Still Into You escrita por dobrevastar
Notas iniciais do capítulo
Oiee dnv amoreees!! Como vocês devem ter reparado, estou postando nas segundas, quartas e sextas apenas, que são meus dias vagos durante a tarde, e eu vou sempre tentar postar nesses dias. Boa leitura, aproveitem :*
Viro-me na cama, que parece tão desconfortável, procurando meu despertador que juro ter ouvido tocar e bato em algo, ainda estou com os olhos fechados por preguiça de abri-los então tento descobrir o que é pelo tato. Cabelo cheio de nós, orelha, uma cabeça. Abro os olhos e dou um berro.
Haymitch pula da cama e quase que levo uma segunda facada em menos de 24 horas.
– Por Deus, Effie! Podia ter te matado!- diz Haymitch praguejando entre uma palavra e outra.
– Eu duvido muito!- digo.
Peeta e Katniss entram no quarto.
– O que está acontecendo aqui?- pergunta Peeta.
– Nada, não aconteceu nada – digo, então olho para Haymitch – Não é?
Ele dá de ombros e vomita em minha camisola, caindo desmaiado no chão logo em seguida.
– Argh! De novo!- digo indo apressadamente para meu quarto – Vocês dois, dêem um jeito no mentor de vocês.
Jogo o robe em qualquer canto certa de que um dos Avoxes se encarregará de jogá-lo no lixo.
Tomo um banho enquanto os acontecimentos da noite passada dominam meus pensamentos, e estou tentando lembrar se em algum momento eu percebi que Haymitch estava deitado na cama comigo. Havia dormido tão bem, com a sensação de estar sendo abraçada e segura, será que era possível Haymitch Albernathy...? Não, eu duvido muito disso. Devo ter sonhado, apenas isso. Visto-me decentemente, dirigindo-me a outro compartimento para o desjejum. O que me surpreende é ver Haymitch ali, passando geléia num pão. Pensei que ele estaria desmaiado agora, mas a cara de ressaca dele é de poucos amigos.
– Bom dia – digo, sentando-me ao lado de Katniss, a minha frente está Peeta e, do outro lado, Haymitch, carrancudo.
– Quer dizer que vocês... – começou Peeta, apontando de mim para Haymicth.
– NÃO! Peeta, que indiscrição! Onde estão seus modos, afinal?- pergunto, abismada – É claro que não aconteceu nada. Nada. Eu jamais ficaria... jamais... com um bêbado que vomita nos meus vestidos. E na minha camisola.
– Vocês acham mesmo que eu dormiria com essa...essa...boneca fútil da Capital? Por favor!- diz Haymitch.
– Ei!- isso é uma ofensa?
– E o que a Effie fazia no seu quarto?- perguntou Peeta.
– Eu, hã...- olhei para Haymitch, tenho certeza que ele não gostaria se eu dissesse que ele, Haymitch Albernathy, não gosta/tem medo de dormir no escuro.
Posso ver que no olhar de Haymitch ele falando “não diga que eu lhe pedi para ficar, não faça isso, Effie Trinket”, e ele nega levemente com a cabeça.
– Ela foi pegar minha bebida – diz Haymitch.
– Isso mesmo – confirmo – Peeta, você deixou passar uma ou duas garrafas de bebida.
– E isso foi o suficiente para ele ficar bêbado?- pergunta Katniss.
– Foram mais que uma ou duas – admite Haymitch, depois dá uma piscadela – Eu tenho meus métodos.
– Bom, creio que esse assunto já pode se dar por encerrado – digo – Essas acusações sem nexo atrapalharam totalmente minha digestão.
– Pois bem, eu vou dormir – diz Haymitch se levantando – Não me acordem até a hora do jantar.
– Descanse, amanhã, assim que chegarmos a Capital teremos um grande, grande, grande dia!
– Não era para chegarmos hoje ao entardecer?- pergunta Katniss.
– Parece que houve alguns atrasos e, de qualquer maneira, a entrada dos vitoriosos será apenas amanhã.
– Mas isso não vai mexer com sua agenda, Effie?- pergunta Peeta.
Paro e olho para ele.
