Aos olhos da guerra escrita por maddiesmt


Capítulo 1
Capítulo 1 - Problemas no paraíso


Notas iniciais do capítulo

Aqui está menininhas!! O primeiro cap dessa nv fic q ue espero mtu q vcs gostem! To super empolgada escrevendo e espero mtu q vcs se empolguem tb!=) Desde ja o meu super obg a tds pela paciencia e pelo apoio!!Vcs são as melhores e ja moram no meu ♥ ! Sem mais...Boa leitura!=)



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Ela repousava silenciosa ao seu lado. Os olhos fechados, a face tranquila. Não poderia compará-la a um anjo. Não depois dos atos pouco puros que fizeram logo no inicio da noite. Continuou a passear os olhos para a visão que era te-la em sua cama….na cama deles. Observou o ritmo calmo com que a respiração dela era evidenciada na subida e descida de seus seios, cobertos pela longa camisola. A face branca sendo iluminada pela luz do sol que raiava no horizonte. Os cabelos de um vermelho vivo que o encantavam e os lábios carnudos que o faziam estremecer. Uma ninfa. Sim poderia defini-la como tal. Uma deusa de natureza desafiante e de beleza inigualável.

Não resistiu a ela. Nunca resistiria. Deixou as mãos percorrerem, primeiramente, o cabelo. Cada cacho macio era acarinhado por seus longos dedos. Depois deixou as costas das mãos sentirem a maciez da pele dela. Começou o passeio pelo rosto tranquilo, deteu-se a fazer pequenos circulos em suas bochechas e delinear sua boca. A ruiva se mexeu um pouco com o contato mas não despertou e apenas soltou um suspiro satisfeito.

O engenheiro continou a desbravar terras ja conhecidas. Deslizou os dedos pelo longo pescoço da esposa,nos ossinhos da clavicula e terminou a Aventura no laço que prendia as vestes dela. Não seria pecado despi-la…era sua mulher e ele bem sabia o quanto ela gostava de seus carinhos. Mas ao mesmo tempo parecia maldade acorda-la de seu sono tão sereno.

Ficou extasiado quando a moça, ainda inconsciente, se aconchegou ainda mais ao toque dele. Ela procurava o calor que ele proporcionava e parecia reclamar do cessar dos carinhos. A moça então virou-se ficando de frente para o marido, deixando muito próximo e a disposição o alvo que ele tanto almejava no momento. Ainda estava mergulhada no sono, porém ele duvidava que esse fosse profundo o suficiente para lhe deixar alheia de seus próximos movimentos.

Aproximou o rosto do pescoço dela e fechou os olhos ao inalar cada fragância dela presa em seu corpo. Ela o tornava um animal e sabia disso. Desistiu da batalha que travava consigo mesmo e sucumbiu a ela, espalhando beijos deliciosos e demorados pelo pescoço e colo da esposa.

–Ara frangotinho que assim eu fico mal acostumada- a voz ainda sonolenta dela o fazia caprichar ainda mais nos beijos.

–Mas é pra ficar mesmo...por que eu não vou passar um dia da minha vida sem te acordar assim: cheia de mimos.

Ela riu e reparou que não ouviu o galinho bené cantar.

–Que horas são?

–Cedo

–Ué e por que ocê ta acordado então?

–Porque eu prefiro velar o teu sono do que me deixar levar pelo meu.

–Ara Nando mais ocê quer me deixar encabulada uma hora dessas...

–Ué foi só um elogio menininha...e ocê há de se acostumar

–Sinceramente?eu acho que nunca vou me acostumar...mai eu nem quero porque eu gosto por demais do que oce me fala.

Ele amava esse sorriso dela. Um sorriso que só ela tinha e que tinha a capacidade de varrer qualquer problema do mundo para o mais longe possível.

A troca de olhares foi intensa e o engenheiro foi acalmando mais o que chegou a descontrola-lo. Não que ela não o estivesse enlouquecendo a cada ação impensada como a de repousar sua mão sobre a dele e fazer pequenos carinhos que tinha aprendido com o mesmo. No entanto, a paz de ficar apenas aproveitando esse breve instante de ternura antes do começo das obrigações o encantava.

Como ela podia ser tão inocentemente sexy? Ele não entendia. Até alguns segundos atrás ele tinha certeza que era um animal e agora…estava completamente enfeitiçado pela pureza do momento.

–Frangotinho?

