O Despertar do Lobo escrita por Chase_Aphrodite, danaandme


Capítulo 2
Capítulo 01 - Exagerado




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/581468/chapter/2

A Trindade Profana da William McKinley High School adentrava os corredores do colégio no início da manhã com a mesma atitude dominante de sempre. E como em todas as manhãs, a multidão se partia tal qual o mar vermelho, abrindo caminho para o trio liderado por Quinn Fabray, que sempre vinha ladeada por Santana Lopez e Brittany S. Pierce. Elas eram indiscutivelmente as garotas mais populares, mais bonitas e desejadas de toda a escola, e não havia ninguém em todo o corpo discente que não fosse capaz de vender um rim para ter a chance de sair com qualquer uma delas. Infelizmente para todos, era de conhecimento geral que nenhuma das três Cheerios estava disponível.

Não que a grande maioria dos garotos (e até mesmo algumas garotas mais corajosas) não tenham se aventurado a convidá-las para um cinema, ou algo do tipo. Na verdade, levou um tempo para que eles percebessem que não tinham chances de serem bem sucedidos. Talvez por isso, o fascínio de vê-las caminhar pelos corredores em seus imaculados uniformes vermelhos e branco só aumentava a cada dia.

Santana revirou os olhos ao notar um dos manés do time de basquete, literalmente babando, com um olhar de cachorrinho apaixonado, na direção dela.

– Idiota. – resmungou a morena irritada.

Quinn seguiu o olhar da amiga e franziu o cenho, estreitando os belos, porém ferozes, olhos cor de avelã, fechando a cara para o garoto do outro lado do corredor. O rapaz estremeceu, parecendo sentir fisicamente o ‘frio’ no olhar dela e tratou de agarrar sua mochila e sair o mais rápido possível dali. Quinn sorriu satisfeita, ser a HBIC tinha suas vantagens.

– Obrigada, Q. Se ele continuasse a me comer com os olhos daquele jeito, provavelmente eu teria perdido a paciência. – Santana confessou irritada, olhando agradecida para a loira parada à sua frente. – A lua cheia está chegando e meu autocontrole não é dos melhores. Você sabe.

Quinn arqueou a sobrancelha, enquanto ao seu lado, Brittany tentava esconder o sorriso.

– Autocontrole? – perguntou a head cheerio num tom de voz irônico.

Santana deu de ombros e Brittany abraçou a morena de feições latinas, dando-lhe um beijinho no rosto.

– Você nunca teve autocontrole, San. – disse a outra loira sorrindo junto ao pescoço de uma Santana extremamente corada.

Quinn já se preparava para provocar ainda mais sua amiga, quando de repente ela sentiu um cheiro que fez com que todos seus sentidos entrassem em alerta máximo. Ela viu suas amigas congelarem no lugar, e soube na mesma hora que ela não havia sido a única a sentir aquela presença.

Mas então algo estranho aconteceu. Sua mente pareceu desconectar por um instante, e o cheiro ficou ainda mais forte. Era inebriante. Extraordinário. Entorpecedor. Quinn nunca sentira algo igual em toda vida. Era forte e exótico, realmente poderoso, mas também tinha um toque floral e doce. Tudo que ela mais queria era se envolver no que quer que estivesse exalando aquele cheiro e tê-lo perto para sempre.

– Vocês estão sentindo isso? — ela sabia que a resposta seria sim, mas precisava de uma confirmação.

Santana foi a primeira a se recuperar.

– É tão forte que estou surpresa que mesmo os humanos não possam sentir. - a morena afirmou, parecendo um tanto incomodada com a força incrível que aquele odor trazia.

– É perfeito. – sussurrou a head cheerio parecendo em transe. – Doce. Faz meu coração bater mais forte...

Quinn fechou os olhos por um breve momento e um sorriso sereno adornou suas feições perfeitas, fazendo com que Santana arregalasse os olhos para a amiga.

‘Díos mio. Não pode ser’, sussurrou. Brittany tremia um pouco ao lado dela, e a morena alcançou a mão dela, ainda incapaz de desviar os olhos de Quinn.

Santana sabia muito bem o que aquilo significava. A alcateia toda estava aguardando ansiosamente por esse momento, mas para Quinn aquilo era ainda mais especial. Afinal de contas, aquele odor que elas haviam acabado de sentir, anunciava não somente o despertar do verdadeiro lobo Alfa de Lima, mas como também, de acordo com as previsões de Brittany, a alma gêmea de Quinn Fabray.

