situação de frente. Eu contei tudo aos meus pais, então eles falaram com o diretor, com as autoridades e as garotas que me faziam mal foram expulsas. Só expulsas...

O garoto ficou pensativo por um instante.

“Eu... Eu deveria ter toda essa coragem... No entanto, não tenho."

– Você foi muito corajosa. - disse com uma admiração disfarçada, porém a garota percebeu, e ficou um pouco sem jeito, fica assim sempre que alguém lhe fala isso.

– Obrigada. - disse docemente. - e você também pode ser.

– Não, não posso... - disse olhando fixamente agora para um objeto na estante.

– Como não pode? Se eu tive a coragem, por que você não pode ter?

– Não sou tão corajoso como você... Eu nem sei por que estou admitindo isso, pois apesar de tudo o que sofro eu sempre me faço de forte...

– Você pode contar comigo para tudo, fico feliz que já esteja confiando em mim. E quanto à coragem, todos têm, apenas precisamos coloca-la acima de nossos medos. - a jovem disse calmamente.

O jovem finalmente tirou os olhos do objeto da estante, e olhou para o rosto da garota reparando no sorriso gentil e acolhedor que ela esboça. E ouvir as palavras dela, o fez querer abrir um sorriso também, entretanto parou quando percebeu que já estava falando de si demais para ela.

–Mas, como conseguiu aqueles seus amigos de nariz empinado?

– Bom, digamos que tudo foi graças a Ino, ela ao saber do meu ato de coragem, veio a mim e admitiu que sempre quis ser minha amiga, porém, o fato de eu ser quem ainda sou, mesmo que ela tente omitir esse fato - bolsista e nerd -, a fez se afastar.

– Não daria para saber que você é pobre, se veste tão bem. - disse reparando nas roupas de marca Gute.

A garota então olhou para as roupas chiks.

– Bom, elas são graças a Ino também, pois como ser amiga dela me faz ir a muitos lugares de ricos, ela pediu para o pai dela me dar um emprego em uma das lojas dele. Então metade do meu salário vai para comprar roupas lá mesmo, com desconto é claro... – disse abaixando a cabeça em seguida, ela não se orgulha nem um pouco de tudo o que teve que fazer para ter amigos.

Sasuke ficou surpreso com a revelação da garota.

Entendi... É, mas explique agora o que estava fazendo junto de Sai com sua amiga. – disse quando percebeu como a garota havia ficado triste com sua própria revelação.

Ela então levanta a cabeça e o mira novamente.

– Ino estava em um encontro com ele, eu só estava la porque ela pediu para eu ir com ela até la certamente com o intuito de me fazer para de detesta-lo. Mas eu não posso gosta de alguém que faz coisas tão ruins com bolsistas. – explicou firme.

– Eu acho que acredito em você agora. Mas mesmo assim vou ficar de olho, em?

– Ta bom. Agora eu preciso ir. – disse levantando-se em seguida. - Ah, e por que você não foi a escola ontem?

– Porque eu não quero mais ver aqueles idiotas.

– Não faça isso, não sacrifique sua educação por causa deles. E por favor, conte tudo aos seus pais. – aconselha vendo-o se levantar também.

– Eu não posso. – disse cabisbaixo.

– Mas, Sasuke-kun...

– Te vejo amanha, quer dizer, se eu for né...

Sakura ficou triste em perceber que nada do que dissera a ele mudou algo, entretanto, ela nunca desisti, certo?