Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 29
Um Ponto Fora Da Curva


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!

E aqui estamos nós, em mais um cap.
E desta vez, irei apresentar uma personagem original, que Connor só teria a oportunidade de conhecer nesta realidade da Maçã, vocês entenderão o porquê mais tarde.

Boa leitura!



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Nova York, 10 de Janeiro de 1778.


O trabalho delegado a mim para recrutar novos Assassinos não foi muito complicado. Afinal, eu estava longe de ser o Noviço inseguro e inexperiente que Achilles e Minowhaa imaginavam. Eu já tinha feito a mesma coisa antes, e sozinho. Cheguei a pensar que tudo seria diferente neste aspecto, mas estava enganado. Aliás, eu notei que recrutar os Assassinos estava sendo ainda mais fácil que antigamente. Eles estavam exatamente nos mesmos lugares que eu os encontrei pela primeira vez. Cheguei a cogitar em recrutar mais pessoas, mas temi a idéia de pronto. Em dois anos, consegui recrutar seis assassinos para a Causa, número que sempre me foi suficiente, até os Templários Ingleses aparecerem.

No entanto, eis que vieram as circunstâncias e me arrastaram para fora de minha zona de conforto.

Lembro-me de ter passado aquela manhã nas ruínas do Grande Incêndio, ajudando doentes a pedido de um de meus recrutas, quando um tumulto chamou minha atenção. Claro, tumultos naquela área, tão repleta de Casacas-Vermelhas hostis eram frequentes, mas aquele tumulto era diferente. Curiosamente a ação dos soldados britânicos estava recebendo apoio de alguns membros da população.

Tal fato incomum, é claro, chamou minha atenção.

Ao me aproximar, percebi que um Casaca-Vermelha arrastava uma mulher pelas ruas. Ela usava um decote bastante ousado e cabelo solto, algo nada aceitável em uma sociedade tão rígida e tradicional quanto a Colonial. Não demorou para que eu entendesse o que estava se passando ali. Certamente, aquela mulher tinha sido pega em atividades nada honrosas. Ou, como os colonos gostavam de afirmar, se prostituindo.

–Meretriz!

–Açoitá-la!

A multidão enfurecida, formada principalmente por mulheres, estava á beira de perder o controle, e só era saciada quando o soldado desferia golpes no rosto da mulher a sacudia pela rua, arrastando-a. Eu sabia que ela seria presa, e imaginava qual seria seu destino. Certamente, saciar todas as necessidades carnais de quase todo o quartel britânico. Isso me enojara, e então, vi-me decidido a agir em sua defesa.

Não precisei, pois alguém fez isso por mim.

–Parado aí, amigo.

A voz irrompeu pela multidão, chamando a atenção do soldado, de imediato. Do meio de todos, apareceu uma figura, para meu pasmo, encapuzada. No entanto, não eram vestes de um Assassino. Concluí que aquele aparato era, meramente, uma forma de manter-se secreto.

O soldado virou-se para o desconhecido, em deboche.

–E por que eu te obedeceria?

Percebi um movimento familiar, no entanto, era tarde demais para que eu agisse. O sujeito tinha lançado contra o soldado uma faca de arremesso, que acertou seu peito de maneira precisa, fazendo-o cair no chão, já agonizando. A mulher acusada de meretriz, saltou em surpresa, mas depois se acalmou.

–Não precisava se intrometer, senhora.

Espere, senhora?! A quem ela estava chamando de senhora?!

–Venha, vamos embora.

Quando ouvi a voz do sujeito outra vez, não tive dúvidas de que era, realmente, uma mulher. Uma mulher, de voz grave, eu notei. Mas ainda assim, uma mulher.

Assustada, a multidão se afastou, abrindo caminho para a mulher encapuzada e a agredida. Não se ouviu ofensa ou insulto. Na verdade, ousaria dizer que todos se retiraram dali o mais rápido possível, por temor.

Aquilo me deixou curioso o bastante para segui-la. Deixei uma distância segura entre eu e as duas mulheres e a segui, primeiro optando por me misturar à multidão, e depois pelos telhados, ao notar que a mulher encapuzada estava sentindo minha presença. Isso me deixou ainda mais fascinado.

