Aidentiti no kōkan escrita por Neko D Lully


Capítulo 4
Vaga aberta


Notas iniciais do capítulo

Eu queria ter terminado isso ontem, mas como eu tive um pouco de dificuldade com alguns nomes e perdi a criatividade algumas vezes fiquei meio empacada por um tempo. Espero que mesmo assim o cap tenha ficado legal ^^



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Sete da manhã e todos os membros do time de vôlei já estavam no ginásio da escola, aquecidos ou se aquecendo. Alguns, obviamente, pareciam ter chegado antes do previsto e já começaram o treino de forma animada. Tanaka soltou alguns resmungos, recordando-se de certo sonho tenebroso que tivera tempos atrás, realmente não sabia da onde aqueles garotos tiravam energia para acordar tão cedo e vir treinar. Deveriam ser desgraçadamente, estupidamente animados e dedicados.

Tanaka, todavia, reparou-se um pouco perdido no meio daquelas pessoas. Hinata e Nishinoya, seus parceiros de animação e confusão, estavam mais concentrados em seus dois kouhais, Shinra e Shinji. Quatro baixinhos saltando de um lado para o outro entre cortes e recepções, as vezes até pensava ter perdido um de vista e sentia um pouco de nervosismo em acabar pisando em um deles. Riu sozinho com a piada que fez a si mesmo.

Deixando as piadas internas de lado, reparou que Kageyama conversava tranquilamente com o enorme novato, parecia estar tentando ensiná-lo a levantar a bola. Achou graça que a semelhança dos dois fosse tão evidentemente assustadora, apesar do garoto novato ser mais alto e Kageyama ser mais assustador e intimidador.

– Vai acabar perdendo seu espaço para o novato, Rei. Não o ensine de mais. - a voz de Tsukishima se elevou, um sorriso maldoso em seus lábios enquanto caminhava junto a Yamagushi, que sorria alegre ao lado do amigo. Aqueles dois tinham uma amizade estranha, parecia até unilateral.

Riu com a cara que Kageyama fez e o afastar assustado do novato. Tsukishima nunca perderia aquele seu jeito para incomodar Kageyama, que antigamente era conhecido como Rei da Quadra ou Rei Egocêntrico. Claro, depois que entrou para Karasuno e foi forçado a trabalhar com o "baixinho irritante" Hinata Shouyou, Kageyama passou a mudar seu jeito egoísta e se dedicou a trabalhar em equipe com seus amigos. Mas Tsukishima nunca o deixaria de incomodar, era seu passatempo favorito afinal.

– Ei, Tanaka! Vem me ajudar a mostrar pra esses novatos como fazemos para dar boas vindas a um novo membro do time! -Nishinoya o chamou e sem perder tempo correu para se aproximar. Observar apenas era muito chato, animar com os novatos com certeza era bem mais divertido.

Akane Tomoshi era um garoto deveras acanhado. Talvez pelo modo que foi criado acabou por ser bem mais reservado que as pessoas que costumavam estar a sua volta. Todavia, bem no fundo, ele não queria continuar daquela maneira, porque, ao ser assim, ele acabava por não ter tantos amigos como desejava. Desde o fundamental era esse terrível problema, tão calado que as pessoas quase não notavam sua presença, passava despercebido com facilidade mesmo sendo alto desde mais novo.

Seus olhos então se pousaram na pequena figura de seu colega, animado enquanto imitava Tanaka-senpai em seus movimentos espalhafatosos de boas vindas. Parecia tão fácil para ele, simplesmente agir normalmente e não apenas chamar a atenção de todos para ele, como também ser amigável o suficiente para facilmente cativar aqueles que se aproximavam. Na curta conversa que tiveram no dia anterior foi o suficiente para aumentar seus ânimos com relação ao clube e dar uma noção mais poética do que apenas "gostar" do esporte. Para o pequeno, não era apenas um esporte, era sua vida.

Foi sorte não ter se tornado um garoto problema. Poderia não parecer mas Akane não era um garoto calado por simplesmente ser. Em casa seus pais brigavam diversas vezes, a mãe bebia de mais e o pai não queria nada da vida. Nada transparecia para quem via por fora, todavia Akane não poderia dar um pio em sua casa, caso contrario sua mãe poderia acertá-lo, como em diversas outras ocasiões. Talvez por isso nunca foi muito animado em ter amigos, afinal nunca poderia levá-los até sua casa, se chegasse machucado não poderia dizer nada e mais do que isso, não conseguia mais dizer o que pensava.

