Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 41
Imprevistos Inadequados


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!!

Feriado em local sem internet = Atraso na postagem

Pessoal, desculpem o atraso. Costumo postar nos finais de semana, mas desta vez não deu. Contei com o wi-fi alheio e acabei me dando mal. Quando cheguei em casa, corri para postar. Vocês não estão furiosos comigo, estão??

Então, aqui vai o cap cheio de "treta" que prometi. Espero que gostem.

Boa leitura!



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Nova York. 21 de Junho de 1778.


Uma leve garoa havia caído de manhã, seguido de neblina. A quem caminhava pelas abarrotadas ruas de Nova York, era difícil pensar. O calor parecia subir do chão, acompanhado do sol quente que, implacável, quase cozinhava a cabeça dos infortunados pedestres e trabalhadores que não usavam chapéu.

Embora estivesse muito longe de ser um homem sem posses, Shay dispensava o uso de chapéu. Aprendera a faze-lo desde que vivia em alto-mar. Afinal, chapéus elegantes não combinavam aos fortes e repentinos ventos marítimos. Mais tarde, como Assassino, Shay teve de se habituar ao capuz, algo que não foi de todo complicado. Era uma peça simples e bastante prática, afinal. Foi complicado, inclusive, ter de abandonar tal vestuário agora, em sua vida como Templário.

Algumas pequenas gotículas de suor apareciam na testa de Shay. O calor abrasante e o fato de estar no tumultuado Mercado de Nova York tornava o ambiente ainda mais desagradável. Ele sentia cada vez mais falta de sua vida no mar, do frescor e da vida descompromissada de ser um Capitão de navio, mas seus deveres como Templário exigiam que ele estivesse ali na cidade, tão longe do Morrigan. Ele só esperava que Gist não aproveitasse de sua ausência para trocar mais canhões. Outra compra não poderia caber em seu orçamento.

Homens de negócios, em sua maioria fazendeiros, gritavam sem parar uns com os outros, disputando donos de armazéns e comerciantes. Pareciam que brigas se desencadeariam ali, mas Shay sabia que isso era meramente parte dos negócios. No entanto, ainda era difícil acreditar que tais negociatas faziam agora parte da rotina do Mestre Kenway agora. O Templário não poderia deixar de se perguntar se o elegante ex-Grão-Mestre era tão agressivo e escandaloso em negociar tabaco e trigo.

–Mestre Kenway? – perguntou outra vez um comerciante, falando alto para que pudesse ser escutado em meio àquela confusão de vozes. – Olha, eu ainda não o vi por aqui. Deve estar à caminho, afinal é época de colheita e ele costuma me fornecer trigo.

–Entendo. Obrigado pela informação. – disse Shay.

–Como? – perguntou outra vez o comerciante.

–Eu disse “obrigado”! – simplificou Shay, falando mais alto e recebendo um assentimento. Ele suspirou, num misto de decepção e ao mesmo tempo alívio. Sem dúvida, sua incursão por ali havia sido em vão.

Quando se preparava para dar meia-volta, porém, Shay viu brevemente a pontoa de um chapéu tricórnio azul-marinho. Foi um mero relance, mas o suficiente para que Shay tivesse certeza de que era Kenway.

–Bom, talvez não tão inútil assim... – pensou o Caçador de Assassinos.

Utilizando-se de seu dom, Shay chegou a acreditar que poderia ser capaz de vê-lo. No entanto, nada encontrou. Nem sinais vermelhos, ou mesmo dourados.

Apenas um sinal azul. Um aliado, aqui? Nenhum templário sabia de minha visita ao mercado atrás de Kenway, questionou Shay a si mesmo. Então, porquê diabos tudo que posso ver é um vulto de um aliado?

Caminhando para longe do mercado, Shay percebeu que estava caminhando para uma deserta área da cidade de Nova York. Uma armadilha, provavelmente.

Ao notar que estava agora sozinho em um local completamente deserto e longe de qualquer vista, o Caçador se preparou. Com uma mão próxima a uma de suas pistolas, ele prosseguiu por aquela viela adentro. Shay tinha plena confiança em seus instintos. Conseguia saber quando o perigo se aproximava e até mesmo localizá-lo, mas naquele momento, seu instinto não o alertava. E isso o deixava frustrado, pois ele tinha certeza de que estava sendo observado à distância por alguém.

