É Evans, Potter! escrita por Anchorage


Capítulo 10
O clone


Notas iniciais do capítulo

Domingo é dia, pessoal!!!!!!!!!!!



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Lily

– Lily, vamos à biblioteca? – Alice perguntou de repente.

– Claro! – Eu sorri, animada com o convite.

Enquanto caminhava ao lado de Alice, pensei em todas as vezes que ela esteve ao meu lado - inclusive nos momentos difíceis - e agradeci por ter alguém como ela em minha vida.

– Eu preciso de um livro de poções para aquele trabalho do Slughorn. – Ela me olhou um pouco perdida entre as estantes da biblioteca.

–Tem um ótimo naquela parte da estante. – Eu apontei para o final da estante com o dedo.

– Vem comigo!

Quando chegamos ao fundo da biblioteca, ouvimos sussurros que vinham do outro lado da estante. Alice me segurou pelo braço e colocou o dedo indicador sobre os lábios.

– Severus, você não acha que é arriscado? O James não é idiota, uma hora ele vai descobrir que você tomou poção polissuco para se passar por ele!

– O quê? Fale baixo. Como ele descobriria isso?

– Ele sabe que tem algo errado e está fazendo de tudo para descobrir. Além do mais, você o deixou inconsciente no Três Vassouras, o que ficou suspeito.

– Claro que não. Ele pode não ser idiota, mas não tem como saber que fui eu que tomei a poção, muito menos que fui eu que te beijei. Ele não tem como provar isso. A Lily não vai acreditar nele, eu tenho certeza. – Arregalei meus olhos e caminhei até Snape.

– Engraçado você dizer isso, Snape! – Eu disse de braços cruzados. – Se fosse você, eu não teria tanta certeza.

– Lily?! – Ele me olhou surpreso. – O que você está fazendo aqui?

– Não posso acreditar que você jogou tão baixo, Sev. Eu ainda acreditava que meu melhor amigo estava aí, mas acho que me enganei. – Saí da biblioteca apressada, precisava encontrar James.

– Espera, Lily. Me deixe explicar! – Snape correu até mim.

– O que você tem que explicar? Você não mediu esforços para me magoar, Snape.

– Não é isso! Ele não te merece! – Ele gritou com os olhos esbugalhados.

– Ah. – Eu ri com desprezo. – E desde quando você se importa com o que uma sangue-ruim que nem eu merece? – Dei-lhe as costas e corri pelos corredores de Hogwarts. Era difícil romper com a imagem de Severo como meu melhor amigo, um menino doce, gentil, simpático e, acima de tudo, companheiro. Apoiei minhas costas em uma pilastra e respirei fundo. Eu sentia falta de nossa amizade, mas ele havia ultrapassado todos os limites dessa vez e eu não o perdoaria.

Continuei caminhando por Hogwarts, tentando encontrar James, até que uma ideia me ocorreu. Corri até o campo de Quadribol e o avistei, bem lá no alto. Subi até o topo das arquibancadas e lancei centelhas vermelhas no ar. Ele parou abruptamente e mergulhou em minha direção.

– Lily! – Ele sorriu e bagunçou os cabelos.

– Estou atrapalhando?

– Você nunca atrapalha. – Ele pulou para a arquibancada.

– Me desculpa por não ter acreditado em você. – Eu o puxei pela gola da camisa e colei nossos lábios.

– Você descobriu, então? O plano dos dois?

– Sim! Espera aí, você já sabia de tudo? – Eu perguntei confusa.

– Já...Eu só estava tentando arrumar um jeito de te contar.

– Por que você não me contou?

– Você não acreditaria em mim, acreditaria? – Fiquei em silêncio.

– Acho que não.

– Foi o que pensei...

– Me desculpa por não ter acreditado em você, James. – Ele assentiu e beijou o topo de minha cabeça.

– O que importa é que agora você acredita. – Ele segurou meu rosto e me beijou.

