Dobrando Uchiha Sasuke escrita por Kamereon


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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- Sakura, não.

- Sasuke, por favor! Seja razoável!

- Eu já disse que não. Não vou voltar atrás com a minha palavra.

- Ora, está parecendo o Naruto falando assim... – Ela cochichou como se temesse minha reação.

- O que disse? – Perguntei estreitando os olhos.

- Na-nada. Só acho que devia reconsiderar. Ela já é uma mocinha...

Em toda minha medíocre vida eu nunca achei que pudesse passar por essa situação. Foi estressante, incômodo, espantoso... Pra não dizer humilhante. Ter um garoto de 16 anos em minha sala, cabelos penteados como se assim fosse possível esconder seu passado de criança-problema, e grandes olhos azuis me encarando com temor. Azuis. Sim, olhos azuis. Cabelos loiros. Riscos na face. Oh não... Um Uzumaki. Pior, um Uzumaki querendo permissão para... Ora vejam, isso não é possível. Não posso aceitar. Não há a mínima condição.

Um Uzumaki querendo permissão para namorar minha filha. Não, não e não. Um trilhão de vezes não. Eu vivi esse tempo todo para presenciar isso? Devia ter deixado Sakura me matar. Aliás, poderia pedir isso a ela agora. Mas não, sou um homem sensato, pai de família e não de qualquer família. Não posso me dar ao luxo de demonstrar sentimentos de maneira tão aberta assim.

Agora além de assolado por esse pedido maldito, ainda sou odiado pelas duas mulheres da minha vida. Eu deveria ser exaltado por manter a honra da família intacta! É claro que mandei o garoto embora. Com o máximo de educação que poderia usar em uma situação como essa, disse a ele que daqui uns 10 anos talvez, só talvez, pudéssemos completar essa conversa. São muito novos, não posso aceitar. 16 anos? Sarada saiu das fraldas ontem. Não posso permitir que um Uzumaki a subverta. Vai saber o que ele é capaz de fazer com aqueles clones? O avô dele é lembrado até hoje como o “Relâmpago amarelo de Konoha”. E se o neto for tão rápido como o avô? O que será que ele supostamente fará com essa “rapidez” toda? Não, isso é perigoso. Saiu daqui cabisbaixo, tristonho. Se fosse o Naruto teria reclamado e protestado sobre a minha resposta, mas ainda bem que pelo menos o filho tem alguma educação. A propósito, como era o nome dele mesmo?

Ah, Boruto...

E o que eu ganho por proteger a minha filha?

- Você é um monstro! – Ela disse. – Eu odeio você!

E bateu a porta do quarto. Ah, Sakura... Sarada tinha que herdar a sua capacidade para dramas?

---x---

O assunto estava mais do que resolvido. Não haveria namoro nenhum em minha família, não agora. Tomava meu café da manhã tranquilamente na manhã seguinte quando minha pequena Sarada chegou à cozinha. Bateu a cadeira, sentou-se. Bateu a xícara na mesa e a encheu com chá. Olhou-me com tanto rancor que eu achei que seu sharingan se ativaria a qualquer segundo. Sakura já havia saído, por isso não poderia intermediar qualquer conversa ou discussão que tivéssemos. Resolvi então ficar quieto, dando apenas bom dia a ela.

- Não vai reconsiderar sua decisão? – Ela perguntou.

- Não. – Respondi firmemente.

- Então não é um bom dia.

Ok, isso me irritou muito. Quem ela achava que era, afinal? Eu sou pai dela. Não um coleguinha qualquer. Mandei a minha decisão de ficar quieto para o inferno.

- Tenha mais respeito comigo. – Adverti-a.

- Mais respeito com você? E comigo? Alguém tem respeito comigo nessa casa?

- Sarad-

- Não! Eu já estou cansada de ser tratada como um bebê. Eu já tenho 16 anos! Sou uma ótima chunin de Konoha, uma das melhores na verdade, e muito requisitada para missões complicadas. Para tirar vidas ou salvá-las eu tenho idade suficiente, mas para namorar não? Que sentido isso faz? E eu tenho sentimentos, sabia! Ah, sim... Não é como se você fosse entender. Logo você.