– Na verdade, não. Preparei cronogramas para as duas ocasiões, a diferença é apenas tempo a mais, tempo a menos com a equipe de preparação para...ajeitar vocês, depois treino, treino e mais treino, entrevistas e vocês estarão de novo na...- não consigo terminar de falar porque começo a chorar, peço licença e vou para meu quarto.
Depois de revisar pelo menos quinze vezes as duas agendas para garantir que todos chegariam na hora aos destinos, decido desobedecer as “ordens” do Sr. Albernathy e fui ao seu quarto.
– Haymitch – falei baixinho, para que Katniss e Peeta não ouvissem – Abre a porta. Haymitch.
– Já é hora do jantar?- ele pergunta ao abrir a porta.
– Não, mas...
– Então se manda – diz ele fechando a porta na minha cara.
– Ora, mas o que? Haymitch, onde estão seus modos? Sua mãe não lhe deu edu... – paro de falar quando ele abre a porta, olhar de poucos amigos – Sinto muito.
– O que você quer?
– Na verdade eu esqueci – digo.
Haymitch suspira e fecha os olhos lentamente, então os abre novamente e olhando para mim como se seus olhos fossem armas me mirando. Sem dizer uma palavra ele se dirige a cama e se joga nela, eu entro e me sento na poltrona.
– Ah, lembrei, Haymitch, o que aconteceu na noite passada, de verdade?
Como resposta, recebo um ronco alto, parecendo uma locomotiva. Suspiro, levanto-me e ajeito as cobertas por cima de seus ombros, tiro o cabelo de seu rosto e a faca de sua mão, para evitar qualquer acidente mais tarde. Aquela imagem é tão pacífic que me pego sorrindo para o Haymitch adormecido. Me abaixo e beijo a testa dele, então abraço a mim mesma e saio do quarto, fechando a porta atrás de mim.
Bom, parece que a informação que eu recebera sobre um possível atraso estava incorreta, pois chegamos à Capital algumas horas depois do entardecer. Vou pelo corredor dos quartos batendo de porta em porta acordando a todos, avisando que logo, logo teremos um grande, grande, grande dia! Encontraremo-nos com Cinna e Portia, depois virá a Cerimônia de Abertura, treinamento junto com outros vitoriosos, conversamos um bom tempo sobre isso durante o jantar, bom, eu conversei, eles ouviram.
– Effie, quer ficar quieta?- diz Haymitch irritado – Isso não é empolgante, não é mesmo! Não é você que será mandada para uma arena daqui uma semana, com outros vitoriosos violentos, então pare de falar esse cronograma ridículo com esse sorriso estampado no rosto porque isso não é motivo para sorrir, quanto mais para comemorar. Então, pode, por favor, calar essa boca?
Minha boca está aberta, mas não consigo pensar em algo para dizer. Os Jogos Vorazes são a maior festividade da Capital.
– Katniss, Peeta, foco aqui, aqui – continua Haymitch – Vocês precisam de aliados. Aliados bons. Então eu quero que, quando forem para o treinamento observem o comportamento de cada um e definam quem vocês querem como aliados, se enturmem, mas já vou avisando, carreiristas não são boa idéia.
– Bom, já que vocês não precisam dos meus conselhos, eu vou para casa – digo levantando-me – Estarei aqui amanhã para levá-los até a equipe de preparação. Boa noite Katniss, Peeta.
*
– Ela ficou chateada – diz Peeta no café da manhã, já que Effie não apareceu, ele se responsabilizou por acordar todo mundo.
– Devia pedir desculpas, Haymitch – diz Katniss.
– Devia o que?- começo a rir.
– Eu concordo com a Katniss.
– Eu não vou pedir desculpas, ainda mais por ter dito a verdade – digo.
– Bom, você que sabe, estamos atrasados porque não tinha ninguém aqui pra nos manter no horário porque, segundo você, isso é algo inútil– diz Katniss levantando-se, fazendo questão de cuspir aquelas palavras na minha cara.
Dou de ombros, porque isso sempre irrita Effie, e parece que não teve tanto efeito em Katniss, mas mesmo assim ela sai, seguida por Peeta.
Jogo meus pés por cima da mesa e começo a esculpir uma maçã de qualquer jeito, jogando as cascas sobre a mesa. Ouço a porta bater, espero alguns minutos, arremesso a faca na mesa de mogno, onde ela fica presa, e vou comendo a maçã enquanto ando pelas ruas movimentadas e enjoativamente coloridas da Capital. Seguindo um mapa mental daquele lugar, tentando me lembrar o endereço, deparo-me com o prédio onde Effie mora, um gigante prédio azul turquesa.
