A Vingança é um Prato que se Come Cru escrita por The GreenArth


Capítulo 7
Em nome da Vingança!


Notas iniciais do capítulo

Continuando de onde o episódio anterior parou...



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Na manhã seguinte...

Aquela linda noite de lua cheia dá espaço para um forte e radiante sol na cidade de Dendróvia Dekan. Todos estavam alvoroçados para a realização do mega-evento que iria acontecer no "Palácio dos Cortejos" - um grande prédio do distrito administrativo para grandes discursos serem feitos por homens importantes, como por exemplo a figura do Supremo Conselho - que estavam sendo cada vez mais enaltecido pela mídia local. O paradeiro de Marlon era desconhecido, mas Morre-Arth nem se perguntava muito para isso. Ele apenas reformula seu plano durante a noite e através do esforço conjunto do celular e do notebook da sua nova parceira por ancoragem de internet, eles conseguem dados importantes como a planta do prédio em que iam invadir, e ainda hackeiam com os conhecimentos de Manuela mais uma vez o sistema, desta vez da academia de polícia, para saber como a polícia estava sendo organizada. Essa ação passa despercebida para Vinícius Aquiles e seus homens, que passam a noite fora procurando vestígios de atividade criminosa, sem muitos resultados além de encontram manchas de sangue na grama e as balas usadas contra M-A próximas dos limites da zona norte, porém sem nenhum corpo. Uma confirmação de que Gustavo estava vivo e livre pelas ruas. Impressionado, Aquiles chega até mesmo comentar com seu parceiro Oliveira que meneava em seu escritório em busca de suavizações para o caso, lendo duras ofensas de anti-políticos que postam via redes sociais contra a sua pessoa. Algo desconcertante, mas muitos dos amigos os quais falou durante seu expediente, como o próximo Vinícius por exemplo, o davam força e resistência, além de sentimento de imponência, para aguentar firme e somente se concentrar em preparos já que ele que ia ser o principal orador do evento. Na madrugada, na zona leste - já que M-A exige ver as tais casas abandonadas de Arthur, porém falha pelo lacre dos policiais a área bem protegida aonde elas estavam - uma viatura dois homens é roubada pelo terrorista, assim como seus uniformes após serem silenciados por Manulua de uma forma bem silenciosa, e sem uso de armas de fogo para não prejudicar a qualidade das vestes. O Pálio é deixo para trás para o uso do novo carro, com antes os sistemas sendo hackeados pela garota impedindo o rastreamento. Ferreira estava mais coeso. Com auxílio ainda da garota as algemas do assassino são abertas, e ele estava livre com mais armas para seu novo intento. Um boné, como Marlon fez, foi obtido para manter sua face ilesa, assim como óculos escuros. Assim passam a noite, dormindo na viatura, mas prontos para atacarem. Aquele parecer promete.

Dentro da construção às nove e meia, muitos homens importantes e cidadãos veteranos se sentavam ou conversavam com personalidades, descontraindo-se. Por trás do palco um corredor de salas reservadas e bem protegidas dava acesso a uma porta, e atrás dela estava o governante Luciano conversando com um dos guardas que o assegurava que tudo estava completamente protegido. Como se tivesse ouvido o palpite de Ferreira, ele havia pediu para Aquiles aumentar ainda mais toda a proteção e alargá-la até mais de uma quadra para o evento, afim de dificultar a entrada de invasores e trazer um ambiente de sucesso aos que iriam ouvir suas palavras. Enfim com sua moto, o superintendente chega e por meio de passagens oficiais ele dirige-se a presença de Oliveira, abrindo assim sua porta. "Funcionários da ordem" estavam fazendo todos os preparativos, e a bandeira de Dendróvia Dekan majestosamente estava já estendida, assim como uma bancada e uma mesa com muitas cadeiras para o time administrativo presente do município sentar. Fotos e vídeos já eram feitos pela imprensa. Um morador ilustre resolve fazer presença, mesmo que na incógnita, sendo este André Kazimuruto, suspeito de envolvimento em uma ajuda a Morre-Arth, mas que deu seu jeito de ser despistado e estava lá no hoje para ver o espetáculo. Neste mesmo momento que a equipe do canal Undertown chega e se prepara em seu lugar exclusivo de direito, chefiada por Levine Tavares bem arrumado e de terno, chamando a atenção de muitos da classe trabalhadora por conta de sua fama. Outros comunicadores menos conhecidos como o jornalista Cauã L. Curibato estavam presentes, preparando suas perguntas com sua equipe para fazer no momento conquistado por seu jornal. Abrindo a porta, Vinícius entra na sala particular dos governantes.
– Vinícius: Espero que tenha acordado disposto, Luciano, pois hoje temos uma casa bem cheia.
– Luciano: Olá, Vinícius. Eu não consegui dormir, estava preocupado mais com a reação de alguns moradores do que com a de Morre-Arth e Marlon. Afinal. Tem gente aqui que é muito pior do que eles.

