Nunca Durma escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 4
Apenas amigos?


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!!! Tô chegando com mais um capítulo para ocês feito com muito Sazón!

O capítulo é basicamente Isaberik e nele aprenderemos como demonstrar para um muchacho que só queremos amizade. Oi? Aprendam com a Isabelzinha kkkkkkk

Meus sinceros agradecimentos a Miss Queen pelo banner meigo!

Lá vai...



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Era final da tarde quando Isabel estacionou a sua moto na frente de um prédio de quatro andares, em um bairro tranquilo de Bellville, em Ohio. Era lá que Erik morava e, embora achasse que o lugar não era mais seguro para ele, Isabel tinha concordado em levá-lo até lá, para que o rapaz pegasse algumas roupas e objetos pessoais, antes deles partirem para Springwood.

Depois de descerem da moto, os dois aproximaram-se de uma porta de ferro na entrada do prédio, Erik pegou um moinho de chaves no bolso da calça jeans e abriu algumas trancas. Em seguida, os dois adentraram um pequeno hall e o rapaz trancou tudo novamente. Era um prédio antigo e que não possuía porteiro. Em outras palavras, uma verdadeira espelunca.

Erik abriu a porta do elevador para Isabel, que passou por ele sustentando o seu olhar sem perceber. Ela ainda não conseguia acreditar que estava diante do último descendente de Samuel Colt e não podia negar que isso lhe causava um certo fascínio sobrenatural, especialmente porque Erik não fazia ideia do quão importante o seu antepassado foi.

A porta do elevador fechou-se, fazendo um ruído mecânico e o rapaz apertou o botão do terceiro andar. Isabel percebeu que estava o encarando demais e então olhou na direção do chão para disfarçar um súbito constrangimento que sentiu.

Um sorriso quase imperceptível surgiu no rosto de Erik quando ele percebeu que Isabel estava envergonhada. O rosto angelical dela ganhava nuances rosadas a cada instante, era... Encantador.

Tentando fazê-la se sentir mais confortável, o rapaz decidiu puxar assunto:

— Você não é muito de falar, é?

Sentindo-se desafiada, Isabel ergueu o olhar na direção dele e rebateu:

— O que você quer que eu diga?

— Muitas coisas. — respondeu Erik, pensando em todas as perguntas sem respostas que o atormentavam desde que ele foi possuído e conheceu Isabel.

— Cada resposta no seu devido tempo. — replicou a nephilim quando a porta do elevador se abriu.

Mais uma vez, Erik segurou a porta para a garota passar e depois a seguiu pelo corredor que levava ao seu apartamento. Ele ficou a observando, um pouco mais à frente de si. Isabel estava com a inseparável mochila no ombro e os cabelos presos em um rabo de cavalo, deixando sua nuca à mostra. Sua pele era tão clara e parecia ser tão... Macia que Erik teve que conter um impulso de tocá-la.

Isabel era muito bonita e Erik estaria mentindo para si mesmo se negasse que isso e o fato dela ter salvado a sua vida não mexiam com ele. Além disso, Isabel o intrigava. Ela era tão doce e, aparentemente frágil, que Erik ainda não conseguia acreditar que ela era mesmo uma caçadora. Aliás, ele ainda não tinha assimilado direito o fato de que caçadores existem e, principalmente, de que o sobrenatural existe. Se não tivesse sido possuído, provavelmente nunca acreditaria nisso.

— É aqui. — disse Erik, indicando a porta a cerca de um metro de onde eles estavam.

Então ele passou por Isabel, procurou a chave no bolso da calça jeans de novo e, segundos depois, a colocou na fechadura. Ficou surpreso e um tanto assustado ao perceber que estava destrancada.

— Você estava possuído. Acho que o demônio não se preocupou muito em trancá-la quando saiu. — explicou Isabel antes de dar alguns passos e parar ao lado de Erik. — Por falar nisso, será que eu posso entrar na frente?

Erik ia perguntar por que, mas quando a resposta lhe veio à cabeça, ele disse preocupado:

— Você acha que aquele demônio pode ter voltado? Que ele pode estar... Aí dentro? Você não o mandou direto para o inferno?

