A Liberdade do Corvo escrita por Raquel Barros, Ellie Raven


Capítulo 35
Capitulo Trinta e Quatro - Zoey


Notas iniciais do capítulo

Ehhh, tentei não demora e consegui. O capitulo não saiu tão grande como de costume, mas vos apresento um personagem novo e muito importante.



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Sabe aquele maravilhoso momento em que sabe o mundo vai acabar e você não sabe o que vai fazer enquanto não chega a sua hora? Bem, uma novidade não tão nova a vocês, eu estou nesse momento desesperador da minha vida. Não estou brincando. Imagina aí seu mundo e seu único abrigo começar a desabar e virar pó. É tão assustador que se eu não tivesse a incrível capacidade de me desviar de confusões estaria já estaria morta do coração. E como se não bastar-se nada do que está acontecendo aparece uma tempestade medonha. Eu deveria mesmo está impressionada ou é força de habito? Meu tio é o Dark, os filhos deles são umas pestes lindas de matar, a Nyx é o diabo e Great Master quer destruir Onyx e todos que tiverem com os pés fincados nela. Uma hora isso acabaria acontecendo. Mas, nunca imaginaria que a Emma seria a faísca que cai sobre um barril de pólvoras. A Emma, a propósito este muito satisfeita em ter pagado na mesma moeda as ofensas dirigidas a ela de maneira tão brutal pela mulher que a criou. Talvez estivesse um pouco magoada também! Não deu um único sorriso, mas se consideramos a situação em que nos encontramos atualmente é claro que ela não daria um sorriso se quer. A Emma estava fechada em seus pensamentos e ponto. Meus pais tiraram a mim e meu bando do que um dia foi o grande salão o mais rápido que conseguiram. Saímos todas juntas, como crianças que poderiam se perder a qualquer momento. A chuva grossa castigava nossas peles e nos cegava um pouco por conta de sua intensidade. As gotas de chuva deixavam meus cílios pesados e meu cabelo estava grudando em meu pescoço. Maldito cabelo longo. Vou cortá-lo assim que essa confusão acabar. Pessoas gritavam desesperadas, feridas, prontas para a morte e tudo isso doía em meu coração. Atacar diretamente a área civil não é exatamente ético. Como Great Master está pouco se lixando se é ético ou não. O que Nyx quer mesmo é encher os nossos morros e campos de cadáveres.

Chegamos ao pátio principal da arena e parecia que uma besta já nos esperava por lá. Afinal, foi apenas colocamos os pés no pátio, que tivemos todos nós que desviamos de imensos espinhos cheios de venenos. Um troglodita em miniatura nos esperava. Não um troglodita literalmente em miniatura, por que ele é grande, grande como um Sauter macho. E o nome da criatura negra, de olhos negros e sem brilho, cabeça grande de focinho pequeno e espinhos por toda a pele não é troglodita, é um Jylizd. Só aparece a cada cinqüenta anos e quando o faz é pra causar destruição por onde passa. O nosso azar é que ele escolheu bem agora para inventar de aparecer.

–Realmente esse dia tem tudo para ser ainda mais divertido.

Ironiza Arya com sua falta de otimismo cotidiano que ela adquiriu depois que o Aspen nos deixou. Um dia ela supera. Nem que seja batendo em alguém, ou se apaixonado de novo o que é muito pouco provável. O coração de Arya está bem fechado. Ela fechou-se em si mesma, e para alguém conseguir furar todas as muralhas vai ser difícil. Essa pessoa vai ter que competir diretamente com um defunto.

–Arya, por que você não diz algo que nos acalme?

Pergunta Emma se desviando de uma montanha de espinhos que ia à direção dela. Jogo-me para o lado batendo na Gwen, que rosna irritada. Emma e Arya se jogam par ao outro e meus pais também. Agora estávamos separados. Assim ninguém vai se jogar na frente de ninguém o que é bem do feitio das pessoas da minha família.

