Two Worlds escrita por EdB, Dullg, Apple003


Capítulo 6
Revelações




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Ao ouvir aquela afirmação Teresa ficava estática, mesmo estando em duvida ela ainda queria acreditar que aquilo tudo fora apenas um sonho. Mas pela expressão séria no rosto de David, ela sabia que ele não estava brincando.

-O-O que você disse?

-Isso mesmo. Noite passada aquele “anjo” que lhe salvou... Era eu.

-Mas... Mas como? O que você é?

-Olhe, está tarde. Acho melhor você entrar antes que sua irmã fique preocupada.

-Mas...

-Amanhã. Amanhã eu prometo que lhe explico tudo.

E assim David lhe deu as costas e se dirigiu até o portão, Teresa continuava parada apenas o observando e, no momento que o mesmo atravessa o portão, ela se aproxima.

-David. Espera.

-Sim? - diz ele se virando e sendo surpreendido com um pequeno beijo no rosto

-Obrigada... - dizia Teresa antes de voltar correndo e entrar em casa

David leva a mão ao rosto onde Teresa o beijou e sua face corava um pouco. Ele fecha o portão e quando se preparava para ir embora, avista Carlos se aproximando.

-Nossa, não pensei em te encontrar na rua ainda

-Verdade, é que eu estava conversando com a Teresa...

-Conversando? Sei...

-É verdade.

-Tudo bem, e como foi a “conversa”?

-Foi... Foi ótima... - respondeu levando novamente a mão ao rosto e esboçando um sorriso, enquanto ambos voltavam para casa.

-Oi Teresa, já chegou? - pergunta Olivia ao ouvir a porta se fechando.

-S-Sim...

-Aconteceu alguma coisa? - dizia ela ao se aproximar e ver Teresa encostada na porta – Você está estranha.

-Não aconteceu nada

-Sei... E como foi sua noite?

-Foi... Foi ótima...

No dia seguinte David encontrava-se na livraria, estava arrumando os novos livros que haviam chegado naquela manhã, enquanto Charles atendia alguns clientes.

-Você tem me ajudado muito aqui David. Obrigado – diz Charles quando o ultimo cliente sai

-Não precisa agradecer.

-Olá, o que deseja? - perguntou para um jovem que adentrou a livraria.

-E aí David.

-Carlos?

-Ah, então é aqui que você trabalha.

-Vocês dois se conhecem?

-Me desculpe senhor Charles, esse é o Carlos, um amigo meu.

-Entendo, prazer em conhecê-lo

-Digo o mesmo senhor.

-Mas, o que faz aqui Carlos? Comprar um livro é que não foi

-Acha mesmo que eu viria aqui comprar um livro? Só vim fazer uma visita mesmo, aproveitei que estava passando aqui por perto.

-Entendo

-Então, já vou indo. Tchau, até mais tarde.

-Até.

-Ele é um jovem bem animado – dizia Charles dando uma pequena risada ao ver Carlos sair correndo da livraria.

-Realmente... Bem, de volta ao trabalho, esses livros não vão se arrumar sozinhos

-É assim que se fala.

De tarde, na escola, David e Teresa passavam o dia normalmente, como se nada tivesse acontecido. Volta e meia eles trocavam alguns olhares durante as aulas, mas sempre desviavam quase no mesmo instante.

-Ei, Teresa...

-O que foi Angela? Alguma duvida com o exercício?

-Não é isso. Vem cá me conta, você e o David estão namorando sério agora?

-O-O que?

-Nossa, o amor de vocês é tão lindo, só não é tão lindo quanto o meu e o Carlinhos

-N-Não diga besteiras – dizia Teresa totalmente envergonhada – Nós... Nós somos apenas amigos

-Claro, claro. Continue acreditando nisso.

No final do dia David e Carlos estavam próximos ao portão da escola

-David, estou indo embora, você vem?

-Agora não, pode ir na frente. - responde David ao ver Teresa e Angela se aproximarem – Tenho que resolver uma coisa...

-Entendo, então até mais tarde.

-Até.

-Ei David, onde está o Carlinhos?

-Acabou de sair, se você correr ainda pode alcançá-lo

-Mas ai a Teresa iria embora sozinha...

-Pode ir Angela, eu tenho uma coisa para fazer....

-Tudo bem então... Carlinhos!!! - dizia a mesma começando a correr

-Venha comigo por favor. - dizia David enquanto começava a caminhar na direção oposta aos alunos que saiam da escola. Chegando até a quadra. - Bem, acho que aqui ninguém irá ouvir nossa conversa.

-Tu... Tudo bem.

-Pois bem, irei lhe contar tudo... Como já deve ter imaginado, eu não sou uma pessoa comum.

-Isso eu já entendi, eu apenas quero saber o que você é.

-Eu sou um ser que não pertence mais a esse mundo, eu sou encarregado de decidir o destino daqueles cujo tempo aqui na Terra chegou ao fim.

-Isso quer dizer...

-Quando uma pessoa morre, seu espirito não segue diretamente para o céu ou ao inferno. Os espíritos precisam ser “julgados”, e cabe a mim essa tarefa. Por esse motivo somos conhecidos como Juizes. - Teresa fica em silêncio – Estou aqui na Terra para cumprir uma missão que foi designida a mim.