–Hm…

–Você não me acordou pra ficar olhando pra mim né?

–Ara…e se fosse?

–Ocê não precisaria me acordar…ja que disse que tava fazendo isso antes de sair me beijando.

– Arrraaa meu amor…é que…- ele tantava explicar seu desejo de forma que não parecesse no mínimo estranha, porém foi interrompido quando ela colocou um dedo sob seus lábios o impedindo de continuar.

A ruiva se aproximou do ouvido do engenheiro e sussurrou a frase que a estava deixando corada.

–Eu também to com saudade d’ocê frangotinho.

Ele se desfez no sorriso mais malicioso que pode. A saudade era tão dela quanto dele. Uma saudade de 5 horas mas que parecia uma eternidade.

Ela ainda estava perto o suficiente para que ele depositasse a mão em sua nuca e a puxasse para um longo beijo. Manteve uma mão no pescoço dela enquanto a outra ja deslizava por sob as pernas e repuxavam a camisola para cima. A moça brincava com os botões da longa camisa que ele usava para dormir e dava leves puxões quando a paciência acabava e o botão continuava preso.

–Ara Nando que essa sua roupa parece mais uma camisa de força.

Ele riu da impaciencia da esposa. Aquela vontade que ela evidenciava nas expressões o deixava ainda mais insaciavel. O rapaz a jogou na cama e se colocou entre suas pernas. Ela ainda tinha uma mistura de susto e malicia no rosto. O engenheiro então retirou a própria blusa e a jogou longe. Percorreu mais uma vez as pernas dela, retirando devagar a camisola que ela usava. A peça acompanhou o mesmo destino da blusa e logo todos os outros trajes estavam espalhados pelo chão do quarto.

Pararam a sessão de beijos ardentes por um breve momento e as mãos dela repousaram no rosto dele. Não disse nada. Apenas se deixou hipnotizar por ele.

–Eu te amo menininha. Mas do que eu pensei ser possivel nessa vida.

Ela sorriu e o beijou apaixonadamente. Entrelaçou as pernas na cintura dele e se deixou levar pelo amor absurdo que os envolvia.

Esqueceram do dia surgindo, da proximidade do café e do trabalho. Queriam aproveitar a privacidade que tinham apenas quando se trancavam no quarto afinal, esse era um dos revés de se morar com os sogros. Revezavam entre a casa dos Napoleão e a casa dos Falcão a medida que o trabalho exigisse. Era semana de colheita na fazenda do coronel portanto a casa grande era a residencia oficial deles no momento.

Não demorou muito para todos da casa se reunirem para tomar o café da manhã na mansão. Todos menos o casal ainda adormecido.

–Catarina! Onde ja se menteu aquele meu filho? Ele não vem tomar café ou ja saiu pra lida?

–O doto Nando ainda não saiu não senhô…- A cozinheira da casa se intrometia na conversa enquanto colocava a comida na mesa.

–Eu tenho pra mim meu marido que ele mais a Gina ainda estão dormindo.

–Mas dormindo? Uma hora dessas e em dia de colheita?! Pois pode chamar aquele um que ele disse que ia tomar conta das minhas terras e agora o que? Vai ficar dormindo?!

–Não precisa fazer escandalo meu pai que eu ja estou aqui e de pé se o senhor quer saber.

–Ah! muito bom!muito bom! Era o que me faltava eu ter que chamar o meu filho, um homem ja crescido, casado, para ir pro trabalho como eu mando o Zelão fazer com meus funcionários.

Ferdinando rolou os olhos e preferiu ignorar o pai. A madrasta, com sua sagacidade de sempre, escolheu mudar de assunto para que o marido parasse de fazer sermões desnecessários.

–E cade a Gina, Ferdinando? Ela não vem tomar café?

–Ara Catarina. Ela tava dormindo tão bem, tão linda que me deu uma dó de acordar. Então achei melhor ela ficar descansando.

–E porque que a maninha haveria de ta cansada mano?- na cabeça de Pituca era inconcebível alguém ja estar cansada logo pela manhã.

– Por que….por que ontem a gente foi dormir um pouco mais tarde Pituca…so isso.

–Ué…e porque ocês demoraram a dormir?- era a vez da curiosidade de Serelepe complicar ainda mais as explicações do engenheiro.

–Por que…

O rapaz trocava olhares entre a madrasta , que o olhava espantada pela esperteza dos filhos, e o pai que ria da situação toda. Amância acompanhava o coronel ao esconder, com as mãos, os risos que dava.

