Two Worlds escrita por EdB, Dullg, Apple003


Capítulo 1
David




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/58111/chapter/1

 

Era fim de tarde na cidade de Helfen, o clima estava agradável, nem muito quente e nem muito frio. As pessoas caminhavam pelas ruas calmamente, como se não tivessem preocupações, aquela de fato era uma bela cidade. E no meio das poucas pessoas que se encontravam na rua, um jovem que aparentava ter dezesseis anos, estava indo para casa após mais um dia na escola, ele trajava uma camisa branca, uma calça jeans e sapatos pretos, alem de uma mochila de cor verde em suas costas. O jovem possuía cabelos curtos e castanhos e olhos azuis, ambos numa tonalidade escura.

 

Após algum tempo de caminhada ele percebe que estava sendo seguido, sem se virar para olhar, o jovem aumenta o ritmo de seus passos até chegar próximo a um beco. Ao entrar no beco ele se depara com o mesmo sem saída, ele se vira na intenção de dar a volta e ir embora, mas logo na entrada do beco estavam paradas três pessoas, ambas com o mesmo uniforme que ele.

 

- Hei moleque – dizia uma voz com um tom grave – Seu nome é David não é?

 

- E no que isso lhe interessa?

 

Podiam-se ouvir risos vindos das outras duas pessoas após ouvirem a resposta do jovem.

 

- Com quem você acha que está falando?

 

- Entendi. Vocês são os típicos valentões da escola não são? – diz o jovem com um tom sarcástico – Sim meu nome é David, porque a pergunta?

 

As pessoas se aproximam de David, tratava-se de dois rapazes e uma garota, aparentemente mais velhos que ele.

 

- Sabe moleque, venho observando você. Você é daquele tipo todo certinho na escola – diz um dos rapazes

 

- De certa forma sou mesmo, algum problema quanto a isso?

 

- Você é o tipo de pessoa que eu mais detesto – dizia o rapaz enquanto segurava David pela gola da camisa

 

- Deixe-me adivinhar... Vocês vão me surrar agora e levar tudo de valioso que eu tenho, vão começar a me ameaçar na escola, etc. Estou certo?

 

- Realmente você é bem espertinho

 

- Antes disso, me diga seu nome.

 

- Roberto, porque a pergunta?

 

- Roberto... Não é nada, apenas queria saber seu nome já que você perguntou o meu... Pois bem Roberto, eu sugiro que vá embora, afinal nunca se sabe o que pode acontecer.

 

- Está me ameaçando?

 

- Não é uma ameaça, é apenas um aviso.

 

- Não me faça rir. – Dizia Roberto enquanto segurava David com uma das mãos enquanto erguia a outra com o punho fechado para socá-lo.

 

- O que foi Roberto? – Pergunta a garota – Acaba logo com ele.

 

- Não consigo mover meu corpo

 

David se solta da mão de Roberto e fica parado em sua frente com um sorriso no rosto, de repente Roberto é erguido do chão e arremessado para fora do beco sem que David movesse um único dedo, ele cai no meio da rua, e por sorte não havia veículos circulando naquele momento.

 

- O que é você? – Pergunta o outro rapaz espantado.

 

- É difícil definir...

 

Os companheiros de Roberto saem correndo do beco gritando deixando Roberto caído no chão, que logo se levanta e vai atrás deles. David sai do beco e olha para o céu por um instante...

 

- Droga já anoiteceu – Dizia David retomando seu caminho para casa.

 

David continua sua caminhada até chegar em frente de uma pequena casa, ele entra na mesma e vai até a sala. Na sala estava outro jovem sentado no sofá assistindo televisão. O jovem tinha a mesma idade de David, possuía cabelos curtos de cor preta e olhos de mesma coloração.

 

- Oi Carlos, desculpe pelo atraso.

 

- O que? Ah sim, oi David. Quantas vezes eu tenho que dizer que não tem esse lance de “hora para chegar em casa”?

 

- Desculpe, é que eu...

 

- Carlos o que está fazendo? – Escutavam uma voz feminina vindo da cozinha.

 

- Essa não

 

- Não acredito que você está assistindo televisão com tanta coisa para se fazer – Dizia uma mulher entrando na sala. Ela era jovem e bonita, aparentava ter pouco mais de 30 anos, seus cabelos eram castanhos longos e seus olhos eram parecidos com o de Carlos.

 

- Tudo bem mãe.

 

- Bem... Com licença...

 

- O que? Ah oi David – Dizia a mulher com um sorriso no rosto – Você demorou a chegar hoje, aconteceu alguma coisa?

 

- Bem... É... Nada não.

 

- Que bom, o jantar está quase pronto.

 

- Ei mãe porque você sempre o trata tão bem assim?

 

- Cala a boca Carlos e venha me ajudar.

 

- Está bem – Diz Carlos soltando um suspiro.