–Vamos, apareça... Eu sei que está aqui, Mestre Kenway. – balbuciou o Templário.

–Talvez eu até apareça, Shay. Mas apenas se você afastar sua mão da sua arma.

A voz do próprio Haytham no beco deixou Shay sobressaltado. Então, ele não estava errado. O ex-Grão-Mestre realmente o tinha arrastado até ali. Shay duvidava de que tal feito tivesse boas intenções.

–Por que não conversou comigo, ali mesmo, no armazém? – questionou Shay, como se estivesse gritando para o nada. A voz de Haytham tinha lhe dado uma idéia de sua direção, mas Shay queria ouvi-lo mais uma vez e assim localizá-lo. Já que não dava mais para confiar em seus instintos.

–Havia muitos ouvintes. – irrompeu outra vez a voz de Haytham. Shay ficou frustrado, ao ver que sua voz partia de direção oposta, sinal de que ele mudara completamente de posição.

Por que meus sentidos não me alertam de sua presença? Por que não consigo localizar nem mesmo sua direção?

–Apareça, então. Caso queira mesmo conversar. Mas te aviso, não soltarei minha arma. Se quiser ter uma conversa apropriada, então...

–Sir?

Shay foi interrompido pela presença repentina de um dos empregados de Charles Lee, e também associado aos Templários. Ao virar-se e deparar-se com o templário, Shay percebeu que havia um quê divertido no olhar do sujeito. Só faltava esta, alguém pensar que sou louco por conversar sozinho dentro de um beco...

–O que foi? – perguntou Shay, um tanto irritado. Afinal, ele sabia que Haytham já estava longe dali.

–Um tumulto terrível em nossa fábrica de canhões, sir. O Exército Britânico pensa que o incêndio é culpa do Exército Continental, mas testemunhas alegam ter visto pelas cercanias homens encapuzados...

–Assassinos. – decretou Shay, recebendo um assentimento do sujeito.

–Vamos, sir. Precisamos detê-los, antes que a fábrica se consuma em chamas. Aquele lugar é abarrotado de pólvora. Se algo dessa natureza acontecer...

–Sim, eu entendo. Nova York estará em chamas novamente. Não posso deixar que uma tragédia dessas aconteça. Vamos, me mostre onde fica esta fábrica!

Após Shay e o templário saírem dali em meio à correria, Haytham finalmente saiu de seu esconderijo, do telhado. Parecia feliz por ver que Shay ainda trazia a mesma integridade moral de querer evitar a todo custo que pessoas inocentes fossem prejudicadas. Isso apenas o dava ainda mais convicção de que Shay estava do lado errado do conflito. Sem duvida, ele deveria continuar a insistir em ter uma conversa apropriada com o Templário. No entanto, essa conversa deveria ficar para depois. Ainda havia um problema maior a se resolver.

Os Assassinos de Achilles e sua mania de sempre burlarem o “haja fora de vista”.

Eles tinham muito que aprender.


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O prédio estava em chamas. Não era para tal coisa acontecer. Connor tinha sido bem claro. “Sabotem os canhões, mas não ateiem fogo em nada”. Mas infelizmente, uma das sabotagens de Stephane Chapeau tinha dado errado. O calor acabou por ajudar as chamas se propagarem. Os esforços de Dobby e Duncan em apagar as chamas tinham sido em vão, e os Assassinos não viram outra alternativa, senão abandonar a missão e fugir daquele verdadeiro barril de pólvora.

–Precisamos sair daqui! - gritou Dobby. – Rápido!

–Me desculpem... Me desculpem... – repetia a todo momento Chapeau, realmente chateado pela situação.

–Deixe as desculpas para depois, Stephane. Precisamos sair daqui antes que...

–Fogo! Fogo! – gritava um dos guardas, ao avistar fumaça.

–Mérde (merda). Logo seremos detectados. E agora?

Dobby concordou. – Não se escaparmos pelo telhado.

–E para onde fugiremos? – questionou Duncan, não confiando no plano.

–Connor prometeu vigiar a nossa ação. Decerto ele conseguirá nos avistar de lá, e armará alguma distração para escaparmos.

–Sim, mas não vejo necessidade de todos irem. Façamos o seguinte. Eu vou ao telhado e tento dar o sinal ao Connor. Vocês se esconderão enquanto isso, e esperem por minha volta. – decretou Duncan Little.