Nos beijamos e aos poucos a urgência em nosso beijo cresceu. Eu puxava James cada vez mais pra perto de mim, toda a minha atenção estava concentrada em explorar ao máximo a sensação prazerosa que ele me proporcionava.

James

Os dias foram passando e em menos de um mês seria o Natal. Era uma das épocas que eu mais gostava no ano; Hogwarts já começava a se adaptar ao clima natalino. Estávamos no salão comunal da Grifinória, onde vários alunos decoravam o ambiente com enfeites. A manhã estava fria e Lily (que espirrava de minuto em minuto) estava terminando seu trabalho de runas antigas. Remus, Peter, Sirius e eu estávamos jogando um jogo trouxa com o baralho.

– Nós devíamos passar o natal juntos! – Alice falou de repente.

– Na casa de James sempre tem uma grande ceia. – Peter deu de ombros e eu sorri.

– Venci novamente! – Ergui os braços e Sirius bufou. – E vocês estão todos convidados para passar o Natal com a minha família.

– É uma ótima ideia! Esse ano eu vou passar o feriado na casa de Frank, mas nós podemos ir para a ceia.

– Por mim, tudo bem. Acho que seria muito legal se passássemos juntos o Natal. – Emm apertou a mão de Remus e ele sorriu.

– Quando é o jogo contra a Corvinal? – Lily me perguntou.

– Depois de amanhã. E, falando em Quadribol, nós temos treino em quinze minutos, galera.

– Nossa, eu tinha me esquecido completamente! – Marlene parou de escrever em seu pergaminho e subiu correndo para os dormitórios.

– Acho que vou passar na cozinha! – Peter se levantou.

– Posso ir com você? – Emmeline fechou o livro e se levantou.

– Claro.

– Bom, acho que vou assistir o treino de vocês. – Lily disse enquanto recolhia seus livros e pergaminhos da mesa.

– Você ainda não respondeu se vai passar o Natal comigo, Evans. – Eu a peguei no colo e sussurrei.

– Vou falar com meus pais, mas eu adoraria! – Ela respondeu enquanto afrouxava minha gravata, eu beijei seu nariz e corri para pegar minha vassoura.

Treinamos por algumas horas e Lily assistiu tudo da arquibancada. Quando terminamos, corri para os vestiários, tomei um rápido banho e vesti novamente meu uniforme de Hogwarts. Os meninos logo voltaram para o castelo, mas eu tomei a direção oposta e me dirigi às arquibancadas, onde Lily estava me esperando.

– Então? O que achou do treino? – Ela perguntou se encolhendo em seu casaco. Sentei-me ao lado dela e a puxei para perto, coloquei meus braços ao seu redor e apoiei meu queixo no topo de sua cabeça.

– O time está muito bom.

– Ouvi dizer que eles tem um capitão excelente.

xx

– Muito bem, pessoal! Não perdemos nenhum jogo até agora e podemos vencer esse! Se vencermos, estaremos na liderança. Então, vamos focar e dar nosso melhor, porque nós somos os melhores.

“Os dois times entram em campo, os capitães apertam suas mãos, Madame Pio apita E O JOGO COMEÇA!” Dylan McLean, um aluno da Lufa-lufa, estava narrando o jogo.

“A posse da goles está com a Grifinória, Ludwig passa rapidamente para Mcgomery que acerta em cheio uma das balizas! 10 pontos para a Grifinória! Corvinal recupera a goles e avança com o artilheiro Houston, mas Anastasia Forglia toma a goles! Grifinória avança, Forglia procura algum parceiro, não encontra ninguém, Mcgomery foge de um balaço muito bem rebatido por Mckinnon, que por sinal está mais linda do que nunca hoje! Enfim, Ludwig tenta chegar para organizar uma jogada com Forglia. Forglia tenta marcar um ponto, mas o goleiro Trevis, da Corvinal, defende.