 

David sobe as escadas e se dirige até seu quarto, não era um quarto muito grande, no mesmo existiam apenas um beliche, um pequeno guarda-roupa e uma mesa com uma cadeira em sua frente. David coloca sua mochila no chão próximo à mesa e fica olhando uma pequena foto de Carlos quando era pequeno junto com seus pais, que estava presa na parede.

 

- David o jantar está pronto, venha – Diz Carlos entrando no quarto.

 

- Tudo bem, eu já estou indo.

 

- Carlos!

 

- Já vou mãe... Mas que coisa

 

- Ei Carlos...

 

- O que?

 

- Obrigado por me deixar morar aqui junto com você e sua mãe.

 

- Cara, você me agradece por isso todos os dias, já está ficando chato.

 

- Desculpe

 

- Não esquenta com isso, vamos ou minha mãe vai ter um treco.

 

- Tudo bem.

 

- Meninos o jantar está na mesa.

 

- Obrigado, parece delicioso – diz David.

 

- E está mesmo – responde Carlos com um pouco de comida na boca.

 

- Quantas vezes eu tenho que dizer para não falar com a boca cheia?

 

- Ta bom mãe...  Acho que ela pensa que eu ainda tenho 10 anos ou menos – cochicha Carlos ao lado de David que dá uma pequena risada

 

- Eu ouvi isso

 

- O que? Ouviu o que?

 

Esse é o Carlos, meu melhor amigo. Eu o conheci ano passado, nós estudamos juntos e como eu era novo na cidade e não tinha onde ficar, sua mãe, Helena, permitiu que eu morasse com eles até que terminassem os anos letivos. Sou muito grato por isso e tento ajuda-los o máximo que eu posso. Mesmo morando apenas os dois nessa casa, é sempre muito animado aqui...”.

 

- Obrigado pela comida.

 

- Não precisa agradecer David – Responde Helena – Bem... Hora de lavar a louça.

 

- Pode deixar que eu faça isso.

 

- Obrigada David, você sendo gentil como sempre, diferente do meu filho – diz Helena direcionando o olhar para Carlos.

 

- Não me venha com essa, eu ia fazer isso, mas ele se ofereceu antes de mim.

 

- Aham... Sei...

 

- Muito bem, se precisarem de mim estarei em meu quarto estudando. – dizia Carlos ao se levantar

 

- David desculpe deixa-lo aqui sozinho com a louça, é que estou um pouco cansada do trabalho e vou para a sala descansar um pouco.

 

- Sem problema.

 

David espera até ficar sozinho na cozinha, logo ele se senta à mesa e a louça começa a levitar encima da pia, semelhante ao que aconteceu com Roberto, e começa a se limpar sozinha. Após alguns minutos David se dirige até a sala

 

- Nossa você acabou rápido – diz Helena.

 

- É que a louça não estava muito suja. Se me der licença vou até o quarto estudar um pouco também.

 

- Tudo bem, boa noite David e obrigado novamente.

 

- Eu que agradeço

 

David vai até o quarto e vê Carlos deitado na parte de baixo do beliche segurando a foto que estava na parede, olhando fixamente para ela.

 

- Carlos essa foto é...

 

- Essa foto é de quando meus pais me levaram pela primeira vez ao parque de diversões, nunca me diverti tanto como naquele dia, eu tinha acabado de completar seis anos, um dia antes de meu pai desaparecer.

 

- E como ele desapareceu?

 

- Meu pai era arquiteto e estava trabalhando em um projeto de construção de um apartamento no centro da cidade, mas num dia comum de trabalho ocorreu um acidente, parece que houve um erro na estrutura principal e todo o apartamento veio a baixo. Muitos operários tiveram ferimentos graves e outros leves, mas todos foram resgatados com vida, menos meu pai. O que houve com ele até hoje é um mistério, porque seu corpo nunca foi encontrado. – respondia Carlos enquanto uma lagrima descia por seu rosto

 

- Desculpe por ter feito você tocar nesse assunto

 

- Não tem problema

 

Ambos ficam em silencio por alguns minutos

 

- Bem, temos que estudar – diz Carlos limpando a lagrima do rosto – amanha temos um grande teste.

 

- É verdade, já tinha me esquecido.

 

- Me empresta seu livro?

 

- O que houve com seu livro?

 

- Eu perdi, mas isso não importa.

 

- Só você mesmo Carlos – diz David dando uma risada

 

“Você deve estar se perguntando o que houve mais cedo, certo? O que afinal eu sou e etc. Você deve ter notado que não sou uma pessoa normal, mas não sou um desses mutantes que aparecem na televisão, sou apenas uma pessoa diferente. Na verdade, pessoa não é bem o termo correto para ser usado, pelo menos não mais. E antes que você se pergunte... Não, eu não sou um extraterrestre ou coisa do gênero. Pois bem, tudo começou há um ano...”.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Two Worlds" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.