A Liberdade do Corvo escrita por Raquel Barros, Ellie Raven


Capítulo 16
Capitulo Quinze - Gwen


Notas iniciais do capítulo

Oi sadizinhas.



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–Que fedor é esse?

Pergunta Caleb, me impressionando. Digamos que o lobo não fala de nada em nenhum momento. Ele se comunica da maneira menos pratica possível. Com expressões. Ou seja: É impossível de saber o que ele está pensando. Mas antes ele ficando calado do que falando merda. Por que se tem algo que eu não tenho nessas épocas é paciência. Segundo meu pai, essa é a maneira que eu arranjo de me proteger de Alfas simpáticos e não simpáticos. E eu não fico nem um pouco bonitinha fazendo carranca. Diferente do Caleb, ele sim fica um fofo fazendo cara de mal. Farejo o ar procurando o tal fedor que o lobo detectou. Foi até fácil, e ele tinha razão: era horrível. Enxofre. Eu sei disso por que uma vez fui a um canto dessa ilha em que a água era acida e tinha um fedor horrível de chulé, com gases de estomago que não vê banheiro há muitos dias e comida estragada, tudo junto. Sai de lá espirrando tanto quanto alguém que tem renite alérgica e vai para um lugar cheio de ácaros.

–Enxofre.

–Está me dizendo que temos um vulcão entrando em erupção?

Pergunta Caleb um pouco incrédulo. Bem, nessa ilha não temos apenas um vulcão. Temos uns dez. Nove deles não funciona mais e um tem atividade quase nula. É que como meus tios são elementares eles podem anular uma ou outra atividade. Dexter é um Gélido e Alef apelidamos de Four. Quando os dois resolvem anular alguma coisa dificilmente essa coisa volta à vida. E foi isso que aconteceu com os vulcões. Isso sem contar que minha mãe também aprontava uma dessas com tia Bev para cima da natureza. A Base Um foram elas que construíram. Dentro de um vulcão. Será possível que o maior vulcão da região voltou a entrar em erupção? Mas tão silencioso assim? Sem estrondo ou terremotos? A não ser, é claro, que alguém ativar-se de novo o vulcão. Olho pela janela do carro forte, e vejo alguma coisa brilhante e vermelha, vindo lentamente em nossa direção, corroendo e queimando tudo pela frente. Caleb vem ver comigo o que estava acontecendo. Sua boca se abre em exclamação. Sadics são resistentes ao fogo, mas a lava pura esquentada a mais de 100°, vindo do magma da terra, bem veja que não. Só as rochas e a água são resistentes a esse tipo de fogo. Para sadics, humanos e animais só nós restava duas coisa. Fugir para as cavernas que tem nas encostas ou correr. Muito. Para os lobos vai até ser fácil. Chegamos a correr tanto quanto um carro super potente e alguns aqui chegam a ter a velocidade de um super caça. Bem, é a natureza ao nosso favor. Mas os meio humanos e humanos não são tão rápidos, ou seja, vamos ter que dá carona a alguém. Lobos grandes carregam até cinco pessoas e os pequenos até duas. Meu pai carrega umas sete, isso sem contar que podemos carregar uma na boca, presa como uma roupa em um gancho. Mas eu não posso me transformar em lobo. Então digamos que meus irmãos vão ter que carregar mais gente. Os filhos de sadics com meios sadic e os próprios sadics são tão rápidos quanto os lobos, se não mais. Eles nem precisam de ar direito quanto mais. E são bem mais leves. Olho para as encostas e vejo os presais gélidos subindo-a para ter uma visão melhor da lava. Os meus outros primos, os que controlavam água, ar, fogo e terra se posicionaram em seus respectivos elementos. É engraçado que os filhos de Alef não têm mais de uma habilidade herdada por ele. Cada um só tem um elemento para controlar. E se não controlam nenhum elemento tem asas ou é um nêutron. Ou seja, diferente de tio Dexter que os filhos podem nascer ou com presas ou como gélidos, e de meu pai do qual nascemos ou como lobos ou como sadics com super regeneração, os filhos do Lorde Dark com o nome mais citado entre as damas da luz, são cheios de opções. Isso sem contar os raros casos em que nasce um alado neutro com capacidade para controlar um elemento. Nesse caso a marcação em cima da criança para que ela seja da luz é tão grande que causa até ciúmes entre irmãos. Mas não sei como o Lorde Dark tem mais filhos servindo a luz do servindo as trevas. Acho que nem o próprio Alef gosta das trevas. Mas tem amor pelo poder, então fica difícil largar algo que pode lhe proporcionar isso a um lado que a subordinação e as renuncias são muito comuns. Como muitos dizem por aí: As trevas têm a capacidade de enganar seus servos os fazendo pensar que estão no controle quando são na verdade controlados e a luz é o contrario, mesmo se um servo da luz largar tudo, ele vai ver com clareza o mundo ao seu redor a ponto de poder ter tudo. Não é a toa que muitos lordes darks se bandeiam para o lado da luz assim que conhecem alguém que roube o coração deles. O amor com certeza é a mais poderosa da armas. Pode até inclui renúncia a sua vontade, mas é libertador. Não estou falando daquele amor Eros, estou falando de amor que se sacrifica pelo outro. Em que abre mão, que é paciente, que ama incondicionalmente e que quer apenas o bem, que tudo suporta que tudo sofre. É um tipo de amor que não conseguimos entender. E é tão lindo, que chega a ser inimaginável.

