A Vingança é um Prato que se Come Cru escrita por The GreenArth


Capítulo 2
Passo-a-passo


Notas iniciais do capítulo

Continuando de onde parou o capítulo anterior...



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Na estrada, já distante de Própolis, os três continuam na ousada missão. Ice dirigindo e conversando bobagens com Marlon que estava no banco ao lado. Na janela ao lado das armas, estava Morre-Arth, quieto pensando com um sorriso amedrontador, sonhando acordado com cenas obscenas de morte contra seu inimigo. Minutos depois, ele acorda e questiona a demora do carro que andava em somente cem quilômetros por hora. Ice defende o carro, dizendo que o trajeto demorava, e Marlon o contradiz, dizendo que a mais quarenta quilômetros por hora eles chegariam em menos de dez minutos. Gustavo logo encoraja a ideia, mas Ice adverte de riscos o que enfurece o líder da operação que ordena que os dois fossem mais rápido. Assim é feito. Numa velocidade altamente rápida, o carro desliza na pista deixando os dois amigos (excluindo Deodoro) bastante contentes com o choque de adrenalina vivenciado. O GPS é logo pego para análise da pista e Marlon realmente estará certo, e logo lhe é dado os parabéns, mas o motorista se mostra preocupado. Era claro que seu trabalho não tinha sido bem-feito como o dito, estava em seus olhos. Eis a oportunidade desejada para o homem da jaqueta de couro marrom perguntar: "o que Morre-Arth estava pensando?" A resposta é dada, em forma de um orquestrado com tons bastante sentimentais (do sentimento de ira) sobre uma nostalgia do passado até a vingança do presente, coisa de costume para o rapaz. Ao terminar de ouvir as ameaças profundas do vilão, Marlon esboça uma risada pois não era a primeira vez que ouve algo parecido. Gustavo não percebe a sátira, estava mergulhado em seus sonhos maquiavélicos para notar algo. Logo, o carro sai da linha reta, fazendo um som atordoante com os pneus, mas logo volta. Os olhares voltam-se para Ice, o questionando. Ele decide parar, diminuir a velocidade, e os dois concordam. Andando de cento e quarenta para oitenta, o veículo faz uma curva delicada sobre uma espécie de "montanha", mas algo nele não estava bem.
– Morre-Arth: O que é isso!?
– Ice: Gustavo. Infelizmente como eu disse, esse carro não consegue andar muito bem nessa velocidade com estas condições de pressão. Eu te avisei. Tenho que diminuir.
– Marlon: Ou será que você, alpino, não aprendeu a dirigir?
– Ice: Mas... o que! É claro que eu sei dirigir!
– Marlon: Não confio, saia do volante.
– Ice: Ahhn?
– Marlon: Eu falei grego!? Saia do volante!

Ele rapidamente para a carro sem o encostar, e troca de lugares com Marlon.
– Ice: Isso não vai adiantar, Marlon.
– Morre-Arth: Deodoro. Eu pensei que era um bom mecânico. Eu te chamei para essa operação complicada justamente por que precisava transformar uma sucata velha em um carro, e você me disse que podia fazer isso. Agora, você me diz que este carro ainda é uma sucata. Como poderei reagir em relação a isso? Hein!? Você me atrapalhando ao invés de ajudar.
– Ice: Gustavo. Esse carro funciona, e ele nos levará até Dendróvia, sim. Mas ele tem seus modos de tratagem, e uma velocidade muito brusca poderá afetá-lo nas condições em que estamos.
– Morre-Arth: Que condições? Eu prefiro morrer a não realizar meus objetivos. Marlon, ligue o carro!

O amigo obedece.
– Morre-Arth: Siga à pelo menos cento e dez quilômetros por hora. Espero que seu trabalho esteja bem feito, Deodoro. Se não...
– Ice: Mas...

Logo, o carro anda em pista seguindo velocidades exorbitantes. Gustavo até acreditava em Deodoro, mas não queria acreditar que algo desse erado em seus planos. Eles dirigem, dirigem, dirigem, e... algo dá errado. Um estrondo é ouvido e Marlon perde a direção, fazendo com que o carro perca mais uma vez a coordenação e comece a ameaçar uma capotagem.
– Ice: EU AVISEI!
– Morre-Arth: IMPRESTÁVEL!