Eles apertam as mãos.
– Vinícius: Verdade. Eu achei que essa história de polêmicas e críticas foram muito exageradas quanto a esse caso. Tudo bem que temos um terrorista a solta, mas ninguém percebe que já fazemos até além do que podemos para prendê-los. Esse pessoal é uma piada, eu diria. Vi os comentários os quais falamos ontem. A academia mesmo da polícia está vazia, e todos os nossos estão trabalhando no caso firme e forte, e mesmo assim a maldita mídia ainda fica mais enaltecendo os questionamentos, e alguns ainda ficam nos chamando de corruptos e que M-A só não ainda foi preso por causa disso. É falta de desconfiômetro, eu diria. Não concorda, Luciano?
– Luciano: Sim, concordo. As críticas vão muito além do que podem ser respaldadas pela razão. Embora de fato devem haver cidadãos sofrendo por conta das expectativas de ataques. Não é para menos. Mais de um terço da população Dendroviana é de migrantes de outras regiões. Pense. Não foi comum também para nós, que estamos aqui desde quase a fundação desta cidade, quando éramos quase uma colônia dos vigilantes nos tempos em que Morre-Arth deu as caras pela primeira vez. Ficamos completamente desnorteados ao saber que um terrorista andava por nossas matas, pronto para atacar a qualquer momento. Os nervos ficaram a flor da pele. Hoje nós somos os mais vividos, mais fortes contra essa pressão, por isso vemos de uma maneira mais realista, pois inclusive já derrotamos as forças de M-A uma vez. Mas os novos que chegaram em poucos anos e nunca viram isso. Infelizmente comunicadores como Levine se aproveitam disso.
– Vinícius: Entendo perfeitamente. Embora se formos pensar bem, todos os casos de M-A ocorrem em grandes pontos, não em casas medianas ou comércios de igual tamanho. As concessionárias da Hunger's são imensas. O museu é um patrimônio histórico. O prédio do Supremo Conselho nem se fala. E o NoiaTown Club, embora seja uma porcaria, também é muito reconhecido entre os moradores do norte. Se formos analisar por isso, esse bando de aproveitadores estão apenas botando medo nos moradores com coisas que não existem. Não vi ninguém que não seja funcionários desdes lugares ou policiais que foi baleado.
– Luciano: Isto é uma questão delicada. Mesmo assim as vidas que perdemos ainda são de extremo valor, e não podem ser amenizadas em nenhuma circunstância, foram perdas. Para as famílias trabalhadores que perderam seus filhos isto foi algo completamente desconcertante. Temos que ver por estes fatores também.
– Vinícius: É verdade. Mesmo assim, é algo além do que se apresenta. Então... Já está preparado?
– Luciano: Um líder tem que estar sempre preparado. Estou sim, Vinícius. Aproveitei a noite para ficar mais por dentro dos acontecimentos.
– Vinícius: Entendo. Mas agora, eu pergunto. Não mudou de ideia em sair ou não de Dendróvia Dekan.
– Luciano: Eu faço tanta falta assim, Vinícius.
– Vinícius: Não, é que tipo. Você é uma peça importante para a sociedade Dendroviana. Sem você quem iria cuidar por exemplo de falar com as famílias das vítimas e agenciar todas as perdas. Eu, em meu normal cotidiano, apenas lido em prender esses criminosos, mas você é o az da burocracia.
– Luciano: Que isso. Tem gente muito melhor do que eu. Nicrons por exemplo é um forte candidato. Ele sabe fazer seu trabalho e concordou em me substituir se preciso.
– Vinícius: Sim, eu sei.
– Luciano: Ele o Zé na realidade.
– Vinícius: Mas você sabe que em sua ausência muitos destes aproveitadores podem se rebelar, e temo que com essa temporária anarquia a cidade de Dendróvia possa sofrer duros golpes.
– Luciano: Não, não irá sofrer. Duvido que você iria deixar. E sinceramente, não podemos gerir Dendróvia para sempre. Um dia ou outro nós teremos que sair do comando e deixar o fardo para outrem. Como vi e exatamente por isso decidi fazer isto, tem muito mais coisas na vida fora administração. Se bem que na realidade, quando não for mais membro do Supremo Conselho, penso em me candidatar a algo maior. Quem saiba que eu faça parte da corporação política de Walker Luie, como um deputado por exemplo, ou até mesmo sendo muito ambicioso presidente deste país. O céu é o limite, afinal. Ou então ficar como "funcionário da ordem" pois não sei se consigo desapegar dessa cidade.
– Vinícius: Entendo, e está certo. Fico feliz que esteja tudo em ordem. Tenho que ir agora. Irei me encontrar com o chefe da segurança para confirmar que tudo esteja em plena ordem
– Luciano: Espero que este não seja Batista Pita.
– Vinícius: Não é. Depois de ontem a possibilidade de uma demissão para ele ficou cada vez mais tênue. Embora ainda o ache de valor. Vamos ver se ele apronta de novo.
– Blaze-Arth: Posso entrar, Luciano?

Diz Blaze-Arth Kannath, um funcionário de uma loja de eletrônicos de cabelos castanhos aloirados, afeto de Oliveira.
– Blaze-Arth: Vim ver como estava o porta-voz do S.C para mais um de seus memoráveis discursos.
– Vinícius: Artur. Como entrou neste corredor? Esta área é restrita a funcionários do governo Dendroviano, e não pode simplesmente invadi-la. A menos se quiser se passar por oferenda de troca pela paz de nosso município ao Gustavo, já que ele procura alguém com o mesmo nome que o dele. Vá que sirva.
– Blaze-Arth: Não. Eu vim aqui só ver o Luciano mesmo. Mesmo por quê, eu sou bem diferente do Arthur L. Neto e...

Ele retira do bolço de sua bermuda um crachá.
– Blaze-Arth: [...] Eu tenho um passe livre. Sinto muito.
– Vinícius: Como conseguiu um desses, Blaze?
– Luciano: Eu o dei. Estava até pensando em dar-lhe também um emprego, de "funcionário da ordem". Mesmo com os atrapalhos burocráticos que com isso se vêm, Blaze é um bom morador, sempre está com as contas em dia, e serve de grande ajuda policiando e combatendo virtualmente os sem-vida que ficam criando especulações falsas sobre o órgão do Supremo Conselho.
– Blaze-Arth: Eu fico honrado com isso, mas acho que agora não. Estou terminando de acertar empreendimentos em minha vida e estou pensando em fazer uma mudança. Não de Dendróvia, mas sim mudar de emprego e começar uma carreira pública para depois ser escalado ao cargo de político, caso essa vaga perdurar. Mesmo por que. Não sei se tô afim de ficar acordando todo o dia às cinco horas da manhã ou coisa semelhante pra ficar cumprindo turno. Melhor continuar com a minha "vida de Kannath" mesmo.
– Luciano: Uma pena.
– Vinícius: Vou indo, tenho outros afazeres a resolver.
– Luciano: Ok, Vinícius. Até daqui alguns minutos.
– Vinícius: Até.

