Pov Sam.
Último ano na escola. Ainda bem que estamos mais pertos de irmos para a faculdade. Não aguento mais ficar nesse internato. Sim, moramos numa escola, que também é um internato, e ficamos lá nos dias da semana, e nos finais de semana nós podemos sair, se quisermos. Claro que, morar aqui tem seus benefícios. Sou uma das garotas mais populares da escola Thallerman. Vocês não devem saber onde fica isso, então vou lhes apresentar. Houston, Texas. A 4ª cidade mais populosa dos E.U.A. Eu não nasci aqui, obiviamente. Na traseira de um caminhão, mais perto de Seattle, Washington. Sou gêmea de minha irmã Melanie, que está em algum lugar desse país. Sou o oposto dela. Completamente.
Tenho uma inimiga mortal. Eu não a odeio. Ela me odeia. Carlotta Taylor Shay. Ou apenas Carly Shay, para os íntimos. Ela tem uma certa intolerância á mim porque eu sou mais popular que ela. Ela é rica. Tem um pai que é da força aérea, e ainda é coronel. Tem um quarto separado para ela. Só existem 3 desses na Thallerman. Um pertence á diretora. Outro, á filha de um cara que ninguém conhece, e um é da Carly. Ela vive aprontando muito, mas tem os benefícios dela, e não recebe suspensão nem advertência.
Tenho certeza que, como esse é o último ano, ela fará muitas confusões. Prepare-se Thallerman, vocês conheceram as travessuras da Shay.
***
Pov Carly.
Último ano neste inferno. Travessuras estão por vir. No primeiro dia de aula, todos irão ver do que sou capaz. Vida. Viver por seis anos aqui foi difícil. Eu demorei muito para ter um reconhecimento digno. Sou conhecida pela filha de Steven Shay, meu pai, que é da força aérea, e por isso eu tenho os meus benefícios aqui.
Samantha Puckett. Ela me pagará por toda a humilhação que me fez quando eu cheguei aqui. Eu a odeio. E vou fazer, deste último ano, um ano terrível para aquela loira. Ah, se vou.
***
Pov Sam.
- Eu não vou ficar aqui este ano, Puckett. Minha mãe disse que vai me levar para outro internato. - Carolline, minha colega de quarto, arrumava suas malas. Fui para mais perto dela, e dei um abraço na mesma.
- Fique bem, Liar. - Falei sorrindo. - Boa sorte. - Estava mal, mas sabia que iria entrar mais pessoas nesse ano, e então dividiria o quarto com outra colega. Carolline ficou comigo por três anos, quando os pais a largaram por aqui, e foram viajar sem dar a menor atenção para a garota. Eu fiquei sentida, é claro. Mas, logo ela gostou daqui, e não queria sair mais. Pena, que os pais dela ainda decidem o que ela faz.
- Adeus, Puckett. - Ela deu um sorriso tímido, típico dela.
- Adeus, Liar. - Respondi. Porque usar os nossos sobrenomes? Não sabemos, apenas começamos a gostar disso, e foi assim nos últimos três anos. Espero que minha próxima colega de quarto, não seja daquelas patricinhas que odeiam de tudo.

No dia seguinte...
No quarto de Carly...
Pov Carly.
Chegou o dia. Primeiro dia de aula. Dia das travessuras. Já coloquei todo o meu plano na teoria. Agora só falta a prática. Claro que, vocês devem estar se perguntando: Ela faz tudo isso sozinha? Não, eu tenho a Missy para me ajudar. Ela só arquiteta os planos, e eu dou algumas ideias. Na prática, é comigo. Como ela é bolsista, não pode fazer isso.
- Minhoca, bananas amassadas, papel higiênico, refrigerante, sabão. Tudo pronto. - Sussurrei vitoriosa. - Bem vindos á Thallerman, pessoas...