–É melhor saímos.

–Você acha?

–Olha Caleb, eu posso ter compaixão de você e te tirar essa algema, e só eu posso. Ou você pode encher minha paciência e queimar nessa lava que está vindo por aí?Está entendido?

–Você é incapaz de ser má, Gwyneth.

–Não sou uma santa, nem sou perfeita. E ainda tenho uma coisa chamada de natureza humana. E nessa coisa incluíram culpar os outros, ser mal, e não gostar de alguém. E você é um forte candidato a ser minha vitima. Então não cutuca a loba com vara curta que você tem chance de ganhar uma bela mordida. Agora vamos descer. Se as coisas literalmente esquentarem, eu te libero para dá uma corridinha ate a base dois. Mas deixa eu te avisar logo. Colocamos um rastreador em você, e se tentar fugir vamos te achar e você vai voltar a não ter direito a um banho de sol. Isso sem contar é claro que você tem chance de ganhar uma baita surra por ter fugido. E meu pai quer muito te dá uma surra, ok? Então seja um bom menino.

–Você treinou isso na frente do espelho hoje de manhã?

–Não! De manhã eu nem me olhei no espelho. Não tive tempo. Minha irmã ocupou o banheiro que divido com ela por um bom tempo, e só me deu tempo de fazer o básico. Mas por que a pergunta?

–Nada não! Você só parece com aquelas oradoras que ficam treinando caras e bocas na frente do espelho. Minha mãe era assim. Boa com palavras e ameaças.

–Ela parece alguém legal.

Comento, abrindo a porta e pulando, Caleb vem atrás de mim, e olha para o nada por um bom tempo. Acho que foi legal da parte dele me comparar com sua mãe. Por que ninguém namora a própria mãe. Ou paquera ela.

–Era. Minha mãe era legal.

Corrige ele, ainda pensativo. Pronto! Isso fez com que minhas barreiras fossem derrubadas. Impossível não se compadecer de alguém que perdeu a mãe. Pode ver. Quando alguém diz que a mãe morreu, todo mundo fica triste. Imagina viver sem sua mãe. E a pior parte é que todo mundo tem apenas uma mãe. E ela é a única pessoa na terra que te ama incondicionalmente, juntamente com seu pai, e que passa a viver para te proteger. Não é como um animal de estimação morrendo ou um desconhecido. Ou até um tio e uma tia. A morte de uma mãe é bem mais impactante. É como se alguém levar-se metade de você embora. O que é verdade.

–Sinto muito.

–Se você for perguntar como ela morreu não pergunte.

–Não sou insensível a esse ponto. É sua mãe, não seu cachorro. E se fosse a minha eu mataria quem perguntar-se como ela morreu.