Isabel pensou em responder que o fato de mandar um demônio para o inferno não assegurava que ele nunca mais voltaria. Além disso, outros demônios deviam estar atrás de Erik Colt. No entanto, para não alarmá-lo, o que ela acabou respondendo foi:

— É só por precaução, não se preocupe.

— Tudo bem. — assentiu o rapaz, abrindo a porta e afastando-se um pouco para que Isabel pudesse entrar.

Neste pequeno intervalo de tempo, os dois ficaram muito próximos. Isabel pôde sentir a respiração de Erik em sua nuca, enquanto ele ficou um tanto inebriado pelo perfume suave que exalava dela.

Tentando não dar importância para aquele curto momento de proximidade, Isabel entrou no apartamento e Erik veio logo atrás, mas mantendo certa distância.

A primeira coisa que Isabel viu foi a janela da sala, que estava aberta. Provavelmente, foi por ela que o demônio, em forma de fumaça negra, entrou e possuiu Erik. Isso se confirmou quando a nephilim aproximou-se e passou os dedos pelo parapeito. Havia uma concentração considerável de enxofre ali.

Depois disso, ela olhou tudo em volta. A sala era pequena, porém aconchegante e com um ar de praticidade. Tipicamente a sala de um homem solitário.

Havia uma estante com alguns livros, dois sofás, uma mesinha de centro, poucos quadros nas paredes e uma samambaia que parecia não ser regada há séculos.

Depois de colocar a mochila sobre um dos sofás, Isabel voltou-se para Erik e indicou uma porta do outro lado da sala. Ele fez um sinal com a mão, permitindo que ela prosseguisse. E foi o que ela fez.

A cozinha era menor do que a sala, tinha um pequeno armário sobre a pia, um gabinete embaixo dela, um fogão e um balcão com duas cadeiras, onde Erik devia fazer as refeições. A louça se acumulava na pia e algumas fotografias estavam presas com imãs na geladeira.

Isabel aproximou-se e examinou uma delas. A imagem mostrava um menino de uns nove anos no colo de um homem de uns quarenta anos. A nephilim teve uma sensação estranha diante daquilo e estreitou o olhar sobre os rostos na foto.

— Sou eu e o meu pai. — esclareceu Erik, notando o interesse de Isabel.

Percebendo que estava sendo um pouco inconveniente, a nephilim afastou-se da geladeira e perguntou:

— Onde é o seu quarto?

Era uma pergunta simples e sem qualquer malícia, mas quando Erik arregalou um pouco os olhos, Isabel sentiu o seu rosto ruborizar e olhou para o chão automaticamente, tentando se recompor.

Dando-se conta de que Isabel só queria prosseguir com aquela verificação, o rapaz se recompôs também e, enquanto se xingava mentalmente por ser tão estúpido, afastou-se da porta da cozinha e indicou um pequeno corredor:

— Por aqui.

Isabel passou por Erik e seguiu pelo corredor. A primeira porta estava aberta e era de um banheiro. A porta no final do corredor era a do quarto.

Com cuidado, Isabel girou a maçaneta e entrou. Erik a seguiu. Ela passou os olhos tão rapidamente pelo lugar, incomodada por sentir que estava invadindo um ambiente muito íntimo, que não saberia dizer onde ficava a cama e os demais móveis, muito menos a cor das paredes. Tampouco se havia paredes ali. Certo, paredes, com certeza, havia sim.

Rapidamente, a nephilim virou-se na direção de Erik e disse:

— Nenhum demônio por aqui.

Arqueando as sobrancelhas, Erik arriscou uma brincadeira:

— Ele não pode estar escondido embaixo da cama?

Isabel riu, relaxando um pouco, depois cruzou os braços contra o peito e respondeu com um sorriso seguro:

— Acredite, se tivesse um demônio embaixo da sua cama, eu saberia.

— Como? — interessou-se Erik.

