My Fairy Tale - One shot escrita por Izzy Cullen, BelGomes


Capítulo 1
One-Shot - Capítulo Ùnico


Notas iniciais do capítulo

[ Izzy Cullen ] É uma one que já estava a algum tempo no papel, só esperando para ser passada para o pc, lembrei dela e arrumei um tempo. Foi feita com a ajuda de uma amiga que não tem conta no Nyah! a Carol. É uma fic bem fofinha, com um leve draminha rsrsrsrs. Aproveitem!



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– Mamãe, me conta uma história?

– Já tá tarde filha, a mamãe está cansada depois de sua festinha...

– Mas ainda é meu aniversário! Os aniversariantes têm os pedidos atendidos, o Papai me disse!

Como resistir a aqueles olhinhos pidões, grandes olhinhos pidões, olhinhos tão parecidos com os da pessoa que eu tanto amo...

– Tudo bem filha. Quer ouvir uma história? Vou te contar então. Qual historinha você quer? A Bela Adormecida? Branca de Neve? Peter Pan?

– Não mamãe! Eu quero a de quando você e o papai se conheceram!

Ainda não decidi se essa é uma boa ou má parte da minha vida, crescer em um orfanato é difícil, mas fui muito sortuda quando uma boa senhora me adotou e me criou. Mas conhecer o amor da sua vida... Isso é impossível de ser esquecido!

Olhei novamente para minha filha, vi seus olhos me encarando com expectativa e curiosidade. Ela estava tão ansiosa que ficava se remexendo na cama, como se dissesse: vamos! Eu não tenho a vida toda!

– Vou contar então filha. É uma linda história...

Quando eu tinha dez anos, meus pais morreram em um acidente de carro e como eu não tinha mais família alguma me mandaram para o orfanato municipal de forks. Quando cheguei lá, não entendia o que estava acontecendo muito bem mas sabia que estava sozinha no mundo, não tinha mais ninguém com quem contar e senti um grande vazio, uma dor forte no coração, uma dor física, naquela noite como em todas as outras que viriam eu chorei até dormir.

Os meses passavam e eu tinha dificuldades em fazer amigos. Um belo dia de sol, o que era raro em Forks, me sentei á sombra de uma árvore em uma pequena colina no orfanato - esse era realmente grande, quase uma fazenda, tinha lindas campinas verdes que me faziam companhia todas as minhas solitárias tardes – e estava quase cochilando quando ouvi um pigarreio vindo do outro lado da árvore, me dando um grande susto porque pensei estar sozinha.

Receosamente eu fui até o outro lado da árvore e encontrei um garotinho me encarando com certa vergonha – imediatamente eu me senti diferente, hoje sei que o que eu senti foi amor á primeira vista – quando olhei para seu rosto, vi que era desconhecido, e percebi que eu nunca o havia visto, não seria uma surpresa já que fazia dois anos que eu estava no orfanato e nunca fiz se quer um amigo. O garotinho me disse que vinha me observando já havia meses e que notou que eu estava sempre sozinha. Disse também que queria vir falar comigo só que não tinha coragem, ele me perguntou se podíamos ser amigos, eu como sempre tive dificuldade em dizer não, aceitei.

Aos poucos, nossa amizade crescia, e minha paixão também. Pela primeira vez com alguém eu tinha coragem de dizer simplesmente tudo: o que sentia, o que queria e o que pensava. Como ele era um ano mais velho do que eu, estudávamos em séries diferentes, então todos os dias depois da aula nós nos encontrávamos naquela mesma árvore em que ele me pediu amizade e eu aceitei, ficávamos lá até o toque de recolher.

Eu sempre perguntei a ele o porquê de estar no orfanato, quanto tempo fazia que ele estava lá, qual o nome dos pais dele, qualquer coisa, e – com um olhar triste e distante – dizia que não estava pronto para falar sobre isso, ou que não se sentia muito confortável em conversar sobre a situação. Eu respeitava sempre a sua decisão de não tocar no assunto, mas eu me corroía de curiosidade por dentro, afinal que não gostaria de saber? Ele era todo misterioso sobre seu passado, parecia que fugia de algo, um pensamento, uma lembrança, com certeza não gostaria de reviver por meio das palavras um momento de tristeza.