Oh sim, as três mais populares garotas da William McKinley High era jovens lobas, integrantes de uma das maiores alcateias do país. Desde muito cedo elas treinavam para servir sua alcateia da melhor maneira possível. Mas, ao contrário do que seria o correto, a alcateia de Lima não estava sob o comando se seu verdadeiro Alfa há muitos anos.

Contudo há doze anos, a então pequena Brittany S. Pierce fizera sua primeira previsão, proclamando que o verdadeiro Alfa do clã de Lima, iria retornar para reclamar seu lugar de direito à frente da alcateia e ao lado daquela que seria sua eterna companheira, Quinn Fabray. O pequeno feito, além de anunciar a presença de uma loba-sensitiva entre eles, também encheu a alcateia de esperança. Desde então, a filha mais nova do clã Fabray, passou a representar a nova Era que se iniciaria, com a chegada de seu companheiro.

– San, por que nosso Alfa está com tanta raiva, se ele nem ao menos conhece a gente ainda? Nós fizemos algo de errado? - Brittany questionou confusa.

Olhos azul-topázio buscaram conforto junto aos castanhos escuros da morena ao seu lado. Brittany sabia muito bem o que aquele aroma significava, por isso mesmo ficara surpresa e um tanto agitada com tamanha intensidade do poder que emanava da fragrância. Parecia que seu futuro Alfa não estava de bom humor.

– Está tudo bem, Britt-Britt. – disse a morena numa tentativa de acalmar a garota. - Isso vai passar assim que nós jurarmos lealdade a ele.

Santana e Brittany descobriram-se companheiras logo depois da primeira transformação. Um lobo (ou nesse caso loba) só é capaz de reconhecer a fragrância seu companheiro quando o lobo interior está prestes a despertar completamente, o que acontece um pouco antes de sua primeira transformação completa.

Todo lobo possui um único companheiro, uma alma-gêmea por assim dizer. Eles são perfeitos um para o outro, tanto fisicamente quanto espiritualmente. Mas somente após se acasalarem pela primeira vez, a ligação entre eles passa a ser completa. Eles passam a pertencer um ao outro em todos os sentidos, de maneira que se um deles morre, o outro definha até a morte, incapaz de continuar vivendo sem sua outra metade.

Quinn percorria os arredores com um olhar ansioso, ela não podia acreditar que finalmente estava acontecendo. Seu companheiro despertara. Seu coração parecia querer pular por sua garganta, e sua respiração já a estava deixando quase tão ofegante, que seu peito subia e descia descompassadamente. Ela só queria encontrá-lo de uma vez. A loira sabia que ele deveria estar se sentindo da mesma forma que ela. Quer dizer, ele deveria estar sentindo a presença dela também... E ele deveria estar sendo tão afetado por ela quanto ela estava por ele, não é mesmo? Por isso, apesar do desejo de correr pelos corredores em busca daquele para quem ela havia se guardado completamente, a head cheerio resolveu esperar que ele viesse em seu encontro. Era o mais correto a fazer. Afinal de contas, ela era a dama e ele era aquele que deveria fazer a corte. Qualquer outra atitude seria indigna da posição que lhe estava reservada.

Elas estavam em frente aos seus armários quando Quinn sentiu que ele estava vindo em sua direção. Uma pequena aglomeração de estudantes, que sussurravam apontando não tão discretamente para alguém que se aproximava, fez com que o coração de Quinn pulasse uma batida. A loira percebeu por sua visão periférica, que tanto Santana quanto Brittany pareciam esculturas de gelo, congeladas no chão de tão nervosas. Ela engoliu seco, voltando seu olhar para o mar de alunos que voltava a se abrir, dando passagem a pessoa que ela tanto esperava.

– Não pode ser... - Quinn balbuciou completamente chocada. À esquerda dela Santana não conseguia sequer articular palavras, sua boca só ficava abrindo e fechando tal qual um peixe fora d’água. E Brittany só conseguiu dar vazão ao que sentia desde o primeiro instante que aquele odor invadiu suas narinas, sentando-se no chão e abaixando a cabeça em sinal de submissão ao seu futuro Alfa.

