Survivor escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 7
Zona de Desconforto – Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Essa é a segunda parte. Fiquei contente com os comentários e resolvi postar hoje ;) Obrigada pelos elogios. Boa leitura!



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POV FELICITY

Acordo com os raios de sol adentrando o local. Detesto claridade pela manhã. Abro os olhos devagar e vejo que estou deitada no sofá. Me sento e percebo que estou coberta com uma manta. Meu pé machucado, está acima de uma almofada e meus óculos estão na mesa de centro. Me levanto devagar, evitando o impacto do meu pé no chão. Me dirijo a cozinha e sorrio ao ver que a louça estava lavada e chão sem nenhum vestígio dos cacos. Ray é muito atencioso. Não lembro o que aconteceu. Quer dizer, estava sóbria, mas depois que dormi não sei como fez para sair. Um barulho vindo do banheiro me tira de meus pensamentos. A porta se abre e vejo um Ray com rosto arranhado sair.

– Bom dia! – Diz com seu sorriso de orelha a orelha.

– O que... Como...? Bom dia. – Digo sem saber o que dizer. – Você dormiu aqui?

– Dormi na poltrona. – Diz levando seu olhar para a mesma. – Provavelmente minha coluna irá sentir mais tarde.

– O que? Por que? – Pergunto imaginando a cena.

– Você parecia confortável e cansada. Não quis mexer em você. – Olha para mim. – Espero que não se importe, mas havia bebido muito vinho. Não quis dirigir. – Apenas sorrio.

– Quer tomar café? – Ele assente. Sigo para a cozinha. Faço dois cafés e me dirijo a mesa. Acidentalmente piso em falso com o pé machucado e me desequilibro e derramo tudo em cima de Ray. – Ai Meu Deus! Ray... Me desculpa! – Sua feição não é das melhores, acredito que pela temperatura do líquido. Ele tira a camisa rapidamente e coro com a situação. Sei que não é hora, mas preciso dizer que não sabia que ele estava malhando. Ele caminha até o banheiro a fim de se limpar e meu olhar o segue. Sou tirada de meus devaneios quando a campainha toca.

POV OLIVER

Resolvo ir à casa de Felicity assim que acordo. Precisava me desculpar por algumas coisas que havia feito. Sei que a lista é grande, mas esses acontecimentos são recentes e prioridades. Chego em sua casa e hesito em descer do carro. Um pavor toma conta do meu corpo. Nunca senti isso com qualquer outra mulher. Com Felicity era diferente. Tomando coragem, sai do carro e fui em direção a porta. Não hesito em tocar a campainha. Segundos depois, ela se abre. A loira estava com um vestido amarelo, curto, com os cabelos bagunçados e sem óculos. Como um ser consegue ser tão belo logo pela manhã?

– Oliver? – Ela pergunta com o olhar assustado. – O que faz... – É interrompida por outra voz vinda de dentro do apartamento.

– Espero que essa mancha saia. Comprei essa calça... – Cerro os punhos com a imagem de Ray entrando na sala, sem camisa. O homem para de dizer quando percebe que estava na porta. Felicity estava com os olhos arregalados e totalmente vermelha.

– Não sabia que recebia visitas logo pela manhã. – Digo a encarando. Ela abre a boca, mas nem um som sai.

– Na verdade, a visita aqui é o senhor. – Ray diz com um olhar vitorioso. Olho novamente para Felicity e ela desvia o olhar. – Felicity, vai deixa-lo na porta? – Ela apenas se afasta me dando passagem para entrar, feito isso, fecha a porta.

– Alguém aceita um café? – Finalmente pergunta, sem manter contato visual. Nós dois assentimos. Quando ela começa a andar, percebo que estava mancando. Meus olhos vão até seu curativo.

– O que aconteceu? Já foi ao hospital olhar isso? – Pergunto preocupado.

– Deixei uma taça cair no chão ontem e acabei cortando o pé. Não precisei ir ao hospital... – Ela cora. – Ray me ajudou com o machucado. – Meu sangue ferveu. Ele havia dormido aqui? Ela havia dormido com ele? Esse cara só pode estar me testando mesmo.

– Ah sim. Entendo. – Digo quase cuspindo as palavras. Um som irritante toma conta da sala, o celular de Ray. Ele se afasta para atender. – Ele dormiu aqui? – Pergunto sem querer. Ela me olha por alguns instantes e sai sem responder.

– Preciso ir na empresa. Desculpe não poder tomar seu café. – Diz se virando para ela. – Está de folga por hoje. Saiu do hospital ontem e agora machucou o pé. Não quero vê-la trabalhando. – Diz antes que ela pudesse contestar. – Mais tarde passo aqui. – Ignorando minha presença, ele vai até ela e deposita um casto beijo em seu rosto. Ah se minha aljava estivesse aqui! Pega seu paletó no sofá, olha para mim, assente e sai do apartamento. Essa situação foi um tanto quanto intima. “Mais tarde eu passo aqui.”, quem ele pensa que é?