Vinícius se retira, e Luciano continua a dialogar com Blaze, trocando opiniões, comentários, e havendo uma explicação para Blaze detalhada sobre o por quê de sua saída temporária do Supremo Conselho, feita do mesmo modo que foi para Aquiles. Este por sua vez caminha até o chefe de segurança ao mesmo tempo que uma viatura estaciona à poucas quadras do evento em um lugar pouco suspeito, e justamente dela vestidos como homens da lei saem Morre-Arth e Manulua, bem armados e prontos para começar a operação. Eles vão à zona de supervisão dos policiais, antes olhando para o relógio do celular da garota para conferirem quantos minutos eles tinham antes que o parecer comece, e nela passam por uma blitz de policiais que vigiavam a entrada regular como benfeitores graças as insígnias roubadas da falecida dupla de policiais, com adulterações corretórias para contingência dos mesmos de Manuela, com seu talento especial para falsificação. Com a iluminação vasta do sol, cercados por postes e árvores, ambos caminham como se fizessem ronda, com Ferreira observando as movimentações da guarda e notando a presença de câmaras, que seguindo seus fios de instalação misturados a grama chegam à vans pretas que controlavam tudo visualmente e auditivamente que acontecia em todo o lugar. Sem mais delongas, Manulua entra na mesma fazendo-se de mensageira pedindo uma notificação do que foi visto até o momento, e na hora certa vai ao ataque aos homens pegando pequenas tarjas que com um veneno adormecedor em sua ponta que agia relaxando a musculadora, os derrubando com sucesso. A partir dai, ela consegue hackear o sistema e consequentemente desarmá-lo, no intuito de suas ações não serem notadas quando forem revelados, mesmo que um momento isso iria causar um alerta geral. Assim eles fogem para a entrada do evento. Neste tempo, Aquiles obtinha um relato de Carlos Almeida - o falado chefe de segurança - sobre a proteção do parecer, que estava preparado contra qualquer presença indesejada, e mesmo havendo possibilidade de falhas, ele diz ter caprichado na estratégia de distribuição de homens. Todos, segundo eles, estavam espalhados em todos os cantos daquela área, de uma maneira suave para não assustar ninguém, com comunicação entre todos, em grupos, e com armamentos e coletes - distribuídos no dia anterior - bem mais fortes do que os antigos, e que sugere posteriormente oficializar uma troca evitando assim casos com o de Morre-Arth. Ele conta também ter controle de quem entra e quem sai com um avançado e tecnológico sistema, o qual podia ser visto em vans estrategicamente disseminadas a qual ele aponta para Vinícius, uma vez que estavam fora das instalações no gramado. O próprio se interessa em ver, e então eles vão ao encontro dos mesmos. Ai que enfim com contato com os administradores do serviço que eles sabem que os foram sabotados, preocupando Vin que então emite tal previsto alerta. As possibilidades disso poderiam ser de uma queda de rede segundo Carlos e alguns técnicos ali presentes, mas o superintendente suspeitava de uma terceira opção e por isso pede para a segurança no interior do parecer ficasse ainda mais reforçado. Chegando a escadaria de marfim, a dupla se separa para irem a seus postos como o combinado e Ferreira entra em um corredor bem arrumado, antes cruzando com mais seguranças que lhe pedem a insígnia que depois de dita como verdadeira é concluído o passagem do assassino disfarçado, mesmo que um deles nota traços familiares conjuntos ao manco ocultado o qual M-A estava tendo em seu andar desde quando foi baleado, que se percebido poderia denunciá-lo por sua história recente. Felizmente para ele, aquilo foi deixo somente a um olhar incisivo até o perder de vista, e assim o terrorista se depara com um grande número de pessoas que ansiavam pelo discurso que quase ia começar. Um sorriso é esboçado pelo criminoso, que gabava-se por dentro de Marlon. Nisso, todos os outros guardas se movimentavam buscando qualquer suspeito, e Manulua consegue entrar por uma saída alternativa até chegar a uma sala que regulava o som do microfone dos governantes, da iluminação e similares, e desacordando com o mesmo veneno os gerenciadores ela se aproveita da mira excelente que teria contra seus alvos da pequena e quase invisível janela, estando pronta para um atentado. Beirando a hora do evento, Aquiles anda alarmado para suas posições e comenta com Oliveira as possibilidades de uma interrupção de Morre-Arth no evento, passando para ele assim seus temores, todavia mesmo com as possibilidades eles estavam dispostos a não contagiar os convidados com o medo da impressibilidade de um eventual ataque, e assim continuar normalmente o parecer. Sem mais delongas, enfim o time administrativo formado pelos "ordenários", "grão-mestres" vão a publico e sentam em suas respectivas cadeiras formando cerca de vinte homens, e no centro iluminados pelas câmaras embora não pela iluminação local, saem de uma porta Vinícius Aquiles e Luciano Oliveira, ou seja, o Supremo Conselho. Gustavo os vendo se movimenta para um ponto estratégico onde quando se manifestasse não fosse atingido por balas, ainda mantendo um ângulo de mira contra quem se apresentava. Caminhando a bancada com um microfone, Luciano imponente começa a falar.
– Luciano: Bom dia, cidadão Dendroviano que me escuta neste momento. Como todos sabem nós todos estamos vivendo um velho stress ligado a volta repentina de um antigo vilão da história de nossa sociedade, cuja sua presença serviu para um marco aonde tempos de paz e harmonia foram substituídos por um ritmo de inovações, revoluções, e de certa forma evoluções. Desde quando Morre-Arth pisou pela primeira vez em nosso solo, mexeu em estruturas que até então tinham mantidas intactas desde a fundação de nossa cidade, provando a nós que antes pensávamos que aqui era um lugar isolado, protegido de influências vindas do exterior que é Walker Luie que estávamos enganados. Reformando o que aquele incrédulo destruiu vimos muitos déficits os quais antes passavam despercebidos e fomos cada vez mais melhorando, reparando os nossos erros e de certa forma ganhando a experiência e a maturidade que necessitávamos para ascensão, libertando-nos de travas como a ditadura de Caio Afonso e nos alinhando a um caminhar que resultou no que hoje somos, uma mega-potência. Uma ameaça vil que serviu muito para nossa progressão, mesmo que de uma maneira trágica que também propiciou medo, tensões, e traumas que com o tempo foram superados. Isso à sete anos aproximadamente, coisa que muitos que migraram para cá recentemente devem ter desconhecimento ou serem leigos baseando-se em artigos leram. "Morre-Arth", "Arth". Arthur L. Neto; o homem que deu vida ao trabalho conjunto de José Pedro e Heitor Zielon, e esteve conosco até muito pouco tempo, que também já esteve no Supremo Conselho, e hoje está desaparecido. Sim, isso mesmo. Desaparecido. Que momento mais oportuno, não sugerindo nada.