Novamente a goles está com a Corvinal, Forglia toma a goles novamente, passa para Ludwig por cima dos jogadores da Corvinal, Ludwig manda para Mcgomery, que toca para Forglia e ela marca mais 10 pontos para a Grifinória! A torcida vermelho e dourada vai a loucura com o placar de 20X0 para a Grifinória. Houston pega a goles e toca para Bones, que passa para Stuart. Stuart avança, mas Crawford, goleiro da Grifinória, defende a baliza central! Goles com Ludwig, Ludwig passa para Forglia, volta para Crawford que lança a goles bem à frente para Mcgomery, que marca mais 10 pontos! A Corvinal tenta buscar espaço para jogar, mas não consegue. A Grifinória está massacrando o time adversário! Lembrando que se a Grifinória vencer, ela toma a liderança da Copa de Quadribol, mas se a Corvinal ganhar a Sonserina continua na liderança.

Black manda um balaço com uma força fenomenal para Houston e ele cai da vassoura. Muito bem, agora a Corvinal tem um artilheiro a menos. Stuart tem a goles, lança para Bones, que marca os primeiros 10 pontos da Corvinal. O placar está 30X10 no jogo da Grifinória contra a Corvinal. Este jogo é decisivo para saber quem ficará com a liderança.

Mcgomery com a posse da goles, passa para Forglia, que carrega a goles embaixo do braço, mas um balaço certeiro de Gordon faz com que a goles caia do braço de Forglia e Stuart a recupera, toca para Bones, que tenta marcar pontos. Mais uma incrível defesa de Crawford. Ludwig com a posse da goles, toca para Forglia, que avança para as balizas, Mcgomery pede a goles, mas Forglia continua, avança, avança, avança e MARCA MAIS 10 PONTOS PARA A GRIFINÓRIA. Com esse placar Grifinória na liderança, a não ser que o apanhador Rickett da Corvinal seja mais rápido que Potter, da Grifinória. E onde será que está o pomo de ouro?

Mckinnon faz um jogo rápido com Black e eles deixam os artilheiros da Corvinal aturdidos, e nesse meio tempo, Mcgomery marca mais 10 pontos. Posse da goles com a Corvinal, Bones tenta marcar, mas Ludwig recupera a goles, passa para Mcgomery que manda para Forglia que toca para Ludwig e mais 10 pontos! 60X10, é isso mesmo? Seria uma boa hora para Rickett avistar o pomo, mas esperem, eu vejo Potter se movimentando mais rápido do que nunca, será? Será que ele avistou o pomo de ouro? Rickett está em seu encalço e pelo jeito, o pomo de ouro foi encontrado! Mais 10 pontos para Grinifória! A artilheira Grifinória, Anastasia Forglia está jogando mais do que bem hoje. Potter e Rickett continuam na disputa e Bones consegue fazer 10 pontos. Ludwig parece estressado e marca mais 10 pontos. 80X20, Grifinória vencendo! O pomo continua sem ser capturado! O jogo continua e as torcidas vão à loucura.

Mais um jogo brilhante entre Black e Mckinnon e Stuart perde a posse da goles, que sincronia desses dois batedores da Grifinória, que sincronia! Sem perder tempo, Mcgomery faz 90 à 20. Bones pega a goles e tenta marcas pontos, mas Crawford defende. Forglia com a goles, lança para a baliza esquerda, mas Trevis faz uma grande defesa. O batedor da Corvinal, Hontey, persegue Mcgomery, mas com uma grande entrada de Black, o balaço vai em direção ao goleiro da Corvinal, Trevis, que desvia e dá a oportunidade para Ludwig marcar mais 10 pontos. 100X20.

Grifinória na liderança. Parece que Potter perdeu o pomo de vista e Rickett voa velozmente a procura do pomo. Forglia passa para Ludwig, que passa para Mcgomery, que marca mais 10 pontos e a Corvinal leva uma surra da Grifinória. Bones com a goles, mas Mcgomery já a toma, passa para Ludwig, que manda para Forglia que marca mais 10 pontos. 120X20.