O bom de ser um vitorioso é que tenho passe-livre para qualquer lugar, até mesmo aqui, na Capital.
A porta está destrancada, o que não me surpreende, pra que existiriam assaltantes num lugar que esbanja brilho e luxo até mesmo nas ruas? Comida, então, nem se fala, é ridículo o que se encontra aqui.
Acho uma garrafa de vinho, sento-me nas cadeiras da cozinha e espero. Effie aparece cerca de meia-hora depois, vestida num robe cor de rosa, com penugens e brilho, e tamancos de salto alto, a peruca de ouro-metálico na cabeça.
– Quem te deixou entrar aqui?- pergunta ela, surpresa, então toma o vinho da minha mão – Ainda por cima para beber meu vinho?
– Rá, como se eu precisasse de permissão para algo, boneca. Sou um vencedor dos Jogos, lembra?
– Você não precisa se gabar disso o tempo todo – diz Effie revirando os olhos e sentando-se a minha frente, as costas eretas. Sentei-me também, tentando relaxar o máximo possível naquelas cadeiras desconfortáveis, agora sei porque Effie não gosta de se recostar a elas.
Ouço uma porta se abrir e um homem aparece na porta da cozinha, ele e Effie trocam um rápido olhar e ele vai embora. Effie fica olhando para suas unhas pontudas e compridas, parece meio desapontada. Não estou muito a fim de falar sobre isso e não sei se o sorriso em meus lábios é o que consigo no momento para conter a risada.
– Quer café?- pergunta Effie quando o silêncio fica demais constrangedor.
– Você vai fazer?- pergunto, desconfiado.
– Eu tenho uma cafeteira automática, Haymitch.
– Confio mais no seu vinho.
– Humpf.
Mais silêncio se segue enquanto eu bebo o vinho e Effie apenas observa.
– Sei que está louco para rir da minha cara – diz ela, ainda olhando suas unhas.
Sorrio e bebo mais um gole do vinho.
– Talvez – digo -, mas posso te poupar disso. Dessa vez. O que aquele cara estava fazendo aqui?
– Acho que você sabe.
– Por quê?
Ela dá de ombros.
– Qual a diferença dele para as mulheres que você leva para sua cama, Haymitch?
Passo a língua pelos meus lábios secos e bebo mais um gole da garrafa. A cafeiteira despeja líquido preto e quente dentro de uma xícara.
– A diferença, boneca, é que procuramos coisas diferentes em pessoas parecidas – digo.
– Você usa aquelas mulheres, Haymitch, que horror – diz Effie pegando sua xícara, a taça de vinho que lhe servi já totalmente esquecida.
– E o que você está fazendo com esses caras?- retruco.
– Ora, eu... eu...
Rá. Desarmada.
Os ombros de Effie murcham e ela fica olhando para a xícara.
– Por que veio aqui, Haymitch?
– Sei lá, precisava de um pouco de vinho – dou de ombros.
– Ótimo, já bebeu todo meu vinho? Quer levar um pouco?- pergunta ela, alterada – Não preciso de um bêbado vomitando no meu carpete.
– Ei, que falta de modos, Effie Trinket.
– Por favor, você pode sair da minha casa?
– Effie, você está bem?- pergunto.
– Não estou disposta para receber visitas.
– Nem mesmo um velho amigo?
– Você não é meu amigo, Haymitch Albernathy. Você é o bêbado desagradável com quem trabalho. Há diferença.
– O que aconteceu com o papo de família?- pergunto.
– Haymitch!- briga ela, os olhos marejados.
– Tudo bem, saindo – digo levantando minhas mãos como quem se rende, me levanto e vou a caminho da porta, que Effie está segurando aberta – Certeza boneca?
Olhamo-nos por algum tempo e então Effie e eu nos beijamos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
AHHAHAHAHAHAHA SURPRESAAAA!!
Vou deixar vocês com gostinho de quero mais até semana que vem, porque eu sou má mesmo e adoro ver as pessoas sofrendo u.u
Bom final de semana anjos, até segunda (talvez)