Neste momento que Ferreira se prepara para atacar.
– Luciano: [...] E em sua ausência lidamos com um problema que crê pertencer a nós, que chamamos de M-A, embora na realidade se chame Gustavo Ferreira. Alucinado que atacou nossa sociedade não por dinheiro, não por poder, tampouco status, mas sim por ciúmes. Uma prova de sua nítida de uma insanidade. Saindo enfim das explicações que fiz agora para todos terem uma completa noção sobre com o que estamos lidando, vou direto ao ponto e oficializar o que nós do Supremo Conselho estamos fazendo a respeito disso.

Em voz bem audível e forte, Morre-Arth se revela puxando as atenções para ele. Ele havia tirado seu boné e óculos, e prepara-se para tirar a arma.
– Morre-Arth: Não precisa, Luciano. Já falou tudo, menos o que eu queria. Não acredito neste mentira que fala a respeito de não saber aonde Arthur está. E vim aqui saber a verdade.
– Vinícius: Ele falou a verdade, e é bom ver que resolveu se render, Morre-Arth. Pois isso é o mais lógico que imagino que faça. Por sorte isso nos alivia.
– Morre-Arth: Muito pelo contrário. Quem deverá se render hoje aqui são vocês.
– Vinícius: Veremos.

M-A pucha rapidamente seu revólver contra Luciano, e Manulua aparece e puxa contra Vinícius, sem o próprio perceber. Todos os seguranças se posicionam contra Gustavo, mas aproveitando-se do que tinha a luz é apagada pela criminosa, dificultando a mira e apavorando a todos.
– Vinícius: Filho da mãe. Filho da mãe! GUSTAVO!
– Morre-Arth: Eu não sou tão fácil, Vinícius. Aprenda isso. Quero a verdade e nada além da verdade. Aonde está Arthur L. Neto!?
– Vinícius: No meu bolço, só se for.
– Morre-Arth: Se não tiver o que pretendo hoje, todos os cidadãos mesquinhos e idiotas de Dendróvia pagarão pela displicência de seus governantes. E aliás, os próprios irão cair primeiro.
– Luciano: Morre-Arth. Não sabemos aonde Arthur L. Neto está. E ninguém aqui sabe. Ele sumiu. Aceite.
– Morre-Arth: Mais uma mentira e vocês não terão outra chance.
– Vinícius: Chega, Luciano. Morre-Arth acha que nós fazemos mágica.

Gustavo dá um tiro passando de raspão em Luciano, mas pouco ferindo. Toda a guarda fica alarmada e trata de dar um jeito de parar, porém não podiam atirar pois a falta de visão poderia fazê-los a atirar contra civis. Felizmente para M-A, aquilo não era um problema. A primeira sala a ser vistoriada seria a sala usada por Emanuela, forçando-o a ser rápido. Ele corre para subir no palco, e entra no campo de visão de Aquiles que com sua pistola parte para cima dele, acertando a parede. Uma medida de evacuação é feita e as portas são abertas, trazendo um pouco do sol para dentro e quebrando a vantagem do terrorista. Todos se posicionam, mas acabam por ver Vin na mira de Manulua.
– Vinícius: Quem é ela?
– Morre-Arth: Abaixa a arma!

