– Espera aí... O quê? Como? - Sam perguntou chegando perto de James.
– Eu quem escrevo as cartas. Na verdade... Eu estou completamente apaixonado por você.
– James... Como eu não percebi isso antes? Sabe, o jeito que me olha. E também é você quem me entrega as cartas... Como assim? Porque não me disse antes?
– Eu tinha... Medo. Da sua reação...
– James eu... - Ele a interrompeu.
– Eu sei que está confusa. Mas... - Dessa vez, ela o interrompeu.
– Não, James. Eu não estou confusa. Eu só... Eu te amo. - Sam disse o beijando.
– Sam? - Freddie a chamou com os olhos arregalados e a garota o olhou estranho. - Porque está beijando o James?
– Ele escreve essas cartas pra mim... - Disse ela mostrando. Freddie pegou, fitou as cartas, o olhou incrédulo para os dois.
– Eu escrevo as cartas - Disse ele e Sam gargalhou, enquanto James sorria forçado.

* * *
Sorveteria Candyland - Tarde- 16:14.
– Pensou em alguma coisa? - Falou Cat enquanto lambia um pouco da sua casquinha. Seu sorvete era de baunilha e chocolate. Se sentou na mesa junto á Jennifer. A líder de torcida assentiu lentamente.
– Você vai achar loucura, mas... Eu pensei sim em algo. - Jhenny cruzou as pernas, e ajeitou a saia amarelada, do uniforme da líder de torcida.
– Fala.
– Sabe... No vestiário há muitas fofocas sobre as garotas. Algumas coisas são verdades.- A loira sorriu levemente, e pegou com uma colher pequena um pedaço do seu sorvete de flocos.
– E o quê tenho a ver com isso? - Cat deu de ombros.
– Garota! Você não tá entendendo? Lá no vestiário das líderes sabemos TUDO da Carly, a antiga abelha rainha do grupo. E, sinceramente? Todos lá odeiam aquela dalí, a única fiel a ela mesmo é a Missy, que nem é líder. - Revelou Jhenny.
– Nossa... - Cat ficou boquiaberta.- Mas que tipo de fofoca tem sobre a Carly?
– Não é só sobre ela, mas... Eu soube que ela foi abandonada pela mãe desde pequena, nem sabe o nome da mulher. Além disso... Ela já sofreu bullying antes de entrar aqui. Sabia que ela sofre de bulemia? Pois é, ninguém sabe disso. Com exceção da Sam. - Disse a loira ajeitando seu rabo de cavalo.
– C-Como a-assim a Sam? O quê tem a história da Carly com a Sam? -Perguntou Cat meio alterada. Ainda estava processando tudo o quê a garota dizia. Pegou mais um pedaço de seu sorvete, e começou a fitá-lo.
– Por impossível que pareça, Carly e Sam eram SUPER amigas. Elas não se desgrudavam. Mas, até hoje ninguém sabe o motivo delas serem assim uma com a outra, esse ódio mortal. - Jhenny suspirou pesadamente. -Eu penso que o ódio vem de Carly, porque ela faz de tudo para acabar com a loira. - Opinou a garota.
– Então... Sam sabe da vida toda da Shay e nunca falou pra ninguém? - A ruiva deduziu.
– Isso... Mas, ainda não acabou. Tem coisas sobre a Nanda, a Emma, a Tori, a Lucy... Principalmente da Stone. - Falou Jhenny com os dentes cerrados.
– Dizem que ela é a mais rebelde... Acertei?
– Você já sabe de algumas coisas, ruivinha. Não de tudo, mas o básico. Mas ela é sim. E... Gostei do quê você falou lá no refeitório. - A loira sorriu torto, e deu um leve toque na mesa branca da sorveteria.
– Obrigada. Apenas falei a verdade, só pra deixar elas... De queixo caído. - Cat fez um gesto estranho com o queixo, e Jhenny riu.
– Tá. Mas bem, Lucy já esteve grávida, por se envolver com caras errados... Mas ela abortou a criança. Nessa época ela foi afastada do grupinho das líderes e não demorou muito pra voltar. Emma também bebe, mas só por influência do pai nas férias de verão. Nanda odeia seu corpo, e já chegou a ficar 2 dias inteirinhos apenas bebendo água. Ela é obcecada em busca de um ' corpo perfeito'. Tori já ficou com todos os caras daqui e até agora não achou nenhum legal. E a Carly, bem... Não é líder e já falei dela. - A loira falou na maior calma, e deixou a taça se seu sorvete de lado. Cat decidiu parar com aquela conversa. Mas alguma coisa que Jennifer falasse acabaria parando o cérebro dela. A loira se foi, deixando o dinheiro encima da mesa para que Cat pagasse. E a garota ficou lá, ainda tentando entender tudo o quê tinha ouvido. E não, ainda não conseguia processar tudo. Era muita coisa para Catherine Valentine digerir ...

