A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 27
Você não é Gato para me Dar Unhadas


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, eu finalmente apareci. Sei que ando sumida, mas não posso dizer para vocês que essas três ou quatro semanas sem postar foram exclusivamente por não estar em casa para poder fazê-lo. Em parte foi, mas não completamente. Estou passando por um bloqueio, ou simplesmente estou sem vontade de escrever, por isso, acredito que devo ser honesta com vocês e comigo mesma e fazer um hiatus, vai ser rápido, eu juro! Talvez um mês, não chega a dois, prometo! Eu preciso arejar a cabeça e adiantar alguns capítulos para não ficar no aperto, okay? Espero que não fiquem chateados comigo e parem de ler ASS, sem vocês, não dá para continuar, sei que estou faltando o respeito com vocês, leitores fieis, que esperam todo sábado uma postagem minha, quando não o faço, por isso achei melhor entrar em hiatus, mas juro que já já passa.



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P.O.V Maxon

Ver America naquele palco, linda, deslumbrante e mais segura, confiante e alegre do que jamais a vi naquela mansão me encheu também de alegria. E ela estava simplesmente linda. Aquele vestido favorecia suas curvas e faziam-na ainda mais bela do que é, o que me fez sentir um ciúmes quase irracional. E cantou e tocou com tanto amor, tanta devoção, foi impossível não se comover. E ela desceu e sorriu para mim. Senti meu coração errar três batidas e dar um salto triplo.

– Bonita essa ruiva. – Zeus comentou, como quem não quer nada.

Se ele estava ao menos cogitando na possibilidade de fazer de America mais uma do seu harém, ele estava muito enganado que conseguiria. Eu não permitiria.

– Filha de quem? – ele continua.

– Seu filho, Apolo.

– Ah. Daí que vem o talento. Muito talentosa, quase chegando ao mesmo patamar do pai. – reviro os olhos, eu realmente merecia Zeus.

– Muito bem, todas essas senhoritas são muito adoráveis e talentosas, escolha difícil para nosso querido Maxon Schreave. Amanhã a noite o resultado de quem ganhou será anunciado durante um programa especial de perguntas e respostas com as Selecionadas. – Gavril diz e olho para Zeus, espantado e com raiva.

– Por que não me contou?

– Você se colocaria oposto.

– Óbvio que me colocaria!

– Mas não pode mais. Adeus, meu filho. – ele sorri cinicamente, antes de desaparecer como névoa.

Bufo e reviro os olhos. Típico de Zeus. Digo antes de procurar America com o olhar, mas ela já havia ido embora.

P.O.V America

No dia seguinte, Mary e eu estamos no quarto, ela lendo-me perguntas que talvez Gavril possa fazer e eu lhe dando as respostas: “O que você acha do palácio? Qual foi a coisa mais romântica que Maxon fez? Você sente falta da família? Vocês já se beijaram?”.

Lanço um olhar torto para Mary quando ela faz a última pergunta. Eu respondia automaticamente tudo o que ela perguntava na tentativa de não pensar demais. Mas dava para notar que essa do beijo era pura curiosidade. Seu sorriso provava.

– Não! Pelo amor de Deus! – replico, tentando soar irritada, mas ia parecer estranho ficar brava por isso. Acabo dando um sorrisinho amarelo, que provoca risos em Mary. – Ah, por que... por que você não vai limpar alguma coisa?

Ela cai na gargalhada, e antes que eu possa mandá-la parar, Anne e Lucy voltam ao meu quarto com mais um cabide em mãos.

– Mais um vestido? – pergunto-lhes. – Não poderia, finalmente, usar o azul?

– Nah! – zomba Mary, ainda rindo. – Ficamos sabendo que algumas meninas ainda insistiram em usar azul, apesar de ontem você ter ido com um vestido dourado, e tivemos a ideia de fazer algo diferente para essa noite. – ela puxa a capa do cabide. – Vermelho.

Ofego. Ele era simplesmente lindo e apesar de passar a impressão de ser um vestido igual ao de Jessica Rabbit quando visto pela primeira vez, na verdade ele é bem mais composto, de frente única que ia até o chão.

– Nossa, como é lindo! – digo. Apesar do vestido dourado ser mais bonito, se tivesse que escolher entre os dois, ficaria difícil.

– A senhorita tem que arrasar. – Lucy sorri.

– Mas já era para eu ter arrasado. Ontem. – lembro-as.

– Ah, não implique com isso, por favor, senhorita America. A senhorita pode arrasar tudo noites seguidas sim. – Anne sorri.

Reviro os olhos para ela, mas não posso negar que estou encantada pelo vestido, vou – tenho – que usá-lo.