– Não pode ser ela. – Quinn sentiu seus olhos arderem. Seu corpo estava completamente paralisado. As sensações que percorriam todo seu ser pareciam entrar em choque com a realidade à sua frente. Ela olhou para Santana procurando por ajuda. – San, ela não pode ser ele. Era para ser ele. Ele não ela.

Santana apenas deu de ombros, incapaz de tirar os olhos da garota cuja aura emanava fúria, e que se dirigia ao armário do lado oposto ao de Quinn.

– Rachel? – chamou a latina num tom de voz o suficientemente alto para que a pequena morena há meio metro de distância escutasse.

Mas Rachel sequer se dignificou a olhar na direção dela. Com um tom de voz anormalmente seco e ríspido, a pequena morena capitã do Glee Clube disparou.

– Agora não Santana, hoje eu não estou num bom dia para aturar seus comentários de mau gosto.

Santana sentiu como se uma onda de fúria se chocasse diretamente contra seu corpo, seu queixo travou no mesmo instante a fazendo engolir qualquer outra palavra que ela desejasse dirigir a Rachel. Aquele tom de voz havia trazido consigo uma ordem direta, e Santana não podia ignorar uma ordem direta. Não do verdadeiro Alfa de seu clã.

Dentro de uma alcateia existem três tipos de lobos: o alfa, que é o mais dominante; o lobo beta, que possui uma posição de segundo no comando; e os ômegas, que são o grau mais baixo na hierarquia e que compõem a maioria da alcateia. A diferença entre uma alcateia composta por Homens-Lobo é que diversas famílias formam um clã, e cada família constitui uma linhagem com determinado tipo de poder e influência dentro do grupo. O verdadeiro Alfa de um clã é o lobo mais forte de toda alcateia. Ele não pertence exatamente a uma das famílias mais poderosas, podendo nascer em qualquer casta pertencente ao clã. Ele é reconhecido por ser infinitamente mais dominante do que o mais forte dos lobos. Sua autoridade se manifesta desde o momento que ele desperta e seu poder sobre os outros membros da alcateia é incontestável. Por causa disso, somente um Alfa verdadeiro pode existir dentro de uma alcateia, e para que isso seja possível, ele só nasce a cada 50 anos.

Tanto Santana quanto Quinn são lobas de linhagem extremamente poderosas, contudo, a loira tinha uma linhagem mais dominante que a da latina. Já Brittany era originalmente um lobo ômega, mas devido seus dons de visão, ela estava inclusa num seleto grupo de lobos dotados de dons de premonição, fazendo com que seu status dentro da alcateia acabasse sendo maior.

– Rachel? – a voz de Quinn não foi mais alta que sussurro, mas fez com que a morena levantasse a cabeça tão rápido que por uma fração de segundo ela pareceu um borrão.

Quinn prendeu a respiração quando seus olhos se encontraram. Um tremor percorreu seu corpo e por um instante ela sentiu o ar sumir de seus pulmões.

– Quinn. – Rachel respondeu a observando um tanto confusa. Mas então, algo pareceu tomar conta dela e a pequena morena endireitou o corpo, erguendo o queixo alguns milímetros. Sua expressão mudou, e ela pareceu assumir uma postura totalmente dominante, enquanto seus lábios se partiam mais uma vez, pronunciando o nome da garota na sua frente de uma maneira altiva, dando um passo adiante. - Quinn.

Quinn sentiu seus joelhos enfraquecerem perante o tom de desejo na voz dela. Todos seus instintos lhe ordenavam que ela se entregasse a outra garota ali mesmo. Era impossível negar que Rachel Berry, a pessoa que ela havia infernizado a vida desde a primeira vez que a vira, era a sua companheira.

Algumas horas antes

Rachel estava com um péssimo humor, mas quem poderia culpá-la? Ela passou todo o fim de semana jogada em uma cama doente. Seu pai, como sempre, estava afundado no trabalho, algo que ele havia se tornado expert depois do divórcio. O que acabou levando a morena a se virar sozinha, mais uma vez.

Seu corpo ainda estava dolorido da febre que a confinara em sua cama durante os últimos dois dias. E apesar do médico ter garantindo que se tratava apenas de uma virose, receitando repouso e ingestão de liquido, ela ainda não estava 100%. Somente na noite de domingo ela pode se levantar. Por isso, apesar de exausta e com dores no corpo, ela decidiu ir à escola na segunda-feira. Não só porque queria manter seu registro de frequências perfeito, mas principalmente porque ela já não aguentava ficar sozinha em casa remoendo as lembranças dos últimos meses de brigas e lágrimas que resultou na separação de seus pais.