–Você já quer que sua mãe morra?

–Eu não! Quero que minha veja os bisnetos dos meus bisnetos. E vamos parar de falar nisso, só de pensar sinto um aperto no peito.

–Eu também.

Concorda ele, me seguindo por entra a multidão. Esqueço esse assunto por que eu não gosto nem um pouco dele. Logo avisto a minha matilha e vou até eles. Caleb para um pouco como quem calcula o risco de ficar perto de uma matilha inteira de machos. Afinal, um macho convive bem com fêmeas, mas machos normalmente marcam território e não se dão bem. A não ser que sejam da mesma família. E olha lá. Que de vez em quando rola competição pela atenção dos meus pais. Como é o caso da Lucy e eu. Quer dizer a Lucy é uma tirana. Mas é legal de vez em quando. Vou para perto dos meus irmãos que tem a mesma faixa etária que eu. A Lucy deve ter farejado o cheiro do Caleb e olha para trás. Sabe quando um grupo de amigas se junta e vê um cara bonito? Elas normalmente não apontam para ele e comentam com alguém? Pois é, minha irmã começou a exibir um odor estranho só de olhar para o Caleb. Droga! Agora sim vamos ter graves problemas. A Lucy está perdendo a capacidade de calcular perigos. Quer dizer, o Caleb, é um cara interessante, de olhos cinza, cabelo castanho avermelhado e é um Alfa. Tem aquela aura de líder, e poder e é interessante. Mas também é um Lobo inimigo. Sua família não se bate com aminha desde que meu pai soube que tinha mais dois irmãos por parte de pai: Ephrain Sparrow e Jacob Perteson. É claro que foi um baque para ele saber que não era o único Alfa Supremo que existe no mundo. Era apenas o mais afeiçoado e simpático. E talvez o que o menos selvagem, e com mais contatos e aliados e consequentemente o mais poderoso.

–Aquele é por acaso o filho de Ephrain Sparrow?

Pergunta ela mudando o tom de voz para parecer mais sedutora. Concordo com a cabeça em um suspiro. Péssimo sinal, muito ruim mesmo! Lucy não pode ficar com dois rapazes ao mesmo tempo. E muito menos com dois rapazes proibidos. Se eu é que vou ficar louca! Ter que esconder um segredo desses ao quadrado é tudo que eu não quero!

–Ele é um gato!

–Lucy, por favor, se controla!

–Por quê? Acho que para o papai será mais fácil aceitar um genro lobo do que com instintos de felino.

–Lucy, você é pior do que eu quando o assunto é arrumar confusão.

–Mas ele é...

–Lucy, Gwen, por que não compartilham o que tanto sussurram?

Pergunta meu pai, atraindo todas as atenções para nós. Começo a dar meia volta, por que essa é uma pergunta que não vou responder. Imagina como meu pai vai ficar se souber o que minha irmã mais velha com lorotas ao invés de uma massa cinzenta no crânio está planejando aprontar?

–Nada não pai. Estamos só falando de um assunto que com certeza não é do interesse de você, garotos.

Enrola minha irmã. Começo a andar mais rápido em direção do Caleb que ainda está se decidindo se chaga perto ou não. Eu prefiro que não. Para não rolar treita. Ainda mais com minha irmã sussurrando o nome dele e consequentemente desse tio nosso do qual nunca ousamos sequer citar seu nome.

–Que assunto? E Gwen volta aqui.

–Sobre absorventes!

Menti Lucy na cara de pau descarada. Depois dessa eu fico tão corada que uma pimenta madura perdia para mim. De todas as malditas desculpas ela tinha que usar essa? Merda! E se Caleb tivesse ouvido? Isso me fez ficar cada vez mais vermelha. Tipo muito vermelha. Olho para Cam e vejo que ele ficou corado também. Deve ser difícil ter que conviver com esse tipo de coisa pelo resto da vida. Acho que meu pai, com tantas filhas, deveria já ter se acostumado com esse fato.