Vinícius obedece e seu revólver é chutado pela bota de Gustavo e cai daquela elevação. Todos obtinham um ângulo de tiro, formando um empasse. Todos os demais membros do time administrativo se amedrontavam, e alguns se indignavam com o que viam. Muitos outros dos convidados faziam o mesmo, e alguns comunicadores como Júlio Tavares por exemplo emitiam aquilo ao vivo para todos os demais Dendrovianos. Gustavo sorria e com força ordenava.
– Morre-Arth: Pela última vez. Aonde está Arthur L. Neto!!?
– Vinícius: Não sabemos, porra! NÓS NÃO SABEMOS! ELE SUMIU, E NINGUÉM O ENCONTROU. NENHUMA PISTA FOI ENCONTRADA, E SUSPEITAMOS DE UM SEQUESTRO.
– Morre-Arth: Mentira!! Mais uma e Oliveira vai pagar por ela.
– Luciano: Por quê!? Dendróvia Dekan não tem nada haver com suas rixas com Arthur, mesmo ele tendo sido um alicerce para nós. Eu, o Vinícius, os homens que matou e todos os aqui presentes nem conhecemos essa tal de Natália. Nem participamos do acontecimento. Todos os nossos esforços foram para proteger os inocentes dessa sua péssima noção de valores.
– Morre-Arth: Mentira. Eu sei que vocês têm um lugar aonde guardam protegidos e quero que me levem até lá e revelam Arthur. Ele pela paz de toda essa nação. Temos um acordo?
– Vinícius: Quer saber. Me mata, mas não aguento mais essa loucura. Vá em frente, atira aqui no peito. Dai acabamos logo com isso.
– Morre-Arth: Isso seria pouco. Hoje não saio daqui sem a cabeça de meu inimigo. Se não conseguir isso de alguma maneira, eu fiz questão de espalhar muitos explosivos não só neste prédio, mas em cada lugarzinho de merda que visitei durante esses dois dias em que estive aqui. Se não encontrar meu velho amigo, se não deixarem dessa marra para libertá-lo de seu protegimento, vão se arrepender não só em suas vidas como também em suas mortes.
– John: Gustavo, o Arthur não está aqui. E se matar a eles terão que matar a todos, pois não deixaremos matá-los sem lutar. Policiais fizeram uma busca completa, os melhores investigadores, eu tive acesso ao caso. Contataram os familiares do Arthur lá em Galarza, e nada. Tanto lá quanto aqui ele não está. Não tem por quê ficar fazendo isso. Eles falam a verdade, e te avisaram antes. Não vê que essa sua vingança não está o levando a nada. Eu aconselharia a você sumir daqui antes que for pego, aproveitando as chances que têm, pois não pode tirar leite de pedra.
– Luciano: Não adianta, Nicrons. Ele não entende o que falamos. Se é isso que quer, vá, siga em frente. Não podemos fazer nada para ajudá-lo, mas não quero mais vê-lo trazer suas insatisfações contra nossa cidade. Se quer nos pôr a baixo, nos mate. Pelo menos morreremos como heróis.
– Morre-Arth: Heróis!? Se querer morrer por Arthur, okay. E aliás, "Nicrons". Se querem morrer também. Tudo bem. Tenho munição para todos.
– Vinícius: Mas tu é débil mesmo. Por quê que nós nos sacrificaríamos por Arthur dessa maneira. Como se ele fosse um Deus, me diga? Todos nós? Me diga!!?
– Morre-Arth: CALEM-SE!!

Gustavo dá um tiro em Oliveira, o acertando e fazendo-o cair para trás. Aquiles reage partindo para cima de Ferreira que desvia, e uma chuva de balas vinham contra eles. Emanuela tenta atirar em Vin, mas notando homens quase chegando em sua sala decide se retirar, deixando M-A solo pulando daquela altura e indo entre os presentes. Logo, ele puxa um rapaz e o ameaça matar.
– Morre-Arth: EU JÁ MATEI LUCIANO OLIVEIRA E POSSO MUITO BEM MATAR ESSE AQUI TAMBÉM!!
– Cauã: CRIA VERGONHA NESSA CARA, MORRE-ARTH!! DESDE QUANDO SOUBE QUE VOLTOU PARA CÁ EU NÃO CONSEGUI ACREDITAR QUE UM BURRO ERA TÃO BURRO AO PONTO DE VIR AQUI PRA SE VINGAR DE UM RAPAZ QUE TOMOU A SUA GAROTA À CERCA DE UMA DÉCADA, ENQUANTO ERAM CRIANCINHAS NO COLÉGIO, SÓ PRA SABOREAR UMA VINGANCINHA PROVANDO ACIMA DE TUDO NÃO SER UM SER PENSANTE QUE NÃO É CAPAZ DE ANALISAR AS CONSEQUÊNCIAS DE SEUS ATOS!! POXA VIDA, NÃO ACREDITO QUE EXISTE SER TÃO IDIOTA QUANTO VOCÊ, SINCERAMENTE. A NATÁLIA DEVE ESTAR ORGULHOSA ASSISTINDO ISSO. NÃO É ATOA QUE ELA NÃO QUIS VOCÊ, SEU PROJETO PATÉTICO DE OZAMA BIN LADEN.

Curibato é ovacionado por uma grande maioria, ainda sendo filmado por seu cameraman. Aquiles aproveita para socorrer Luciano, mas nota uma feliz coincidência. Ele por baixo do terno e da sua clássica gravata roxa estava usando um colete a prova de balas.
– Luciano: Belas palavras, Curibato. Belas palavras. Quem diria um dia eu iria o elogiar por sua astúcia.
– Daniel Thoy: Que pena, hein Gustavo. A única coisa que conseguiu aqui hoje na real não passou de uma primeira impressão. Tu vai é ser preso, pra largar a mão de ser vagabundo.
– Morre-Arth: CALADO, SE NÃO EU MATO ELE!!

Um policial posicionando-se estrategicamente atira contra a arma de M-A, a derrubando. Desarmado, o homem se liberta tornando o terrorista alvo de vaias e alguns tiros. Ele corria para a porta, enquanto mais homens vinham em sua direção. Vinícius o acerta nas costas, e alguns dos convidados partiam para cima do mesmo. Ele usa seu corpo contra os homens, depois de ter invadido a área em que as cadeiras e pessoas estavam posicionados, mas não adianta. Ele é segurado e algemado pelos homens da lei, e jogado contra o chão.
– Policial #9: Gustavo Ferreira. Você está preso.
– Morre-Arth: MALDITO!!!

Todos começam a rir, festejando a condição. Mesmo um tanto desgostoso com o que presenciou, Oliveira estava mais tranquilo sentindo que aquilo viria a calhar bem para a imagem do Supremo Conselho. Vinícius encarava Morre-Arth, que fazia o mesmo com seu olhar sombrio, mas profundo.
– Cauã: HAHA!! TEVE O QUE MERECE, SEU COMUNISTA DOS INFERNOS!!
– Gabriel Malta: Vai pagar pelas mortes que causou em nossas terras, seu desequilibrado endiabrado!
– Blaze-Arth: Tomou no rabo, cretino!! Que tenha valido a pena suas ações, pois vai é PRA CADEIA!!
– Daniel Thoy: Falou e disse Blaze-Arth!!
– Morre-Arth: ARTHUR!!