Marlon com o freio tenta diminuir a velocidade, mas não consegue. Felizmente, o carro bate em uma árvore do lado esquerdo da pista, o que o faz parar. Saindo do mesmo, os três veem o estrago. Ninguém estava ferido.
– Marlon: Não consigo acreditar que a missão de nos arranjar um simples carro tenha sido tão difícil para você, Deodoro. Sabia que o César teria sido uma ideia melhor.
– Ice: Cara. Eu fiz o meu melhor. Esse carro...
– Morre-Arth: "Uns cento e sessenta ou até mais...", "melhor que uma Ferrari"...

Ele logo trata de dar um violento soco no estômago de Deodoro.
– Morre-Arth: É isso o que acho de gente imprestável como você. Agora como vamos à Dendróvia?
– Ice: Ainda posso dar um jeito, deixa eu ver. Preciso de força. Tiremos o carro para ver o motor, podem me ajudar?
– Marlon: Te vira, playboy.

Usando de toda a força possível, ele movimenta o carro e assim que podia abrir o capô, o faz e tem uma surpresa. O motor arriou, estava fundido. Aquele automóvel não andava mais. Não demora para sair fumaça, e a dupla de criminosos fica lá pensando.
– Marlon: Aff! E agora!

Gustavo pega um GPS, e nota um posto em poucos quilômetros.
– Morre-Arth: Não desistiremos. Pegue o que é necessário, vamos andando.
– Marlon: Como!?
– Ice: Gustavo. Infelizmente, o motor fundiu.
– Morre-Arth: Excelente. Entremos no carro, e Deodoro nos empurra até o posto.
– Ice: Como é!?

Logo uma arma lhe é apontada.
– Morre-Arth: Faça por que eu estou mandando.
– Marlon: Ia ser estranho para os civis ou a polícia rodoviária um carro nesse porte, com essas condições sendo carregado por um branquelo asnento com dois criminosos dentro e uma grande quantidade de armas e explosivos. Não acha? Não é muito discreto. Vamos andando.
– Morre-Arth: Ok. Ice será nosso burro de carga. Não é mesmo?
– Marlon: Não. Eu queria mesmo fazer uma boa malhação. Já que estou de bom humor, mande ele voltar de carro. Nós levamos o que é de necessário naquelas bolças, e no posto... roubamos um carro e partimos.
– Morre-Arth: Está louco?
– Marlon: Pense. Como o Deodoro se sentirá por ter falhado conosco na nossa Corporação? Hein! Eu já vou detoná-lo em Wikaner, e ele esteve no acidente conosco. Ele não tem nada a ver com isso. Já sofreu bastante, tadinho daquele miserável. Não concorda?
– Morre-Arth: Espero que eu não me arrependa. Dirija de volta para Wikaner, Deodoro Frinergus. Nós vamos andando. Aproveite a sorte que teve.

