Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 37
Apenas Observando


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Notaram o clima de guerra, não?
Vejamos o quão agitada ficarão as coisas, agora que o Shayapareceu na área.
E queria também agradecer aos reviews. São coisas assim que me motivam a continuar a escrever.

Um grande abraço e boa leitura!



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Nova York, 10 de Maio de 1778.



Os últimos dias foram de uma calmaria avassaladora.

Meu pai claramente renunciou de sua vingança. Pensou no bem-estar de sua família, e com razão. Não podia julgá-lo. Esta foi uma escolha sua. Logo, a vida dos Kenway parecia voltar ao normal, mas a lápide de Jim nos fundos de nossa casa ainda me fazia lembrar que não era bem assim.

–Você deveria seguir em frente, também. – aconselhou-me Amália, em uma de nossas conversas por Nova York.

–Não sei se consigo. – disse, com sinceridade.

Nos últimos tempos, Amália tinha se tornado uma boa confidente. Ela era alguns anos mais velha do que eu, e apesar de sua pouca experiência, ela sabia o que dizer para tranquilizar as pessoas. Todos na Irmandade já se simpatizavam com ela. Ficava feliz em vê-la voltar de um dos contratos pelas Colônias, sã e salva. Com o passar do tempo, ela estava ficando cada vez melhor, como Assassina. Menos impulsiva e mais sensata.

Ainda assim, eu me sentia mal por esconder a verdade. Ela era filha do que as circunstâncias apontavam como sendo uma grande ameaça ao meu pai, e também a minha família, além de ter liderado o último Expurgo dos Assassinos na América do Norte, na vida que abandonei e que estava tentando consertar. O que eu fazia era errado, mas aparentemente necessário.

–O que foi, Connor? – ela perguntou, com estranheza.

–Nada demais, Amália.

Percebendo que eu não iria explicar a respeito do que estava povoando meus pensamentos, ela decidiu não insistir. Continuamos a caminhar pelas estradas pacatas daquela zona rural de Nova York.

–E onde está aquele outro Assassino, o Noah?

Noah. Esta era a maneira que as pessoas chamavam Minowhaa, por não saberem dizer corretamente seu nome, tal como faziam com minha mãe, chamando-a de Ziio.

–Acabou de eliminar Nicholas Biddle, segundo soube. Creio que iremos nos encontrar na semana que vem.

–E então, estaremos prontos para combater Charles Lee. – ela disse, com excitação. Concordei.

–Sim, não há dúvida. Quando eliminarmos o Grã-Mestre, estaremos dando um duro golpe nos Templários, e será mais fácil evitar que eles se proliferem de novo. Mas ainda há algo que preciso discutir com Minowhaa, antes de prosseguirmos.

Sim, eu estava preocupado com o “depois”, mais até do que o “agora”. Eu sabia que a morte de Charles traria Howard Davidson imediatamente para cá. Poderia me prevenir, eliminando-o antes. Mas como eliminar o Grão-Mestre Templário da Inglaterra? Apenas se eu estivesse lá. E eu estaria em terreno desconhecido, deveras desconhecido.

Nestas horas, pensava em meu pai. Ele certamente lidaria com Howard sem hesitar. Mas duvido que ele tivesse tal audácia em mexer com seus irmãos Templários do Velho Continente. Talvez os dois tivessem sido até mesmo velhos amigos. A idéia me causava ojeriza, mas era algo impossível de se rejeitar.

–Er, Connor... O que acha de irmos ao meu pub agora?

–Ao seu pub? – perguntei, estranhando sua oferta.

–Sim. Não possuo nenhum contrato por estes dias, e sei que você também está sem nada a ocupar-te no momento. Que tal relaxarmos um pouco?

Pensei. De fato, ela estava certa. Portanto, que mal poderia haver em algumas canecas ao lado de uma grande amiga?

–Bom, eu aceito.

–Ótimo! – ela pareceu contente.



§§§§§§§§§§§§§


O pub estava cheio, afinal, aquela era uma noite de sexta-feira. Um grupo de músicos tocava música irlandesa, que preenchia o ambiente juntamente da risada e da conversa dos presentes. Alguns mais animados também dançavam ao ritmo daquela melodia agitada.