Ele luta contra todos com sua fúria interna, tentando ir em direção ao suposto Arthur que escutou menções. Desta vez, aquilo para ele o falha.
– Blaze-Arth: É "Blaze-Arth", otário.
– Morre-Arth: O Grito da Justiça não deixará barato, isso podem apostar.

Um dos oficiais da academia de polícia de Dendróvia Dekan vai notificar Vinícius Aquiles sobre uma revisão feita no perímetro.
– Oficial: Buscamos por todo o local e nenhum explosivo foi identificado. Morre-Arth não forjou nenhuma bomba nesta instalação, e presumivelmente em nenhum outro lugar que mencionou, Vinícius. E a parceira dele, cujo nome não foi identificado, escapou.
– Vinícius: Droga. Ela, assim como Marlon, ainda estão à solta. Pelo menos pegamos o seu mandante, o que já nos dá um grande triunfo. PODEM LEVÁ-LO!!

Em um clima de festa por todos os moradores, mas de pura ira e rancor vindo de Gustavo, este é levado ainda vivo para fora daquele evento, e consequentemente para uma viatura. Todos estavam alegres, contentes, e despreocupados.
– Levine: E assim acabou um atentado terrorista contra os membros do Supremo Conselho, de uma maneira simplesmente impressionante. Morre-Arth enfim foi detido pela polícia de Dendróvia Dekan, e seus dois cúmplices continuam livres, mas por pouco tempo. Tudo transmitido ao vivo pelo canal Undertown, sempre buscado dar a nosso expectador as notícias mais frescas e verdadeiras encontráveis não só em Dekan, mas também em toda Walker Luie. Agora vamos ver os finais do parecer, com o que Luciano Oliveira e Vinícius Aquiles tem a dizer sobre o que acabaram de presenciar neste momento.

Ele disse isso pois Luciano ia em direção ao microfone dar de fato uma conclusão a multidão.
– Luciano: De fato o que ocorreu hoje foi algo que não estava marcado, não estava previsto, mas resultou no melhor para todos nós. Todos tiveram um desempenho excelente, como a performance do esquadrão da polícia, a atuação de John Nicrons enquanto estava na mira daquele infeliz, as manifestações de Cauã Curibato. Tudo estava perfeito, e esta ocasião especial denotou como a força de nossa cidade pode agir, se em conjunto, para lidar com todas as ameaças. Nosso município pode dormir em paz, pois o caso de Morre-Arth está encerrado, e tenho certeza que jamais será reaberto. Seus parceiros serão caçados e presos como ele, mas sem um cabeça imagino que eles não sejam mais grande ameaça. Porém, tenho mais algo a dizer. No próximo mês a partir de amanhã, o Supremo Conselho contará apenas com um de seus integrantes na ativa, com uma substituição do outro posto entre o grão-mestre John Nicrons...

Nicrons se levanta.
– Luciano: [...] E o grão-mestre José Luiz.

Este também se levanta.
– Luciano: [...] Eu me ausentarei em um período que será contabilizado como de férias, já adiantado grande parte de minhas funções, para que possa visitar minha família em minha cidade natal, em especial, e cuidá-la afinal de contas assim como muitas famílias as quais busco cuidar a atender em meu trabalho, também preciso fazer a mesma coisa com a minha. Todavia, em breve voltarei a meus serviços e que Dendróvia Dekan continue a prosperar como sempre. Agora sim, isto é tudo. Podem se retirar agora.

Levantando seu braço direito, símbolo de sua autoridade, Luciano se retira dando início a uma salva de palmas de moradores contentes. Alguns, como Levine Tavares e André Kazimuruto, ficam intrigados sobre a saída temporária do membro do Supremo Conselho. Para eles havia algo mais escondido sobre panos. Enquanto isso, Morre-Arth é jogado em um camburão - isto é, na viatura - e dois oficiais tratam de transportá-lo para a Penitenciária de Segurança Máxima de Dendróvia Dekan, afim de nunca mais soltá-lo, depois obviamente de desarmá-lo. Um conjunto de outros carros os acompanhavam, e sem poder fazer mais nada mais contra isso M-A apenas olha com remorso para a rua pela janela, chorando em uma explosão de ira interna triste por tudo o que aconteceu, e pela vitória humilhante de Dendróvia Dekan sob a sua pessoa. Deste jeito tudo o que o resta a pensar é no que Marlon o advertiu, e se remoer tendo que admitir que ele tinha razão. Mal admite e paralelamente do lado dos motoristas, a dupla percebe uma camionete vermelha vindo na direção oposta a deles, como muitos outros carros. Ele era luxuosa, por isso chamava a atenção. De repente justamente dela, tiros sequenciais eram disparados chamando a atenção dos mesmos. Os vidros eram blindados o que os davam suporte, e no tiroteio muitos carros estacionavam deixando a rua uma arena, com seus respectivos motoristas fugindo para não serem acertados. Chamando a atenção de Ferreira que via tudo pela grade, os dois oficiais contra-atacam junto aos outros carros, mas de repente um dos pneus de um dos mesmos é acertado, murchando, e não tarda para que a tática se repita, com o automóvel que transportava o terrorista também sofrendo avarias. O motorista do veículo vermelho o posiciona contra os carros inimigos, e pula para fora do mesmo com o próprio aumentando de velocidade, e indo contra eles. Mesmo em meio de tiros, que não o são acertados, este obtém um sucesso quando a camionete cabota e por fim cai em cima dos carros dos policiais, causando uma explosão. Morre-Arth assistia perplexo, quando é tirado de onde estava por três homens mais os motoristas que o transportavam e é tido como refém, embora não tarda para alguns morrerem a tiros e M-A mesmo conseguir se libertar das garras de outros fugindo. Enquanto a situação parecia estar limpa, ele corria para um carro preto, enquanto quem o ajudava fazia o mesmo. Ele olha para o rosto deste que vai no banco de motorista, e entrando no banco ao lado ele vê Marlon Rodriguez fazendo uma ligação direta, no tempo que mais sirenes podiam ser ouvidas forçando-os a uma escapada.
– Morre-Arth: Marlon!?
– Marlon: Tá surpreso? Eu também estou. Vamos sair daqui e depois trocamos as nossas experiências longe um do outro.