– Seu café. – Ela estica a caneca para mim. Pego-a depois de alguns segundos. Seu olhar era baixo.

– Você não respondeu minha pergunta. – Seus olhos se encontram nos meus, mas não estavam com o brilho de sempre.

– Sim. – Sua voz sai tremula. Minha mandíbula se trava e cerro meus punhos. – Ontem nós saímos da Verdant e ele me deu carona. O chamei para subir e comer algo, mas me atrapalhei e machuquei o pé. Enfim, ficou tarde e nós havíamos bebido, então ele ficou. – Comecei a ver vermelho e seu tom ia se intensificando conforme ela falava. – Você está bem? – Pergunta com os olhos fixos em mim. Seu toque no meu braço me fez relaxar. E por fim assinto. – Oliver, o que faz aqui? Não que eu queira te apressar, mas eu preciso sair daqui a pouco.

– Eu vim me desculpar pelo meu comportamento de ontem. – Seus olhos se abrem um pouco mais. Ela não esperava que fosse pedir desculpas. – Você não merecia ouvir aquilo.

– Não tenho que te dar satisfação também... – Diz em voz baixa. – Quer dizer, não preciso. Nós não temos nada... Tentamos, mas não rolou. Sem Oliver e Felicity... – diz movimentando as mãos. – É melhor eu parar de falar agora.

– Se me permite perguntar, vai aonde? Ainda mais com o pé machucado. – Digo torcendo os lábios.

– Vou ao shopping. Preciso comprar um vestido para ir à festa da empresa semana que vem. – Se vira para cozinha e deposita a caneca sobre a bancada.

– Ok. Vista-se que ficarei feliz em leva-la. – Automaticamente se vira, me encarando. – E antes de negar, quero saber como vai dirigir até lá. – Ela parece refletir. - Eu a levo, não tem problema. - Devolvo seu olhar com um sorriso.

– Vou me trocar. – Diz derrotada, adentrando o apartamento.

[...]

– Obrigada pela carona Oliver. Não precisava. – Diz soltando o cinto e pegando a maçaneta. Antes que ela pudesse sair, paro o carro e me ajeito para sair. Ela se vira incrédula.

– O que está fazendo? – Pergunta por cima dos óculos. Nossa, adoro quando ela faz isso.

– Vou com você. – Ela arregala os olhos. – Você está com problemas para andar, posso ajuda-la. Além do mais, não tenho nada para fazer. Posso te ajudar a escolher um vestido. – Ela engole seco.

– Tem certeza que quer entrar no shopping acompanhado de uma mulher? Sabe o quanto isso é perigoso? – Apenas assinto rindo e saímos do carro.

Depois de entrarmos em três lojas diferentes, Felicity resolve que a próxima loja será a última. Para de frente para uma grande vitrine e entra. Uma mulher vestida de preto, sorri simpática para nós. Me sento em uma poltrona enquanto Felicity caminha com ela pela loja. Instantes depois a loira acena em direção ao provador e some novamente da minha vista. Se Diggle me visse provavelmente estaria com seu sorrisinho no rosto, soltaria alguma de suas indiretas e sairia. Vejo a cabine se abrir. Meu coração acelera ao ver a loira maravilhosamente linda a minha frente. Ela estava divina. O vestido longo, tinha um decote nas costas, marcando todas as curvas perfeitas de seu corpo. Sua cor, ironicamente era de um tom esverdeado. Fiquei a encarando embasbacado.

– O que acha? – Diz a mulher ao lado de Felicity. – Sua namorada não está linda? – Rapidamente meus olhos se encontram com o de Felicity.

– Não somos namorados. – Dizemos ao mesmo tempo. Ela cora e desvia o olhar.

– Está... maravilhosa. – Digo tentando achar uma palavra para descreve-la. Só então me dei conta que ela estava comprando esse vestido para usar com Ray. Senti minha pele queimar ao pensar que toda essa produção é para ele. – Devia compra-lo. Adorei a cor. – Sorrio para loira que me olhava pelo reflexo do espelho.

– Vou levar. – Ela diz a mulher e entra novamente no provador. Me deixando sozinho com pensamentos impróprios de invadir o pequeno cubículo. Estava cada vez mais difícil me controlar.


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Notas finais do capítulo

O capítulo foi curtinho, mas posso adiantar que o próximo terá mais ação. Precisava escrever sobre os pensamentos de Oliver. Enfim, espero que estejam gostando. Me deixem saber o que pensam ;) Beijinho e até breve!