Ainda sob um telhado, continuei a vigiá-la, e notei que ela virara uma esquina, perdendo-a de vista por completo. Após um breve momento de espera, decidi que era hora de procura-la, mas ao dar o menor passo, acabei surpreendido com um revólver encostado à minha cintura.

–Quem é você e por quê está me seguindo?

Sim, a mesma voz grave feminina que escutei. Levantei minhas mãos, mostrando rendição. A julgar pela frieza que ela apresentou na rua, eu temi por minha vida. Afinal, eu não era nada mais que um estranho metido em roupas estranhas. E não haveria treinamento no mundo eficaz contra um revólver na mão de uma assassina recostado às minhas costas.

–Acredite, não tenho más intenções. – disse, com sinceridade.

–Não mesmo? Me seguindo, andando completamente encapuzado, se misturando à multidão... Você está me seguindo desde o tumulto, eu sei. Apenas esperei a oportunidade para surpreendê-lo, e dar uma lição de como é mau-educado seguir uma dama.

–Não quis amedronta-la. Só... Fiquei surpreso com suas habilidades.

Ela riu, creio que de deboche.

–Então, ganhei um admirador... Era só o que me faltava. Bom, se queria me admirar, poderia simplesmente se apresentar sem esse capuz horrendo que quase tampa os seus olhos. Não me espanta que tenha me perdido de vista.

Céus, mas que mulher difícil! Difícil e... Arrogante!

–Não vou tirar meu capuz enquanto a senhorita não fizer o mesmo.

Ela suspirou, e para meu pasmo, fez tal como eu pedira, retirando o capuz e finalmente mostrando o seu rosto. Fiquei boquiaberto, devo dizer. Tinha esperado uma mulher mais velha, não uma garota com idade próxima à minha. Ela tinha o cabelo castanho, mas os olhos azuis, diria que irradiantes.

–Eu sei que eu sou de perder o fôlego, mas... Bom, você poderia ser pelo menos um pouco mais gentil e disfarçar sua admiração, não acha?

Outra vez, a arrogância. Seu comportamento estava começando a me aborrecer, até que ela se movimentou de modo a quebrar nosso impasse.

–De qualquer modo, eu agradeço sua ajuda.

–Mas...

–Eu percebi que você ia ajudar Elizabeth de qualquer jeito. Notei em seus olhos. So não o fez porque eu fui mais rápida, como era de se esperar.

Claro, nada dela vem completamente gentil.

–Não há de quê. E se permite me apresentar, eu me chamo Connor. Connor Kenway. – disse, escondendo meu nome nativo. Estendi uma mão, e ela a apertou.

–Amália Lawler.

–Amelia...

Ela bufou, irritada. Curiosamente, me deliciei com isto.

–Amália! Santo Deus, é Amália! Não entendo qual a dificuldade em dizer meu nome corretamente!

–Amelia...

–Amália!

–Desculpe-me, mas... Pra mim, ambos os nomes parecem semelhantes. – disse, dando de ombros.

–Mas não são. Meu nome possui uma coisa chamada acento. Ele fica no topo da letra e serve para enfatizar que... Ah, esquece! Ninguém entende essa língua maldita!

Eu ri. – De que língua você está falando? Acaso você fala Mohawk?

–“Mo” o quê?! Não! Eu estou falando do Português.

–Oh. – disse. Decerto, esse tal de Português deveria ser mais um dialeto de algum povo europeu. Uma das coisas que Achilles me ensinou foi a respeito da diversidade do continente europeu e das divisões entre países, de modo que a palavra “português” não me era estranho. Uma pena que eu não tenha estudado mais entender isso melhor.

–Meu nome é a única coisa que possuo de minha mãe. Por isso, não aguento vê-lo sendo dito incorretamente.

–Eu entendo você. – disse, com sinceridade. – O meu nome também parece impronunciável para todos os ingleses. Eu me chamo Ratonhnhaké:ton.