Isabel hesitou, sentindo que tinha falado demais. Ela não queria entrar em detalhes sobre si mesma com um rapaz que mal conhecia. Mas, apesar disso, por algum motivo, a vontade de descobrir qual seria a reação dele foi maior e então ela se ouviu respondendo:

— Eu posso sentí-los. Foi assim que eu percebi que você estava possuído naquela noite.

— Você nasceu assim? — quis saber Erik, unindo as sobrancelhas, ainda mais interessado naquela misteriosa garota.

— Não, na verdade, eu fui desenvolvendo essa sensibilidade aos poucos. — respondeu ela, surpresa por estar conseguindo se abrir daquele jeito com um estranho.

Erik pensou um pouco e em seguida balbuciou:

— Legal.

— Legal? — surpreendeu-se Isabel. — Eu te conto que posso sentir a presença de demônios e tudo o que você diz é “legal”? Você não me acha... Sei lá, no mínimo, estranha por isso?

Erik encarou Isabel por tanto tempo que ela chegou a pensar que ele não tinha ouvido a sua pergunta. Mas então, a olhando de um jeito ainda mais intenso, ele insinuou:

— Acredite, estranha não seria nem de longe o adjetivo que eu usaria para definir você.

Inevitavelmente, o coração da nephilim acelerou e ela conteve uma vontade de sorrir. Sem conseguir resistir, ela perguntou:

— Então o que você usaria para me definir?

Erik ergueu o olhar na direção do teto, fingindo que precisava de algum tempo para pensar, quando na verdade, ele sabia exatamente o que responder. Então, ele voltou a fitar Isabel nos olhos e respondeu:

— Especial, para dizer o mínimo. E muito corajosa também.

Ainda mais afetada por aquelas palavras, Isabel achou melhor dizer algo para quebrar aquele clima estranho, mas muito bom. Então ela estreitou o olhar na direção de Erik e questionou:

— Sério? Engraçado porque quando me conheceu, você disse uma coisa bem diferente...

Gostosa. Foi isso o que Erik disse no calor do momento. Mais precisamente ele perguntou por que tinha uma garota tão gostosa em cima dele.

Ao se lembrar disso, ele riu um pouco sem graça e tentou se defender:

— Olha, eu sei que o que eu disse não foi muito cavalheiro, e que não se diz isso para uma garota que você acabou de conhecer, muito menos quando ela acabou de exorcizar um demônio do seu corpo, mas... — Erik hesitou, porém acabou deixando escapar: — Pelo menos, eu não... Menti.

Isabel sentiu como se o seu rosto estivesse pegando fogo. Não podia negar que aquele flerte estava mexendo com ela, no entanto, aquilo também estava indo longe demais. Onde ela estava com a cabeça? Aquilo não podia dar certo. Nunca dava certo. Ela não podia dar esperanças a Erik, muito menos para si mesma. Não podia pensar em romance em um momento como aquele. Tinha que se concentrar em proteger Erik e no caso de Springwood. Só isso e apenas isso.

Pensando desta forma, Isabel se recompôs e disse:

— Eu acho melhor te esperar na sala.

Um pouco desapontado com o fato de Isabel ter cortado o clima, mas sentindo que tinha falado demais e sido inconveniente, Erik colocou as mãos nos bolsos da calça e assentiu:

— Ok. Então eu vou arrumar as minhas coisas e tomar um banho.

— Certo. — falou Isabel, e então caminhou na direção da porta.

A nephilim não conseguiu conter um riso quando tentou passar pela porta algumas vezes, mas Erik sempre acabava se movendo justamente para o lado que ela ia. Por fim, ele também riu, depois ficou parado em um dos cantos da porta e orientou:

— Desculpe, pode passar.

Isabel finalmente saiu do quarto e, embora não tivesse olhado para trás, podia sentir o olhar de Erik sobre ela. Um olhar que acelerava o seu coração e deixava as suas pernas bambas. O que estava acontecendo com ela, afinal?

Quando chegou na sala, Isabel sentou em um dos sofás, passou as mãos pelo rosto e esperou o seu coração voltar aos batimentos normais. Em seguida, pegou o notebook dentro da mochila, o colocou em seu colo e decidiu checar as últimas notícias de Springwood.