–Está bem. Tome cuidado, Duncan. – disse Dobby, enquanto o Assassino preparava suas pistolas.

–Tomarei. Agora vão! – ele disse, começando a escalar as vigas da fábrica, buscando o telhado do lugar, enquanto os Assassinos se dispersavam, em busca de esconderijos.

Após separar algumas telhas, finalmente Duncan conseguiu alcançar o telhado. Ele sabia que Connor estaria vigiando a ação, provavelmente de algum telhado vizinho. Duncan deu alguns passos, procurando pela presença do Assassino, mas ao caminhar para um dos lados do telhado, acabou por notar um guarda, que vigiava o telhado vizinho à fábrica.

Droga, pensou o Assassino. Clipper tinha prometido acabar com todos os vigias de telhados, e agora, eis que aparece um. Por que estava tudo dando errado neste dia?

–Hey! Parado aí! – gritou o guarda, começando a empunhar o rifle. Percebendo que era um alvo fácil, Duncan procurou se afastar em busca de abrigo para aquele disparo, mas devido à sua pressa, acabou pisando desajeitadamente em um dos tijolos, que imediatamente o fez cair de volta para a fábrica, agora em chamas.

Sentindo uma dor insuportável na perna, Duncan sabia que aquele era o seu fim. Fumaça e fogo já tomavam conta do lugar, e havia ainda vozes desesperadas de Templários e soldados a correr de um lado a outro, tentando salvar oque era possível daquele incêndio. E para completar, ele não conseguia se mexer direito. Sem dúvida, tinha quebrado algum osso por causa da queda.

Antes que pudesse pensar em um modo de escapar, uma sombra pairou sobre si.

–Ahá! Mas veja só o que eu encontrei... Um Assassi...

A frase do Templário jamais pôde ser terminada, porque um vulto saltou sobre ele, aplicando o que Duncan reconheceu como sendo um clássico assassinato aéreo.

Aspirando muita fumaça e sentindo uma dor insuportável, Duncan acabou por não resistir a dor e desmaiou, não a tempo de ver o rosto de seu salvador.


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–Mas onde está Duncan? Ele até agora não voltou... – sussurrava Stephanie, bastante apreensivo.

–Eu não sei. Mas vamos esperar...

De repente, gritos de “Assassino” e “matem-nos” irromperam pelo armazém, alertando os Assassinos de seus esconderijos.

–Escutou? Acho que é o Connor e os outros! – disse Stephanie, aliviado.

Dobby abriu uma pequena fresta da porta de seu esconderijo. Caminhando cuidadosamente, ela pôde avistar Connor, Amália e Jamie Colley lutando contra os Templários.

–Vamos, Chapeau! Connor precisa de nossa ajuda!

Ansioso por ação, o francês finalmente abandonou seu esconderijo e correu ao lado de Dobby em direção ao tumulto. Não demorou muito para que os Templários se vissem mais intimidados, ao notarem que havia mais Assassinos por ali e que estavam em clara desvantagem. Logo, boa parte deles partiu em retirada, deixando mortos e feridos para trás.

–É bom ver que estão bem. – disse Amália, guardando sua espada, antes de cumprimentar seus colegas.

–Apesar de tudo.

–Connor... O incêndio... Foi tudo culpa minha, eu...

–Está tudo bem, Stephanie. – interrompeu Connor. – Eu sei que não tivera a intenção de provoca-lo. Mas afinal, onde está Duncan? Sei que ele estava nessa missão com vocês.

Dobby pareceu abismada.

–Vocês também não o viram?

–Não. Qual foi a última vez que vocês o viram?

–Ele estava no telhado. Disse que iria te dar um sinal.

–Eu não vi sinal algum do telhado. Percebi que algo tinha dado errado porque um dos empregados da fábrica saiu a correr pela rua alertando de incêndio.

–Céus, mas onde está Duncan, então? – questionou Dobby – Será que ele foi capturado?