Ao ouvir meu nome verdadeiro, Amélia engoliu em seco.

–E por um momento, cheguei a pensar que era a pessoa com o nome mais estranho da face da Terra...

Sorri em resposta, ao vê-la dando algumas risadas.

–Não vai tentar dizê-lo? – perguntei. Ela negativou.

–Eu nem ousaria. – ela disse, finalmente terminando de rir.


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Amália convidou-me para almoçar em um pub que ficava ali perto e que ela dizia ser de sua propriedade. Aceitei o convite, sendo brindado por um delicioso almoço: cordeiro com batata e um copo de cerveja caseira, que estava deliciosa. Notei que todos ali pareciam respeitá-la, Sem dúvida, ela era a proprietária do pub.

–Por que defendeu aquela mulher?

Amália encheu um pouco mais de seu copo com vinho.

–Não suporto ver violência contra mulher. Só isto.

–Ela parecia te conhecer.

–Sim, porque não foi a primeira vez que a retirei de uma encrenca. – disse Amália, após um gole. – Afinal, dado que Elisabeth é realmente uma prostituta...

Fiquei sem palavras, mas mantive meu semblante neutro.

–Não está chocado por isso, está?

–Na verdade, eu diria que estou chocado por sua aparente normalidade em se referir a ela desta forma.

–Ora, Connor, convenhamos... O mundo não é perfeito. Os britânicos querem que as Colônias sejam o exemplo de moralidade e integridade, mas parecem se esquecer de que agredir, humilhar e desrespeitar os colonos também não é agradável aos olhos do Senhor. Eles saqueiam, estupram, matam... E julgam uma mulher como Elizabeth? Ora, Elizabeth é mais uma vítima em todo este mar de lama que os ingleses colocaram este lugar. Você sabia que o marido dela foi assassinado, acusado de trabalhar como espião para os Patriotas? E que a casa dela foi incendiada? E para não dizer dos dois filhos pequenos, que dependem da mãe... Ninguém a quer contratar para trabalhar, não quando há negros e índios servindo como escravos. Que outros recursos ela tem senão o próprio corpo?

A história, claro, me sensibilizou. Mas os fatos ainda eram chocantes demais.

–Onde você aprendeu a lutar desta forma?

Ela riu. – Quando se nasce e cresce nos becos de Nova York, lutar bem é imperceptível. Isso para mim é como respirar, acredite.

–Você arremessou aquela faca com destreza. Não é algo fácil de se fazer. Já pensou em ser mais útil e ter suas ações impactando mais na vida dos colonos?

–O que quer? Que eu me voluntarie para os Patriotas? – ela disse, claramente debochando de meu discurso. Curiosamente, eu não me irritava mais com seus rompantes de arrogância. Percebi que ela não fazia de propósito. Simplesmente, era o jeito dela de ser.

–Não. Eu gostaria que você se juntasse à uma causa maior, para dizer a verdade...

Ela me escutava com interesse, enquanto eu explicava, cuidadosamente, sobre os objetivos dos Assassinos, mas sem mencionar nomes. Ainda era cedo para isto. Mas apesar de minha conversa ser vaga, notei seu olhar estar incendiado pela curiosidade, melhor dizendo, pelo desejo de fazer a diferença, de se sentir útil ajudando em uma casa maior que sua própria vida.

Naquele momento, não tive dúvidas de que ela seria uma ótima Assassina.



§§§§§§§§§§§§§


Passava meus dias em Boston ou Nova York, ou então zanzando pela Fronteira em minhas andanças entre as duas cidades. Quase não mais era fácil encontrar-me em casa, e o mesmo pode-se dizer de meu pai, Haytham. Eu não sabia o que estava levando meu pai a se ausentar de casa, mas imaginava que não eram os negócios da fazenda. Obviamente, minha mãe estava irritada, e brigas entre os dois tornavam-se cada vez mais frequentes.

Aquele era um dos raros dias em que nos encontrávamos em casa, simultaneamente. Desde que ele estivera presente em minha Cerimônia de Iniciação, notei que estava frio, indiferente comigo. Aliás, ele parecia em pé de guerra com todos.