Antes pegando duas bolças com seis revolveres cada, explosivos manuais e diversas balas, e ainda algumas maletas com dinheiro e mapas, eles partem rumo à Dendróvia, deixando Deodoro para trás com o que sobrou, tendo que se virar para poder voltar para Wikaner sozinho. No bolço de Morre-Arth, ele não dispensa um amigo fiel: seu GPS. Assim, a missão ainda continua... Em cerca de meia-hora, os dois caminham incansavelmente pela árdua estrada Bento 6-9, que unia os municípios de Dendróvia e Própolis, fundada por uma organização chamada de Vigilância, para integrar Dendróvia com as demais cidades de Walker, já que ela era um prodígio para a região, pois sua fundação é recente. Eles andam rápido sob o sol da manhã, carregando as bolças nas costas, alguns carros neste espaço de tempo até passavam por eles, mas nenhum os olha querendo os dar carona. Não importava, pois não demorá muito para chegarem ao esperado posto de combustível, e a viagem a pé não havia sido tão longa. Gustavo era claro em dizer que preferia um carro para transportar a bagagem com mais facilidade, mas, de cara uma decepção. O posto listado pelo GPS era digno do título de "beira de estrada", pois sua estrutura e condições deixavam muito a desejar. Não havia nenhum carro estacionado lá, nem dos funcionários, que além de poucos estavam dentro da conveniência jogando baralho com o balconista. Próximo de um freezer, uma bicicleta. Isso irritava Morre-Arth profundamente, pois para ele isto era uma piada, ainda mais que ela estava com cadeado que ainda teria que ser arrombado. Marlon o alivia. Ele vê algumas motos largadas perto do lava-rápido, e sugere roubá-las com ligação direta. Infelizmente, câmeras. Ia ter que ser do jeito difícil. Os dois largam as duas bolças no chão, e Morre-Arth toma frente com uma calibre-35 para exigir as chaves do único meio de transporte para sua vingança. Ao passo que andava imaginava o rosto do jovem Arthur, e seus olhos castanhos o olhando e rindo sobre sua aparente vitória. Ele logo diz: "Eu tenho a Natália. Você, não!". Isso é o que o bastava para tomar coragem. Dentro do posto, Gustavo entra como alguém que não quer nada, pede um cigarro e Marlon entra e vai atrás de água. Três pessoas só estavam lá dentro para três motos. Um jovem franzino chamado Marcos, um homem alto afro-descendente chamado Jóe, e um pequeno homem de barba chamado José de Souza. Marcos o atende e mostra o cigarro, e logo Gustavo comenta sobre as motos. São deles, e ainda se orgulham, mesmo não sendo de marca. Era só o que os dois precisavam. A arma é mostra, e Marlon pega e ainda toma descaradamente o líquido roubado. Era um assalto! Marcos é rendido, e a sua chave confiscada. A arma volta para José, que não a encontrava. E onde estará Jóe? Revidando, é claro. Ele pega uma barra de ferro e se prepara para atacar rapidamente Gustavo, mas ele percebe e Marlon joga um "Red Ball" da geladeira direto para sua face. Marlon logo o rende, e lhe pega a chave da moto. Morre-Arth espertamente atira nos computadores, destruindo o sistema de câmaras, e ainda no telefone fixo e em um celular sobre a mesa. Ele os ameaça sobre denúncias, e fogem sem dar mais satisfações. Rodriguez corre para pegar as mochilas, e Gustavo destrói a câmara que estava em sua direção com uma bala. Usando a chave ele liga sua moto, Jóe sai e tenta acertá-lo de novo, mas Marlon dá um tiro de aviso que estava em sua mira. Eles o obrigam a entrar e Marlon pede as chaves do estabelecimento, e rindo da graça feita os tranca, assim prendendo-nos. Nesse pique, saem de cabeça erguida, e em seu primeiro crime em mais de um mês, saboreiam a vitória. Os três funcionários ficam desesperados.