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Duncan abriu seus olhos, arregalados. Pensou encontrar chamas, mas tudo que se deparou foi com a escuridão, e a calmaria do silêncio Não mais o estalo do fogo a consumir aquela fábrica, ou o som de desespero dos empregados, mas apenas silêncio. O calor também tinha se dissipado. Diante de seus sentidos, o Assassino duvidava que ainda fosse dia. Ao fazer qualquer menção de se mover, acabou sendo impedido por uma dor avassaladora em sua perna, lembrando-o de sua recente queda. Tentando ignorar a dor para se sentar, Duncan Little pôde compreender melhor sua situação.

Ele estava em uma espécie de cama simplória, em um local iluminado apenas por uma vela. Havia uma rústica coberta jogada sobre seu corpo, bem como travesseiro sobre suas costas. Ao alisar seus pulsos, percebeu que suas lâminas ocultas tinham sido retiradas.

–Belas lâminas. – irrompeu uma voz, imediatamente, fazendo Duncan imediatamente despertar de sua confusão para um total estado de raiva e descrença.

Não era outra pessoa, senão o próprio ex-Grão-Mestre, a estar recostado no limiar da porta, analisando as lâminas ocultas do Assassino.

–M-Mestre Kenway?! Mas...

–Fique quieto, rapaz. Infelizmente, eu creio que você quebrou sua perna. E os Templários estão procurando exatamente por um rapaz acidentado por uma queda, por isso não pude chamar um médico. Aqui em Nova York, os templários têm olhos por todos os lados.

–Se você quem diz... – respondeu Duncan, com desgosto.

Haytham pareceu curioso.

–É curioso. Eu recebi muitos olhares hostis naquela reunião com os Assassinos, mas devo assinalar que você possuía o olhar mais agressivo e desgostoso com minha presença. Confesso que não imagino o porquê de...

–1754, Theatre Royal em Londres. Lembra-se?

Haytham lembrou-se instantaneamente. Confuso, tentou desconversar.

–Não.

Duncan riu. – Duvido muito. Quero dizer, a não ser que matar pessoas diante de crianças seja algo muito recorrente a você...

–Agora entendi tudo. – concluiu Haytham, com a voz neutra. – Você é aquele menino. Mas que mundo pequeno, este...

–Sim. E sabe aquele homem que você matou? Ele era o meu tio!

–Miko era seu tio?! Por Deus, não fazia idéia. Pensei que fosse uma criança qualquer.

–Aquela era uma peça infantil. Meu tio me levou até lá para assistir. Tinha saído para ir ao banheiro e quando voltei...

–Entendo. Agora tudo faz sentido. Bom, saiba que eu não gostaria que Miko tivesse morrido daquela forma. Afinal, eu descumpri minha promessa e o dei uma morte injusta.

–Espere... Eu não estou entendendo... Do que está falando?

Haytham suspirou. No momento seguinte, ejetou sua lâmina.

–Esta lâmina oculta que estou usando pertencia a seu tio. Eu lutei contra ele, anos antes de sua morte no Teatro, e acabei por vencer. Durante nossa luta, perdi a espada de meu pai. Fiquei irritado com isto, por isso tomei as lâminas dele. Prometemos um ao outro que ele as teria de volta, porém apenas se me matasse em um próximo confronto. O que foi? Você parece um tanto atordoado...

–Então... Meu tio era um Assassino?

–Você não sabia disso? Bom, isso é algo esperado. Afinal, você era só uma criança na época. Mas por que a aparente decepção? Acha que seu tio era uma mera alma inocente que padeceu pelas lâminas de um criminoso?

–Isso não o exime de sua morte. – retrucou Duncan, contrariado.

–Estávamos em lados opostos de uma guerra, rapaz. Saiba que ele não hesitaria em fazer o oposto.

De repente, Haytham escutou a porta a se bater.

–Provavelmente, é um de seus amigos Assassinos. Deixei um recado, avisando-os sobre você. Decerto, vieram te buscar.

Mesmo com esta suposição, Haytham precaveu-se e sacou uma pistola. Poderia ser Connor ou algum Assassino, mas poderia também ser um Templário, ou Casaca-Vermelha – que para ojeriza de Haytham, tinha se tornado uma só coisa nos últimos tempos, graças a Davidson.

Prestes a abrir a porta, Haytham esperou por um momento.

–Nada é verdade... – escutou, numa voz sussurrada, masculina.