Acabou descobrindo que mais uma morte havia acontecido na noite anterior. Um homem morreu afogado enquanto dormia em sua cama. Achando aquilo, no mínimo, curioso, Isabel se aprofundou na pesquisa, perdendo a noção do tempo.

A matéria de um jornal local dizia que não havia qualquer sinal de água no lugar, exceto nos pulmões da vítima. Também não havia qualquer indício de que o homem tivesse sido morto em outro local e depois sido posto na cama.

O depoimento da irmã da vítima dizia que o homem quase havia se afogado em um lago quando era criança. A mulher disse ainda que aquilo tinha sido um grande trauma para ele, o levando a desenvolver uma verdadeira fobia em relação a piscinas, praias, lagos, até mesmo banheiras.

— Ele usa o nosso medo para nos atingir... — balbuciou Isabel com um olhar distante e pensativa.

— Ele quem? — quis saber Erik, vindo pelo corredor e entrando na sala com uma mochila no ombro.

Isabel ergueu o olhar na direção dele e, sem perceber, ficou boquiaberta diante do que viu. Erik estava bem bonito com os cabelos molhados do banho e um tanto desgrenhados. Havia vestido outras roupas, simples, mas que lhe caíram muito bem, e exalava um cheiro bom de sabonete...

Fazendo um esforço para voltar a si, Isabel desconversou:

— Eu não sei se deveria falar com você sobre isso.

— Sobre o monstro que você está caçando? — adivinhou o rapaz. — Qual é? Eu aguento.

— Eu não quero te envolver. — expôs a nephilim, e antes que Erik insistisse, ela abaixou a tela do notebook e perguntou: — Você está pronto?

— Sim. — respondeu ele, e enquanto observava Isabel levantando e guardando o notebook, completou: — Eu só peguei algumas roupas e itens de higiene. Eu não acho que caiba mais do que isso na mochila e, consequentemente, na sua moto. Por falar nisso, como que você faz com as suas coisas?

Isabel colocou a mochila nas costas e respondeu:

— Eu carrego o básico para alguns dias, deixo outras coisas com dois amigos meus e, de vez em quando, volto para casa para pegar mais roupas.

— Então você tem um endereço fixo? — deduziu Erik com certa surpresa. — Desculpe, mas do jeito que você falou sobre... O lance de ser uma caçadora, eu pensei que você vivesse como uma nômade moderna ou algo do tipo.

Isabel sorriu ao pensar na sua casa em Wichita Falls e então explicou com certa nostalgia do lugar:

— Digamos que eu tive a sorte de ter um lar e dos inimigos não terem descoberto a sua localização até hoje.

— Seus pais vivem lá também? — perguntou o rapaz.

Isabel pensou em responder, mas hesitou ao se dar conta de como soaria estranho ela dizer que o seu pai passava metade do tempo no Céu. Além disso, sua mãe quase não ficava naquela casa, já que, assim como ela, estava sempre envolvida em alguma caçada.

Por fim, Isabel achou melhor apenas assentir com um meneio de cabeça. Depois indicou a porta e disse:

— Vamos?

— Vamos. — concordou Erik, e em seguida caminhou até a porta dizendo: — Eu sei que é uma superstição boba, mas deixe que eu abro a porta, assim quando tudo isso acabar, você vai voltar.

Isabel o seguiu enquanto pensava sobre aquilo. Pensou em dizer para Erik que, provavelmente, ela não voltaria, já que ele também não poderia voltar para aquele apartamento. Isabel não tinha certeza, mas era provável que outros demônios fossem procurá-lo ali, e isto significava que Erik tinha que deixar aquele lugar para trás.

Pensando desta forma, ela parou na soleira da porta e questionou:

— Por que você não pega a foto do seu pai? — e quando Erik estreitou o olhar na direção dela, sem entender direito por que Isabel havia sugerido aquilo, ela explicou: — Eu não sei quando nós vamos voltar aqui, então... Por que você não leva alguma coisa como lembrança?