Suspirou, o treino havia terminado, as aulas passaram e o almoço se aproximava. Não estava muito animado, não tinha trago um bento, assim como no dia anterior. Ainda não era muito bom cozinhando e sua mãe não gostava de ser incomodada com tal coisa logo de manhã ou em qualquer horário, normalmente era seu pai que cozinhava, mas quando foi tentar pedir ele simplesmente disse: já está na hora de você aprender a se virar sozinho. Como se alguém que é sustentado pela mulher pudesse dizer alguma coisa. Mas nunca em sua vida colocaria tal pensamento para fora.

– ... Akane-kun ~! Akane-kun ~~! - cantarolou o pequeno garoto a sua frente, um enorme sorriso a lhe enfeitar o rosto enquanto balançava na cadeira do lugar a sua frente. Quando viu que tinha conseguido sua atenção sorriu um pouco mais, erguendo seu próprio almoço para dar ênfase no que iria falar. - Vamos almoçar juntos?

– M-mas... E-eu não trouxe meu almoço. - desculpou-se pensando que assim o garoto desistiria e se afastaria, como qualquer outro que algum dia tentou convidá-lo. Todavia o pequeno apenas sorriu um pouco mais.

– Sem problema! Minha mãe exagera no meu almoço diversas vezes, podemos dividir. - sugeriu, sem dar muita importância para o fato. Sem mais alternativas Akane acabou por ceder, não estava comendo direito nesses dias e se continuasse assim tinha certeza que acabaria desmaiando, ou se encontrando em uma situação ainda pior.

O pequeno sorriu e ajeitou a cadeira para poder se sentar de forma mais confortável, colocando seu lanche sobre a mesa do colega e abrindo-o sem muita cerimonia deixando a plena vista um almoço que com certeza apenas uma pessoa não conseguiria comer sozinha. Mesmo assim Akane ainda estava um pouco inseguro sobre aquilo.

– Tem certeza que não vai ter problema eu comer do seu almoço? - questionou, chamando a atenção do pequeno que já começava a deliciar-se com o que tinha.

– Sem problema. Você mesmo pode ver que tem comida de mais aqui. - respondeu o pequeno, a boca cheia pelo que tinha acabado de colocar. Percebendo que o rapaz ainda não fazia questão de pegar alguma coisa empurrou um pouco a lancheira em sua direção. - Vamos, vamos! Se não comer direito seu desempenho vai cair no vôlei.

– T-ta... O-o-obrigado. - ainda de forma tímida o rapaz pegou um pouco e levou a boca, saboreando agradecido a comida que tinha ganhado. Estava com mais fome do que imaginava, mas sabia que apenas aquilo não tornava a comida saborosa. O próprio sabor que descia por sua garganta era fenomenal! Aquela comida era simplesmente deliciosa. - Sua mãe cozinha muito bem.

– Não é? É inacreditável como ela ainda consegue fazer uma comida dessas, tão típica do Japão, mesmo tendo vivido anos nos Estados Unidos. Acho que alguns costumes nunca perdemos. - comentou o pequeno rapaz animado, levando mais um pouco a boca.

– Você não é do Japão?

– Sou, mas morei a maior parte da minha vida nos Estados Unidos. Acho que já deve ter reparado meu sotaque.

– H-hai... Desculpe...

– Que isso, não precisa se desculpa! Eu não gosto que fiquem reparando nesse tipo de coisa também, faz parecer que eu definitivamente não sou daqui, sendo que adoro o Japão. É uma pena que meu irmão seja melhor em falar e escrever do que eu.

– Você fala muito do seu irmão.

– Desculpe por isso. Deve ser chato ficar ouvindo eu falar tanto sobre meu irmão. - o enorme rapaz negou com a cabeça, indicando que não era um incomodo e poderia continuar. Na verdade ele estava feliz, mesmo que não falasse muito e as vezes se sentisse ligeiramente inseguro em dizer certas coisas aquele garoto parecia não se incomodar, e continuava a tagarelar fatos interessantes sobre si mesmo ou assuntos que achava legal. - É que meu irmão foi meu único amigo durante vários anos, então não tenho muitos assuntos sobre outras pessoas.