–Ara mais que tanta falação é essa? Ocês não tem que terminar e ir pra tar de aula la com a professorinha Juliana? Vamo , vamo, vamo e chega de cunversa.- a mademe ordenava.

Os pequenos esqueceram as perguntas e logo acabaram o café. Todos estavam muito atarefados e não se demoraram à mesa.

Ferdinando voltou ao quarto apenas para pegar o chapéu de sol e dar um ultimo beijo na esposa adormecida. Sabia que ela ficaria irritada por ele ter feito com que perdesse a hora para o trabalho e ainda mais por não te-la acordado e a chamado para a colheita. Mas não teria coragem de acorda-la novamente e tinha certeza que se ficasse mais um tempo no quarto a coragem voltaria apenas para acorda-la em razão de outro tipo de entretenimento.

Deu um beijo delicado na bochecha da moça que dormia apenas enrolada nos lençóis e sussurrou um bom dia em seu ouvido. Sorriu ao notar que ela suspirou. Definitivamente não despertaria tão cedo.

Ao descer as escadas encontrou a madrasta dando a Amância as instruções do almoço.

–Catarina, por favor, quando a Gina acordar avise que eu ja fui pra lida, esta bem?

–A claro Ferdinando ocê pode ir despreocupado.

–Obrigado Catarina- ele lançou aquele sorriso adorável ja conhecido por todos e estava para se retirar quando a madrasta continuou.

– A Ferdinando! Eu hoje combinei de levar a sua esposa la na cidade das Anta pra mode ensina-la a escolher uns tecidos novos.

– E ela aceitou minha cara?

–Ela não disse que não.

Ele sorriu ainda mais. Sabia que a mulher não era interessada em fazer compras mas também sabia que, depois de toda ajuda de Catarina ao ajuda-la a se instalar na casa, dizer não seria uma missão mais complicada.

–Ja é um começo. Então bom passeio.

–Obrigada meu querido e bom trabalho.

Ele se despediu com um aceno e partiu para o trigal. Era uma manhã bonita e ele estava realmente ansioso para averiguar os resultados de seu trabalho.

A manhã passou veloz e o engenheiro sorria satisfeito com a safra que estava tendo. Sabia que deixaria o pai orgulhoso e essa era uma das suas missões de vida.

Afundou as mãos na terra úmida. Sentiu que cada grão revelava a competência do seu trabalho e o prazer de exercer a profissão que o fez lutar contra o mundo para realizar. Batalhar por sua felicidade tinha virado tema do livro da sua vida. As dificuldades sempre o desafiaram, mas ele nunca admitiu derrota. Existia apenas uma pessoa que o fazia implorar.

–Nhô doto Nando!Nho doto Nando!- O funcionário vinha correndo em direção ao patrãozinho. A cara assustada e a respiração ofegante demonstravam preocupação e medo.

–Fale Rodapé! Eita se acalme se acalme! Aconteceu alguma tragédia?

–Não doto…mas ta pra acuntecer…

–Ora essa como assim ta pra acontecer?

O engenheiro olhou para a direção na qual o empregado estava apontando e a viu. Estava linda com o vestido vermelho novo que tinha ganhado da sogra. É claro que tinha modificado para ficar mais a sua cara e menos espalhafatoso. Tinha tirado os laços ,as frescuras e o excesso de anáguas. O traje era elegante o suficiente para um passeio na cidade mas não comportava os afazeres da fazenda portanto, ela mesmo prendeu as saias para que pudesse se movimentar melhor pelo triga. A barra subiu até o meio das pernas e as deixava a mostra e a disposição. Uma tentação para todos que trabalhavam e Ferdinando não pode deixar de sentir aquele incomodo irritante ao notar que os olhares na direção dela se intensificavam.

Ele sentiu a necessidade de marcar território. Novamente ela o fazia ser um animal.

–Ora essa meu amor…eu pensei que ocê ia passar o dia com a Catarina hoje.

–Eu fugi.- ela disse despreocupada. Essa simplicidade de palavras e atos contrastavam com a complexidade que era entende-la….e ele amava esse desafio.

A Observou pegar a enxada que um funcionário gentilmente entregava e notou o olhar prolongado do mesmo. Tentou manter a calma e andou novamente em direção a esposa.

