A Guerra dos Dez escrita por Sabs Zullush


Capítulo 5
Batalhas Mal Acabadas


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.



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Quando Sabrina avistou o raio vermelho vindo em sua direção já era tarde demais, ela teve apenas tempo de desviar e ainda assim o tiro a pegara de raspão. Gritou ensurdecedoramente, alertando os outros apesar da dor. Pousou desajeitadamente com o braço latejando em carne viva. O grupo sem poderes logo tomara a linha de frente combatendo os mogadorianos com a mesma força, enquanto aqueles que tinham poderes de batalha faziam o seu melhor. Mesmo com apenas um braço bom, Sabrina pegou uma das armas e alçou voo, exterminando os mogadorianos que se encontravam na retaguarda, por cima. Martinato lançou um par de alienígenas ao alto com sua telecinésia, quase acertando Sabrina que com dificuldade desviou dos corpos os quais bateram na lateral do prédio viraram cinzas. Conforme o pequeno exercito se aproximava, mais poeira era vista. Apesar dos jovens estarem em desvantagem era fácil dizimar a patrulha uma vez que eles pareciam autômatos que apenas atiravam em tudo o que se mexia. Um grito ecoou ao crepúsculo, e as pessoas ao redor da vítima distraíram-se olhando para ver o que havia acontecido. Era difícil distinguir os rostos em meio ao caos e com as sombras provocadas pelo brilho das armas e pelo sol se pondo, Sabrina então diminuiu a altidude, apenas para ver um mogadoriano ser morto a coronhadas por André, enquanto Isadora segurava-se em Mama como se sua vida dependesse daquilo, e realmente dependia, o peito da menina magra e de cabelos castanhos sangrava.

*

Daniela e Tomi empurraram uma caçamba para ajudar na proteção, eram cinco alienígenas contra três sem poderes e uma lanterna ambulante. A caçamba os protegera da morte certa, mas não impediria o grupo de avançar e acabar com eles. Luke tomou uma iniciativa, não antes de arrumar sua franja. Levantou-se apesar do apelo de Mapa para que o menino desistisse. Com uma mão segurava a bandeja e com a outra acendera o brilho misterioso em seu teor máximo, apontando para os aliens. Com o brilho em seus olhos, eles começaram a disparar para todos os lados e Luke tentou redirecionar um desses lasers com o utensílio que carregava, até que conseguiu enfim acertar um dos homens que se dissolveu em cinzas.

—Luke, você é um gênio – Disse Mapa orgulhosa de seu melhor amigo.

Luke continuou com a estratégia até que todos os mogadorianos fossem mortos. Saíram de trás da caçamba e espiaram pela beirada do prédio, garantindo que não havia mais nenhum alienígena. O caminho estava livre.

*

Era possível ver um vislumbre de Malu abrindo caminho para chegar até Isadora. Sabrina gritou

—Façam uma roda e curem-na, eu e André cuidaremos dos mogs que se aproximarem. – Porém, Sabrina estava com receio de quando Malu a alcançasse não haveria mais nada para ser curado.

Ela tentava fazer disparos precisos, sem gastar munição, mas era difícil mirar quando se tinha apenas uma mão livre. Porém pouco a pouco, e com a ajuda de André e aqueles que tinham poderes, logo a batalha já havia sido ganha. E todos voltaram a sua atenção para os feridos. No centro da roda, Malu agarrava o corpo de Isadora, não era possível saber se a mesma estava viva ou não. A garota falava baixinho, enquanto as lágrimas escorriam pelos seus olhos.

—Vai dar tudo certo, eu to te curando, Isa. Eu to te curando.

Passara-se um minuto e nada.

—Isa, por favor, não me deixa. – Malu a embalava num ritimo leve, e agarrava com força a roupa da menina já sem vida em seus braços. Thalles aproximou-se e ajoelhou do lado das duas colocando uma mão caridosa no ombro de Malu.

—Não há mais nada que você possa fazer, Malu. – A voz do garoto estava embargada, era uma de suas melhores amigas ali, e ela se fora. – Nós não podemos ficar aqui. Vamos.

—Não! – Ela gritou, mas logo voltou ao seu tom de voz habitual. – Eu posso curar ela, sei que posso.