Apesar de ter outras fotos do pai no seu celular, Erik decidiu aceitar a sugestão de Isabel, já que a foto na geladeira era única e especial para ele. Então o rapaz caminhou até a cozinha, pegou a foto e a guardou no bolso interno da jaqueta. Em seguida, saiu do apartamento com Isabel e fechou a porta atrás de si depois de dar uma última olhada para o lugar.

Quando os dois entraram no elevador, um silêncio um tanto embaraçoso se instalou e Erik achou melhor puxar assunto mais uma vez:

— Então... Você disse que a sua mãe é caçadora, mas e o seu pai? Ele caça também? — diante da hesitação de Isabel, que simplesmente não tinha como explicar que o seu pai era um anjo, o rapaz disfarçou um tanto arrependido: — Desculpe, acho que isso não é da minha conta.

— Não, não se trata disso, mas é que... Sei lá, é difícil de explicar. — disse Isabel, atrapalhando-se um pouco com as palavras.

— Entendo. — assentiu Erik, embora não entendesse o que tinha de tão complicado no seu questionamento.

E então, o silêncio voltou a reinar entre aquelas quatro paredes de aço. Erik não sabia mais o que dizer, Isabel tinha certeza que qualquer coisa que ele perguntasse, ela levaria anos para conseguir responder, e por fim, seus olhares se encontraram. E permaneceram assim, fixos um no outro, sem explicação aparente, e envoltos por aquele silêncio.

Erik sorriu levemente ao se dar conta de que estava indo para uma cidade desconhecida, com uma garota misteriosa e que, surpreendentemente, ele não estava questionando nada disso. Na verdade, Erik estava gostando de todo aquele mistério envolvendo o tal monstro e, principalmente, ele se sentia cada vez mais preso no mistério que era Isabel Clarke. Um mistério que ele queria muito desvendar, embora ela lhe desse poucas chances para isso.

Isabel, por sua vez, também via Erik como um grande enigma. Principalmente, depois que ela viu aquela foto na geladeira, dele ainda criança. Uma sensação inexplicável surgiu em um lugar remoto do seu cérebro e ela sentia-se cada vez mais intrigada por não conseguir explicar para si mesma o que, exatamente, aquilo significava.

Mas, embora estivesse gostando da companhia de Erik e do mistério que parecia rondá-lo, Isabel voltou a lembrar a si mesma de que aquele interesse que ela estava sentindo por ele não podia se tornar algo maior do que isso. Não havia espaço para romance em sua rotina maluca e perigosa, não era justo envolver Erik ainda mais na confusão que era a sua vida, aquilo não podia dar certo e ela tinha que deixar claro para ele e para si mesma que os dois poderiam, no máximo, serem amigos. Apenas amigos.

Então, quando a porta do elevador se abriu, Isabel sabia, exatamente, o que tinha que fazer para demonstrar isso.

Erik segurou a porta para ela sair primeiro e fez um gesto com a cabeça indicando o hall do prédio. Isabel deu alguns passos, mas, ao invés de sair do elevador, parou diante de Erik, que franziu o cenho sem entender o que ela estava esperando.

Sem dizer uma palavra, a nephilim deu mais um passo, fazendo com que o seu corpo encostasse no de Erik e um arrepio percorresse ambos. Ele pareceu assustado com aquela súbita proximidade. Confuso, na verdade. E mais confuso ficou, quando Isabel envolveu a nuca dele com uma das mãos, repousou a outra em seu peito, fechou os olhos e encaixou seus lábios nos dele com ímpeto.

Antes que ele pudesse fechar os olhos e aproveitar o momento, Isabel soltou a sua nuca e deu um passo para trás.

Zonzo e ainda mais confuso, Erik se ouviu perguntando:

— Por que você fez isso?

— Porque nós dois ficamos pensando nisso desde que nos conhecemos. Então eu pensei que se eu te beijasse de uma vez, nós poderíamos esquecer tudo isso e sermos amigos. — explicou Isabel, sentindo que seus lábios ainda estavam quentes por conta do contato com os lábios de Erik.