Assim, Rodriguez pisa fundo no acelerador e eles fogem daquele cenário, mesmo ainda sendo impetuosamente seguidos por mais carros como esperado, no entanto nem o motorista, nem o acompanhante ligavam para isso e prosseguiam destemidos. Usando um GPS que por sorte estava embutido no veículo roubado que foi destinado a guiá-los até Wikaner, a dupla consegue sair fora da vista e de tiros da polícia indo para um cruzamento que mudava a rota das ruas que tomavam do centro para a zona leste, e por um túnel escuro de duas direções, eles mudam a rota despistando os últimos dois carros da polícia que os seguiam, mesmo sabendo que toda a academia de polícia estaria em estado de alarde. Emergindo e se disfarçando no trânsito comum, a situação se tranquiliza. Agora a adrenalina liberada perderia espaço no corpo para o ritmo de reflexão. Tudo o que poderia ter sido feito foi feito, e o que isso resultou: obviamente em experiência. Marlon respira fundo depois de todo o stress passo na perseguição ocorrida há pouco, e enfim outra para Morre-Arth que estava calado e fechado na dele. Isso o causava desgosto, e queria mudar isso já.
– Marlon: Eae, Gustavo. Passou muito sufoco sem mim?
– Morre-Arth: Eu teria me virado para contornar a situação, mas afinal... O que você estava fazendo aqui? E por que resolver meu ajudar?
– Marlon: Tem razão, eu deveria ter te deixado sofrer mesmo. Você merece.
– Morre-Arth: Sem enrolamento... Diga logo!
– Marlon: Aff. Ainda tá se achando.
– Morre-Arth: Se você continuar com esse clássico nariz empinado seu, eu irei...
– Marlon: Pois muito bem. Eu ia mesmo sair daqui, e dei muito duro caminhando pela madrugada para achar um lugar ingênuo o bastante para deixar carros desprotegidos ou mal-protegidos, já que ninguém ousou nem estacionar seus automóveis na rua, e tava praticamente todo mundo trancado por onde eu vasculhei. Tava ficando duro ficar andando aqui entre tantos tiras, que aliás o que essa cidade é melhor é nisso. Enfim, eis que eu consegui um lindo carro vermelho, sem muita dificuldade fora a fome e o cansaço que eu tava tendo. Depois disso eu ia voltar pra Wikaner, só que dai eu fiquei pensando comigo mesmo: e eu ia deixá-lo aqui pagar por seus crimes? Ser preso por um bando de vagabundos e ainda dar prestígio pro pessoal daqui, já que somos praticamente venerados por toda a Walker por sermos perigosos.
– Morre-Arth: Então quer dizer que ficou com dó de mim e decidiu fazer isso em nome dos velhos tempos?
– Marlon: Que nada. Eu vou inclusive retribuir o que me fez mais tarde, é só aguardar. Só que tipo assim: Você nem pensou no quanto estaria denegrindo a imagem da Corporação, de ser brava e valente, poderosa e invicta? Porra. Logo pra uns merdinhas desses. Eu não ia pagar por suas cagadas, e nem deixar ninguém de nosso grupo pagar também, então vi que fazer o que eu fiz agora ia ser menos dolorido pra todos do que o que estava fazendo e mudei de rota. Fiquei no aguarde e com o sinal certo eu ataquei, e pronto. Está aqui em minhas mãos. Satisfeito com a satisfação?
– Morre-Arth: Entendi. Embora isso não explique como conseguiu me ajudar na hora exata em que a situação ocorreu, e nem como.
– Marlon: Uma coisa que ninguém pode reclamar do Undertown é que ele sempre passa a notícia na hora exata. Eu estava escutando os micos que passou e ri muitos de alguns. Ai, já avisado por torpedos a Manulua me liga e me conta a história de que você ia ser preso, e eu fico rondando as viaturas pra saber em qual seria. A propósito, a noite ele me enviou uma mensagem pois ela sabia que alguma coisa ia acontecer de errado, e queria que eu quebrasse o galho com o que acontecesse. Fazer o quê. Tive que vir.
– Morre-Arth: Faz sentido, ela ficou mexendo naquele celular antes de dormir mesmo. Agora que está explicado pode se calar e me leve para minha casa. Arthur, o objetivo principal de nossa missão, não estava em Dendróvia Dekan. Ou seja, ninguém aqui merece comemoração ou uma salva de palmas. Fracassamos, infelizmente; e ele ainda está andando por ai em algum lugar.
– Marlon: Tá achando que eu sou seu chofer? Depois do que me fez, tá se achando mesmo. E a casa em que mora é minha na realidade! Não tá defendo alguma coisa?