* * *
Pov. Carly
Queria conversar um pouco. Qual é, apesar da Carly ser a Carly eu também sou um ser humano. Preciso conversar com alguém. Fui para o quarto de Missy, e a porta estava meio aberta.
– Oi. Posso entrar? - Sorri e ela assentiu.
– O quê foi Carly? Parece mal. - Missy se levantou, e sua colega de quarto estava lá. Allie não gosta de mim, e quando apareço para visitar Missy ela sai bufando do quarto e indo para algum lugar distante. Era morena, cabelos encaracolados na altura dos ombros, sempre ficava preso. Usava óculos de aros pequenos, e era nerd. Muito nerd. Não eram pelos óculos, mas ela era muito nerd. Recebeu uma bolsa para Harward. Sabe o quê é isso? Ela é uma das mais inteligentes do planeta. Ok, voltando a cena e esquecendo a Allie ...
– Eu tô bem, mas... - Pousei minha cabeça sobre o colo de Missy, e advinha? Allie saiu de lá bufando. Ignoramos o ato dela, e continuei a falar. - Eu soube que vai ter um negócio aí com as mães e todas devem vir, menos a minha... - Suspirei e fechei meus olhos. Missy passou a acariciar meus cabelos levemente.
– Você não sabe onde ela está, pelo menos? - A ruiva falou, e eu abri os olhos.
– Não. Não sei de nada, se está viva, se tenho irmãos ou irmãs, e eu não gosto dela, mas... Apesar de tudo... Ela é minha mãe né... E... Eu vou me esconder neste dia aí. Só pra não passar vergonha. - Tirei minha cabeça do seu colo.
– E o seu pai?
– Ah! - Bufei- Ele tá por aí, não falo com ele há anos. E... Ele sempre odiou a minha mãe, por isso também tenho ódio dela...
– Pelo menos você tem o seu pai... - Missy virou a cabeça, e escondeu seu rosto com seu cabelo.
– Ai, Robinson. Desculpa. - A abracei quando me dei conta de que o pai de Missy havia morrido na guerra. - Foi mal, amiga. Desculpa.
– Tudo bem. - Ela cessou o abraço, e pousei minha cabeça sobre o seu colo novamente.
– Aí... Eu acho que a Puckett pegou meu diário, e agora está o lendo. - Mudei de assunto.
– Porque acha isso, Carly?
– Ela me chamou de Blue Bee. Esse era o apelido da Melanie. E eu nunca contei isso pra ela na época que éramos amigas.
– Talvez a Melanie tenha dito á Sam. - Missy tentou deduzir, e eu bufei.
– Não cara. Elas se odiavam. E eu chamava a Melanie de Blue Bee. Eu! Mas... Ah, deixa pra lá... Eu nunca mais vi a Mel e também tô nem aí pra Sam. Elas não tem nada a ver comigo mesmo... - Coloquei um travesseiro encima da minha cara, e uma lágrima desceu para meu rosto. Eu estava chorando? Pelas Puckett's? Não, Carly. Enxugue suas lágrimas. Elas não merecem.

* * *
– Então é assim não é Carly? Prepare- se. Vou mostrar ao mundo quem você é. - Gargalhou uma garota olhando para a Shay com raiva.

* * *
Dia seguinte- Aula de cálculo -Manhã- 10:36.
– Jade. Posso conversar com você? - Perguntou Beck sentando ao seu lado.
– O professor não vem? - Perguntou a garota meio sem jeito.
– Ele está seis minutos atrasado. Não é a primeira vez que ele falta. Além disso, eu detesto a aula dele. - Resmungou o moreno fazendo Jade rir.
– Eu também. Quer falar alguma coisa comigo ou...
– Então... Eu meio quê...- Beck parou de falar.
– Que...? - Jade encarou Beck, que ficou paralisado.
– Ih, olha lá. É o capitão do time com uma qualquer aí. - Alguns riram.
– Olha aqui seu filho da puta!- Beck se levantou, indo para cima do cara que fez o comentário maldoso.- Você não é ninguém pra comentar com quem eu me envolvo, e a Jade não é uma qualquer, ela é linda, ela é inteligente, é amigável. Ela não é dessas putas que se entregam para todo mundo! Então cara... - Beck fechou os punhos, e colocou a mão direita no peitoral do garoto. - Para não levar uma surra, é melhor sair daqui em 5, 4, 3, 2, ... - E o cara saiu correndo. Todos aplaudiram, e Jade sorriu levemente. Ela se levantou indo para perto do moreno.
– Obrigada por me defender. Mas, não precisava, eu podia fazer isso tudo sozinha. - Todos se distanciaram, e eles se sentaram novamente.
– Podia não. E só estava fazendo meu papel de... Amigo. - Beck suspirou.
– É né... De amigo. - Jade também suspirou. Ambos nem sabiam que nutriam o mesmo sentimento. Ele não conseguia falar. Ela nem tentava. E assim prosseguia a vida dos dois. Eles correspondendo ao amor e nem sabendo.