–Sobre absorventes? Em uma situação dessas? Poupe-me, Lucy, acho que deveriam falar sobre qualquer outra coisa depois que estiver todo mundo em segurança na Base Dois. Bem, agora vamos às instruções. Os machos vão carregar meio humanos e humanos, e as fêmeas vão ficar de guarda, com os olhos bem fincados no filho do Ephrain. Se alguma coisa acontecer a esse garoto é bem capaz de temos uma carnificina entre parentes, o que eu realmente não desejo. E agora vamos, que a lava não vai nós esperar.

Informa meu pai, se recuperando do susto, já caminhando de volta para a floresta. Ele de repente para, olha para mim e me lembrar:

–Nada de se tornar loba, Gwyneth. E Lucy não me ouse mentir novamente. Agora vão antes que eu carregue, eu mesmo vocês duas.

Depois ele volta ao seu caminho e se transforma em lobo. Assim que meus irmãos saem também para fazerem que fazem de melhor que é corre. Lucy me dá um beliscão, como se o fato de que ela foi pega na mentira tivesse sido culpa minha. Dou um peteleco nela, por que já me basta de tortura mental. Quando viramos para trás damos de cara com o estopim de nossa ultima discussão. O lobo meio ruivo Caleb, nós olhando com tanta incredulidade que o deixava até enigmático.

–O que foi que você tanto olha?

Pergunto mal humorada. Mas é cada uma que eu tenho que agüentar. Já me bastam a Lucy e suas confusões. Eu não preciso de outro lobo para acabar com minha vida. Caleb sorri como quem não conseguir-se acreditar em alguma coisa. Talvez ele esteja impressionado com a falta de fraternidade entre mim e a Lucy, ou, na pior das hipóteses, ouviu nossa conversinha. Afinal, ele estava mais perto do que nosso pai chegou á pegar o suficiente dos sussurros para saber que não foi sobre absorventes. A Lucy do meu lado joga os longos fios loiros para o lado, e faz cara de sedutora, o que me faria rir se o caso não fosse serio. O que minha irmã tem de ingênua, tem de atrevida. E sempre consegue o que quer. Então se o Caleb for um lobo com gosto ter muitas garotas ele é um sortudo que ganhou na loteria. A propósito, difícil mesmo é achar uma garota nessa Base que não teve uma quedinha se quer pelos três prisioneiros da nobreza de Master Great. Quer dizer, a Emma está mais que firme e forte em seu propósito anti-Ethan. Eu quero ficar o mais longe que eu consegui do Caleb e a Zoey está com a super probabilidade de largar o estagio como vigia por causa do Cyrus. E parece que ele não recua.

–Quem é a garota linda?

Pergunta Caleb me ignorando, e segurando a mão de Lucy para beijá-la. Maravilha! Olho para o lado para não ter que ver o jogo de sedução dos dois. Eu não sabia que minha irmã tinha vocação para ser uma vadia em tempo livre. Parece que para ela não basta o presai Ian, ainda tem que ter um lobo Alfa em sua lista. Um dia, que ele chegue logo, a Lucy á de achar alguém que a faça mudar essa mania ridícula de não se valorizar. Afinal, ela quer dá uns pegas em todo macho que tenha músculos e olhos cinza. Independente do caráter dele.

–Lucy.

Responde ela, com aquele sorriso que me deu vontade de arrancar da cara dela, de tão irritante que era. Mas parece que funcionou com o Caleb ele parecia estimulado. Suspiro pesadamente e procuro a Zoey, a Emma ou a qualquer um que não dê sorrisos sedutores em uma situação como essa. As únicas pessoas que encontro que não gosta da situação em meio a tantos que não se importam, são os dois loiros presais: o Ethan e o Cyrus, que olha para Caleb como se fosse matar ele. E se o tal lobinho estiver pensando em brincar com minha irmã, eu ajudo a matarem ele. Caminho até eles.

–Vocês viram a Zoey ou a Emma?

–Eu queria ter visto, mas não! A Emma não me apareceu ainda.

Responde Ethan de mau humor olhando para aquela cena descarada que estava se enrolando a minha trás. Cyrus suspira só de ouvir o nome da Zoey. Esse é outro que vai entrar para a lista dos apaixonados de Onyx.