Eu e Amália desfrutávamos de uma cerveja gelada, sentados a uma mesa. Ela me fazia rir com histórias sobre os tempos em que andava pelos becos, brigando com meninos de igual para igual. Apesar do tom da conversa ser divertido, notei que a vida que Amália levava não era das mais fáceis. Isso explicava suas habilidades, embora eu ainda acreditasse que boa parte delas provinha deste tal de Shay Cormac, que meu pai falara com admiração e respeito. Era ainda muito estranho digerir o fato de que Amália estava exatamente na mesma situação em que estive. Alguém comprometido à Ordem dos Assassinos e seus ideais, entretanto com laços de sangue com um morta inimigo. Por muito tempo, desejei trégua com meu pai, que apesar de nossas diferenças, a nossa relação pudesse ter sido maior que o conflito entre Assassinos e Templários. Mas aquela noite no Forte George pôs um ponto final no que restava de minhas esperanças. Eu não queria que Amália passasse por esta situação, por isso, compactuei com meu pai em esconder a verdade a respeito de suas origens. Mas algo me dizia que, cedo ou tarde, isso se voltaria contra mim.

–Deveríamos repetir a dose. – ela disse, após beber um gole de cerveja.

–Sim, sem dúvida. A cerveja, ela... Ela está deliciosa.

–Não falo apenas dessa cerveja, Connor. – ela disse, voltando a beber.

Franzi minha sobrancelha, tentando compreende-la. Desviei meus olhos de seu olhar para minha caneca, que estava pela metade.

–Desde que te conheci, senti que minha vida foi preenchida por um novo ânimo. E não apenas pelos ideias que lutamos, mas... Sua presença, sua conversa. Sempre que estou longe de você, me sinto incompleta. Nunca pensei que alguém pudesse ter esse efeito em mim.

Não sei se a bebida estava deixando-a mais desinibida, mas senti que ela estava claramente avançando. Sua mão, vigorosa, como a mão de uma trabalhadora, tocou a minha. Logo senti nossos dedos envolvidos, e uma agradável sensação me passou.

Eu também me sentia bem ao lado dela. Não havia dúvida disto.

–Eu...

Um pigarreio, atrás de minhas costas, cortou qualquer tentativa minha de deixar transparecer meus reais sentimentos. Virei-me, assustado e ao mesmo tempo irritado, prestes a soltar boas reclamações, para deparar-me com Minowhaa em suas vestes Assassinas – vestes que já me pertenceram.

–Desculpe interromper os pombinhos... – disse, debochadamente. Senti minhas bochechas queimarem. Estava tão evidente assim? – Mas tenho assuntos urgentes a tratar convosco, Ratonhnhaké:ton. Em particular.

Amália rolou os olhos, voltando a sua cerveja e gesticulando para que saíssemos dali. Notei que ela também estava irritada com aquela intromissão, talvez até mais do que eu. Um tanto resignado, acompanhei Minowhaa até os fundos do bar. O que quer que ele tivesse para me contar, eu esperava que fosse bom.

–Charles Lee não é mais o Grão-Mestre Templário, Ratonhnhaké:ton.

Minowhaa foi curto e grosso, até mais do que gostaria.

–O quê?!

–Nicholas Biddle confessou, antes que eu o matasse. Ele foi destituído há anos. Para ser mais preciso, desde 1770. Este tempo todo, estivemos a perseguir uma mera marionete.

Assenti, já entendendo tudo. Decerto, ele enfraqueceu com o atentado fracassado em Boston. O Massacre de Boston, que eu impedi que acontecesse.

–Mas então, quem está no Comando dos Templários, desde então?

–Howard Davidson. Foi o nome que o bastardo do Biddle disse. Ratonhnhaké:ton?

Senti-me tonto, e creio que estava prestes a desmaiar, tamanho foi o meu desgosto em ouvir aquele nome mais uma vez. O nome do homem que destruiu outra vez a Ordem dos Assassinos, que trouxe nada mais que devassidão e violência aos Estados Unidos por meio de seu poder quase sem limites. Então, por todo este tempo, quem esteve por trás de toda a destruição de minha família não foi Charles Lee, mas Howard Davidson. Charles Lee foi apenas um fantoche, não tinha poder algum de decisão. Howard Davidson já estava à frente dos Templários dos Estados Unidos. Isso tinha acontecido mais cedo do que eu poderia prever.

