-Edward. – Ela me encarou perplexa – Você…tá falando sério? – Ela me perguntou e minha vontade era dizer não. Mas eu não podia. Eu tinha de deixar de ser egoísta, prepotente e mimado, como Bella tanto acusava injustamente. Afinal não foi tão injusto assim.

-Estou Alice. Vá logo antes que eu me arrependa. – Nem foi preciso pedir duas vezes. Alice se levantou de supetão e correu para fora do quarto. Eu me ergui do chão também, mas mais lentamente. Quando já estava caminhando para fora do seu quarto a vi retornar e correr até mim me abraçando forte.

-Obrigada, obrigada, obrigada. Eu te amo demais. – Ela falou alegre me beijando forte e saindo dali correndo de novo.

Me arrastei até meu quarto para chorar mais um pouco. O quarto estava praticamente em escombros. Tudo quebrado e espalhado pelo chão. O telefone tocou mas eu não queria atender. Ao mesmo tempo uma força gritava na minha cabeça dizendo para eu atender. Procurei o celular no meio dos destroços e levei um tempo para achar.

-Alô… - Falei com a voz arrastada.

-Edward. – Era Rosalie. Sua voz era preocupada e embargada.

-Está tudo bem com Bella? – Me alertei.

-Não. – Ela respondeu soluçando.

-O que aconteceu? Me fala, por favor? – Quase implorei.

-Você precisa vir para cá. – Ela soluçou de novo. – Você tem de ajudar Bella a esquecer o passado. – Choramingou. – Você tem de mostrar pra ela que você não é como o pai dela.

-Como assim. o que tem o pai dela?

-Ele fez muito mal para ela Edward e ela te compara a ele. Ela morre de medo de você porque acha que você é igual a ele. Eu sei que ela te ama Edward, eu consigo ver nos olhos dela. Mas o passado…o pai dela…ela não consegue esquecer. Ela tem medo e só você pode mostrar pra ela que ela pode ser feliz e que consegue ultrapassar esse medo. – Falou com a voz chorosa mas ao mesmo tempo firme. – Venha pra cá, por favor. – Rose me pediu choramingando outra vez.

-Estou aí em 5 minutos. – Garanti e desliguei. Assim que troquei de roupa fui até meu Volvo e dirigi para o Hotel onde elas estavam hospedadas.

Meu nome estava na recepção por isso subi logo sem precisar interfonar.

Quando bati na porta Rose atendeu e me abraçou. Renesmee também estivera chorando e isso me partiu o coração.

-Ela está no banho. Teve pesadelos a noite toda com você e com papai. Ela pedia socorro. Por favor. Ajude minha irmã. Eu não vi que o nosso pai fez com ela. Eu ainda não era nascida, mas sei que o que ela presenciou a marca muito e a mata de medo. – Nessie falou num imploro.

-Meu pai contratou vários psicólogos, mas Bella sempre fugia deles. Ela nunca confiou em mais nenhum homem, a não ser meu pai. Que as acolheu com todo o amor, carinho e dedicação. Eu pouco me lembro da chegada delas, mas eu lembro da dor e medo estampados no rosto de Bella. – Então elas não eram todas irmãs de sangue.

-Ela já deve estar saindo. – Nessie falou e eu escutei o chuveiro desligar.

-A gente vai dar uma volta, só voltaremos se você ligar. Se não ligar, é porque ficou tudo bem. Ok? – Rose me pediu.

-Ok. – Respondi e as vi sair.

Não precisei esperar muito até que Bella chegasse na sala e me encontrasse. Seus olhos era de temor puro e isso me matava por dentro como uma tortura.

-Que…você…está fazendo aqui? Onde estão minhas irmãs? – Perguntou temerosa olhando em volta num sinal visível de desespero.

-Elas saíram depois que me chamaram pra vir aqui…falar com você. Elas estavam desesperadas. Me imploraram que viesse. – Expliquei.

-Não há nada pra falar. – Falou com a voz trêmula tentando parecer firme e apontando para a porta da rua.

-Elas falaram que você tem medo de mim…que você me compara ao seu pai. – Comecei e ela arregalou os olhos estremecendo o corpo e começou andando pra trás lentamente como se procurasse uma fuga de algum assassino.

-O que ele fez com você? – Fiz a pergunta que não queria calar em minha boca, mente e em meu peito.

Comecei andando até ela e isso a fazia estremecer cada vez mais. Eu estava causando pavor a ela. Como isso é possível como eu podia causar medo a ela? O que o pai dela fez? O que eu fiz para ela me comparar a ele e sentir tanto medo de mim?

Continuei andando até ela e ela recuando cada vez mais. Até que seu corpo bateu contra a parede e ela soltou um gemido de pavor. Continuei meu caminho o mais lentamente possível tentando demonstrar a ela que eu nunca iria a machucar.

Estava a centímetros dela e ela continuava tremendo. Então a abracei. Ela chorou desesperada e tremendo mais ainda, como se estivesse levando um choque. Mas mesmo com todo esse medo ela tentou se debater. Seu corpo estava fraco e frágil e a força que ela depositava na tentativa de afastamento era mínima, por isso me deixei ficar abraçado a ela.

 Pouco demorou para que ela cedesse e me abraçasse de volta. Seu corpo parou de tremer e seu choro não era mais de desespero.

-Eu não sei o que ele fez com você, mas eu juro que nunca faria igual. Nunca magoaria você, Isabella. Eu te amo. – Falei lutando para não chorar e implorar por seu perdão.

Ela se desprendeu lentamente do meu abraço e me olhou nos olhos. Agora era eu que estava com medo. Medo de ser rejeitado. Mas isso não aconteceu. Ela se entregou a mim. Me entregou seus lábios e seu corpo e foi como provar o melhor dos néctares. Foi como deitar ao lado de uma Deusa, eu, um simples humano, deitado nos braços da minha Deusa.

-Eu te amo Edward. – Ela sussurrou deitada no meu peito. Meu coração inflou de felicidade. Quase que o sentia explodir de emoção. Ela me amava.

-Eu sei. Eu sempre soube. – Brinquei.

-Vê-se mesmo que você é dono de um Volvo. – Pegou me olhando e sorrindo. Como eu queria tanto ver esse sorriso.

-Porquê? – Perguntei me fazendo de ofendido.

-Porque é lindo e é meu. – Gargalhou. - E arrogante e prepotente. – Continuou.

Continuamos fazendo nossas juras de amor e eu a pedi em casamento. Não havia mais nada o que esperar. Eu a amava mais que tudo e era correspondido. Nunca que eu iria deixar uma mulher Irritantemente Bella. A minha Bella, a minha mulher. A minha Deusa particular. (N/A: Sim, porque droga particular é para os agarrados, e não fica tão romântico assim.)

Continua…