– Você não parece ser do tipo de poucos amigos. - comentou surpreso. Aquele pequeno serelepe estava mais para um garoto que sempre esteve rodeado de pessoas, sempre alegre e extrovertido, fazendo amigos com quem lhe aparecesse na reta. Ele sorriu sem graça.

– Sério? Eu nunca consegui ficar mais de vinte minutos com alguém que não fosse meu irmão sem brigar. Normalmente as pessoas me mandam calar a boca porque falo de mais. Não é legal ter alguém que só gosta de falar sobre vôlei, sabe? - o pequeno remexeu a comida um pouco sem graça. - Nem sei como você ainda não me mandou embora até agora.

– Eu te acho alguém legal. - o pequeno ergueu a cabeça, um pouco surpreso e então sorriu extensamente, um ligeiro rubor aparecendo em suas bochechas.

– Obrigado.

O silencio tomou conta depois daquilo, cada um perdido em seu próprio pensamento enquanto continuavam a comer tranquilamente o almoço que tinham a frente. Akane estava um pouco incomodo, não pela presença do garoto, era bom conversar com ele e tudo, sentia-se mais relaxado e não sentia como se seu silencio ou poucas palavras estivesse incomodando. Mas ainda não conseguia entender porque aquele garoto havia se aproximado, ele poderia muito bem ter corrido até Hinata ou Nishinoya-senpai, os quais ele estava se dando bastante bem. Ou procurado aquele garoto ruivo do primeiro ano, que parecia bem parecido ao pequeno, mas não, ele estava ali, mesmo que só tivesse trocado umas poucas palavras antes.

– A-an... P-por q-que você m-me chamou p-pra almoçar c-c-com você? - perguntou, um pouco inseguro. Quando viu a expressão de duvida no rosto do garoto, decidiu por tentar explicar, por mais que sua voz ainda estivesse um pouco presa e tremula. - S-sabe... E-eu não s-sou uma pessoa d-de m-muitas palavras ou que pareça amigável. N-nem a-ao menos conversamos m-muito a-antes...

– Hum... Eu te acho um cara legal e gosto da sua companhia, por isso. Mesmo que não converse muito você falou bastante comigo. - o pequeno sorriu, um pouco sem jeito, mas foi o suficiente para surpreender o rapaz a sua frente. - Sem falar que, alguém que fala de mais e alguém que quase não fala não seriam uma dupla um interessante? Se eu estivesse com alguém que fala tanto quanto eu não funcionaria porque ambos querem falar, então estar com você me dá espaço de falar o quanto quiser e deixa você com espaço para ficar calado o quanto quiser, não acha? Pelo menos, eu penso assim...

O rapaz nada disso, mas um pequeno sorriso se destacou no canto de seus lábios. Aquele pequeno realmente era uma pessoa incrível, não conseguia imaginar alguém que pudesse desagradar dele, por mais que o próprio tivesse dito que muitas pessoas o faziam. Falar de mais, quem se importava com algo assim? Desde que pudesse ter a companhia daquele garoto o deixaria falar até que não tivesse mais voz.

Mais ao longe Ukai analisava a lista de jogadores do clube de vôlei enquanto tentava decidir quem ocuparia a única vaga de titular que ficava sobrando. Depois da saída dos três rapazes do terceiro ano uma vaga tinha ficado sem ser coberta e pensou que com a entrada dos novos primeiros anos conseguiria decidir fácil quem ocuparia o lugar. Chegou a perguntar para os rapazes que agora estavam no terceiro, mas eles afirmavam que estavam bem como reservas, não aguentariam a pressão que era cada um dos jogos.

Sugawara, que antes era o levantador, teve sua vaga preenchida por Kageyama antes mesmo que fosse embora, todavia sabia que ainda sentiriam falta de seu ar maternal e tranquilizador durante os jogos, mas com isso poderiam lidar. Sawamura era outro que pensou que faria falta, como um grande capitão que conhecia bem seus colegas sua presença em campo era um peso bastante grande, todavia Ennoshita estava fazendo um bom trabalho, até mesmo com as recepções com as quais estava melhorando bastante. Essa vaga já estava preenchida e pensou que não teria tantos problemas. Mas a que mais estava difícil decidir era a substituição de Asahi.