É, se a Grinifória fizer mais 60 pontos, nem se a Corvinal pegar o pomo eles conseguem a vitória. Bones, Stuart, Bones, Crawford defende! Crawford manda a bola para Ludwig, Mcgomery, Forglia, Mcgomery, mais 10 pontos! Bones pega a goles e voa com tudo, acerta a baliza direita, 10 pontos para a Corvinal 130X30. Potter está se movimentando novamente, parece que ele visualizou o pomo, mas dessa vez Rickett não consegue alcançá-lo. Potter dá um mergulho incrível e captura o pomo de ouro! MAIS 150 PONTOS PARA A GRIFINÓRIA! E A GRIFINÓRIA VENCE O JOGO DE 280x30 E É OFICIALMENTE A LÍDER DA COPA DE QUADRIBOL DE HOGWARTS.

Madame Pio apita indicando o fim do jogo e declarando a vitória da Grifinória. Os jogadores da Corvinal saem diretamente para os vetiários enquanto os jogadores da Grifinória comemoram em campo. Que jogo foi esse? Um verdadeiro massacre! Grifinória na liderança. Até o próximo jogo, pessoal!”

– GANHAMOS!!!!!! – O time gritava junto com a torcida, era uma imagem linda de se ver. Ludwig e Black me levantaram sobre os ombros e logo eu estava sendo aplaudido por todos.

– GRIFINÓRIA GANHOU! GRIFINÓRIA GANHOU! – Mckinnon e Forglia faziam uma dancinha de comemoração.

– Você foi incrível hoje! – Ludwig segurou o rosto de Forglia.

– Obrigada. – Ela disse envergonhada e Ludwig a beijou.

– Eu acho que eu poderia te dar um beijo, Marls. – Almofadinhas se aproximou dela.

– Ah, por favor, Black, não estrague o meu momento de comemoração! – Ela colocou as mãos sobre os ombros de Sirius, ele a puxou pela cintura e lhe deu um beijo com direito a aplausos e assobios.

Quando entramos no salão da Grifinória, todos estavam animados, a música estava alta e tinham várias bandeiras com as cores da Grifinória espalhadas pelo salão comunal. Assim que o time entrou, todos aplaudiram e eu subi em uma pequena mesa, limpei a garganta e esperei todos ficarem em silêncio.

– Eu gostaria de agradecer ao nosso espetacular time de Quadribol, que jogou brilhantemente hoje! – Palmas e assovios preencheram o salão e eu agradeci com um aceno.

Lily estava em pé perto da lareira, um pouco afastada da multidão, ela tinha um sorriso singelo e seus olhos brilhavam. Aproximei-me dela e a puxei para um beijo, ela circundou as pernas em volta de minha cintura e me deu diversos beijos no rosto.

– Parabéns, James! Vocês foram ótimos! – Ela gritou contente e beijou meu nariz.

– Eu sou ou não sou o melhor apanhador de Hogwarts? – Ela socou meu ombro e sorriu boba. Alguns amigos me arrastaram para o meio do salão comunal.

– Parabéns, cara! – Peter - que estava com a metade esquerda do rosto pintado de vermelho, e a metade direita, de amarelo - me deu tapinhas nas costas.

Sentia várias batidinhas nas costas me parabenizando e recebia muitos apertos de mão. Quando dei por mim, já estava com um copo na mão. Avistei uma cabeça ruiva e tentei caminhar até Lily, mas com a euforia dos grifinórios, estava um pouco difícil atravessar o cômodo.

– Será que o capitão tem um tempo pra mim? – Ela perguntou risonha, enquanto bebericou o conteúdo do copo.

– Ele tem uma agenda muito lotada, muitas fãs...Tenho certeza que você pode entender essa situação. – Ela revirou os olhos e eu a puxei para perto de mim. – Acho que mereço um beijo de parabéns.