-Espere... Quando você diz que não pertence mais a esse mundo... Você quer dizer que já foi um humano?

-Exatamente. Um humano com poderes especiais para ser mais exato.

-Poderes especiais?

-Sim... - David ergue uma das mãos e faz com que uma parte da arquibancada seja erguida do chão

-Impossível.

-Acredite, isto é mais real do que qualquer outra coisa – dizia David enquanto fazia com que a arquibancada voltasse ao seu lugar.

-Você é o único?

-Único Juiz? Não. Ao todo somos sessenta e quatro e todos já fomos humanos algum dia.

-E todos com poderes especiais eu suponho.

-Isso mesmo.

-Mas como vocês se tornaram esse ser?

-Quando nós morremos ganhamos uma “segunda chance” de nosso Mestre. Ele nos deu uma “segunda vida” com um novo corpo. Nossos espíritos não seguem para nenhum lugar, ficando no Mundo dos Mortos para sempre e mantendo a mesma aparência de quando morremos, podendo retornar a Terra sempre que possível. Mas temos que nos prender a certas leis.

-Entendo. - Os minutos foram passando e David explicou para Teresa tudo sobre as leis que os Juizes deveriam seguir rigidamente. - Mas... Porque? Porque você me salvou naquela noite? Se... Se era proibido...

-Para falar a verdade nem eu sei a resposta para essa pergunta. Quando me dei conta já havia feito.

-E o que acontece quando vocês violam as leis?

-Nós sofremos algumas consequências, quanto maior o grau de nossa violação, mas rígida será nossa “punição”. Por ter interferido diretamente na vida de um humano, eu violei uma das leis mais importantes.

-Isso quer dizer que você terá uma punição bastante severa não é?

-Sim...

-Me... Me desculpe – dizia Teresa enquanto seus olhos se encheram de lágrimas.

-Não precisa se desculpar, você não tem culpa. Essa foi uma escolha minha.

-Mas...

-Eu já disse, não quero que se sinta culpada sobre isso, está bem?

-Está bem.

-Bem, temos que ir. Acho que quase todo mundo já se foi e temos que ir embora antes que fechem o portão.

-Certo.

Então David e Teresa vão até o portão, haviam poucos alunos e professores dentro da escola. Eles saem e David a acompanha até sua casa. Ambos caminham em silêncio, Teresa de cabeça baixa e David ficava a olhar o céu, notando o mesmo escurecer aos poucos.

-Obrigado por me trazer até aqui David.

-Não foi nada.

-Gostaria de alguma coisa?

-Não, muito obrigado

-Nem mesmo um copo d'água?

-Não precisa se preocupar...

Naquele momento eles são interrompidos por um pequeno som de porta se abrindo vindo por detrás de Teresa.

-Ei Teresa, finalmente você chegou, estava preocupada. - dizia Olivia abrindo a porta

-Me desculpe Olivia...

-Obrigado por acompanhar a Teresa até aqui David.

-Não precisa agradecer. Bem, já vou indo.

-Fique a vontade para aparecer sempre que quiser. Teresa, daqui a pouco irei servir o jantar, não demore para entrar.

-Tudo bem. - Olivia então volta para dentro de casa – David... Eu...

-Sim?

-Bem... Eu... Eu queria agradecer... Se não fosse por você eu estaria morta agora, então... Obrigada. - logo ela é surpreendida com um beijo em seu rosto, deixando-a novamente envergonhada

-Como eu disse, não precisa agradecer. Tchau, até semana que vem.

-Espera, eu... Eu estava pensando... Nesse final de semana, eu... eu poderia lhe fazer uma visita? Claro, se não for nenhum incomodo...

-Eu adoraria

-Mesmo? Tudo bem então... Tudo bem se for Domingo?

-Domingo é um ótimo dia

-Está certo então. Nos vemos Domingo.

-Ok.

-Teresa, o jantar está na mesa.

-Já vou. Tchau David.

-Tchau

Naquela noite David, como de costume, espera Carlos pegar no sono e sai pela janela do quarto para “patrulhar” a cidade, mas nada de anormal estava acontecendo naquela noite. Enquanto voava pela cidade David começa a se sentir um pouco tonto e então pousa no terraço de um prédio próximo.

-O que está acontecendo? Estou me sentindo cansado... - pensou

Após um tempo ele volta a voar e então retorna para casa, entrando cuidadosamente para não acordar Carlos. Na manhã seguinte...

-Ei David, acorda. Vai acabar se atrasando para o trabalho.

-O que?

-A livraria vai abrir daqui a uma hora, minha mãe já vai servir o café.

-Tudo bem Carlos, já estou indo... - Carlos então sai do quarto e vai até a cozinha – O que está acontecendo? Eu... dormi?


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Notas finais do capítulo

Acho que esse foi o capitulo que mais demorou para sair x-xMas fazer o que? Estava muito ocupado com escola, curso e preparatório pro EnemProvavelmente depois dessa bendita prova eu poste os próximos mais rápidoEntão é isso, até o próximo capitulo e não esqueça de dar seu review õ/



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