Pelo jeito, o acampamento já adormecera; ou pelo menos a maior parte das pessoas estavam dormindo. Levantei da minha cama e pus a mochila em minhas costas. Sai rapidamente pela porta de meu chalé e fui me esquivando silenciosamente em direção a floresta. Eu não sabia o que poderia encontrar lá até sair pela barreira mágica, mas sair pela floresta me daria a chance de não ser vista.

Um erro.

Alguém me puxou antes que eu entrasse na floresta e tampou minha boca com uma mão enquanto segurava meu braço. Só não chutei a pessoa porque a reconheci. Somente uma pessoa tinha a pele tão gelada.

Nico.

– O que você pensa que está fazendo? - da voz dele pingava raiva, embora ele falasse em sussurro. Seus olhos escuros faiscavam.

Mas eu não tinha medo dele.

– Eu acho que você já sabe o que eu estou fazendo. - respondi, com fria educação.

– Sim. - ele rosnou - Eu sabia o que você iria fazer. Eu sabia desde o maldito momento em que me contou sobre o seu sonho com Cassandra. Mas não vou deixar você partir sozinha feito uma louca no meio da noite!

– Eu não preciso de sua permissão! Cassandra é minha amiga e eu vou ajuda-la! Será que não percebe que ela está sozinha em algum lugar e ninguém vai ajudar! - trinquei os dentes - Preciso ir, Nico.

– Então eu vou com você. - disse ele, depois de alguns segundos de silencio - Mas não agora. Você precisa dormir e partiremos amanhã a noite, já que não quer que ninguém saiba.

– Preciso partir o mais rápido que... - comecei a protestar mas Nico me cortou.

– A situação de Cassandra não vai melhorar simplesmente porque você decidiu partir mais cedo. Descanse e iremos partir amanhã a noite. - falou - Vem, vou caminhar com você de volta ao seu chalé.

Um silêncio incomodo se instalou entre nós conforme caminhávamos juntos, mas nenhum de nós falou.

Chegamos ao meu chalé e olhamos um para o outro. E juntamos nossos lábios simultaneamente. Nos separamos e sorrimos aliviados.

– Boa noite. - ele sussurrou sorrindo e se virou para ir para o chalé 13.

Acho que tudo estava resolvido entre nós agora.