– A então é por isso que ocê ta de vestido- ele se aproximou e conseguiu depositar um beijo no ombro desnudo dela.

– Ocê quer me deixar trabaiá!- curta e grossa. Ela estava irriitada e ele sabia que estava em maus lençóis.

–Ara Gina não faz isso comigo…não vamo brigar por causa disso.

–Ocê me deixou dormindo Ferdinando!- ela parou de mexer na terra, colocou as mãos na cintura marcada e o olhou de forma acusatória.

–Ara meu amor…mas é que eu não tive coragem de lhe acordar.

–A mas coragem pra me acordar pra fazer outras coisas você tem. – alto o suficiente para que alguns funcionários abafassem o riso e a olhasse com mais cuidado.

–Gina!Não vamo discutir isso aqui agora ta?

–Então ocê me deixa trabaia.- Ela retirou a enchada da terra e ia recomeçar quando ele tirou o instrumento da sua mão.

–Mai ocê me devolve isso aqui Ferdinando.

–Ocê vai ter que prometer que vai me perdoar.

–Mai eu não perdoo coisa alguma.- ela sentiu o coração doer por estar brigando com ele mas não podia deixar passar o erro cometido.

O olhou com irritação e saiu pisando duro sendo seguida pelo rapaz.

–Gina…vem cá…não faz assim menininha… -eles ja estavam um pouco afastados da multidão de funcionários que assistia a briga quando o engenheiro a agarrou pelos braços.

–Me larga Ferdinando…se não…

–Se não o que?- ele disse se aproximando ainda mais. As mãos fortes dele deixavam marcas nos braços descobertos dela.

Gina engoliu em seco quando notou que o olhar dele tinha mudado. Sem duvidas o desafio o excitava…mas não podia negar que toda essa competição a deixava desejosa.

Sentiu o hálito fresco dele se aproximar dos seus ouvidos. Aos mãos mantinham-se firmes em seus braços. Não podia sucumbir a vontade de deixa-las passearem por sob o corpo dela. Ainda estavam em um lugar público. Mas mesmo assim a apertou ainda mais sob seu corpo. Deixou os lábios traçarem um caminho misterioso em sua orelha e a mordeu delicadamente.

Ela sabia que perderia essa batalha se ele continuasse a provoca-la daquele jeito.

–Se não...se não...- suspirou e lembrou-se do motivo da briga. Tentou se afastar mais apenas conseguiu espaço suficiente para fita-lo.

–Se não eu lhe meto a piaba seu frangote!

–Ara mas ocê não para com essa mania de me chamar de frangote né sua diaba? Ou será que não para por que quer que eu lhe mostre quem é o frangote em?!

–Ocê pare com isso e não fuja da conversa!

–O Gina...me perdoa...vai...eu prometo que não lhe deixo mais dormindo.- Ele falava enquanto beijava o rosto da amada. Pausou um pouco e sussurrou em seu ouvido- Mesmo que ocê pareça uma deusa dormindo eu prometo nunca mais lhe deixar dormir...seja pro que for.

A ruiva tentava entender quando foi que perdeu a capacidade de espernear e lutar por aquilo que queria. Na realidade...ela se perguntava no momento onde teria parado seu auto controle ja que sua vontade era a de te-lo ali mesmo.

Ouvi-lo implorar seu perdão enriquecia seu ego era verdade, mas a forma como ele conseguia as coisas dela a deixava confusa.

Não resistiu a mais nada. O agarrou pelo colarinho e o beijou de forma profunda e sedenta. Enlaçou o pescoço do marido e deixou que as mãos dele passeassem em suas costas.

–Ocê nunca mais faça isso...seu porqueira...- ela dizia entre respirações aceleradas.

–Nunca- ele novamente mergulhou naqueles lábios tão seus. Os limites estavam sendo cruzados e o beijo passou a ter proporções maiores. Ela se desgrudou dele e o empurrou.

O rapaz ficou zonzo pelo distanciamento e logo viu o sorriso travesso que se formou nos lábios da esposa. Ela viu que ele tinha entendido o recado e saiu em disparada em direção nenhuma.

Resolveram, pela segunda vez no dia, esquecer de tudo e de todos. Riam sem parar dessa brincadeira de pique-pega. Enfatizando sempre a hora do pegar. A ruiva escapava como podia das armadilhas do engenheiro até achar o lugar perfeito para se esconderem.