Depois de horas comemorando, a sala finalmente foi ficando silenciosa.

– O dia de hoje foi...Esplêndido! – Almofadinhas disse um pouco alterado devido as doses de whisky de fogo que já havia tomado.

– Fale por você. – Marlene retrucou.

– Vou levar Alice para o quarto, pessoal! Boa noite. – Frank pegou uma Alice adormecida no colo e a subiu as escadas.

– Alguém vai acordar o Rabicho? – Remus, que estava visivelmente cansado, coçou o queixo.

– Acho melhor não acordá-lo. – Emm disse em meio a um bocejo. Lily se levantou e conjurou uma manta, cobriu Rabicho e fez um pouquinho de cafuné.

– Eu acho que já vou, meninos. Estou bem cansada! – Marlene se espreguiçou.

– Essa é a minha deixa. – Sirius piscou para mim e acompanhou Marlene. Remus fez menção em falar algo, mas foi repreendido por Emmeline e Lily.

– Shh!

– Boa noite, Marlene.

– Boa noite, Sirius.

Emm e Lily trocaram olhares significativos e deram risinhos. Um tempo depois, Lily estava adormecida e eu a levei para seu quarto. Coloquei-a na cama e ela se remexeu desconfortável, abriu os olhos lentamente e me observou.

– Por que você não fica um pouco aqui?

Lily

– É claro que eles sabem os riscos disso...Por Merlin, os dois são monitores-chefes. – Marlene retrucou impaciente.

– Imagina se McGonagall resolve nos fazer uma visita? Estaríamos perdidas. – Emm falou preocupada. Assim que abri os olhos, me deparei com minhas duas amigas com os olhos arregalados sobre minha cama.

– Obrigada por manterem a voz tão baixa! Eu nem consegui ouvir. – Revirei os olhos e Emm sorriu boba. James abriu os olhos lentamente e eu estava prester a lhe desejar um bom dia, mas Alice (com seu bom humor matinal) foi mais rápida.

– Bom dia, pombinhos! Vamos, vamos, vamos. Nós temos horário. E James, você tem que sair daqui discretamente. Ainda está cedo, devem ter poucas pessoas acordadas, é melhor você ir.

James me beijou na testa e levantou da cama, se despediu das meninas com um aceno e saiu do quarto. Assim que a porta se fechou, as três se viraram para mim com olhares cheios de expectativa e curiosidade. Revirei os olhos e caminhei até o banheiro.

Liguei o chuveiro e me sentei no chão, deixei a água quente bater em minhas costas. A semana havia sido tão agitada, eu precisava de um tempo para descansar. E pensando em tudo o que havia acontecido, percebi que parecia que eu e James já estávamos juntos há muito mais tempo.

– Como vocês conseguiram fazer com que a Natalie falasse? – Eu perguntei enquanto íamos para o Salão Principal.

– Emmeline sabe ser uma menina má, você sabe... – Marlene provocou enquanto brincava com uma mecha de do cabelo de Emm.

– Eu conheço a Natalie há algum tempo, nossas famílias são amigas. Então, eu ameacei contar para todos os jornais do mundo bruxo um segredinho dela e ela me explicou tudo no mesmo minuto. – Emm piscou e eu sorri.

–Você sabe como ela pode ser influente quando ela quer. – Alice apontou para Emmeline, que piscou os cílios continuamente.

– E que segredo é esse? – Eu perguntei curiosa.

– Ah, isso ela não conta! – Alice fez um bico e Emm negou com a cabeça.

– Eu realmente não posso contar, meninas.

– Frank! – Alice se agarrou no pescoço do namorado e ele a beijou na testa.

– Bom dia, meninos! – Eu disse dando um beijo na bochecha de James.

– Bom dia, ruivinha. – Remus respondeu por cima do jornal, Sirius apertou minha mão e Peter me desejou um “bom dia” em meio a várias garfadas de bacon.