Como ponteiro e as do time Asahi faria uma grande falta no jogo, seu tamanho e força, sem falar de suas grandes jogadas de fundo, eram essenciais para os jogos que viriam. Precisava de alguém para substitui-lo. Todavia, dos novatos que entraram eram muitos com talentos que poderiam entrar no lugar do grande e forte rapaz. Estava em duvida entre três do primeiro ano e por mais que eles tivessem talento, não dava pra escolher ainda qual deles seria o melhor para a vaga de titular.

Não que quisesse apressar as coisas, mas quanto antes treinassem a formação melhor seria no dia das partidas. O time precisava se acostumar com a presença do outro na quadra, formar uma sincronia, se não a mesma bagunça em alguns momentos do ano passado voltariam a acontecer. Precisava ser rápido e preciso em sua decisão, mas ainda não tinha visto os novatos jogando em um time completo e isso pesava em muito em sua decisão.

Prontamente pegou o telefone, teclou alguns números e por fim esperou que atendessem. Não demorou muito.

– Sou eu, vou precisar de um pequeno favor.

O dia em si não passou tão devagar para algumas pessoas como era de costume. Shinra, apesar de ainda não compreender muito bem o que os professores passavam no quadro, conseguia se desdobrar como podia nas aulas, pedindo ajuda para o primeiro que lhe aparecesse na frente. Sua sorte foi ter Akane próximo na maior parte das aulas e acabava por pedir socorro ao enorme garoto. Era até um pouco engraçado ver o pequeno soltando baixos xingamentos enquanto copiava o que tinha no quadro e quebrava a cabeça para tentar entender. Akane achava tudo aquilo bastante divertido e não recusou nenhum pedido de ajuda.

O treino da tarde chegou e juntos Akane e Shinra chegaram ao ginásio. Por algum motivo que Akane não conseguia entender muito bem Shinra se preparava nos banheiros da escola, assim que as aulas terminava, e não nos vestiários junto de todo mundo. Presumiu que o rapaz fosse tímido ou algo assim, não quis perguntar todavia, apenas se dedicou a esperar e acompanhar o pequeno até o ginásio.

– Ei Sakurano-san! - o grito estridente de Shinji ecoou pelo ginásio, o baixinho mal tinha chegando quando o ruivo já deixou apressado sua lição com Nishinoya e correu a seu encontro, um enorme sorriso estampado em seu rosto. - Eu quero muito defender aquela sua chutada, faz algumas pra eu ver o que posso fazer?!

– Claro, Akane levanta pra mim? - o rapaz já ia responder quando Ennoshita segurou o pequeno pela gola da camisa, parando-o antes que pudesse correr para a quadra.

– Antes de qualquer coisa vá se aquecer! Não queremos ninguém tendo uma distensão muscular! - repreendeu o capitão, apesar do sorriso em seu rosto era possível perceber que não estava para brincadeiras.

– C-certo... - Shinra rapidamente começou a correr pela quadra, deixando assim que Akane fosse se trocar e o pobre ruivo novato esperando para ter o que queria.

– Anda logo Sakurano! Eu quero defender sua chutada logo! - reclamou o ruivo.

– Como se você fosse conseguir assim de fácil, Kawamura-san! - desafiou o pequeno enquanto ainda corria, um enorme sorriso zombeteiro desenhado em seu rosto.

Shinji gostava do garoto, ele era divertido e animado igual a ele, era legal brincar com ele e se divertir durante os treinos. Ter Nishinoya-senpai e Hinata-senpai também era legal, ambos eram tão divertidos quanto, Tanaka-senpai também era um cara super divertido, estava ansioso para vê-lo em um jogo oficial. Será que agia da mesma forma exagerada? Estava adorando aquele lugar! Era muito melhor do que esperava.

Quando disseram que Karasuno era um grande time, pensou que só encontraria pessoas sérias focadas na vitória, mas não. Lá tinham pessoas descontraídas e divertidas, que apesar de levarem a sério o jogo ainda conseguiam se divertir com ele. Quando o treinador chegou não se importou muito, pensou que poderia ter a chutada do pequeno garoto do mesmo jeito, afinal, treinar cortadas e recepções era o que mais faziam naquele lugar.