Ferdinando viu no velho celeiro a tentação e a oportunidade se unirem. Ela entrou no local e verificou que tudo estava vazio e não esperou muito até sentir os braços dele a abraçarem por trás e se deliciar nas mordidas que ele dava em seu pescoço.

Andaram em uma mistura de beijos, gemidos e apertos até caírem no feno espalhado no chão.

Riram da breve dor e se concentraram neles mesmos novamente.

Era uma briga eterna pelo comando. Ele segurava os pulsos dela de encontro ao chão passava a língua tentadoramente por cada pedaço de pele descoberto pelo vestido. Era uma combinação de mordidas, massagens e beijos que a deixavam desnorteada. Sentia a pressão que ele exercia em sua direção e desejou loucamente que ele não parecesse e que se desfizesse logo das calças. Não aguentou por muito tempo. O pegou pelo colarinho novamente e o jogou no chão. Encaixou as pernas na cintura do marido e começou a própria sessão de beijos e movimentos enlouquecedores.

Era a vez de Ferdinando ser o vassalo. Experimentou cada sensação única e fez uma nota mental de lembrar sempre que a esposa aprendia tudo muito rápido.

Deslizou as mãos nas pernas descobertas e percebeu que agora poderia agradecer a habilidade dela de encurtar o vestido para trabalhar. Os dedos do rapaz logo chegaram no alvo e começaram a massageá-la enquanto a moça continuava a rebolar sob seu corpo.

Ele mordeu os lábios e ia começar a desabotoar as calças quando ela parou os movimentos e o olhou com uma crueldade evidente no olhar.

–Não para...por favor...- ele suplicou. Ja tinha tomado muitos banhos gelados por ela e não seria agora, ja casados, que voltaria a tomar.

– Precisamos sair daqui.- Não era intenção dela parar. Mas tinha que admitir que o celeiro era arriscado demais. Muita gente ainda estava trabalhando e sabe- se la se os cunhadinhos ja não estavam voltando da escola.

Ela saiu de cima dele e pois se a correr para fora do lugar.

Ferdinando respirou fundo algumas vezes voltou a correr na direção dela.

Logo chegaram na casa. Gina vinha na frente. Os cabelos ainda continham um pouco de feno por entre seus cachos bagunçados e a barra do vestido ainda estava enrolada de forma com que metade de suas pernas ficassem amostra. Ela parou um segundo e olhou embaraçada para a madame e para a cozinheira que a olhavam assustadas.

–Madame Catarina- ela fez um gesto perdido entre um cumprimento e uma reverencia e ouviu o marido gritar por ela ao entrar na casa correndo.

–Gina!!

Ela riu na direção dele e subiu apressada as escadas.

O rapaz nem sequer olhou na direção da madrasta e da cozinheira. So tinha olhos para a esposa. E com uma velocidade impressionante a seguiu até o quarto.

As mulheres que ainda estavam na sala ouviram a porta bater e começaram a sorrir.

–Ai Mância...esses dois...são um fogo só.

–Madame Catarina...me parece pra ieu que eles são tar quar que nem um casal de coelhos.

–A que isso Mância pare de bobage...isso é coisa de recém casado.

As duas ouviram algo se quebrar no andar de cima e a madame suspirou.

–Só espero que não seja outro vaso. Acho que ja comprei uns dois praquele quarto deles e olha que não tem nem um mês que eles casaram.

–Mai eles gostam de quebrar as coisas...ou é brigando ou é fazendo as paz ..

A senhora riu e concordou ...sabia que tudo aquilo era muito saudável.

–Ai Mância daqui a pouco meu marido vai ter netinhos...e vão ser outro motivo pra quebrar toda a decoração dessa casa.

As duas riram até notarem na pessoa que entrava na casa. A cozinheira pediu licença para se retirar e deixou o casal a sós.

–Meu marido! Voltando cedo la das Anta...mai que cara é essa?

–Catarina! –Ele a abraçou longamente. Queria ter certeza de que a tinha nos braços.- Ainda bem que ocê não foi pras Anta...meu amor!

–Mai que estória é essa Epa?

Ele a olhou nos olhos e decidiu que precisava ter a família unida o mais depressa possível.

–Mância!

–Sim senhô coroné.

–Peça pra Rodapé e Izidoro buscarem meus filhos na escola imediatamente.

–Mai a aula não acabo ainda não.

–Faça o que estou lhe mandando.

–Sim senhô.