A pequena morena chegou à escola tão cedo, que os corredores ainda estavam vazios. Ainda faltava cerca de uma hora para as aulas começarem e a paz que reinava ali fazia com que ela se sentisse mais tranquila. Rachel sempre gostou de chegar à escola nesse horário, era tudo tão silencioso, tão diferente de quando a massa de estudantes estava presente.

Ela caminhou até o auditório e se sentou numa poltrona no fundo, tentando relaxar antes de subir no palco e fazer a única coisa que poderia tornar tudo ao seu redor melhor; cantar. O palco era seu verdadeiro lar, estar lá em cima e poder ser ela mesma, era a mais recompensadora das sensações. Quando ela estava no palco, nenhum comentário maldoso ou raspadinhas podiam alcançá-la.

Infelizmente Rachel não percebeu o quanto estava cansada e acabou adormecendo. Acordou faltando dez minutos para o sinal tocar, e só foi desperta por causa de cheiro embriagante que provocou uma sensação maravilhosa na boca de seu estômago. Mesmo sem entender o porquê, ela sabia que precisava descobrir de onde estava vindo esse aroma, mas quando olhou de um lado a outro e não avistou nada que pudesse ser a fonte daquilo, resolveu deixar à busca para outra hora, mesmo sentido seu coração afundar com esse pensamento. Olhando novamente para o relógio, que parecia estar zombando dela, ela constatou que agora só lhe restavam sete minutos para sua aula. Ignorando o desejo de procurar por uma coisa que ela nem sabia o que era, ela levantou-se da poltrona, e foi buscar os livros que precisaria para ir à aula.

Rachel abandonou seu sossego junto ao sagrado silêncio do auditório, para se juntar a massa frenética de alunos que circulava pela escola.

O choque foi instantâneo.

Os corredores agora já abarrotados de gente falando alto, não estavam fazendo maravilhas ao seu humor, ou mais precisamente, a falta dele. O falatório incomodava Rachel de uma maneira que até então ela nunca havia sentido, sua cabeça latejava enquanto ela caminhava pelos corredores em direção aos armários. Um jogador de futebol parou na sua frente com uma raspadinha de uva na mão, que certamente tinha seu nome nela. Rachel ficou tão irritada com a perspectiva de ter que trocar de roupas e chegar atrasada para o primeiro tempo, que rosnou para o garoto. De alguma forma isso deu certo, porque o jogador de futebol só ficou lá olhando para ela e não fez nenhum movimento para atirar o slushie nela.

Se afastando rapidamente do então visivelmente apavorado rapaz, Rachel continuou o caminho até seu armário e percebeu todo mundo olhando pra ela. No começo achou que era o de sempre, alguém provavelmente havia espalhado um boato maldoso sobre ela, e todos deveriam estar comentando. Mas, depois de alguns segundos, ela percebeu que as pessoas não tinham a mesma expressão de desagrado e malicia que costumavam destinar-lhe, eles só pareciam surpresos e, Deus me ajude, agradavelmente impressionados.

“Oh, deve ser o choque de ver minha nova imagem.”, Rachel pensou.

Os cabelos castanhos escuros desciam por suas costas em ondas. Dando um ar mais ousado e rebelde à morena. Por detrás das lentes escuras do ray-ban modelo aviador, podia-se notar o batom cor de pêssego, que apesar de não dar destaque aos lábios da garota, não deixava de compor um visual que emanava sensualidade. Rachel seguia seu caminho colhendo os frutos que seu novo look lhe trouxera. Algo que pareceu deixar até Kurt parado no meio do corredor de queixo caído.

Jeans skinny lavado, uma blusa sem mangas cinza com um grande crucifixo estilizado estampado, uma jaqueta de couro preto por cima, botas de cano curto de salto alto e, lógico os óculos ray-ban escuros. Algo que nunca alguém havia cogitado existir no guarda-roupa de Rachel Berry. E na verdade não existia até pouco tempo. Seu último ato na sexta passada, fora queimar todas as saias e moletons que a faziam lembrar todos aqueles momentos felizes com seus pais. Aqueles tempos morreram. Então, aquela Rachel também deveria desaparecer.