- O que está querendo insinuar? – Perguntei. Ora, que garotinha corajosa!

- Você não é o poderoso vingador Uchiha? Use seus poderes para interpretação de texto.

E saiu batendo outra porta, dessa vez a da cozinha. Em um minuto ela voltou só para estragar ainda mais a discussão.

- Acho que não vai gostar de saber que nosso primeiro beijo foi há um ano.

Se eu fosse uma pessoa expressiva, nesse momento eu estaria de boca aberta e com os olhos bastante arregalados. Essa menina não tem medo, não? E aquele Boruto? Ele está louco pra sentir as chamas do meu Amaterasu. Ele está quase implorando por isso!

Mas sabe da verdade? A verdade é que eu virei um molenga depois que a Sarada nasceu. Só não posso admitir isso em voz alta. Agora por exemplo, depois dela me dizer aquilo tudo eu deveria dar uma bronca muito bem dada ou até uma surra naquela encrenqueira. Mas não, eu estava chocado, com raiva e pensando em como agir com ela depois disso. Se meu pai estivesse vivo ele diria que eu sou uma vergonha.

Uma semana silenciosa se passou na suntuosa mansão Uchiha. Eu sempre fui silencioso, mas para tudo há um limite. Para uma pessoa silenciosa reclamar do silêncio é porque a casa realmente parecia um cemitério. Sakura era quem quebrava o silêncio de vez em quando, mas não falava com tanta frequência. Lançava em minha direção um olhar lamurioso, enquanto Sarada, quando olhava em minha direção era para lançar olhares cheios de rancor.

Antes de dormirmos, Sakura tentou interceder pela filha novamente. Se ela achava que com aquela camisola curta e sua pele cheirando a hidratante iria obter minha atenção para ouvi-la, estava muito enganada.

- Sasuke-kun. – Ela chamou-me.

- Hm... O que você quer?

- Ai que horror! Não seja tão grosso.

- Quando você me chama de “Sasuke-kun” como quando éramos jovens é por que está querendo algo.

- Não fique assim tão nervoso. Venha, você deve estar cansado. – Ela estendeu os braços e eu fui em direção a ela. Deitamo-nos e ela me conduziu a apoiar minha cabeça em seu peito. Entre os lençóis, ela acariciava meus braços cansados e deixei-me levar pela situação, envolvendo-a pela cintura e beijando-lhe o pescoço. Com um riso doce ela enfiou os dedos pelo meu cabelo úmido. Em momentos como esse eu me dou conta quanto preciso dela, e quanto amo esse serzinho cor de rosa e irritante.

- Amor, não estou gostando desse clima pesado entre você e Sarada. – Ah sim, então era isso. Eu sabia que tinha algo por detrás desse carinho todo. Me chamando de “amor”? Posso arriscar que ela vai tentar me persuadir a aceitar o garoto.

- Hm. – Respondi curtamente.

- Eu sei que você está com ciúmes dela, mas precisa se controlar um pouco. Ela já está grandinha... Por mim ela pode namorar.

- Ciúmes? Não estou com ciúmes. Só acho que ela é nova demais para isso. Nós não começamos a namorar tão cedo assim, que eu me lembre.

- Mas a situação era diferente, não acha? Com 16 anos você... Bem, você ainda não tinha voltado. Ela não precisa passar por isso. – Sakura disse. Suspirei pesadamente. Não gostava de lembrar esse passado. Não gostava de recordar o quanto Sakura sofreu com a minha ausência.

- Eu não quero aquele garoto com a minha filha. Sakura, eu sei muito bem o que um casal faz quando começa a namorar. Lembro muito bem como era.

--- Flashback on---

- Sakura, não me olhe assim. – Ela sabia mostrar que queria atenção só de olhar pra mim. O problema é que quando eu começava a dar atenção pra ela era difícil parar. E por “atenção” eu quero dizer... Hm, bem, como explicar?

- Sasuke-kun, vem ficar comigo um pouquinho. Eu vim aqui só pra matar a saudade, não nos vemos desde a semana passada. – Uma missão que nos atrapalhou. – E você só fica aí com esse pergaminho idiota.

- Quando termina-lo terei mais tempo para ficarmos juntos. – Falei, tentando ceder à tentação.