Em uma tarde em que Tessa estava na Igreja da fazenda, cometi a ousadia de espiar uma conversa entre meu pai e minha mãe. Queria saber o que estava acontecendo.

–Haytham, abandone essa idéia... – ela disse, enquanto eu escutava o farfalhar de tecidos. Ao que parecia, ele estava arrumando malas.

–Não posso. – ele disse. – Está tudo certo, Ziio. Benjamin Church está na Martinica. Já consegui um navio para me levar. Zarparemos de Nova York amanhã, bem cedo. Não descansarei enquanto não mata-lo, ou melhor, enquanto ele não me disser quem lhe deu as ordens.

–Você ainda tem dúvidas de quem foi, Haytham? Claro que foi Charles Lee!

Ele suspirou.

–Não posso acreditar nisto, Ziio. Isso é monstruoso demais para ter sido planejado por Charles. Ele jamais faria algo assim.

–E se o nome que Benjamin Church entregar for o dele? O que fará?

Houve um silêncio.

–Eu vou mata-lo, pessoalmente. Por isso, não me impeça. Pedirei a Connor que sossegue por algumas semanas em casa, para proteger você e Tessa em minha ausência. Ele anda andarilho demais para o meu gosto, fugindo de suas obrigações na fazenda.

–Cuidado, Haytham, Não vá provocar outra briga com nosso filho desnecessariamente.

É o que veremos, pensei, recostado a porta. Se ele pensa que...

–É bom vê-lo aqui, Connor. - disse meu pai, abrindo a porta inesperadamente. – Adianta-me metade da conversa. Pois bem, está na hora de você parar com toda sua infantilidade e agir como o homem da casa.

Agora, ele estava indo longe demais.

–Estarei de partida por algumas semanas, como pode ver, e sua presença nesta casa é mais que necessária. Bom, ao menos que você não se importe em deixar sua própria família ou a fazenda desprotegidas enquanto você corre atrás de suas fantasias de Assassino. – ele disse, enquanto descia os cômodos, ao meu lado.

–Quer que eu ocupe o seu lugar, é isto?

–Sim, pois foi para isto que eu te treinei. Para que eu me sentisse seguro de que sua mãe e sua irmã estariam protegidas em minha ausência, e não para lançar meu filho nesta Guerra sem sentido. Será que ao menos para isto você pode ser útil?

–Haytham... – alertou minha mãe. Senti meu pulso se fechar. Eu estava pronto para bater nele, pude sentir. Mas sabia que iria me arrepender. No fundo, ele estava certo. Queria vingar a morte de meu irmão, e tinha aceitado até mesmo uma trégua com seu antigo desafeto apenas para conseguí-lo. Nada diferente do que eu teria feito. E eu? O que estava fazendo por isso? Nada. Apenas sendo insolente e brigão por qualquer coisa. Eu queria estar ao lado dele, mas sabia que não haveria espaço, não depois de todas as brigas que tivemos.

–Está bem. – concordei. – Mas não poderá me deter quando voltar para casa.

–Pouco me importa o que você faz, Connor. Eu já desisti de você. – ele disse, atingindo-me tristemente, enquanto depositava suas malas na charrete.

–Parem de brigar, por favor. – pediu Tessa, visivelmente triste.

Meu pai deu-lhe um beijo na testa, carinhoso, e depois trocou um rápido beijo com minha mãe – provocando meu virar no rosto instantaneamente, pois odiava ver os dois trocando carinhos tão explícitos. Seus olhos pareciam divertidos, certamente porque ele sabia de minha repulsa. Bateu em meu ombro.

–Você é o homem da casa agora, Connor. Não me decepcione. Ao menos nisto.

Quando meu pai estava prestes a embarcar no cabriolé, entretanto, ele avistou alguma coisa romper no horizonte.

–O que é isso? Visitas?

Certamente, seus atos recentes em sua busca por Church poderiam ter chamado a atenção dos Templários, e agora, ele deveria ser um homem procurado. Talvez este tenha sido sua preocupação com o bem-estar de sua família, a ponto de me pedir um favor.