Mais tarde...
Na sala de aula...
- Hora de agir! Está com tudo? - Missy sussurrou no meu ouvido, e eu apenas assenti.
- Tchau. - Ela apenas acenou, e eu fui direto para o banheiro feminino. Joguei algumas minhocas pelo vaso, e fiz um " C" com papel higiênico no chão. Depois, sem ninguém ver, é claro, fui até a cozinha. Joguei delicadamente um pouco de refrigerante e sabão no chão, e peguei as cascas da banana que amassei, joguei-as no chão, formando uma trilha até a parte principal do refeitório, e saí dalí sorrindo vitoriosa. Agora só faltava a parte mais difícil: Sala da diretoria. Vi que a diretora estava lá, é claro.
- Com licença, diretora. - Bati na porta, sorrindo falsamente.
- Entre, querida. Algum problema? - Ela olhava para o computador, e eu apenas me sentei numa cadeira, e a encarei.
- Sim, a Missy tá passando mal no banheiro feminino do 2º andar , e não quer ir pra enfermaria, nem pro quarto dela. - Menti descaradamente.
- Em que aula ela deveria estar? - Ela finalmente olhou para mim.
- Química. - Afirmei o correto.
- Vou averiguar isso, Carly. - Ela se levantou, e eu suspirei aliviada. A diretora saiu da sala, e me deixou lá. Coitada, ela sair daqui, para resolver algo tão bobo. Para tirar a Missy daquele banheiro, era só chamar a tia da limpeza.
Cuidadosamente, fui até o computador dela, e conseguir o travar, com a senha dela.
" Eu amo o sr. Jonhson. "
- Idiota... - Pensei alto.
Quando ela fôsse abrir, iria ter uma bela surpresa. Depois que terminei o serviçinho, enchi o computador de banana amassada. Teve uma vez que a 6 ª série fez isso, dizendo que era brincadeira, e ela aceitou. O problema, era que tinha uma gosma verde bem estranha na banana.
- Acabei. - Sorri vitoriosa. Fui para a aula, e o professor me encarou sério.
- Outra vez atrasada, Shay?
- Foi mal aí professor, é que sabe.. Eu tive uma dor de barriga terrível lá no banheiro do primeiro andar. Aconselho á não andarem por lá hoje. - Todos fizeram uma cara de nojo, e eu dei uma piscadela para Missy, que correspondeu.
- Sente-se então.
- Obrigada professor. - Ajeitei minha bolsa, e sentei bem perto do Tayler, e atrás da Missy.
- Tudo okay. - Eu enviei um bilhete para ela. Missy apenas colocou o cabelo para trás, e isso significava um okay.
***
Horas depois...
No pátio...
- Dessa vez foi bom. - Missy me cutucou, e eu ri.
- Bem vindo a Thallerman, bobocas.
- Eu ajeitei minha franja, e ela apenas sorriu cinicamente.
- Carly Shay, para a sala da diretora! - Ouvimos o alto falante. Não fiquei incomodada, fazia esse trajeto quase todo dia. Acho que a diretoria era meu segundo quarto. Apertei a mão de Missy com leveza, e subi em direção á diretoria.
- Sente-se Carly.
- Foi a Missy? O que houve com ela? Ela tá bem? - Tentei me exaltar, e não consegui deixar de escapar um sorriso torto.
- Carly. Tenho conversado com seu pai sobre suas diversas travessuras nesses anos. E tomamos uma decisão. Na verdade, você vai tomar essa decisão. Ou leva uma expulsão, ou...
- Ou o quê , fala logo. - Me levantei. Parecia que meu pai havia percebido que eu tinha aprontado muito, e resolveu tomar uma iniciativa. Que droga, pai.
- Tenho visto, ao longo dos anos, que tú criaste um certo desafeto com Samantha Puckett.
- E... - Sim, ela ama palavras difíceis e estranhas.
- A sua colega de quarto, Carolline Liar, saiu de lá, e você, vai passar a morar com ela.
- O quê? - Me exaltei de verdade. Eu, dividindo um quarto com Samantha Puckett? Não, nunca!
- O quê você ouviu, Shay. - Ela ficou rodando em minha volta. Sério, aquilo me deixou tonta. Imagine ela!
- Não. Me dá logo a expulsão, e eu vou logo embora daqui. - Não queria sair de lá, nem perder meu precioso quarto. Mas, se for escolher entre morar com aquilo, e me expulsar, prefero a segunda opção.
-Eu já sabia. Não tem escolha, Shay. Você se muda pra lá de noite. Dê adeus ao seu precioso quarto. - Sério, como aquela mulher pode ser tão ridícula?
- Por favor, eu imploro. Deixe-me ir para outro quarto. Eu durmo até no quarto dos homens, se prefirir. - Implorei o máximo para que ela mudasse de ideia.
- Já está decidido. Quarto da Puckett. Á noite. Agora, sai daqui. - Ela parou de ficar andando, e eu saí. Eu não vou viver com a Puckett convivendo comigo. Vou a ignorar.

***
- E aí... Como foi? - Missy me perguntou.
- Péssimo. Vou ter que dividir um quarto com a Puckett. - Me encostei num armário de um nerd.
- Com a loira?
- Sim. Que raiva daquela mulher. Será que ela não entende que eu e ela não dá ?
- Talvez isso seja uma experiência, Carly.
- Como assim?
- Ela quer ver se você pode ser amiga dela.
- Nem no caixão, se formos vizinhas. - Missy riu, e o sinal bateu, avisando que teria a próxima aula.

***
Á noite...
Setor das meninas - Ensino médio.
- Quarto 20C. Oh, merda. Prepare-se Shay, para ter um ano bem difícil com esta loira. - Falei comigo mesma, e bati na porta.
- Já vai. - Não. Ela tava lá mesmo. Deus, me ajuda á enfrentar isso sem morrer.
- Você? - Ela olhou para minha cara com raiva, e a olhei de relance.

Continua...