–Bem... Deixa-me ver... Vamos ter uma morte rápida e indolor se os espinhos dele atingirem nosso cérebro.

–Como assim? Espera um pouco! Era para você nos acalmar! Não nos deixar mais desesperados.

Esbraveja Gwen. Ela tremia um pouco. Se ela se transforma em loba agora, a Gwen não terá nenhuma chance de sobreviver. Ela vai ficar grande de mais para se desviar dos espinhos.

–Olha só! Isso foi é a única coisa positiva que eu consegui pensar agora. E normalmente quem dá de cara com essa criatura deseja e muito ter uma morte rápida e indolor, por que normalmente isso não acontece.

–Aryanna, queridinha, faça-nos um favor e não fale mais nada.

–Me obrigue Emma...

Retruca Arya mal humorada. Ela simplesmente odeia que a chamem de Aryanna, seu nome de batismo. Acho que o Aspen a chamava assim quando estava muito irritado com ela. Tudo nessa base remete a lembranças sobre o Aspen e a Arya absorve todas as boas e repele todas as ruins. Mas se eu me tornasse viúva em plenos dezessete anos também ficaria do mesmo jeito. Sorte minha que isso não vai acontecer tão cedo. Primeiro por que o meu futuro marido, assim espero, é duro na queda. E se ele conseguir sobreviver à fúria do meu pai vai conseguir sobreviver a qualquer coisa no mundo. Isso inclui a minha fúria.

Esquecemos o nosso dialogo assim que o Jylizd ataca novamente. Depois discutimos o pessimismo crônico de Arya e sua aversão ao nome que seus pais tão carinhosamente escolheram. Acabamos por nós separar indo cada um para um canto. O fato é que os malditos Jylizds, como todo animal imprestável desse mundo, tem mais de três olhos. São oito. E como se não basta o fato de trem oito olhos como aranhas nojentas de espinhos, eles podem lançar espinhos simultaneamente em todas as direções. Então é uma grande trabalheira se desviar de todos aqueles espinhos, sem permitir ao menos que eles nos arranhem. O veneno é potente e doloroso. Se tocar na pele da pessoa pode ficar dias agonizando. Isso faz com que a informação da Arya tenha um lado positivo. Antes uma morte rápida, a uma lenta e dolorosa.

Engatinho para de trás de uma pilastra, a Arya e a Emma do meu lado. Olho em direção do Jylizd. Um espinho estava vindo em minha direção e eu volto rapidamente para meu canto. Um resto de parede é empalado e um dos espinhos fura um cano que espirra água em cima de nós. Outro atravessa a pilastra. Como é que para um animal desses? Para não. Da um fim. Não quero filho de ninguém morrendo por conta de um animal feito em laboratório do qual nem seus próprios criadores conseguem controlar direito. Como tudo o que é ruim nesse mundo, os Jylizds foram feitos em Master Great. São armas de guerra, feitos para matar e não ser mortos.

–Arya, como se mata um bicho desses?

Pergunto berrando para a Arya que tentava se desviar simultaneamente da água e dos espinhos. Missão impossível. Tem espinho por todo lado e água por todo o lado.

–Decepando a cabeça.

Grita ela de volta. Olho para aquele animal. Como se decepa a cabeça disso? Não, ele tem muitos espinhos envoltos ao pescoço e para chegar até lá, só se você for um ladino do tipo bem poderoso mesmo. E que saber a nova? Bem, os Ladinos desapareceram da face da Terra há muito tempo. Tipo, muito mesmo, desde a época do meu avô Ítalo. Então sem ajuda ladina.

–Não há nenhuma maneira mais fácil?

Indaga Emma fazendo o milagre de apenas se desviar dos espinhos. A água se quer a tocava. Ser filha de um elementar como meu tio Alef tem lá as suas vantagens.