Haytham rolou os olhos. Jamais poderia se imaginar nesta situação, ajudando aqueles que foram seus inimigos mortais desde sua juventude. Ao abrir a porta, percebeu que estava certo. Eram os Assassinos, sem mantos desta vez, provavelmente para não chamar a atenção. Um deles era um homem alto e barbudo, que trazia uma bolsa pesada, acompanhados de Amália e Connor.

–Com licença, senhor Kenway. Meu nome é Jamie Colley e eu sou médico. Vim tratar de Duncan. Onde ele está?

–Siga-me. – disse Haytham. – E vocês, também.

Os três Assassinos encontraram Duncan convalescente, deitado sobre uma cama. Connor conhecia o lugar. Era um modesto quarto e sala, que Haytham fazia de escritório e também local de hospedagem, sempre que visitava Boston para negociar produtos da fazenda.

Após analisar Duncan, Colley deu seu veredicto.

–Sem dúvida, ele quebrou a perna na queda. Foi bom o senhor ter se adiantado e posto um torniquete. Há também alguns arranhões, mas nada sério.

–Temos que tira-lo daqui. – disse Amália.

–Seria arriscado. – concluiu Haytham. – Os soldados sabem que um de vocês caiu do telhado e provavelmente se acidentou. Se Duncan andar pela cidade com uma perna quebrada, logo saberão que ele é o fugitivo. Ele terá de ficar aqui até que haja uma oportunidade para leva-lo ao... Quartel-General de vocês, se assim posso dizer.

Connor bufou, insatisfeito.

–A estalagem de Amália fica a três quadras daqui. Teremos de criar um subterfúgio. Uma distração, que possa esvaziar as ruas, e afastar os guardas desta região. Mas o quê, exatamente?

–Bom, sempre há o suborno. – sugeriu Haytham.

–Nem pensar, pai. Não adotaremos nenhuma prática templária. Agiremos como verdadeiramente somos: Assassinos. Aliás, creio ter uma boa idéia do que fazer. Pai, fique aqui e ajude Colley a levar Duncan até a estalagem. Quando a rua ficar deserta o bastante, coloquem-o na carroça e o levem até lá. Amália, venha comigo.


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Por sorte, o incêndio foi controlado e Nova York escapou de ser consumida pelas chamas mais uma vez. Shay ficara aliviado em constatar isso. Já era tarde da noite, mas o Templário permanecia sob um telhado alto, a observar toda a confusão causada pelos Assassinos. Shay estava inconformado. Quando partira para a Europa, o Templário tinha plena certeza de que os Assassinos não eram mais um problema. Mas o tempo trouxera outra vez a ameaça para a Colônia – que em breve, seria independente.

Shay queria poder mostrar a Caixa Precursora pessoalmente ao Mestre Kenway, mas jamais pôde ter tal privilégio. Temendo que fosse caçado por Assassinos e que a Caixa fosse parar em mãos erradas, Shay espalhou pela Ordem dos Templários que lançara a Caixa Precursora no oceano, mas na verdade, a Caixa estava o tempo todo em suas mãos, muito bem escondida em seu quarto no Morrigan. Já que não poderia mais cumprir sua promessa de entrega-la às mãos do Mestre Kenway, Shay decidiu ficar de posse dela, de modo a garantir que as desgraças do passado não mais se repetissem.

Enquanto o templário observava a cidade adormecer, sons de disparo irromperam no silêncio da noite.

–O que será agora?

Movendo-se rapidamente pelos telhados, saltando com pouca dificuldade entre os edifícios, o templário rapidamente se aproximou do local da confusão. Seus sentidos, então, começaram a alertar para a presença de Assassinos. Agora, meu sentido resolveu voltar a funcionar, pensou o Templário.

Dois Assassinos, ele notou. Foram os dois quem efetuaram disparos. Porém, disparos para o alto. Mas com que finalidade?

Sorrateiramente, o Templário se aproximou. Percebeu que um deles usava um manto surrado e antiquado, com protetores ao redor dos braços e do peito, e que tinha bom porte físico. O outro Assassino era de menor estatura e usava um manto mais discreto, mais limpo. Havia algo de feminino em sua postura, e Shay logo percebeu se tratar de uma Assassina, algo que ele sabia ser raridade na Ordem.

Shay tentou se aproximar, mas antes que pudesse fazê-lo, ele notou que tivera sua presença alertada pela Assassina, mesmo sem deixar qualquer sinal à vista.