Em uma tarde comum até o momento, nós estávamos rindo e brincando na árvore como sempre quando ele se calou e me olhou sério, disse que estava pronto para contar o que realmente houve com seus pais. Seus pais se conheceram no colégio e sua mãe engravidou, nessa época eles tinha entre quinze e dezesseis anos, como ela era muito jovem seu corpo ainda não estava pronto para ter um bebê, então ela morreu no parto. O pai era um drogado e nunca foi uma opção ter a guarda da criança, os avós paternos estavam presos por roubo á mão armada e venda de drogas e os avós maternos culpavam o garotinho pela morte da filha deles, eles tentaram o criar mas era difícil. Então quando o garotinho tinha seis anos foi mandado para o orfanato municipal de Forks com a culpa da morte da mãe nas costas.

Fiquei sem saber o que falar, a história dele era mais triste que a minha, eu estava lá por uma fatalidade, e ele porque ninguém o queria, nesse dia eu decidi que iria quere-lo sempre. Finalmente disse alguma coisa, e foi obrigada por confiar em mim. Ele concordou, ainda olhando para baixo, com um maneio de cabeça, levantou o rosto, limpou as lágrimas e sorriu para mim, percebi que ele queira mudar de assunto, sem protestar aceitei. Passamos o resto da tarde deitados na grama e olhando o sol se pôr de mãos dadas.

Alguns dias depois, no meio da aula ele apareceu na porta da minha sala fazendo gestos que indicavam que era para eu pedir para sair da sala. Meu pedido foi concedido pela professora e ele apenas me disse para segui-lo até nossa árvore, porque ele tinha uma coisa muito importante para falar e que essa coisa não podia esperar nem mais um minuto.

Chegando lá, ficamos um de frente para o outro e ele deu um longo suspiro, começou a dizer que já havia muito tempo que queria me falar uma coisa mais não tinha coragem de se abrir comigo. O incentivei e ele finalmente falou: “eu te amo, desde a primeira vez que coloquei meus olhos em você e vou te amar para sempre”! Sem acreditar no que ouvi, pensei que finalmente poderia tirar o nó em minha garganta, que poderia falar aquilo que sempre quis, então sem pensar de novo disse: “ eu te amo também”! e então ele me deu um forte e caloroso abraço.

Ele nos separou e colocou as mãos em meus ombros, ele me disse para fechar os olhos e imaginar um lugar perfeito, muito longe de lá, um lugar com muitas flores, animais fofinhos, um sol bem brilhante, um riacho com reflexos de raios solares e água cristalina, uma grama bem verde e fofa - senti ele chegar mais perto e acariciar meu cabelo – um céu azul-anil completamente livre de nuvens, cheio de árvores frutíferas, sem nenhum sinal de civilização como buzinas, vozes e barulhos eletrônicos ou poluição e lugares cinzas – senti o calor de seu corpo á centímetros do meu - , tudo está calmo e os pássaros cantam suavemente. Então seus lábios tocaram os meus sem nenhuma pressa, só um selinho, um selinho muito especial para mim, ele me soltou – senti que ele sorria – e eu abri um enorme sorriso ainda de olhos fechados, quando os abri, ele não estava mais lá. Voltei para sala de aula sem conseguir me concentrar em nada que não estivesse relacionado com aquele beijo, não estava mais aguentando esperar o sinal tocar para vê-lo novamente.

O relógio parecia não andar e o sol parecia estacionado no mesmo lugar, a aula nunca havia passado tão lentamente. Finalmente o sinal tocou e sem pensar duas vezes corri em disparada para a nossa árvore. Ele me esperava lá, com o olhar fixo em seu livro, expressão serena, bem diferente da minha que denotava toda excitação que sentia. Quando ele olhou para mim, rapidamente se pôs em pé, tentou arrumar o cabelo- que sempre bagunçado lhe deixava lindo- e me deu um abraço. Ele olhou para mim e disse:

– Eu pensei muito e decidi que te amo demais! Um dia eu vou me casar com você, eu juro, mas agora somos novos demais, eu quero ficar junto com você para sempre, mas não como amigo e por enquanto não como marido, quero como namorado. Você gostaria de realizar meu sonho? Seria minha namorada?

Não entendi como ele não escutou meu coração batendo, parecia que eu desfaleceria naquele momento, perdi a fala, gaguejei e corei, mas quando consegui responder saiu alto e claro:

– Sim, claro que sim, mal posso esperar para passar minha vida inteira com você!

Com olhares carinhosos, abraços e um ou dois selinhos roubados, ficamos aproveitando aquele momento mágico. O sol parecia brilhar mais, os pássaros pareciam cantar mais alegremente, a vida parecia melhor, estava bem, melhor que bem, estava perfeita. Perfeitamente feliz, como nunca imaginei que voltaria a ficar depois de ser deixada sozinha no mundo. Agora não estava mais sozinha e nunca mais voltaria a ficar, eu tinha Edward, e o teria para sempre!