E a culpa era toda minha.

–Ratonhnhaké:ton, você parece pálido...

–Eu estou bem, Minowhaa. Só que... Bem, eu realmente não esperava por esta.

–Eu me informei com o Mentor. Ele é o Grão-Mestre dos Templários Britânicos. Talvez seu “pai” até seja amiguinho dele. Tome cuidado para que ele não venha tomar um chá em sua casa...

Irritei-me.

–Meu pai não é mais associado aos Templários, Minowhaa. – disse, já não mais suportando suas insinuações. – Mas como ele vem liderando os Templários daqui, se jamais detectamos sua presença nas Colônias?

–Por intermédio de terceiros, melhor dizendo, mensageiros de confiança. – disse Minowhaa, cruzando os braços. – Ele jamais colocou os pés aqui porque cuidava das duas Ordens a partir de seu escritório em Londres, mas dizia que não tinha um substituto a altura. Mas o que mais me assusta é que ele já encontrou um substituto para cuidar da Inglaterra, segundo soube por Biddle. Logo, nada mais detém o bastardo de conseguir o que quer.

Estranhei seu repentino tom obscuro.

–De conseguir o quê?

–O total domínio Templário sobre as Colônias. E também o fim da Revolução. Afinal, ele...

O abrir da porta do bar nos interrompeu, instantaneamente. Entretanto, não era nenhum funcionário, ou mesmo um cliente impertinente a interromper nossa conversa.

Era Amália, acompanhada de Jamie Colley, um dos Assassinos de Nova York. Preocupado, aproximei-me de ambos. Notei que Colley parecia cansado, diria até que esbaforido.

–Desculpe interromper a pequena reunião de vocês, garotos, mas parece que o trabalho não dá folga a ninguém. – disse Amália, à sua maneira debochada de sempre. – Conte à eles, Jamie.

Quase beirando à solenidade, Jamie Colley finalmente se pronunciou.

–Eu fui seguido esta tarde, Connor. E foi por um Templário.


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Zona Oeste de Nova York, 10 de Maio de 1778.

(Algumas horas atrás...)



Andar pelas ruínas da área oeste de Nova York era desolador. Se toda a cidade andava uma verdadeira bagunça, regida pela Lei Marcial Britânica e com Casacas-Vermelhas por onde a vista alcançasse. A presença opressiva do Exército era tão forte que tumultos não eram raros de se ver, e em alguns momentos Shay precisou desviar de alguma baderna, que muitas vezes acabava com agressões.

Seus dedos coçavam para ajudar àquelas pessoas oprimidas, mas ele sabia que seu trabalho era outro.

De fato, o tempo trouxe renovação ao modo de agir dos Assassinos. Não mais andavam em facções ou bandos, mas sim, estendiam seus limites por zonas, tendo pelo menos um Assassino em cada bairro a impedir o predomínio Templário. O próprio Howard Davidson, ao lado de Charles Lee, passara-lhe a característica dos três principais Assassinos em Nova York.

Havia uma mulher entre eles. Estava trazendo prejuízo aos comerciantes da área e atrapalhando o livre comércio, além de ajudar a libertar prisioneiros. Neste aspecto, lamentou Shay, Assassinos jamais mudavam.

Havia também um mercenário, que costumava atuar como guarda-costas em troca de dinheiro.

Um deles era um “ignorante”, nas palavras de Lee. Na verdade, um dito médico, sem diploma, a fazer “curandeirismo” e assim, manipulando as pessoas mais pobres e de pouca instrução.

Seus contatos alertaram para a presença deste Assassino no que restara da Zona Oeste de Nova York. Claro, em meio à população mais pobre, naquelas ruínas do Grande Incêndio, era muito fácil convencer as pessoas à respeito do quão bom eram os Assassinos, ou mesmo da perversidade do Exército Britânico – que Shay admitia que, no fundo, merecia aquela rebelião, pela maneira grotesca com que tratava os colonos. Mas apesar disso, os Assassinos mereciam ser silenciados.

Do alto de uma ruína, com o vento a bater fortemente seu rosto, Shay contemplava em meios aos escombros, o dito Assassino a caminhar. Não era difícil distingui-lo. Assim como seus contatos lhe alertaram, ele era consideravelmente alto, usava uma barba e um chapéu chamativo, curioso, na concepção de Shay. Usava também um machado, certamente sua arma de combate. Apesar de estar nas alturas, Shay conseguia ver em seus pulsos o símbolo dos Assassinos discretamente desenhado no couro de suas lâminas ocultas.