Minutos depois, lá estavam em Dendróvia Dekan. Às dez e meia da manhã, entram pela rodovia Pire-albor, e passam por um mega-shopping chamado de "Bigger Crase Shopping", uma franquia exclusiva de Walker, que obtinha sua sede na própria cidade. Tudo era grande, tudo era belo, tudo era impressionante. Árvores e postes reluzentes, e pontes que passavam por cima, túneis que passavam por baixo, uma obra incrível da engenharia arquitetada por parte dos próprios moradores. Marlon e Gustavo estavam chocados. Mesmo que eles não tenham pego trânsito de Própolis para Dendróvia, dentro da cidade em poucos metros já se deparava com o congestionamento. "Como motos", era mais fácil cortar pela calçada. Indo pelo mapiamento de Dekan, era a zona sul, conhecida pelos melhores: bares, restaurantes, hotéis, shoppings, lojas de marca, ainda convênios e advocacias, condomínios, igrejas, casas, até um belo laginho que era usado para caminhada nomeado de "U.D.D.I.M Park" ("Parque da União dos Homens Influentes de Dendróvia Dekan" ; chamado popularmente de "Parque União"). Era também onde a população de moradores mais ficavam, porém, era distante do objetivo dos dois que era o prédio S.C ("Prédio do Supremo Conselho"), a prefeitura não-oficial da cidade onde as papeladas mais importantes se armazenavam, tendo um número menor de cópias no Fórum que assim como a Prefeitura, eram os pontos de recursos primordiais para os "funcionários da Ordem" (vereadores). Ainda assim, o prédio era acessível para todos, e era de lá que as decisões mais importantes para a economia de Dendróvia, que influenciava toda a Walker, saía. Saindo do túnel "P..K", eles se veem dentro da avenida Carlos Gomes, e com tantos automóveis, pessoas e outros estavam perdidos. Necessitavam parar para chegar o GPS, e ainda era difícil de obedece o ritmo do trânsito carregando mochilas tão pesadas. E ainda o medo de serem reconhecidos. Morre-Arth decide seguir com Marlon até um lugar conhecido (pois ele conhecia mais ou menos a cidade, e o que mudou acompanhava pelo Google e o Google Maps), uma ponte para ser mais exato. Passando por muitas ruas e sinaleiros, tendo que obedecer para não levantar suspeitas, ainda mais que aquela zona era vigiada por câmaras, ele chegam até uma grande ponte que ligavam bairros da zona sul. Em baixo dela, marginais pichando e fumando, e até o velho Billy dormindo. Eles estacionam na incógnita, e veem o GPS. A primeira missão para Gustavo era clara, encontrar um carro, pois de moto a missão seria ainda mais difícil. Ele "se poem em Dendróvia", e usando dos mapas firma um atalho para seguir adiante. Marlon até o questiona, dizendo que moto era melhor, mas quando seu amigo lhe explica o que tinha em mente, "sua orelha" logo levanta e não tinha como discordar. O plano era: ir até a concessionária mais próxima, que no caso seria a "Hunger's Cars" - havendo cinco em toda a Dendróvia; informação obtida via GPS - e roubar um carro novinho para seguirem em frente rumo ao prédio do S.C, que segundo novamente o GPS, seria uma viagem de uma hora. Tudo seria rápido, e havendo uma concordância mútua, então eles partem para tal determinados.

Morre-Arth manuseando o aparelho, os leva até a "Hunger's Cars", uma concessionária de carros fabricados pela própria Dendróvia. Depois de mais uma batalha no trânsito, eles chegam lá despercebidos. O local era grande, metálico e magnífico. Carros era o que não faltavam, de todos os modelos, tamanhos e cores. Todos da mesma marca: "Hungers" - famosa por toda a Walker Luie, merecidamente, pois a qualidade dos produtos eram impecáveis. Muitos funcionários tinham naquele lugar, além de câmeras. Um assalto indiscreto seria uma péssima ideia, mas por ser grande, haviam espaços para que os dois pudessem "trabalhar melhor". Eles elaboram um plano.
– Marlon: E então, Gustavo? Viemos até Dendróvia, estamos aqui. E agora? Como vamos conseguir esse bendito carro!?
– Morre-Arth: Isso ai é uma loja de carros, não uma cadeia, Marlon! Por favor! Pare de ser idiota! É só entrar, e fazer a ligação direta em um dos carros e ponto.
– Marlon: Eu pensei que essa Hungers ai fosse uma concessionária mequetrefe de Dendróvia. Mesmo não sendo, vai ser uma...
– Morre-Arth: Aff.
– Marlon: Aff, o que!?
– Morre-Arth: Não tem segredo nenhum assaltar essa concessionária. Eles não tem segurança, são ingênuos como todo esse povo dessa cidade. São um bando de indefesos. No máximo do máximo cinquenta funcionários tem lá dentro. Para e pensa! Estamos armados até os dentes! É até uma covardia!
– Marlon: Isso é óbvio! Só digo que será algo difícil de ser feito discretamente. Com esse assalto, alertaremos a polícia sobre nossa presença. Isso é contra nossos planos iniciais, não é mesmo?
– Morre-Arth: No momento em que ficamos sem o carro por conta do incompetente do Ice, e tivemos que nos pronunciar naquele posto, já saímos das rédias do plano. Mesmo assim, não desistiremos de nossos objetivos, e lhe asseguro que tudo dará certo, pois temos um aliado que não está contando, Marlon: o tempo. Faz sete anos desde o...
– Marlon: Seis.
– Morre-Arth: Que se dane! Faz um bom tempo que não atacamos aqui, e a nova geração de "dezentos" nem nos conhece além de contadas pelo Arthur e da gravação chinfrinha do Hermínio. Não é?
– Marlon: Há ainda alguns que nos lembrem. Os veteranos dessa cidade. Que tal seguirmos com as motos?
– Morre-Arth: Por medo eu não recuo. Iremos lá, fingiremos comprar um carro, e no momento em que menos esperarem, nós atacamos. Você distrai o atendente, e eu faço a ligação. O que acha?
– Marlon: E o fato de sermos reconhecidos?
– Morre-Arth: Se formos rápidos, decididos e precisos; não haverá tempo de sermos fragadôs. Só fique de olho nas câmaras, e de costas sempre. Iremos até um lugar isolado, e qualquer carro estará bom.
– Marlon: Não sou um homem de qualquer carro.
– Morre-Arth: Ok. Vamos ver se tem um "Toyota" que fique do outro lado da concessionária. E sempre prontos para uma rota de fuga. Experto, Marlon. Experto.
– Marlon: Não estava pensando em um "Toyota". Que tal uma "Copatuva"?
– Morre-Arth: Só o que for mais rentável. Agora vamos. Cansei de perder tempo.