– Então, o que temos pra hoje? – Marlene perguntou deixando o Profeta Diário de lado. – Preciso me distrair, eu não aguento mais essa situação de desaparecimentos e mortes. Esse maluco está indo longe demais.

– Não fale coisas que você não entende,Mckinnon. – Mulciber, um setimanista da Sonserina, se aproximou do nosso grupo.

– O que vocês querem? – Sirius perguntou com nojo. Eu senti o sangue sumir de mim, eu entrei em choque.

– Temos um assunto com a sua amiguinha aqui. – Avery apontou para mim e senti meu coração parar. Todos ficaram em silêncio e eu engoli em seco. Levantei-me de prontidão e caminhei para fora do Salão Principal, sabendo que estava sendo seguida.

– O que vocês querem? – Eu perguntei cruzando meus braços com força, como se estivesse me protegendo.

– Já conversamos, Evans. Seu tempo está acabando. – Mulciber, que estava encostado na parede, falou sem nem me encarar.

– Vocês já sabem a resposta. Quantas vezes precisarei dizer?

–Ah, Evans, se eu fosse você, mudaria minha opinião...Você não sabe do que ele é capaz para conseguir o que quer. – Avery disse sombrio. Um silêncio desagradável se seguiu e eu senti minhas pernas perderem força.

– Acho que terminamos, não?

– Não se esqueça de uma coisa, Evans, eu te avisei. – Avery disse ainda mais sombrio. Ele era extremamente assustador, era alto, magricela, tinha um olhar duro e uma boca retorcida que me dava calafrios. Os dois caminharam pelo corredor e eu sentei nas escadas, ofegante.

– Lily! – James correu em minha direção. – O que houve? Você está bem? Eles fizeram alguma coisa com você?

Eu ainda estava em choque, estava suando frio e minhas mãos tremiam. Eu queria poder sumir por alguns segundos, ficar sozinha, sem ter que lidar com nenhum problema. Desejei que Voldemort nunca tivesse existido, que a Guerra não estivesse acontecendo e que eu pudesse planejar um futuro sem medo do que poderia acontecer.

Mas essa não era a minha realidade e eu precisava lidar com ela, por pior que fosse. Nesse momento, uma luz se acendeu em minha cabeça e eu finalmente entendi o que eu tinha que fazer.

– Eu...Eu estou bem. É só que...bom, eles vieram conversar. Hm, sobre as...sobre as rondas, porque hm, Snape não sabia quando era a próxima e ele não poderia faltar, não é mesmo? – Eu desviei o olhar, tentando conter minhas lágrimas.

– Você é uma péssima mentirosa, Lily. – Ele me pegou no colo e eu passei meus braços por seu pescoço. Solucei contra seu peito e aos poucos me acalmei.

Ele me levou até seu dormitório e me colocou em sua cama e se sentou ao meu lado. Apoiei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos.

– Você precisa conversar comigo, lírio. Só assim eu posso te ajudar.

– É complicado, James. – Eu passeava meu dedo por seus lábios e respirava tranquilamente. – Eu não quero falar disso agora. Tudo bem? – Ele suspirou derrotado.

– Você é extremamente importante pra mim, Lily. – Ele sussurrou, enquanto afagava meu cabelo.

Sentei-me em seu colo e posicionei uma perna de cada lado de seu tronco. Encarei intensamente os olhos dele e o puxei para um beijo. Entrelacei uma de minhas mãos em seu cabelo e inclinei-me ainda mais sobre ele, minha mão livre passeava lentamente por seu peito definido. Ele passou as mãos por toda a extensão de minha perna, traçou o caminho pela minha bunda e me segurou com firmeza na cintura. Continuou o caminho passando um dedo por todos os botões de minha camisa, retirou minha gravata e desabotoou os primeiros botões. Segurei seu queixo e o repreendi com o olhar, ele riu e me apertou contra seu corpo. Ele beijou minha orelha, meu pescoço e um último beijo em minha clavícula. Me puxou para mais um beijo e eu me deixei levar pelo encanto dele. Eu sorri contra seus lábios e ele beijou o topo de minha cabeça. Ouvimos a porta do quarto ranger e nos separamos. Era Alice. Sorri envergonhada e enterrei meu rosto em seu pescoço. Ele continuou a afagar meu cabelo e eu sorri contra a pele quente dele, poderia ficar daquele jeito para sempre.