– Venham aqui por um momento! - gritou Ukai assim que se acomodou, perto dele estavam mais duas pessoas, dois caras que não chegou a reconhecer. Todavia todos se aproximaram, os veteranos pareciam compreender o que ia acontecer, mas os novatos ainda se encontravam meio perdidos. - Como precisamos repor uma vaga nos titulares e treinar a formação antes que os jogos do interescolares comecem decidi fazer um jogo com os novatos para ver qual dos novatos seria a melhor escolha para se tornar um titular. Entre os que tenho mais interesse estão: Akane Tomoshi, Kintaro Matsumoto e Shinra Sakurano. - Shinra levantou a mão. - O que foi Sakurano?

– Qual é a posição da vaga?

– Ponteiro.

– É a posição que o nosso incrível as jogava antes! - exclamou Nishinoya com pura admiração em sua voz, um enorme sorriso estampado em seu rosto. - É melhor se dedicarem bastante para não desmoralizarem essa posição!

– Certo, certo. Não os pressione tanto Nishinoya. Agora, para que os times fiquem em mesmo numero pedi a uns amigos meus para nos ajudar. - apontou para as duas pessoas que o acompanhavam. - Muito bem, os times serão o seguinte: Hinata, Kageyama, Sakurano, Tomoshi, Nishinoya e Ennoshita. O segundo será: Tsukishima, Tanaka, Matsumoto, Midorya, Shimada e Takinoue. Então sem demora vão para os seus lugares!

– Com licença senhor. - interrompeu Kintaro com um pequeno sorriso debochado no rosto. Akane o encarou, já bem sabendo o que viria. Não foi o único a reparar a insistência que o loiro tinha de implicar com o pequeno garoto novato, Shinra poderia parecer não se importar muito, mas não era legal ter alguém infernizando a vida sempre que podia. - Não quero questionar sua decisão, mas ponteiro não é uma posição que necessite altura e força? Não vejo como o pequeno e magro Sakurano consiga ocupar essa vaga.

– Meio de rede também precisa de altura e eu ocupei a vaga do mesmo jeito. - intrometeu Hinata de modo inocente. Apesar do argumento do loiro estar certo, Hinata era a prova de que alguém com sem altura não necessariamente não poderia ocupar a vaga de alguém com altura. Todavia, meio de rede era diferente de um ponteiro. Hinata era a "isca", quem pegasse o lugar de Asahi precisava, definitivamente, passar o bloquei.

– Desculpe se ofendi, Hinata-senpai. Mas sua posição é diferente da vaga que está aberta. Um ponteiro não pode "fugir" do bloqueio. - continuou insistindo Kintaro. Tirar o baixinho do jogo seria seu primeiro movimento, depois tudo o que tinha que fazer era ser melhor que o enorme novato.

– É pra isso que eu sou a "isca mais forte", para tirar o bloqueio de perto do ponteiro. Ele não precisa fugir. - insistiu o ruivo. Ele queria que Shinra jogasse com ele, era divertido, o baixinho era animado e já tinha demonstrado um força e precisão incríveis. Tá, podia ser que não fosse tão bom em recepções como deveria, mas Hinata também não era e estava no time do mesmo jeito. O pequeno poderia aprender!

– Chega de discussão! - interrompeu Ukai, já impaciente. O tempo ia embora e eles ainda não tinham começado. Se continuasse dessa maneira a noite chegaria e eles ainda estariam na partida. - Sakurano está concorrendo a vaga, você querendo ou não, Matsumoto! Agora vão logo para seus lugares!

Com um muxoxo Kintaro assentiu. Sua logica estava certa, não entendia porque o treinador não aceitou logo no inicio. Será que todos estavam tão confiantes no poder de salto daquele tampinha? Só aquilo não ganharia o jogo! Observou furioso o pequeno, enquanto o mesmo dava leve saltinhos, como se preparasse para as chutadas que teria que dar. Ele não tinha tirado os pesos dos tornozelos.