E aquele era mesmo um cavaleiro solitário, seguindo pela estrada. De longe, eu pude reconhecer aquele homem, como sendo Charles Lee. Aquela era a primeira vez que eu o vira pessoalmente em minha desvairada realidade causada pela Apple.

–Charles? – questionou meu pai, não parecendo nada satisfeito com sua presença ali. Na verdade ninguém estava.

–Haytham Kenway. – ele disse, desmontando do cavalo. – És um homem cada vez mais difícil de achar, agora que preferistes o isolamento nesta fazenda. Se não o conhecesse tão bem, poderia pensar que está se escondendo de algo. Ou melhor, escondendo algo.

Percebi que seu tom era amistoso, mas algo me dizia que isso era hipocrisia. Ele claramente tinha outras intenções ali, bem maiores que fazer uma visita social a um amigo rompido.

–Fico feliz em ver sua... Prole. – ele disse, num tom zombeteiro, voltando seus olhos a mim e a Tessa. Para meu profundo asco, seu olhar sobre Tessa era algo repugnante, que beirava à indecência, tal como dos homens que eu via no cais a lançar às prostitutas. – Senhorita. – disse, para completar. Para meu alívio, minha irmã não se moveu para saudá-lo. Não era nenhuma boba e sabia que a situação era tensa.

Meu pai também não parecia satisfeito com isto. Notei que seus dedos se mexiam, loucos para ejetarem a lâmina e assim perfurar o crânio daquele homem imundo, mas ele sabia que isso provocaria uma Guerra desnecessária que colocaria sua família na linha de frente. Por isso, ele se conteve.

–Mas vejo que estás de saída.

–Os negócios não podem esperar. – limitou-se a dizer meu pai.

–De fato, não. De todo modo, Haytham, estou satisfeito em ver que estás progredindo, mesmo que tenha escolhido abandonar nossa amizade e tudo que construíra para viver com sua.... Nativa. – ele disse, recebendo um olhar mortal de minha mãe.

–Não poderia ter feito escolha melhor. – rebateu meu pai, apertando sua mão com a de minha mãe, deixando Lee claramente furioso.

–Isso o tempo dirá.

–Ele já disse o bastante. – rebateu meu pai outra vez, sendo precedido por silêncio.

–Bom, estou de saída. Foi bom rever você e conhecer seus filhos, embora você não tenha me apresentado nenhum deles... Adoraria, por exemplo, de saber o nome desta bela moça...

–Desculpe a indelicadeza, Charles, mas estou de saída, e minha família tem mais o que fazer. – cortou meu pai, furioso.

–Tudo bem. Tenho certeza de que não faltará oportunidade. – ele disse, já montado. – Até mais, Haytham. Até mais. – disse, ressaltando o “até mais”. Certamente, ele sabia da busca de meu pai por Benjamin Church e não deixaria a situação passar em brancas nuvens.

–Esse bastardo... Ele nos ameaçou. Está vendo? Tudo isto está sendo causado por você, Haytham. – retrucou minha mãe. – Você e seu ímpeto por vingança... Isso não trará nosso filho de volta.

–Mas mostrará para eles que não devem mexer com minha família. – disse meu pai, subindo à carruagem. – Essa aparição de Charles Lee apenas me deu mais ânimo para destruir Church, e quem mais se intrometer em meu caminho. Eu não vou descansá-los enquanto não vê-los mortos por minha lâmina.

–Assim disse o...

–“... Templário que habita em você”, eu sei disso. – completou meu pai. Mas minha mãe retrucou.

–Não. O Assassino que habita em você. – ela disse, deixando-o completamente abobado, dentro da carruagem que agora partia para Nova York. Ver seu olhar surpreso e sem reação foi impagável.

–Ista, quem era aquele homem? E por que ele me olhava daquele jeito? – perguntou Tessa, parecendo abalada.

–Alguém que não merece sua preocupação, minha filha. Agora, vamos entrar.


§§§§§§§§§§§§§



Costa das Colônias Britânicas. 11 de Janeiro de 1778.