–Epaminondas...o que esta acontecendo homi! Eu to ficando preocupada!- a senhora ja demonstrava inquietação no tique nervoso que tinha nos dedos.

–Aconteceu Catarina.

–O que! Diga logo!

–A guerra....estorou!

A mulher colocou as mãos na boca e sufocou o grito. So conseguia pensar no futuro. O que seria da casa, dos filhos, da família, da vila.

–Mai ocê ta certo disso?

–Sim ta um confusão la nas Anta. Eu fiquei inté preocupado que ocê disse que ia hoje por la. Mai ainda bem que ocê ficou por aqui.

–É eu acabei me desencontrando com a sua nora.

–E Ferdinando ...ainda ta na lida?

–Na verdade ele mais a Gina tão lá em cima.

–É melhor mesmo! Precisamos ter todo mundo em casa agora.

O senhor se desvencilhou da mulher e foi andando em direção ao quarto do filho e da nora.

–Epa? O que vai ser de nós?- a mulher ja tinha lágrimas nos olhos. Nunca sentira tanto medo em toda a sua vida. Não entendia de guerras mais sabia o que podia acontecer e temia pela vida dos filhos e principalmente do marido e do enteado.

–Eu não sei Catarina...eu não sei.

*

Uma batida forte na porta fez com que o casal se separasse atônito.

–Mas quem diabos deve ser agora?!- Ferdinando não ia aguentar mais uma interrupção. Colocou uma blusa qualquer enquanto a mulher tentava achar algo para se cobrir.

Ela agarrou a camisa que ele usava para dormir e ele não pode conter o comentário

–Eu pensei que ocê odiasse essa camisa.

–Então não demore para vir tirar ela de mim.

Provocante. Sua. Ele a beijou novamente e respirou fundo. Abriu a porta e colocou apenas a cara para fora. Assegurando que nada além de seu rosto fosse visto.

–Meu pai?

–Ferdinando meu filho. Se recomponha e desça. Precisamos conversar.

–Mas...tem que ser agora meu pai?

–Desça Ferdinando...que o assunto é serio.

O coronel se retirou e o rapaz abandonou qualquer sentimento que não fosse preocupação.

Voltou para o quarto e começou a se arrumar novamente.

–Mas o que foi que aconteceu frangotinho?

–Eu não sei meu amor...mas acho que algo muito sério. Eu vou la falar com ele e ocê fica aqui tudo bem?

–Não...é claro que eu vou com você.- Não adiantava discutir com ela então apenas esperou que estivesse pronta para que descessem juntos.

Ja na sala Catarina havia ligado o rádio e ja estava abraçada aos filhos.

As noticias não paravam e as notas de que a convocação para o exercito ja tinham começado faziam com que seu coração ficasse ainda mais apertado.

Epaminondas estava pronto. Sabia que iam convoca-lo. Ja esteve em outras guerras e não seria essa que o deixariam de fora. Seu filho, no entanto, não seria uma opção fora do baralho, mas tentava argumentar com sua consciência de que apenas a sua presença na guerra ja seria o suficiente para o governo.

–Estamos aqui meu pai. Diga logo o que está acontecendo?!

O rapaz não deixou de reparar nas expressões assustadas dos irmãos, na preocupação evidente no rosto do pai e nas lágrimas infinitas que a madrasta deixava cair.

Sentiu um aperto em sua mão e olhou para a esposa que estava começando a ficar aflita.

–Vamos me respondam! O que está acontecendo?!

Antes que qualquer um pudesse falar a campainha da casa tocou.

Epaminondas logo se levantou. Estava pronto para a batalha. Catarina chorou ainda mais quando viu três homens devidamente uniformizados entrarem e se identificarem como militares a serviço do governo.

– Senhor Ferdinando Napoleão.

–Sou eu senhores...o que desejam?. – O rapaz estranhou mais a curiosidade ja o estava matando.

Os homens entregaram um envelope para o engenheiro que logo o abriu e deixou o queixo cair. Não precisou falar do que se tratava ja que o próprio capitão da patrulha o fez.

–Essa é sua convocação. O senhor se juntará ao próximo grupo que defenderá o nosso país.

Ferdinando não podia acreditar. Estava indo para guerra.


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Notas finais do capítulo

É isso meus amores espero mesmo que gostem!qlqr duvida,critica, elogio, desabafo, pedidos...estarei aqui e pronta a atende-las! =)



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