Todas as noites- sem exceção- na porta do meu quarto, antes de irmos dormir- depois de passarmos à tarde inteira juntos e o toque de recolher nos separar as nove e meia-, ele me abraçava forte e apertado, um abraço gostoso, segurava meus ombros, olhava carinhosamente em meus olhos, beijava minha testa e dizia:

– Eu te amo, estranho seria se eu não me apaixonasse por você.

Três anos se passaram num piscar de olhos, continuávamos no orfanato, mas tudo era perfeito. Um dia perfeito atrás do outro, uma noite perfeita atrás da outra, no nosso mundo perfeito, achando que duraria para sempre.

~~~~*~~~~*~~~~*~~~~

Um dia, apareceu um casal no orfanato, dizendo que procuravam uma menina já crescida- nessa época eu tinha uns quinze anos e Edward dezesseis. Havíamos perdido a esperança de sermos adotados há muito tempo, jamais cogitamos a hipótese. Isso logo ia mudar.

O casal me escolheu.

O orfanato me deu três dias para arrumar minhas coisas e me despedir de meus amigos. Pensei nele, como iria contar? De um dia para o outro meu mundo perfeito ruiu. Eu não me importava mais de estar no orfanato desde que estivesse com Edward.

Ser adotada era uma chance única de ter uma família, não era algo ruim, seria perfeito se isso não me tirasse o amor da minha vida, a única pessoa fora os meus pais que amei e confiei. Estava dividida, sentia alegria e tristeza, euforia e desespero, me sentia solitária ao mesmo tempo que uma chama de esperança nascia em meu peito.

Ainda me lembro nitidamente de tudo quando contei a Edward sobre a adoção, sua expressão desolada, o abraço que demos, nossas lágrimas se misturando juntas, nosso beijo sôfrego e apaixonado, duas almas que se completavam dilaceradas pelo simples perspectiva de distância, o que mais me machucou foi ver a dor em seus olhos, a dor que era uma mistura da minha e da dele, a desolação contida em tão belas orbes rasgou meu coração.

Não suportaria deixa-lo, seria horrível, iria machuca-lo. A chance que eu estava tendo não poderia ser perdida, ele mesmo disse, e eu sabia que era verdade. Deixa-lo foi à coisa mais difícil que já tive que fazer.

Quando o grande dia chegou, estava me despedindo dos funcionários do orfanato que tanto me ajudaram, mas ele ainda não estava lá. Não sabia se ele viria, talvez fosse demais se despedir, para mim seria, mas não perderia a oportunidade de vê-lo uma última vez.

Já estava com a mala na mão, vendo todos acenarem para mim com sorrisos felizes, quando ele apareceu correndo no meio de todo mundo e gritando meu nome. Alcançou-me e me abraçou apertado, nós dois choramos, nós dois sabíamos que essa era a despedida.

Então ele segura firme meus ombros, olha para mim com os olhos cheios d’água, beija a minha testa e diz com a voz chorosa regada de dor enquanto eu me debulhava em lágrimas:

– Eu te amo, estranho seria se eu não me apaixonasse por você!

Ele me soltou, abriu a porta do carro e a fechou, quando o carro começou a se distanciar, o vi correndo para uma das funcionárias que tentava o consolava em vão. Todos ficaram observando o carro partir enquanto eu pensava se o veria de novo.

Parei um pouco a narrativa e olhei para minha filha, ela estava com os olhinhos brilhantes, atentos e curiosos olhando nos meus, a pequena não aguentou o silêncio e perguntou:

– E o que aconteceu depois, Mamãe?

Com um sorriso no rosto vaguei o olhar pelo quarto e vi meu marido encostado na soleira da porta nos observando carinhosamente, com um lindo sorriso.

– Hora de dormir filha- Ele disse enquanto entrava no quarto, arrumava seus cobertores e lhe dava um beijo na bochecha.

Fomos para nosso quarto, ele entrou no banheiro e eu fui me deitar. Quando ele voltou, eu estava de olhos fechados. Ele se deitou a meu lado, se virou para mim, beijou minha boca e disse baixinho, como se não quisesse me acordar:

– Te amo, estranho seria se não me apaixonasse por você.

Eu ri de leve entregando que estava acordada e encostei meus lábios nos seus.

– Adoro que você continue fazendo isso. Te amo Edward. Boa noite, amor.

–Boa noite, Bella.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro avisem.Apesar de só ter um capítulo, espero comentários, isso anima muito as(os) autoras(es).