– Não pense que vai conseguir essa vaga fácil, ochibi-chan. - sussurrou quando passou perto do garoto. Ele o encarou, o olhar confuso de um verde brilhante de ansiedade contra olhos castanhos raivosos e perigosos. Shinra era despistado, mas sabia que dali pra frente teria muito o que enfrentar para entrar no time. - Eu não vou facilitar nem um pouco pra você. Eu serei o titular e é bom que se acostume a ser um reserva.

– Tudo bem. Também darei tudo de mim para ganhar, Kin-chan. - o pequeno sorriu extensamente, um sorriso que o loiro só podia descrever como desafiador e detestável!

– E qual é dessa de "Kin-chan"?! - exclamou nervoso.

– Ora, você me chamou de ochibi-chan, então a partir de hoje vou te chamar de Kin-chan. Não quero ser o único com apelido, é constrangedor. - o pequeno fez bico, o cenho franzido em desgosto. Kintaro ficou desconcertado, ia protestar, mas o pequeno continuou. - Então eu peguei seu nome "Kintaro" e tirei o "taro" e acrescentei o "chan". Ficou até legal não acha?!

– Cala a boca! - gritou desconcertado o loiro, andando batendo os pés até a sua posição. Shinra não entendeu, será que tinha falado algo errado? Seja como for, apenas deu de ombros e correu até sua posição.

Shinra tinha ficado como ponteiro junto a Akane, o baixinho do lado esquerdo e seu companheiro do lado direito. Hinata estava no centro como meio de rede, Kageyama em sua posição de levantador, Nishinoya ao fundo como libero e Ennoshita junto a ele. Do outro lado Kintaro ficou como ponteiro junto de Tanaka, o pobre e tímido Midorya acabou como levantador, Shinji como líbero, Takinoue como meio de rede e Shimada na linha de fundo, ajudando Shinji. Ukai ficou como arbitro do jogo e encarregado de avaliar o desempenho dos novatos.

Shimada começaria sacando, e claro, não poderia deixar de usar seu típico saque flutuante. Um saque sem rotação onde a bola faz uma curva em seu ultimo instante, confundindo o adversário. Entretanto Nishinoya tinha experiência o bastante para conseguir receptar a bola e mandá-la na direção de Kageyama. Nesse momento, tanto Hinata quanto Akane e Shinra já estavam se preparando para saltar e atacar.

Kageyama observou, atentamente, para quem seria melhor mandar. Todos já esperavam um passe para Hinata, que com sua Chutada Estranha conseguiria um ponto rápido, Tsukishima já esperava isso, mas também tinha o novato novo, Shinra. Todos já viram a velocidade e potencia de seu corte, seria uma sacada obvia mandar para ele e parecia que o novato Kintaro estava marcando apressadamente o pequeno. Então, levando tudo isso em conta, a escolha mais obvia seria o outro novato.

Com um passe preciso a bola ergueu-se na frente no enorme novato que erguia-se para o corte. Sua reação podia ser atrasada, mas sua altura compensava o atraso chegando ao topo da rede com facilidade e sem precisar de muito impulso. Kageyama só precisou ajeitar um pouco seu tempo com o do rapaz e pronto, o corte passou direto ao lado das mãos de Tanaka e foi na direção do chão. Não foi uma bola com velocidade suficiente, o rapaz ainda precisava aperfeiçoar muita coisa, apesar de ter técnica. Shinji prontamente recebeu e a elevou na direção do pobre Midorya que, timidamente e menos preciso que Kageyama, levantou a bola para Kintaro.

Hinata e Shinra já haviam saltado para o bloqueio, suas mãos passando o topo da rede com facilidade apesar do tamanho dos dois. Kintaro imaginou que não precisaria saltar tanto, mas as mãos dos pequenos jogadores o impediam de lançar uma bola com pressão suficiente para uma cortada brusca, então simplesmente tocou a bola, fazendo-a passar por sobre as mãos dos bloqueadores. Uma simples finta que foi direto ao chão. Nishinoya infelizmente não conseguiu ser rápido o suficiente para alcançar a bola.

– Droga! - resmungou o líbero enquanto se levantava do chão. Kintaro sorriu com desdém, era um ponto para ele. Apesar de ser egocêntrico não havia como não admitir que tinha talento para o vôlei. Ele sabia o que fazer em situações difíceis e tinha técnica. Seus olhos castanhos procuraram o baixinho, querendo ver como ele reagia com seu grande ponto.