- Você é muito mau. – Ela se aproximou da mesa como uma felina. Por trás, ela envolveu-me o pescoço e afundou o rosto em meu ombro. – Muito mau e muito cheiroso.

Garota mimada, sempre conseguia o que queria. Eu era um fraco perto dela. Em meio aos seus beijos, não sei exatamente quando eu saí da cadeira, deixei o pergaminho de lado e rumei para o sofá com Sakura agarrada em mim. Antes de oficializarmos o namoro, passamos cerca de um mês entre beijos, abraços e olhares significativos e inocentes. Depois de oficializarmos, a cada semana tínhamos algum avanço quanto a nossa intimidade como casal. Não que já tivéssemos realmente feito sexo, ainda não tínhamos muitos meses de namoro, mas amassos como esses foram aos poucos se tornando frequentes.

Eu estava em cima dela, apertando-a contra o estofado macio do sofá. Depois de beijá-la até deixa-la sem ar, meu alvo preferido era seu pescoço. Ela suspirava de um jeito que me deixava louco quando eu beijava seu pescoço, louco o suficiente para erguer sua blusa e tocar seus seios por cima do sutiã. Em um impulso, Sakura inverteu nossas posições a fim de morder minha orelha, abrir minha camisa e arranhar meu peito com mais facilidade. Eu tocava seu traseiro firme e empinado por dentro dos shorts quando Naruto entrou em casa sem bater na porta.

Inconveniente...

---Flashback off.---

- Mas Sasuke, éramos mais velhos quando fazíamos aquelas coisas todas. Eles têm apenas 16 anos, devem ter mais inocência do que tínhamos. – Ah, eu não confio nisso. Prefiro não arriscar sobre quanta inocência tem aqueles dois.

- Hm.

- Não quero que mude de ideia agora, mas prometa que vai pensar no assunto, tá? Eu ficaria muito feliz se vocês dois voltassem a se falar normalmente. E claro que poderíamos fazer vista grossa no início. – Sakura pediu. No início? Eu faria vista grossa naqueles dois para sempre. Desde que soube que Sarada teve seu primeiro beijo aos 15 anos eu venho pensando na possibilidade dela estar escondendo mais alguma coisa de nós.

- Posso pensar. Mas não garanto que vou mudar de ideia. – Falei. – Aliás, você sabia que sua filha teve seu primeiro beijo há um ano? Ela nunca disse nada.

- Ah, sim. Quer dizer... Não.

Ela sabia! Ela sabia e não me disse nada! Como assim? Eu sou sempre o ultimo a saber de tudo? Quem sou eu nessa casa afinal? Sou o líder do clã e da família, deveria saber de absolutamente tudo que se passa nessa casa. Ah, que absurdo...

- O que mais você sabe e está me escondendo? – Perguntei ameaçadoramente. Para minha surpresa, Sakura não se abalou. Isso costumava funcionar há algum tempo.

- Ah Sasuke, foi apenas um beijo! Eu acho fofo que tenha sido com o Boruto. Vai me dizer que não se lembra de que seu primeiro beijo foi aos 13 anos?

- Isso não conta! – Respondi irritado.

- Ué, por que não? Só por que foi com o Naruto e não comigo?

- Boa noite, Sakura.

- Sasuke, não me deixe falando sozinha!

Acho que podem imaginar que alguns dias após essa conversa eu voltei a ter a admiração da minha filha. E junto de admiração de Sarada, eu ganhei um... Genro. Ah, que irritante. Essas duas conseguem me dobrar tão fácil, chega a ser ridículo. Eu sou um shinobi de elite, derrotei inimigos fortíssimos, sou um homem respeitado e íntegro. Mas nas mãos dessas duas eu me sinto apenas um genin indefeso, desses que correm atrás de gatos. Droga, por que elas são assim? Por que eu sou assim? Tch, que inferno.

Mas não pensem que eu vou deixar Boruto (e suas “habilidades”) sozinho com minha filha. Ah não, isso não. Jamais!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim! História simples pra um fim de sábado gostoso :) Que tal comentarem pra fazer uma humilde autora feliz, hm? UHAUHAUH beijos ♥