—Malu Mões. – Chamou Julia. – Nós precisamos ir. – Ela estava se mantendo forte mas seus olhos estavam marejados. Ela sofria, mas sabia que eles não podiam ficar ali e logo Malu viu que se continuasse ali, acabaria fazendo com que todos morressem. Yokota beijou a testa de Malu e pegou o corpo de Isadora nos braços, mas a menina começou a curar os feridos, inclusve Sabrina que se segurava para não gritar, por todo o caminho tentando não desmoronar.

Sabrina não sabia lidar com baixas, era tudo intenso demais, verdadeiro demais. Queria a crueldade de alguns personagens em livros e filmes e não sofrer com perdas, como todos estavam sofrendo com aquela. Mas aquele era o mundo real, e apesar de tudo eles precisavam continuar e sobreviver.

Martinato guiou a todos e o resto do caminho foi feito sem problemas. Entraram na terceira fábrica metalúrgica que viram, não podia ser muito exposta. Era uma área grande, com diversos galpões espalhados. Ficaram na recepção e escritório, onde havia banheiros e uma cozinha, além dos sofás e o chão de carpete.

Levaram o corpo de Isadora para um tipo de jardim, perto do estacionamento dos funcionários e lá Yokota e Thalles fizeram um cova com ferramentas que encontraram em um dos galpões, para enterra-la.

—Ela merecia algo melhor que isso. – Disse Mama, mas se conformando pois não havia outra forma.

Após o funeral improvisado, todos entraram novamente no prédio principal, menos Malu, que ficou do lado da cova de Isadora noite inteira.

—Que tal nos separarmos e explorarmos a fábrica? - Sugeriu Lyu já se levantando e formando os grupos.

Sabrina foi colocada em grupo para pegar suprimentos no grande refeitório, juntamente com Lorenna, Caio e Vinny, pois na cozinha do escritório não havia muito. Enquanto Mama e Chiara ficavam encarregados de tentar contatar os outros e informa-los sobre nossa localização. O resto dividiu-se e foram procurar algo para fazer como arma.

Chegando no grande refeitório viram comida deixadas em pratos e tudo bagunçado, as pessoas saíram dali correndo, desesperadas. Tanta comida desperdiçada... Logo que entraram na dispensa, porém, viram muita comida. Aquilo duraria por meses e eles não podiam ter ficado mais felizes.

*

Após uma hora caminhando o celular de Tomi tocou, desta vez estava no silencioso e sua caminhada não foi interrompida por um bando de alienigenas sedentos por sangue. Todos olharam pra ele apreensivos.

—Alo?! – Ele respondeu à chamada.

—Tomi! – Mama disse aliviada do outro lado da linha. – Graças a Deus. Você está bem? Onde você está?

—Estou a caminho do parque, e estou bem, e vocês ai? - Após alguns segundos de silencio, Tomi já sabia o que esperar.

—Nós perdemos a Isa... – Parecia que a menina tentava engolir o choro. – Nós estamos em uma fábrica na área industrial de São Paulo.

A menina passou o endereço e assim eles seguiram por mais uma hora de caminhada. Não havia absolutamente ninguém nas ruas, mas se olhasse atentamente para os prédios poderia ver as pessoas espiando com medo do fim do mundo.

Logo chegaram à rua das fábricas, prestando atenção em tudo e mantendo os ouvindo atentos a qualquer coisa. Inclusive o barulho de pneus ao longe.

—Vocês estão ouvindo isso? – Todos pararam de andar e ficaram em silencio.

—Não. – Disseram em um coro.

—São pneus, mas não sei dizer se estão se aproximando ou não.

—Deve ser coisa da sua cabeça, Tomi. Vamos andando.

Mas Tomi não achava que era coisa de sua cabeça. Chegaram na fábrica e abriram o portão com certa dificuldade, trancando-o logo em seguida, quem chegasse depois que tocasse a capainha. Andaram até o único prédio iluminado, onde todos se mantinham confortáveis ao seu próprio jeito.

Quando eles abriram a porta, um alvoroço foi feito, por eles estarem bem e ali. Em meio aos abraços, Mama correu para os braços de Tomi, quase derrubando-o no chão, e a loira beijou o menino intensamente.


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