A cidade de Nova York já tinha se tornado pequena, no horizonte. Aos poucos, o oceano quase infinito começava a cercar o Áquila, navio do qual Minowhaa era o Capitão, tendo o Mr. Falkner como quartel-mestre.

Haytham aceitou o desafio de Minowhaa com certo desgosto. Ambos se detestavam desde o momento em que se conheceram, por razões óbvias: amavam a mesma mulher. Muito embora Haytham tenha saído vencedor na disputa e que anos tenham se passado, o ex-Templário ainda tinha dúvidas se Minowhaa tinha se esquecido de Ziio. O homem pouco dizia sobre si mesmo, sempre muito focado em seus planos conspiradores de Assassino, mas algo lhe dizia que sua implicância ainda existia devido à existência dos mesmos sentimentos por ela. Aquela viagem certamente seria penosa e árdua, e Haytham duvidava de que ambos estariam vivos e ilesos quando Benjamin Church fosse encontrado.

–Espero que o mar não deixe seus delicados sentidos bagunçados. – disse o Assassino, agora vestido como Capitão, enquanto tomava o leme.

–Como acha que cheguei às Colônias? Por baixo da terra? – indagou Haytham, caindo na implicância.

–Tudo bem, Inglês. Apenas não vomite sobre meus pés, que eu o deixarei viver.

Haytham deu de ombros. O comportamento de Minowhaa era infantil – típico comportamento de um homem derrotado amorosamente -, sendo ressaltado por ele agora estar na vantagem de comandar o navio. Tinha, afinal, mais poder do que ele ali, e Haytham sabia que um gesto advindo dele causaria sua morte.

–Faz um tempo bom nesta época, sir. – disse Mr. Falkner. – Tempestades são mais remotas.

–Ótimo. – disse Minowhaa. – Lembra-se daquela tempestade que encaramos nas Bahamas, Falkner?

–E como lembro, senhor. Alivia-me saber que o mar estará mais calmo.

–Espero que vente bastante, também. Assim reduziremos a vantagem de Church.

–Sem dúvida. Precisamos de sorte, se desejamos alcançar aquela escuna.

–Ele tem três dias de vantagem contra nós. Há que se requerer sorte, mas também competência. – alfinetou Haytham. – Caso contrário, sorte não servirá para nada.

–Ótimo. – disse Minowhaa. – Em breve eu vou te mostrar, Templário, porque os de sua laia temem quando veem o Áquila no horizonte. À toda vela!

–Desenrolar velas-mestras, à toda vela! – pedia Mr. Flakner, sendo prontamente atendido, e em segundos o Áquila ganhou velocidade. Em pouco tempo, Nova York já não era possível ser vista a olho nu no horizonte.

Agora, estavam em alto-mar.




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Notas finais do capítulo

Algo me diz que essa viagem vai render!!!! Ahahahaha

E o que acharam da Amália? Se preparem porque há uma revelação daquelas a respeito do passado dela, vocês vão ver. Sem contar que o Connor ficou todo encantado. Sempre imaginei o Connor com mulheres fortes, não sei porquê. Talvez porque o lembre da mãe, que é a melhor referência feminina que ele tem.

PS: Alguém leu o arquivo no Rogue que diz que Connor teve um final tão trágico e triste que ele nem poderia se tornar personagem do Helix? Sem contar que a esposa dele teve uma morte horrível, algo assim. Pena que a Ubi não deu mais detalhes...

PS2: Eu sempre imagino o Connor como uma pessoa pouco estudada. Convenhamos que ele deve ter passado boa parte de seu tempo treinando, não estudando. Achilles provavelmente o ensinou alguma coisa, mas ainda assim eu imagino que ele não tivesse cabeça para absorver, tão focado na Guerra contra os Templários. Enfim, sou eu especulando.

Espero que tenham gostado, e não se esqueçam dos reviews! Até o próximo!

E é claro, no próximo cap, veremos que o Áquila é pequeno demais para Haytham e Minowhaa... Rsrs

Até lá!



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