Mal me aproximei e ela já me detectou. Droga!

–O que foi? – perguntou o outro Assassino.

–Há alguém aqui. Posso sentir.

Parece que ela tem o mesmo sentido que eu. Incrivel...

–Apareça, Templário! – gritou o Assassino ao lado dela, de forma bastante amedrontadora.

–Provavelmente está com medo. – disse a mulher.

MEDO, EU?!

Retirando do bolso uma bomba de fumaça e tampando o rosto com máscara, Shay lançou contra os dois uma bomba de fumaça, causando imediata confusão em ambos, que provavelmente não esperavam tal tática de um Templário. Consciente de que sua tática surtira efeito, Shay saltou do telhado, procurando atingir a Assassina, mas acabou acertando nada mais que o chão, uma vez que ela se esquivou com destreza.

–Pensam que são os únicos que podem resistir a um pouco de fumaça? – questionou Shay, notando que o Assassino estava um tanto preocupado e surpreso em vê-lo, agora que a fumaça se dissipara.

A mulher se colocara em guarda, desembainhando sua espada. Shay notou nela uma atitude corajosa, diria até que admirável. Havia também um toque um tanto arrogante, uma vez que ela parecia estar certa de que sairia deste confronto vitoriosa.

Mas o Assassino ao lado dela desembainhou uma Tomahawk.

–Afaste-se. – ele pediu à moça, com pouca gentileza.

–Não, Connor. Esta luta é minha. Este homem tentou me atacar primeiro.

–Mas Amália...

–Amália? – repentinamente, Shay interrompeu a conversa entre os dois. – Então, você é portuguesa?

–Não.

–Não converse com ele, Amália. – interrompeu o outro Assassino, que ela chamou de Connor. – E por favor, se afaste. Sou eu quem deve lutar com ele. Não você.

–E por quê? Pensa que não posso dar conta de um Templário qualquer?

–Este homem não é um Templário qualquer, Amália.

–Como sabe disso?

Shay cruzou os braços, durante a conversa de ambos, soando entediado. Ao perceber que ambos realmente estavam discutindo sobre quem atacaria quem primeiro, o Templário resolveu intervir.

–Os Assassinos de meu tempo eram mais... Sérios.

Imediatamente, os dois Assassinos voltaram sua atenção à Shay, que finalmente dera um suspiro, bastante cansado.

–Está bem. Já que não vejo nenhum consenso entre vocês dois, eu aceito que ambos lutem comigo.

–Por mim, tudo bem. – disse a moça, confiante, causando ojeriza no Assassino ao lado dela, e também certa apreensão.

–Bom, então por que não vamos logo ao que interessa, Assassinos?

Mas, para surpresa de Shay, que estava esperando um combate dois contra um, antes que a mulher pudesse dar um passo adiante e se colocar em posição de combate, o Assassino atrás dela golpeou-a na cabeça, sem qualquer hesitação, fazendo-a desmaiar instantaneamente.

–Esta luta será apenas entre eu e você, Shay Cormac. – disse o Assassino, fazendo um leve e ameaçador malabarismo com sua Tomahawk.


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Notas finais do capítulo

OPA!!!!

Parece que chegou a hora da revanche!!!

Connor X Shay!!!!

Prevejo uma luta difícil, demorada e repleta de veneno!!!
Será que alguém sai vivo disso?? Acho que seria um combate muito equilibrado, mesmo com Shay sendo mais velho. Como o Haytham disse, a experiência conta muito nestas horas.

E coitada da Amália, deixada fora de combate... Duvido que ela vá perdoar o Connor por isso. Sinto cheiro de DR...
Eu disse que esse cap era "tenso". O próximo será tenso também. Aliás, estamos caminhando para a reta final da fanfic, caso não tenham percebido - caminhando a passos lentos, pois creio que ainda falta uns 15 caps para concluir.
Gostaria de agradecer a todos que acompanham a fanfic. Já estou escrevendo os últimos caps dela e é gratificante perceber que há tanta gente acompanhando. Não previa isso, REALMENTE não previa. Minha felicidade mal cabe em mim. Por isso, espero dar a esta fanfic um desfecho bem bacana.

OFF: Terá clube de luta à lá Sherlock Holmes de Guy Ritchie em Syndicate!!!! Legal!!!



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