“Talvez seja o crucifixo.” Ela pensou dando um sorriso irônico, fazendo alguns alunos arregalarem os olhos e se afastarem. “Nenhum desses idiotas faz ideia de que um de meus pais é católico.”

O corpo discente começou a abrir passagem diante dela, fazendo com que os olhos castanhos amendoados por detrás das lentes escuras se arregalassem brevemente. Se ela soubesse que uma simples troca de figurino iria resultar neste tipo de recepção, ela teria cedido aos pedidos de Kurt e Mercedes há muito tempo.

E apesar da reação totalmente atípica que ela estava presenciando, o que mais a incomodava, era que a cada passo que dava, o cheiro e aquela sensação na boca do estomago ficavam mais fortes. Por um lado era bom, ela estava cada vez mais perto de descobrir o que estava causando tudo isso; por outro lado, isso a assustava. Nada tão intenso deveria ser visto como não perigoso.

A pequena diva estava a alguns passos de seu armário quando a sensação cresceu dentro dela, ficando quase insuportável. Ela apoiou uma das mãos na superfície fria da porta de metal à sua frente, tentando controlar a respiração. Sua cabeça rodava, seu coração batia desesperado em seu peito, e Rachel começou a pensar que ele podia explodir a qualquer instante. Um medo anormal tomou conta dela, era como se o que quer que fosse o causador daquele cheiro, tinha poder suficiente para dominá-la por completo. A morena abaixou a cabeça, se concentrando nos números que compunham a combinação da senha de seu armário, resistindo à vontade desesperadora de olhar pra cima e deslumbrar o objeto que estava lhe transmitindo aquelas sensações.

– Rachel? – a voz irritante de Santana Lopez chegou aos seus ouvidos, fazendo com que uma fúria irracional preenchesse seus sentidos.

Rachel respirou fundo sabendo que algo estava muito errado com ela.

– Agora não Santana, hoje eu não estou num bom dia para aturar seus comentários de mau gosto. - Ela realmente não estava no humor para aturar os insultos da líder de torcida, mas, além disso, Rachel estava sentindo que algo ruim podia acontecer caso ela não controla-se sua raiva.

Com o canto do olho, a pequena morena percebeu Brittany sentada no chão, cabeça abaixada. Para qualquer outra pessoa, esse tipo de comportamento poderia parecer muito estranho, mas essa era Brittany, a garota que uma vez lhe entregou uma carta pedindo um ‘strap-on’ de Natal, por acreditar que ela era um duende ajudante do Papai Noel. Pelo menos, isso não havia mudado, Brittany agindo desse modo era algo extremamente comum na McKinley High School.

– Rachel?

Dessa vez ela não conseguiu se conter. Seus olhos dispararam no mesmo minuto na direção daquela voz. Porque dessa vez não era Santana chamando por ela, mas sim um anjo. Sim, porque só um anjo poderia produzir esse som.

– Quinn.

Rachel estava confusa. Ela não estava certa se era realmente Quinn Fabray na sua frente, quer dizer, ela conhecia a loira desde o primário, e teria percebido se Quinn fosse essa criatura absolutamente perfeita que agora estava perante ela. Não que a loira não fosse linda antes, mas essa pessoa diante dela...

Rachel sentiu algo quente percorrer seu corpo, uma força inumada pareceu preencher seus músculos. A garota em sua frente pareceu tremer e isso fez com que uma onda de satisfação emanasse por todo seu ser. Os olhos castanhos dilataram, quando o mar na cor de avelã presente nos olhos de Quinn, dava lugar a pequenas faíscas verdes, ao passo que suas pupilas dilatavam lentamente. Ela estava errada, Quinn não era um anjo, ela era uma deusa viva. E não pergunte como, mas Rachel sabia que aquela deusa pertencia a ela. Sua mente parecia gritar, e ela ouviu sua própria voz ecoar autoritária, altiva em sua cabeça.

Minha, minha, minha, minha... ’, e foi com essa certeza que Rachel decidiu tomar posse do que era dela, mesmo quando uma ínfima parte dela ainda achava que não era digna de algo tão precioso.

– Quinn. - Ela repetiu o nome, dessa vez com determinação dando um passo adiante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Despertar do Lobo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.