– Use mais força no braço Akane-kun! Você é lento de mais, tente se apressar um pouco e vai conseguir marcar da próxima vez! - aconselhava o pequeno para o enorme novato, parecia nem ao menos se importar com o ponto perdido. Rangeu os dentes irritado, aparentemente estava competindo sozinho. - Vamos, da próxima vez você vai ter que recuperar esse ponto, certo?

– C-certo. - gaguejou Akane um pouco constrangido, todavia um pequeno sorriso permanecia em seu rosto. O baixinho era mesmo animado com relação a jogos e não se esmorecia tão facilmente. Aquele ponto perdido, para ele, não era nada mais do que um pequeno atraso para a vitória.

– Nishinoya-senpai, você foi incrível! - gritou o pequeno de novo, saltando para perto do líbero que corava com o elogia e inflava o ego. Ukai suspirou do local onde observava o jogo, aquele tampinha seria mais um para animar o jogo, como se já não tivessem Nishinoya, Tanaka e Hinata para fazer isso. Bom, talvez pelo menos assim o time ficasse tranquilo nos jogos.

O jogo continuava, Shimada sacava novamente, e dessa vez procurava um lugar longe do líbero astuto. Todavia Ennoshita havia melhorado em suas recepções e não demorou muito em acertar a bola, enviando-a para Kageyama. Dessa vez, no entanto, Hinata foi mais esperto, assim que fingiu o salto prontamente desviou para outro lado, escapando do bloqueio e acertando a bola em cheio no chão. Um ponto para eles.

– Beleza! - exclamaram Kageyama e Hinata ao mesmo tempo. Nishinoya ao fundo comemorou, junto a Shinra, o ponto marcado. Agora estavam empatados e o jogo continuava.

– Ne ne, Hinata-senpai. Eu quero tentar uma coisa. - sussurrou Shinra perto do ruivo. O mesmo escutou atentamente, mas ainda não estava muito certo se aquilo funcionaria.

– Eu já te falei que aquilo...

– Deixa eu pelo menos tentar? Eu te perguntei antes porque isso é algo seu e do Kageyama, mas eu morro de vontade de tentar, posso? - o ruivo pensou. Realmente era um ataque seu, não queria ser copiado, todavia, era quase impossível o garoto conseguir e não via problemas em deixá-lo tentar pelo menos dessa vez. - Sem falar que vai ser divertido, não acha?

– Tudo bem. Vamos falar com o Kageyama e tentamos isso na próximo jogada, ok? - o pequeno assentiu animado, aproximando-se do levantador.

Todos voltaram para suas posições, agora o saque seria de Ennoshita. Não era um saque muito impressionante, mas levou a bola até o campo adversário, sendo interceptada por Tanaka. Midorya a levantou, dessa vez seria Takinoue a cortar. Todavia Akane estava na frente, uma muralha tão boa quanto Tsukishima se formos levar em consideração sua altura, todavia, mesmo que sua técnica fosse boa ainda faltava velocidade e tempo de reação. A bola acertou sua mão e passou com menos força para seu lado, permitindo a Nishinoya interceptar com mais facilidade.

A surpresa só aconteceu depois disso, enquanto a bola fazia seu caminho para as mãos experientes de Kageyama. Ambos, ponteiro e meio de rede, se moveram para o ataque, todavia, nenhum dos dois pulou inicialmente. Antes que completassem o movimento do salto eles voltaram a seus lugares, disparando para inverter as posições . Foi uma troca tão rápida que ninguém conseguiu dizer quem estava saltando onde.

Kageyama calculou o angulo, a velocidade, posição, local para mandar a bola e em poucos instantes ela já tinha sido arremessada ao chão. A chutada estranha estava ali, fizera mais um ponto para o time de Ennoshita que agora liderava com um ponto a frente. Mas... Quem havia cortado a bola foi Hinata ou Shinra?


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Notas finais do capítulo

Finta e uma jogada leve onde o jogador simplesmente dá um toque na bola para ela passar por cima do bloqueio, ela não tem força.
Ochibi é pequeno em japonês. E por favor, ignorem a piada contra baixinhos no inicio do cap, ela é muito sem noção, mas eu já ouvi muito ela por ser pequena.
Espero que tenham gostado ^^.

ByeBye



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