Era engraçado como de ontem para hoje o estúdio estava completamente diferente, se eu não soubesse, não diria que eram os mesmo lugares. O palco fora tirado e substituído por duas cadeiras em estilo entrevista. Não fiquei muito animada ao ver aquilo.

Confesso que ainda fiquei meio surpresa ao ver algumas meninas de vestido azul, mesmo ontem eu tendo vindo de dourado e mais surpresa ainda por ver Celeste de dourado. Quase cai da minha cadeira de tanto rir.

– America! – ouço-a berrar, se aproximando de mim rapidamente, com o rosto tão vermelho quanto meu vestido.

Olho rapidamente para os lados, procurando alguém: Tuesday, Natalie, Amy, Kriss, Marlee? Ninguém. Quando me dou conta, Celeste já estava ao meu lado, com um sorriso perverso no rosto.

– Celeste. – falo, desanimada.

– Você poderia vir comigo um segundo? Preciso de ajuda.

Antes de eu ter tempo para responder qualquer coisa, Celeste já está me arrastando e me levando para trás da cortina de fundo azul do estúdio.

– Tire o vestido. – ordenou ao começar a baixar o zíper do próprio vestido verde água.

Será que ela é..? Será que ela quer..? Não, Celeste é focada, má e manipuladora demais para isso.

Mesmo assim, pergunto:

– O quê?

– Eu quero seu vestido. Tire. Argh! Fecho maldito. – ela pragueja, ainda tentando, em vão, se livrar do vestido.

– Não vou tirar meu vestido. – retruco – quase literalmente – batendo o pé.

Começo a me afastar, mas não vou muito longe. Celeste crava as unhas no meu braço e me puxa para trás.

– Aii! – bero, levando, por instinto, as mãos ao braço. Pelo jeito, aquelas marcas iriam permanecer, mas felizmente não havia sangue.

– Calada. Tire esse vestido. Agora.

Permaneço parada, de cara fechada, nem um pouco a fim de cooperar. Celeste ia ter que aprender que não era o centro do Olimpo.

– Posso tirar para você, se quiser – ela propõe friamente, com uma cara de poucos amigos.

– Não tenho medo de você, Celeste – eu digo, cruzando os braços para lhe mostrar que seu pequeno piti não surte efeito. Não em mim, pelo menos. – Este vestido foi feito para mim, e vou ficar com ele. Da próxima vez em que for escolher sua roupa, tente ser você mesma em vez de querer parecer comigo. Opa... Mas se fizer isso, talvez Maxon descubra que você é uma chata e te mande para casa, né?

Sem hesitar um segundo, ela levanta o braço, puxa a alça do meu vestido e vai embora, com o nariz empinado e rebolando, como se nada tivesse acontecido. Bufo de ódio por aquela meretriz, mas fico atordoada demais para ir além disso. Olho para baixo e deparo com aquele pedaço de tecido descosturado pendendo de forma patética do meu busto. Ouço o chamado de Silvia para todas irem a seus lugares e saio por trás da cortina, caminhando o mais corajosamente que posso, o que, acreditem, não é muita coisa.

Marlee, graças a Zeus, havia guardado um lugar ao seu lado para mim, mas me olha espantada e preocupada quando me aproximo.

– O que aconteceu com o vestido? – ela sussurra.

– Celeste. – digo, bufando, mandando uma pequena mecha de cabelo para trás, para o resto do penteado.

Emmica e Samantha, sentadas à nossa frente, viram para trás.

– Ela rasgou seu vestido? – Emmica pergunta.

– Aham. – falo, sem ânimo.

– Você tem que contar tudo para Maxon – Emmica quase me implora. – Essa menina é um pesadelo.

– Eu sei – concordo com um suspiro. – Vou contar da próxima vez que o vir.

– Quem sabe quando vai ser? Pensei que fôssemos passar mais tempo com ele. – comenta Samantha, com uma expressão triste no rosto, só para depois enterrá-lo em suas mãos.

– America, levante o braço – pede Marlee num tom um tanto profissional.

Com as mãos tão profissionais quanto seu tom de voz, ela enfia minha alça descosturada no busto do vestido, enquanto Emmica arranca algumas linhas soltas. Não dá nem para notar que algo tinha acontecido. Já as marcas de unha pelo menos continuam no braço esquerdo, escondidas da câmera, graças a Apolo.

É quase hora de começar. Gavril está revendo suas fichas até Maxon finalmente aparecer. Maxon vestia um terno azul-escuro com um broche do brasão nacional na lapela. Ele parecia disposto e calmo.

– Boa noite, senhoritas. – ele diz com a voz leve e um sorriso.

Um coro de “Alteza” foi sua resposta, apesar de eu ter conseguido ouvir um ou dois suspiros fora do tom, o que, de alguma maneira inexplicável, me deixou com raiva.