Deixando de lado pertences, eles prosseguem confiantes. A porta automática se abre e com isso muitos olhares voltam-se para os mesmos. Com movimento fraco no dia muitos funcionários estavam ociosos, trocando conversa fora e bebendo água no bebedouro. Mal deva para dizer que a Hunger's era tão rica e poderosa que exportava carros em campos internacionais e competia em Walker com a "Fuord" e a "Xavralet", o que de fato a tornava uma potência como muitas empresas sediadas em Dendróvia. Ambos caminham objetivados, mas cada um com um preceito. Morre-Arth estava focado, frio e certo de que tudo daria certo para seu plano de vingança a Arthur, e não visava ninguém como pessoas, apenas com peões do mesmo e por tanto inimigos. Já Marlon estava com os olhos na glória pois visava roubar o melhor carro da loja. Por dentro formulava sua lábia da melhor forma possível e ambos armados, um atendente se aproxima.
– Atendente: Olá, bem-vindo a Hunger's. Em que posso servi-los?
– Morre-Arth: Bom...
– Marlon: Queremos um carro para alugar, um de luxo e queremos já. Quais são as nossas opções?
– Atendente: Hmm... alugar? Os melhores estão disponíveis para comprar, e custam em média dois mil dólares, aproximadamente.
– Marlon: Tudo bem, então. Dinheiro não é problema.
– Morre-Arth: Me perdoe a indelicadeza, mas poderia nos dar licença?
– Atendente: Ohh... sim, claro.

O atendente se afasta, e Marlon se irrita com o amigo.
– Marlon: MAS...
– Morre-Arth: O que está fazendo?
– Marlon: Tomando frente, mas não sairmos daqui de Celta.
– Morre-Arth: E lá sabe fazer isso!? Amações não é o que precisamos para matar Arthur nesse momento. Hoje é um dia histórico, e nada poderá impedi-lo de ser deste jeito. Entendeu?
– Marlon: Gustavo. Por favor, deixe comigo. Afinal de contas, matar Arthur como se fossemos mendigos não é boa ideia. Quero luxo, glamour. Vejo que você não, pois olha para estas roupas, mas eu o quero e não sairei daqui sem! Esse é meu preço.
– Morre-Arth: Se fracassar, lhe darei um tiro no peito nesta exata ocasião. Estamos entendidos?
– Marlon: Estamos.

Morre-Arth olha seu olhar penetrante para o funcionário.
– Marlon: Pode vir, perdoe meu amigo. Ele é muito mesquinho.

Gustavo o olha não gostando da colocação.
– Atendente: Tudo bem. Então dinheiro não é problema mesmo, não é?
– Marlon: Imagina. Como sempre digo: quanto melhor, melhor!
– Atendente: Hmm... gostei de sua cara, tenho uma ótima sugestão. Venham comigo.