Ferreira o puxa a arma.
– Morre-Arth: Pode estar em seu nome, mas o dinheiro que entra pelos tráficos da Corporação, por ser o time liderado por mim, também pode ser considerado meu. Não importa os seus esforços nisso, não passa de meu funcionário. Se vier fazendo chantagem, será alvo de toda a raiva que estou tentando conter disso. Arthur ainda está impune!!!
– Marlon: Impune pelo quê, caramba!!? Por ter beijado uma garota. Meu. Eu salvei a tua vida e você nem reconhece isso!!? E ainda eu sou obrigado a compactuar com essa sua visão maníaca que tem das coisas? Vá caçar outro.
– Morre-Arth: Se não calar a boca e voltar a sua posição, farei questão de te dispensar não só dessa tarefa como também do Grito da Justiça.
– Marlon: Esse grupo é tanto meu quanto seu, porra. Afinal. Dói você dizer: eu errei, Marlon. Me desculpe, Marlon. Desculpe por ser tão teimoso e ingrato??
– Morre-Arth: Você foi um grande atrapalho para mim hoje.
– Marlon: Eu fui o único que te apoiou e foi contigo do começo ao fim nessa missão. O Ice falou mais que fez, e a Manulua... bom, ela só aceitou trabalhar pra você por dinheiro, e foi pouco. Afinal, ela mesma disse que foi "paga pra trabalhar no esquema".
– Morre-Arth: O que que aconteceu com a mesma?
– Marlon: Tá se virando pra sair daqui.

Um carro de polícia é notado logo a frente, e Rodriguez com mais uma manobra dá um jeito de sair daquela rua e seguir em outra.
– Morre-Arth: Pelo visto essa droga de ficar se escondendo ainda não acabou.
– Marlon: Irá acabar em breve. É difícil eles lembrarem em que carro nós estamos, só se um deles tiver memória boa. Em todo o caso. Não vai assumir seus erros? Posso te chamar de covarde?
– Morre-Arth: E você só fez tudo o que fez por isso, não é mesmo? A vontade de me ver se humilhar perante a você foi o principal combustível de suas ações. Pode falar.
– Marlon: Se humilhar mais do que você foi humilhado hoje?

Gustavo, que já tinha abaixado a pistola, a levanta de novo.
– Marlon: CHEGA DISSO, GUSTAVO! Trabalhamos juntos, tamos nessa há muito tempo juntos... Por que ficar me ameaçado toda a hora, ou então ficar nessa comigo!? Quer saber de uma coisa, não vejo por quê brigarmos fora de um ficar querendo jogar a culpa pro outro. Você aprontou, eu também, você pagou mais, e mesmo assim eu te ajudei. Acha abuso eu EXIGIR uma desculpas só pra acabar com esse assunto?
– Morre-Arth: Não consigo me conformar com o que desenrolou nossa missão.
– Marlon: Se parar pra analisar, não foi tão ruim assim. Viemos aqui, e agora pelo menos podemos dizer que somos imbatíveis. Nós botamos medo nesses "dezentos" ai e com toda a certeza quando o Arthur sair do buraco que fugiu ele irá se ressentir por ser o medroso que é, pois causamos muito estrago. Podemos não ter conseguido o que queríamos, mas com toda a certeza conseguimos muito.

As palavras de Rodriguez conseguem adocicar a alma daquele terrorista, o cativando. Ele começa a se sentir mais contente, e as nuvens que em sua mente se tradicionalmente formavam começam a se diluir. Nisso, ele decide dizer uma coisa:
– Morre-Arth: Me desculpe.
– Marlon: Como é?

Ferreira o encara com seu olhar sombrio.
– Morre-Arth: Me desculpe, e esquece. Vamos por uma pedra nessa missão e direcionar nossas atenções para frente. Quando voltarmos para Wikaner, eu irei me dedicar todos os dias para localizar Arthur L. Neto e qualquer chance que tiver de encontrá-lo, não hesitarei de ir atrás dele. Um homem não desaparece assim tão fácil.
– Marlon: Mas, torça que isso seja só no próximo mês. O terreno que está Dekan nesses temos é impossível. Tá terrível de andar em paz agora, e acho que por mais uma semana as ruas vão continuar assim. Não só pelo trânsito que já é insuportável, mas também pelas polícias. Tem quase uma em cada esquina, variando de momento pra momento.
– Morre-Arth: Não importa quanto tempo dure, não importa como isso irá acontecer. O que importa é que um dia eu irei me vingar. Um dia Arthur irá perecer. E espero que quando ele resolver dar as caras, ele sofra por tudo o que eu já fiz aqui. Ao menos a confusão que a operação gerou, como disse, já é o primeiro estágio de minha vingança. Talvez não era pra ser hoje, talvez algo melhor me provará amanhã. Tudo o que tenho que fazer é continuar investindo, e nada deixará de fazer com que ela aconteça.
– Marlon: Tô sabendo. É só agir com os instintos selvagens mais controlados da próxima vez, fora isso você foi homem. Só fico pensando uma coisa.
– Morre-Arth: O que?
– Marlon: O que será do homem que se casar com a Natália?

A ideia faz M-A pensar na hipótese, enquanto Rodriguez dá uma larga risada. Mesmo com todos os problemas que vinham em passar despercebido por toda a armada da academia de polícia, até o fim da manhã a dupla consegue sair de Dendróvia Dekan e em Wikaner voltar para seus respectivos lares, e mesmo com todos os resultados da missão Morre-Arth permanecia irredutível em sua vingança. Seu sentimento de ódio era uma chama que nunca se apagava, e aquilo que vivenciou só serviu para deixá-la ainda mais forte. Ironicamente no mesmo dia, à noite, um carro azul chega a frente um ponto de ônibus no município de Dekan, deixando um jovem magro de cabelos cumpridos lá, somente com sua roupa do corpo. Este era o tão falado Arthur, que estava sumido depois de aventuras trancadas em puro verde, e estava perplexo e perdido pela paisagem urbana e evoluída que sua amada cidade tinha. Depois de ser deixado pelo motorista chamado Edgard, ele olha para uma circular e com pouco dinheiro no bolço, mas o suficiente, ele direciona-se para comprar uma passagem. Como que por intuição, a primeira coisa que passava em sua cabeça era saber mais do que lhe foi perdido naquele município. Logo ele fala para si mesmo:
– Arthur: Vou compensar o tempo perdido.


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Notas finais do capítulo

FIM!

Obrigado pela leitura. Continuações subliminares continuadas na série, Rehoen Go!



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