–Não! Eles foram feitos para ser praticamente impossível de matar sem que o assassino morra junto.

–Mas, que merda, Arya!

–Eu sei! E de pensar que eu sou uma quase greateana.

–E o Aspen também.

–O Aspen era o retrato da quase perfeição, Gwen.

–Isso por que você é ultra apaixonada por ele.

Comento trocando de pilastra com uma cambalhota rápida. Por pouco não sou atingida por um espinho. A Arya se livra da água indo para a pilastra onde eu estava. Ela estava segurando uma das mãos com a outra e respondeu arfando:

–Não seria justo usarem o verbo no passado?

–Mas, você é apaixonada pelo Aspen, Arya, independente dele está vivo ou morto.

–Fazer o que? O coração não deve saber o que é morte.

Retruca rindo. Ah meu Deus! A Arya foi atingida. Merda! Apesar de que eu acho que ela desejava morrer. Mas, acho que não do tipo agonizando e fazendo todos sofrerem com ela, Arya deve querer uma morte igual a do Aspen, dormindo e em paz, por que o seu coração parou, entrou em colapso por não agüentar mais levar seu corpo adiante, sem ninguém vendo seus olhos perderem o brilho da vida.

–Não deve mesmo, mas o bicho aí atrás sabe. E ele está vindo em nossa direção. Corre!

Avisa Emma avistando o Jylizd quebrando as colunas para entrar. Corremos todas para o outro lado. Gwen escorrega no chão molhado, mas levanta antes que o Jylizd perceba.

–Não precisava mandar sua tonta!

–Ok, então, Zoey! Mas, não me chame de tonta.

–Ok!

–Vocês são loucas de manter um dialogo enquanto correm.

Comenta meu pai, rindo de nervoso. Aposto que ele está se coçando para conferir se estou intacta. E pelo jeito eu estou. Se não fosse pelos arranhões básicos de quem toma lindas quedas e a calças jeans rasgada em ambos os joelhos eu estou bem viva.

–Somos mulheres e amigas, isso faz com que seja uma necessidade biológica e é melhor do que gritar.

–Isso, Arya! E não queira que a Emma grite ou ela termina o que Nyx está começando em um instante.

–Ah! Cala a boca, Gwen.

–E imagina se nós quatro inventamos de gritar juntas... Seus ouvidos não aguentariam papai.

–Realmente! E a enfermaria está cheia de mais para um surdo.

Concorda meu pai conosco agora rindo. Ah! É tão bom chamá-lo de papai. Sabe, ele passou o ultimo ano dizendo que não era meu pai por que não tem nenhuma filha que se apaixone pelo filho do meio de Derek Trouble. Acho que ele fez as pazes comigo apenas para dificultar a vida de Cyrus, não por causa da minha felicidade. Por que se tem algo que eu sei sobre os dois homens barraqueiros da minha vida é que a vingança deles sempre vem antes de qualquer merda. Isso inclui a família. E eu estou bem na linha de fogo dessa guerra. E a Arya no sentindo literal, ela está meio tonta saindo de perto da pilastra. Nota para tentativa de suicídio: Dez.

–Arya sai daí!

Berra Emma. A Arya, que parece que está muito acostumada com a morte para seu próprio bem olha para a Emma como uma lesada. Não! Ela é uma lesada. Uma tartaruga perto de ser atingida por muitos espinhos, só que sem a casca dura para protegê-la. A cara da Aryanna Raven.

–Sai já daí!

Repete Gwen, olhando para o Jylizd que parece que é tão lerdo quanto a Arya ou está muito ocupado ficando cego com toda aquela chuvarada que caia fortemente. Prendo a respiração. Ah, santo meu Deus dos céus! Quem é que vai salvar essa menina cheia de veneno de Jylizd no sangue que está subindo muito rápido para a corrente sanguínea dela? Quem? Se eu tentar, meus pais me impediram rapidamente. Se a Gwen tentar o pai dela vai puxá-la de volta. E a Emma tentar quem vai protegê-la é a minha mãe. O Jylizd acorda de sua transe e lança mais uma porção de espinhos.