Os dois o seguem, com o vilão classicamente olhando para todos temendo estar sendo observado, e não estava. Ele vos apresenta um carro sensacional, de modelo do ano seguinte, tamanho incrível, insulfilme e blindado. Estofado de couro, ar condicionado, uma pintura foscada com um toque de classe e da riqueza, além da cor prata que era a única coisa que Gustavo detestou. Fora isso, era perfeito e agradava aos dois.
– Marlon: Nossa. Belo carro.
– Atendente: Não é carro, tolo. Isso aqui é o convite para o céu. Tem tudo o que pode querer, e por um preço bem acessível.
– Marlon: Então vamos ver o melhor mesmo, pois odeio coisa de pobre.
– Atendente: Pobres não o teriam, estou falando para a classe alta chique. Só disse acessível para ser irônico, mas já que está disposto a pagar são dois mil dólares.
– Morre-Arth: Caramba.
– Atendente: Está na moda dos célebres.
– Marlon: Não posso comprar se não ver por dentro. Tem a chave?
– Atendente: Claro. Irei a pagar, só um instante.

O homem se distancia.
– Morre-Arth: Não foi muito discreto. "Dinheiro não é problema."
– Marlon: Não nos importa, não é mesmo? O objetivo não é matar o Arthur? Então! Como disse, já fomos pegos. Se já fomos pegos, que aproveitemos. Curta o momento, Gustavo. Curta o momento.
– Morre-Arth: Aqui não é o lugar mais isolado, isso foge do que eu disse.
– Marlon: Não vejo nenhuma câmera, e por conta dos carros a visão para a direção desse aqui é meio ofuscada. Eu penso em tudo. É ou não é?
– Morre-Arth: E qual é o seu plano, Einstein?
– Marlon: Simplesmente eu render o atendente e pegar a chave dele. Dai você entra e saímos com o mesmo. Simples.
– Morre-Arth: Contanto que dê certo. Tem uma arma consigo?
– Marlon: Sempre tenho uma em casos de emergência. O Marlon aqui é experto.

O funcionário retorna.
– Atendente: Deram sorte, esse carro aqui tinha sua chave em nosso balcão. Um cliente quase o comprou hoje, mas desistiu por falta de dinheiro. E vocês. Como pretendem pagar?
– Morre-Arth: Com chumbo.
– Atendente: Nós não aceitamos pagamos alternativos...

Só ai ele nota estar na mira de Marlon
– Marlon: Ele está certo. Iremos pegar com um chumbo excepcional. E será já, agora, se não me der a chave.
– Atendente: Bem que eu podia suspeitar. Mas eu avisei alguns sobre, e se eu roubar os denunciarei. Gravo muito bem os rostos.
– Morre-Arth: Só está piorando para o seu lado. Acho que devemos dar um belo tiro na boca. Ou nos olhos! Melhor nos olhos!

Marlon o dá uma violenta surra no rosto com a arma o fazendo cair, e nisso pegando a chave e abrindo o valioso carro.
– Marlon: É bom fazer negócios com você.

Ele liga o carro e Gustavo entre dentro do mesmo. Era hora de partir.
– Atendente: ESTAMOS SENDO ROUBADOS! ESTAMOS SENDO ROUBADOS!

O carro rapidamente, no comando de Marlon, sai de onde estava e quase atropela o pobre homem, logo dando uma arrancada e partindo rumo a saída.
– Atendente #4: Mas... O que!
– Morre-Arth: Estou mais próximo de você, "Arth".

Ai o carro corre numa velocidade crescente, destruindo tudo a sua frente. Homens e mulheres correm desesperados, e Gustavo dá um grito da vitória. Um barulho atordoa a todos: o som de vidro sendo quebrado. Os dois assaltantes saem da Hunger's, e o carro para e as duas mochilas são postas para dentro. Morre-Arth pega um fósforo e abre o tanque das motos, em seguida as empurra em direção a concessionária e em pouco tempo que leva para os dois elementos se encontrarem eis que ocorre um estouro assustador.
– Marlon: Nossa.
– Morre-Arth: Arthur é o próximo.