Não havia dúvidas de que ele não era um mero recrutado, mas um Assassino.

Cada vez mais se aproximando da beirada do que restara do edifício, Shay pensou em maneiras de mata-lo. Poderia ser com um dardo venenoso. Deixaria-o ensandecido, e acabaria sendo morto. Ou, para ser mais tradicional, um assassinato aéreo. Shay testou sua lâmina oculta. Saía com bela firmeza, silenciosa e eficiente. Ele já tinha mais de cinquenta anos, e de repente, a perspectiva lhe agradou. Fazia alguns anos que ele não mais matava desta forma. Matar este Assassino, desta maneira, seria uma boa maneira de checar se ele ainda estava em forma para este tipo de coisa.

Quando estava preparado para saltar e assassinar seu alvo, entretanto, um fato chamou a atenção de Shay.

–Doutor Colley! – gritava uma mulher, aparentemente desesperada. – Graças a Deus encontrei o senhor! Venha, um homem está agredindo meu pequeno Edmund!

Prontamente, Colley abandonou seu consultório improvisado, e correu em defesa da mulher. Sua prontidão deixou Shay admirado, mas logo o Templário chamou sua própria atenção. Claro, ele já tinha conhecido Assassinos com caráter, assim como Templários sem qualquer escrúpulo. E, além disto, a morte de Colley servia a um bem maior. Não era momento de se encontrar hesitante.

Ele caminhou pelas ruínas, indetectável, seguindo ao longe o movimentar de Colley ao lado daquela mulher, até finalmente chegarem a uma rua, com um ligeiro tumulto provocado não por Casacas-Vermelhas, mas por homens vestidos como cidadãos comuns, aparentemente. Havia ali um menino de dez anos, sendo puxado pelos cabelos por um deles, bastante exaltado.

Agressão à crianças sempre causou desgosto à Shay, mas o Templário mal teve tempo de recriminar aquele acontecimento, diante de seus olhos. Não quando ele ficara completamente abismado em reconhecer um dos agressores. Era um dos empregados de Howard Davidson, ou seja, um Templário, assim como ele.

Para sua infelicidade, o Templário o avistou do alto do terraço daquela casa, e seus olhos pareceram repentinamente confiantes. Decerto aquilo chamou a atenção de Colley que se virou à procura do quê estava no telhado a ponto de atrair a atenção daquele Templário.

Shay se escondeu rapidamente. Não tinha mais certeza se fora visto. O que estava acontecendo, ele se recriminou? Vinte anos atrás, seguir alguém em meio a um tumulto era algo a se fazer com facilidade. Será que a idade estava levando seu talento?

Mudando de tática, Shay decidiu seguir pela rua. Aproveitou aquela rápida reunião de curiosos para se misturar, e assim pôde assistir melhor àquele tumulto.

–Eu juro que não fiz por mal! – chorava o menino. - Eu só brinquei um pouco com o cavalo!

E para consternação de todos, o Templário levara um facão até a orelha da pobre criança, arrancando um pedaço considerável dela e a atirando no chão. A mãe do menino caíra em lágrimas, ao ver seu filho sangrando e chorando. Todos na multidão estavam consternados com aquela selvageria.

–Eu devia arrancar sua orelha também, para mostrar a você o que se passa com quem se atreve a mexer em patrimônio alheio!

Era isto, então? Eles deceparam a orelha de um menino porque ele tocara em um maldito cavalo? Mas aquilo só estava ficando cada vez pior, pensara Shay.

–Largue o menino! – esbravejou o Assassino.

–Ou o quê, grandalhão? Acha que apenas a sua altura me faz ter medo de você?

Jamie Colley, então, sacara seu machado, mostrando que não estava de brincadeiras. A multidão começara a se afastar. Alguns gritavam em aprovação, incentivando a violência como se aquilo fosse um espetáculo de circo. Um dos guardas soltou um assobio, em deboche.

–Parece que o Golias aqui está desejando morrer mais cedo...