–Sua amiga...

–Irmã.

–Sua irmã, sabe com quem está se metendo?

–É provável que ela queira confusão. E Caleb é um, bem grande, de olhos cinza e músculos definidos. Então ela deve saber.

–Não! Eu estou dizendo, que o Caleb não faz o tipo que se apega. Depois que perdeu a mãe, perdeu também todo respeito por mulheres. Ele não vai pensar uma nem duas vezes, e vai partir o coração de sua irmã.

Explica o príncipe para o meu total desespero. E eu não posso fazer nada! Nada, nada, nada. A Lucy não me ouve e tem mania de confiar o coração a qualquer um. Santo Deus, quando ela vai aprender? Quando se e me deixar em farrapos? Eu vou precisar ter que acabar com minha sanidade mental para a Lucy perceber o quão idiota e ingênua ela está sendo? Eu não posso ter meu coração partido. Não por causa da Lucy. Ah, santo Deus! Quanto mais eu vou ter que agüentar isso? Estou com uma súbita vontade de deixar a lava me queimar a ter que passar por mais essa provação.

–Essa não!

Sussurro olhando agora horrorizada enquanto o Caleb seduz minha irmã. Ele entrava no joguinho dela de tal maneira que até parecia com alguém com chances de se ter um interesse maior.

–Você está bem, Loba manca?

–Vocês sabem o que isso significa?

–Hã?

Pergunta os dois ao mesmo tempo tentando entender o porquê da minha reação.

–Meu coração partido no final desse jogo.

Respondo, já sentindo um apertinho no peito.

–-

Olho para a Lucy e o Caleb caminhando na depressão que tivemos que subir para não sermos queimados pela a lava que se movimentava lentamente, como um rio flamejante embaixo. Os dois conversavam e riam. E eu ficava mais atrás super preocupada com meu coração e com a Emma que tinha sumido e não apareceu ainda. Segundo o Ethan, ela tinha ido para dentro do mato fazer alguma coisa para a Carmem. Dou uma parada, por causa da súbita e maldita cólica que apareceu do nada. Deito em uma das pedras e me encolho para ver se dá uma melhorada. Se tiver algo que me deixa incapaz de fazer qualquer coisa, até as mais simples como caminhar, é a tal da cólica. Parece que tem um filhote de dinossauro sapateando e sambando em meu útero sem dor nem piedade. Por isso pretendo ter filhos apenas depois que os hospitais voltarem a fazer cesáreas. Ter que fazer força para colocar um cabeçudo para fora não é comigo. Não agüento nem dor de cólica que suporto há quase cinco anos todos os meses, quanto mais. Acho que eu adormeci, por que me senti flutuando de repente. O cheiro de enxofre não sobrepujava o de frutas e pinho, que vinha de alguma pele quente e macia. Logo percebo que eu não estou dormindo por que a dor ainda continua lá. Abro os olhos para dar de cara com Caleb, correndo comigo nos braços, os cabelos que adquiriram um tom laranja na luz do sol sobre o vento. Por que ele estava me carregando mesmo? Olho para trás e vejo a Lucy também correndo atrás do Caleb, com um sorriso meio maroto, meio de raiva na cara. Maravilha! Fisguei sem querer o peixe dela. Mas eu não tenho culpa se tenho algo chamado cólica diabólica todo mês. E Caleb não parecia se importar com o fato que estava me carregando e correndo a 100 km/h ou mais. Mas eu me importo com o fato que estou sendo carregada por ele. Isso me dá a impressão de fragilidade, e esse é um tipo de impressão que não tenho nenhum tipo de amor. E também, ele está sem camisa. Tipo, Caleb é lindo e tal, mas eu prefiro não ter a tentação de querer tocar naquele abdome definido. Já basta a minha irmã e todo o seu fogo para cima do lobo. E eu não vou competir com ela. Suspiro pesadamente. Bendito será o dia em que eu sair de casa e morar longe da Lucy. Caleb me lha rapidinho e sorri, fazendo meu coração disparar, depois continua seu caminho correndo. A nossa e trás vinha vários outros sadics, e a nossa frente tinha vários outros. Tento achar a Emma, mas não consigo. Não deveria ser tão difícil achar uma cabeleira morena voando entre tantas loiras. E se a Emma tiver ficado lá? Quem é que vai resgatar ela a essa altura do campeonato. Isso sem contar que lá embaixo tinha apenas quem tinha controle sobre algum elemento natural e até os gélidos que construíam um túnel de gelo sólido tão grosso quanto um caminhão estava longe da beirada do precipício, quanto mais, a Emma, que nem sua área controla direito. Como é que ela vai sobreviver lá embaixo? Espero que ela tenha seguido comas damas da luz até a Base Dois e esquecido do Ethan, e que esteja lá, em segurança. Uma sombra se estende por cima de mim e Caleb diminui a velocidade. Olho para frente e fico maravilhada com as construções elaboradas que se erguem a nossa frente. Perto de Onyx Fake, a Base Dois era pequena, mas muito bem estruturada. Eram umas vinte construções. Dez de um lado e dez de outro. De cada lado tinham cinco galpões gigantescos, todos abertos e completamente de ferro, que revelavam aeronaves imensas, cobertas de espelhos. Os outros dez prédios eram casas de madeira, tijolos vermelhos e ferro, de sete andares cada uma, com os nomes em negrito e neon escrito em cima: Medicina, Infantaria, Educação, Engenharia e Civis. Os dois lados eram iguais. E pelas cores percebi que um dos lados era para mulheres e o outro para homens. O Lado direito em verde escuro e preto era o masculino, o lado esquerdo, em azul claro e branco era o feminino. Mais atrás tinham mais dois prédios. Um menor, branco e com oito andares, que era vigiado por guardas de uniformes azuis marinho, do qual eu deduzi que era o presídio, e do outro lado, com dez andares, todo coberto com espelhos, estava a Central de Comando da Base. No centro da Base Dois tinha um gigantesco pátio redondo de concreto, em que estacionaram os carros fortes e ainda sobrou espaço.