Todos no carro, partem usando o GPS como guia para o prédio do Supremo Conselho. Para os funcionários nas cinzas, tudo o que restará eram as lágrimas pelos feridos e o prejuízo causado. Traumatizado, o homem que os atenderá tremia e um outro tenta tranquilizá-lo, em vão. Em tempos eles pegam o telefone e ligam, desorientados, para o dono da Hunger's pedir orientações. Minutos de chamada, ele atende.
– Dono: Alô.
– Atendente #2: Sr. Malta, temos problemas. Fomos assaltados e levaram um de nossos melhores carros.

Do outro lado, cabelos loiros e olhos azuis confirmavam e verdade. O dono da Hunger's era mesmo o antigo morador da cidade, Gabriel Malta.
– Gabriel: Isso é tragédia! Ora, bolas. Qual foi o tamanho de prejuízo na nossa economia?
– Atendente #2: Você não está entendo. Foi a mão armada, e teve uma explosão... Muitos dos que se refugiaram... Queimaram-se...
– Gabriel: Queimaram! Como assim!
– Atendente #2: Ouve uma explosão... Não sabemos o que fazer.
– Gabriel: Não importa. Mandarei um conhecido averiguar a situação e o contem tudo o que sabem. Não quero saber de mais nada. Tranquilizem-se e chamem os bombeiros caso ainda tenha algo pegando foco. Chamarei a ambulância. Que todos fiquem bem.
– Atendente #2: Obrigado...

A ligação é finalizada. Em seu escritório, Gabriel levanta aturdido.
– Gabriel: E agora! Quem são esses malucos que explodiram meu prédio e causaram tamanha desgraça para meus homens!? Só existe uma pessoa que pode me ajudar, e ligarei para ele agora. Espero que ele possa atender.

E é isso que ele faz. Tempos de espera depois, ele atende com uma voz brava. Malta começa a falar.
– Gabriel: Vinícius, preciso de sua ajuda!
– Vinícius: Por que está tão nervoso, Gabriel? Pode falar que eu escuto.

Ele explica a situação para Aquiles, que ouve atentamente. Ao acabar, o policial confirma em ir visitar a concessionária para juntar provas com uma elite. Com a ambulância, a tropa de Vinícius entra no prédio que não havia se prejudicado tanto, e depois de seis pessoas amparadas ele nota nos destroços que o que foi usado como arma foi uma moto. Estranhado pede descrições dos atendentes que lhe dão um rosto familiar, e sabendo de algo que a dupla não sabe decide dar uma olhada nas câmaras de segurança que ficavam extremamente camufladas no teto e em algumas paredes, escondidas, e nelas ele obtém um rosto sombrio e perturbador: Morre-Arth. Assutado ele pula para trás e logo pensa nos estragos que o temido terrorista fez em sua última visita, logo comentando que seria algo extremamente inconveniente para a condição de Dendróvia no hoje e que temia por futuros estragos. Muitos pensamentos lhe vem em sua mente, de táticas que poderiam ser usadas contra o criminoso, mas logo uma preocupação o assombra: Luciano havia dado pistas de que estava cansado de lidar com o stress cotidiano de seus afazeres; quem podia garantir que o retorno de um grande inimigo de Dendróvia não poderia ser o basta que ele precisava para decidir-se, e renunciar de seus cargos deixando Aquiles como único prefeito de toda a mega-cidade. Isso seria algo extremamente indesejável. Vinícius não poderia gerir toda aquela imensidão sozinho; a cidade precisava do funcionamento da dupla unida para que tudo ocorra bem e assim a mesma conseguísse se mantar. Por conta disso, ele chega a decisão guardar segredo sobre tal acontecimento até quando sentisse que era necessário contar, comprometendo-se de sanar essa "crise" antes mesmo que ela emergir-se, e assim chegasse aos ouvidos de seu companheiro de chapa. Decidido, ele liga para Malta no intuito de contar a notícia. Automaticamente quando perguntado ele diz que assumiria o caso, e para Gabriel no telefone ele pergunta: "Aonde está Arthur?".


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Notas finais do capítulo

Continua...



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