Aquelas foram as últimas palavras do empregado de Howard Davidson, antes de ter uma lâmina cravada em sua garganta que lhe fez gorgolejar palavras incompreensíveis antes de cair morto no chão. Quando viu o movimento de Colley, Shay já o tinha considerado um homem morto. Não se devia agir assim, de modo tão relaxado e debochado, com alguém que usava Hidden Blades.

Ao ver o Mestre morto, os Mercenários que lhe acompanhavam rapidamente fugiram. Colley consolou o menino que, assustado, correu para a mãe. O sangue do Templário assassinado corria pelo chão. Agachando-se à sua altura, o Assassino fechou-lhe os olhos.

–Que sua alma encontre descanso. – disse, solenemente, antes de se levantar.

Ao perceber que ele olhara em sua direção, Shay decidiu que era hora de ir embora. Ele sabia que ele deveria ser morto, mas aquela não era hora. Não. Não era o momento certo. Um dia eu vou mata-lo, tentava justificar a si mesmo o Templário. Um dia.

–Ei!

Caminhando a passos rápidos, logo Shay se viu correndo, quando notou que o Assassino lhe detectara e agora estava atrás de si. Seu comportamento estranho chamou a atenção de Casacas-Vermelhas, mas os guardas mal puderam esboçar qualquer reação. Shay era habilidoso, e logo pôs-se a usar os telhados em sua fuga. E para sua infelicidade, o tal Assassino também era bom nisto, embora sua estatura o tornasse um pouco desastrado, fazendo alguns vasos caírem. Quem quer que tenho o treinado, fez muito bem, deduziu o Templário.

Logo Shay se viu encurralado. Chegara ao limite de um prédio alto demais para que ele simplesmente pulasse sem sofrer alguma lesão. Se isso acontecesse, seria difícil sobreviver a um confronto. Ele notou que o Assassino já estava em seu encalço, e de costas, escutava seus passos.

Ele tinha de pensar em algo. E tinha de ser rápido.

–Você está me seguindo desde meu consultório. – disse o Assassino, um tanto esbaforido. – O que quer de mim... Templário?

Shay sentiu a mão vigorosa de Colley a tomar-lhe pelo braço. Ele certamente notou o emblema templário envelhecido em seu casaco, que lhe fez identifica-lo. Instintivamente, Shay usou uma bomba de fumaça e a lançou no chão. A fumaça pegou Colley completamente desprevenido. Shay sentiu que o Assassino, certamente, não esperava ser atacado por uma de suas velhas armas, e tossia com ardor. Imune aos malefícios daquele truque, graças à sua máscara, Shay ainda notou o Assassino, praticamente vulnerável diante de si, preocupado em se livrar dali. Ele acionou a sua lâmina. Alguns segundos, ele pensou. Alguns segundos são tudo o que eu preciso para matar o primeiro, de muitos, da nova leva de discípulos de Achilles – ou quem quer que seja que esteja treinando agora.

No entanto, ele se lembrou do menino, cuja orelha foi cortada brutalmente por Templários. Que o tal “curandeirismo” nada mais era que trabalho médico aos mais desfavorecidos.

No que ele estava se tornando, afinal? Shay sentia-se em um profundo dilema. Entrara para a Ordem para salvar o mundo dos planos sórdidos dos Assassinos, mas não para obedecer cegamente suas ordens. Ele não tinha um Credo a seguir, mas seu próprio Credo. E naquele momento, seu Credo não estava conciliado a nenhum dos dois lados.

Eu não sigo ordens, senão minhas próprias.

Com um soluço de frustração, por sentir-se incapaz de matar aquele assassino e cumprir sua tarefa, Shay guardou sua lâmina, e desceu o telhado. A fumaça já estava se dispersando, e aquele era o momento de sair dali.


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Notas finais do capítulo

E o Shay parece que está hesitando... Começando a avaliar as coisas...
Hum... Será que Haytham irá conseguir trazer o Shay para o lado azul da Força?

Fora que já temos um Connor ciente de que Howard Davison está governando a Ordem. Será mesmo uma questão de tempo até que o Templário do mau dê as caras e coloque algumas coisas em xeque. Veremos se ele conseguirá se preparar.
E o Haytham? Será que ele é mesmo amiguinho do Howard? Seria péssimo para o Connor, não? rsrsrs

Obrigada por acompanharem, e até o próximo cap!



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