–Gwen.

Chama minha mãe estranhado o fato de que eu estou nos braços de Caleb. Ele me coloca no chão rápido antes que meu pai, que estava conversando com alguém visse a cena. Vamos concordar, ia dá briga.

–Oi mãe.

–Você está bem?

Pergunta minha mãe conferindo se eu não tinha nenhum ferimento e tal. Acho que ela não confia nem um pouco no Caleb. Mas, nem eu confio e não tiro a razão dela. Caleb pode até ser bonzinho de vez em quando, mas um ato de bondade não redime dez atos de maldade.

–Foi à cólica, mamãe! Ela desmaiou no meio o caminho, e o Caleb fez o favozinho de trazer ela até aqui.

Responde a Lucy por mim. Eu já sabia o que ela estava tentando fazer contando isso para a minha mãe nota mil Caryn. Lucy queria conseguir pontos com Caleb e para o Caleb. Isso é para ela ter carta verde para ficar com ele. Isso aí, minha irmã está usando da boa vontade do Caleb e da minha aparente fragilidade para conseguir o que quer. Exatamente a cara de um oportunista.

–Ah! Então, obrigada Caleb. Vou anotar alguns pontos em seu favor.

–Não tem de quer, senhora Caryn, e para onde eu vou?

–Ah, Caleb, deixa que eu mostro para você. Posso substituir a Gwen enquanto ela está nessa época.

Oferece Lucy, já pegando o braço de Caleb e o arrastando para o prédio branco. Caleb olha para trás por um nonagésimo de segundo. E nesse pequeno período de tempo eu fico com pena dele.

–Ah, Gwen, eu ia te pergunta, se você viu a Emma. O Alef está atrás dela para saber se a Bev passou mais alguma instrução.

–Mãe, a Emma sumiu lá trás e eu pensei que ela estava aqui.

Informo para o meu desespero. Aonde foi que essa menina se meteu?


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Notas finais do capítulo

Comentem, e opinem. E beijocas para vocês.



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