– Sei que algumas de vocês talvez estejam um pouco nervosas – Maxon começa –, mas não há motivo. Por favor, sejam vocês mesmas. As pessoas querem conhecê-las.

Nossos olhares se cruzaram algumas vezes enquanto ele falava, mas não foi suficiente para adivinhar seus pensamentos. Ele não pareceu ter notado o vestido. Minhas criadas ficariam desapontadas.

O príncipe nos deseja boa sorte, faz uma piadinha sobre sua mãe e caminha até seu lugar.

– Boa noite, senhoras e senhores dos Acampamentos, familiares, deuses e amigos. Sei que esta é uma noite empolgante para todos nós. Vocês finalmente conheceram melhor as vinte e cinco mulheres que ainda participam da Seleção e seu relacionamento com o Príncipe. Estou certo de que todos haverão de convir que qualquer uma dessas jovens incríveis seria uma maravilhosa esposa para nosso querido Príncipe Maxon. – diz Gavril e eu ainda me pergunto se o pessoal de “casa” entende porque o chamam assim. – Por isso, esta noite... vamos apenas perguntar! Comecemos pela senhorita... – Gavril faz uma pequena pausa para conferir suas fichas – Celeste Newsome, filha de Afrodite!

Celeste levanta-se de seu assento na fileira do alto e desce sinuosamente as escadas, como se nada nunca tivesse acontecido, como se fosse a garota mais normal e com mais honra do planeta, como se houvesse um peso de culpa que certamente deve haver em seus ombros. Antes de se sentar para a entrevista, beija as bochechas de Gavril. Sua entrevista foi previsível, como a de Bariel. Ambas tentaram parecer sedutoras, inclinando-se para a frente várias vezes para que as câmeras filmassem o decote. Elas são muito falsas. Eu podia ver seus rostos nos monitores, e a cada resposta elas olhavam para Maxon e piscavam. Houve momentos – como quando Bariel tentou lamber os lábios de um jeito atraente – em que Marlee e eu trocamos olhares e tivemos que desviar o rosto para não rir.

Outras tiveram mais compostura. A voz de Tiny era muito discreta, e ela parecia encolher à medida que a entrevista avançava, não era à toa, então, que seu nome era Tiny, que siginifica “pequenina” – ou “pequenino”, claro –, em inglês. Ri comigo mesma por isso, mas eu sabia que ela era meiga e esperava que Maxon não a riscasse de sua lista apenas por não falar bem em público. Emmica se manteve formal, como Marlee. A principal diferença entre as duas era que a voz de Marlee estava tão carregada de entusiasmo que ficada mais aguda a cada fala.

Gavril fazia uma série de perguntas, mas duas pareciam fixas: “O que você acha do príncipe Maxon?” e “Você é a garota que gritou com ele?”. Eu não estava muito ansiosa para revelar ao Olimpo que havia dado uma bronca no filho do “rei”. Ainda bem que – até onde todos sabiam – eu só tinha feito isso uma vez.

Todas pareciam orgulhosas por não terem sido a garota que tinha gritado com Maxon. E todas achavam que ele era simpático. Usavam quase sempre a mesma palavra: simpático. Celeste disse que ele era bonito. Bariel comentou que tinha um poder silencioso, o que me pareceu assustador. Gavril perguntou a algumas garotas se o príncipe já as beijara, e a resposta era invariavelmente um “não” de bochechas coradas. Depois da terceira ou quarta negativa, ele se voltou para Maxon e disparou, parecendo chocado:

– Mas o senhor ainda não beijou nenhuma delas?

– Elas estão aqui há apenas duas semanas! Que tipo de homem você pensa que eu sou? – rebateu Maxon, rindo consigo mesmo.

Suas palavras saíram em um tom jovial, seu riso lhe deu um ar de adolescente mesmo, mas ele pareceu se contorcer um pouco na cadeira e seu riso, por algum motivo que eu não sabia ao certo, parecia um tanto... com a Celeste... ops... artificial, quero dizer. Será que ele já tinha beijado alguém na vida?

Samantha acaba de dizer que a estada na mansão estava sendo maravilhosa quando Gavril a dispensa e – infelizmente – diz, em alto e bom som como tudo que sai de sua boca:

– Senhorita America Singer, filha de Apolo!


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Notas finais do capítulo

Desculpa mesmo, viu, gente? Mas já me justifiquei, acho mais digno da minha parte, se isso alegra a vocês, posso dizer que minha outra fanfic, Challenges of The Love, também certamente vai entrar em hiatus, só não entrou ainda porque não a escrevo sozinha.
Beijos,
Liz.



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