–Arya!

Berramos em um único e desesperado som. Uma rápida explosão azul claro aparece no lugar onde estava a Arya e ela some de lá. Outra explosão aparece perto do Jylizd. E vai rodeando-o. É tão rápido que não sabemos que está causando-a, mas parece que é pelo menos mais rápido do que os espinhos. Um momento depois, vejo um espinho fincando no pescoço enrugado do Jylizd. Ele cai de lado se espetando no chão. Os olhos negros sem brilho estavam vermelhos e os espinhos caiam aos poucos. E a explosões terminam.

No lugar da ultima explosão estava Arya, bem segura nos braços de um ladino. Ele é bem mais alto do que Arya, apesar de qualquer um é mais alto que Arya, e estava bem encapuzando. O olhar dela era de choque como quem vê um fantasma. Saio do meu esconderijo e me aproximo lentamente. Ladinos são lendas e lendas são os ladinos. No mundo humano eles eram personagens de RPG, ladrões em outro título, mas aqui, em New Earl, nós nos apropriamos do nome, mas não do sinônimo. Ladinos estão no topo da pirâmide de mutações. São mais rápidos, mais fortes, mais bonitos (quem aqui não é? mas esses são mais belos ainda), muito, mais muito inteligentes mesmo e são extremamente habilidosos com as mãos e com os pés os fazendo ótimos lutadores.

–Meu Santo Boreh!

Exclamo ao ver a semelhança entre aquele ladino e o Aspen. Meu santo Deus. Ele deve ser um ano mais novo do que o Aspen. Consegue ser bem mais bonito. Os olhos não são cinza azulada como os de Aspen, mas negros e brilhantes. Tão negros que parece que vai te engoli como o escuro. São intensos como o fogo e selvagens como os olhos de um poderoso animal. Os cílios também negros e bem grandes dão um ar de timidez, apesar de que ele olha com muita intensidade para a Arya (alguma novidade? deixe-me ver... não! Todos os homens olham com muita intensidade para Arya), o que não é do feitio de uma pessoa tímida. O cabelo chega à altura dos ombros, negro, tão liso quanto às penas de um corvo, uma rala barba mal feita enfeita seu maxilar quadrado, deixando um pouco em evidencia os lábios felinos e rosado. A única cor que tem em todo o seu rosto. E corpo por que o ladino estava completamente de preto. As botas estilo coturnos sujos de lama e musgo como se ele estivesse andando pela floresta, a jaqueta de couro, assim como as calças também de couro, e as luvas em que mostravam as pontas dos dedos brancos e esbeltos. Um corrente pendia para dentro da camisa escura e tinha uma linda flauta também negra que parecia uma obra de arte em seu bolso. Ladinos não podem ser um Lorde Dark já que ambos os lados simplesmente competem entre si, mas esse parece particularmente próximo de ser um. Apesar de algo me dizer que no quesito alma nobre e justiça esse senhor ganha em disparada de um Dark. Sobretudo, ele não me parece nem um pouco simpático. É como uma pantera, lindo, mas simplesmente perigoso e isso é claro como a luz de uma vela.

–Aspen?

Pergunta Arya tão incrédula, com tanta esperança. O ladino pisca gentilmente e um vislumbre de compaixão toma seus olhos. A essa altura todos já sabíamos a resposta. Mas quem teria coragem de discorda. Apenas o único parente sadic do Aspen de quem temos conhecimento. Ele gentilmente afasta Arya de seus braços corrige com delicadeza, como se sua informação por si só pudesse machucá-la e em parte tenho certeza que sim:

–Nicollas Stephan, irmão dele.


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Notas finais do capítulo

Comentem, recomendem e beijocas para todas vocês...



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