– Lily, err...Podemos conversar? – Alice me olhou intensamente e eu entendi sobre o que conversaríamos.

– Não podemos falar disso mais tarde? Eu estou com um pouco de dor de cabeça agora. – James beijou o topo de minha cabeça e eu o observei.

– Lils, seria melhor agora. – Marlene, que parecia aflita, havia acabado de entrar no dormitório dos meninos. Depositei um leve beijo na bochecha de James e me juntei a elas.

– O que aconteceu, porque vocês duas saíram correndo? Lily o que eles queriam com você? – Emmeline nos encontrou no corredor e parecia completamente perdida.

– Snape pediu para Mulciber conferir o horário da ronda. – Eu sorri amarelo. Marlene e Alice trocaram olhares preocupados e Emm fechou a cara.

–Ah, claro. – Ela disse emburrada. – Quando vocês decidirem parar de mentir, me avisem! – Ela desceu as escadas correndo e saiu do salão comunal.

– Temos aula de Defesa Contra as Artes das Trevas agora. – Marlene disse olhando o relógio. – E temos que chegar em cinco minutos.

– Nossa conversa fica para depois, mas não pense que você vai escapar! – Alice soou autoritária e eu balancei minha cabeça em concordância.

A aula de DCAT com a Corvinal passou extremamente rápido. Mais tarde tivemos aula de Trato de Criaturas Mágicas, seguida por aula de Feitiços, junto com a Sonserina, de Astronomia, depois eu tive aula de Runas Antigas, aula dupla de Poções e por fim Herbologia.

– Estou exausta! – Marlene disse se jogando na cama enquanto afrouxava sua gravata.

– Nem me fale, preciso dormir! – Emm disse sentada no chão. Alice estava sentada em sua cama pensativa, ela parecia triste.

– Alice, aconteceu alguma coisa? – Eu me sentei em sua cama.

– O que eles queriam,Lils? – Ela me perguntou desolada.

– Ah...Eles falaram que o meu tempo está acabando. – Eu desviei o olhar, ela segurou minhas mãos e olhou para Emm.

– Você-Sabe-Quem quer que eu me junte a ele. – Eu sussurrei.

– O quê? Lily, como assim?

– Aconteceu nas férias... No dia do ataque. Aqueles comensais apareceram em Godric’s Hollow procurando por Lily. – Marlene explicou.

– Sim. E desde então os sonserinos ficam me cobrando uma resposta. – Eu desviei o olhar, mas pude sentir que as três me observavam preocupadas. No fundo, eu acreditava que Marlene entenderia minhas dúvidas; se Você-Sabe-Quem quissesse recrutá-la, ela também teria dúvidas.

– E qual é a resposta, Lils? – Emm perguntou receosa.

– Bom, não, eu acho...Mas é que, por outro lado, eu poderia tentar conseguir algumas informações, sei lá, seria uma forma de ajudar. – Eu disse pensativa. As três continuaram caladas, elas apenas me observavam com semblantes sombrios e preocupados. – A resposta é não! – Eu me joguei em minha cama, sentindo minha cabeça latejar. – Vocês não podem falar sobre isso com ninguém, especialmente com James. Certo?

– Certo. – As três responderam.

– É uma promessa? – Elas balançaram a cabeça positivamente e todas nós fomos dormir.

xx


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Notas finais do capítulo

Queria dizer que fico muito feliz ao ver o número de acessos subindo! Deixem, sempre que puderem, um comentário, porque eles funcionam como combustível pra mim.
Até o próximo capítulo!!!
Bjs,
Mi.