O rapaz a encarou por um bom tempo sem saber o que pensar, muito menos o que dizer. Sua boca ainda formigava, desejando outro beijo, um mais intenso e envolvente, quando ele finalmente se pronunciou:

— Você está errada.

Um misto de vergonha, arrependimento e até frustração surgiu no olhar de Isabel. Ela saiu do elevador com a cabeça baixa enquanto pensava no que Erik havia dito. Ela estava errada? Então ele não queria aquele beijo? Nunca pensou naquilo? Ela havia imaginado todo aquele clima?

Percebendo que Isabel não tinha entendido direito, Erik a seguiu, segurou gentilmente no seu braço, a fazendo voltar-se na direção dele, e então esclareceu:

— Eu quis dizer que você está errada em pensar que nós podemos ser amigos. Apenas amigos, entendeu? Eu não posso.

Desta vez, foi Isabel que não soube o que dizer. Ela até queria argumentar, dizendo que amizade era o máximo que os dois teriam, mas a verdade é que as últimas palavras de Erik fizeram ela se questionar se, realmente, seria capaz disso. De ser apenas amiga de Erik. Ela seria capaz?

Isabel ainda se perguntava isso quando ele se aproximou mais um pouco e tocou o seu rosto, acariciando sua bochecha com o polegar. A nephilim sentiu o seu coração acelerar, da mesma forma que tinha acelerado no elevador, quando Erik se aproximou ainda mais e suas testas se tocaram. Ele fechou os olhos e inclinou o rosto, mas se afastou quando um barulho cortou completamente aquele clima.

Atordoada, Isabel demorou para entender que o barulho vinha do seu celular. Um tanto atrapalhada, ela pegou o aparelho no bolso da calça e atendeu afoita:

— Alô?

Do outro lado, Henry saiu do seu carro e bateu a porta. Rachel fez o mesmo e caminhou na direção de uma pousada, enquanto ele respondia:

— Chegamos em Springwood. Onde você está?

Isabel teve que desviar do olhar de Erik para conseguir responder:

— Em Bellville, mas em menos de meia hora nós estaremos aí.

— Nós? Nós quem? O cara que você conheceu em Montana vem também? — estranhou Henry, apoiando-se no capô do carro e virando o pescoço para dar uma boa olhada em uma mulher bonita que passava pela calçada.

— Eu tenho que desligar. Explico depois. — encerrou Isabel simplesmente, e então guardou o celular de volta no bolso. Antes que Erik retomasse de onde eles tinham parado, ela caminhou na direção da saída apressada e disse: — Vamos?

Depois de seguí-la com o olhar, um tanto desapontado pela interrupção, Erik suspirou de uma forma frustrada e também deixou o prédio.

A viagem até Springwood foi silenciosa e constrangedora. Apesar da proximidade física proporcionada pela moto, do beijo no elevador e do quase beijo no hall, parecia que aquele muro que separava Erik de Isabel tinha se fortalecido inexplicavelmente.


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Notas finais do capítulo

Viram? Quando vocês não quiserem nada, nada mesmo, com um muchacho ou muchacha, dê logo um beijinho nele/nela e depois diga "apenas bons amigos, ok?"

Ahahahahah só a Isabel mesmo para pensar uma coisa dessas, né? Pensa que está enganando quem? Até parece que esses dois vão conseguir ficar só na amizade. Oi? Opa... Isso é assunto para capítulos futuros... Sorry.

Por falar em futuro, seguinte... Preciso muito da força de vocês que acompanham ND. Eu passei por um bloqueio muito negoçado esses dias, aos poucos estou me encontrando de novo e conseguindo escrever, mas estou com muito medo de perder a inspiração de novo.

Não quero abandonar a fic, abomino a ideia de desistir de uma história, mas para continuar, eu preciso muito do apoio geral da nação, preciso saber o que vocês estão achando, o que esperam, se tem sugestões para o futuro da fic, enfim... Preciso de incentivo. Pode ser por comentário ou mensagem ou até mesmo sinal de fumaça, fiquem à vontade.

Por enquanto, fico por aqui.

Bjs! Fiquem com Odin!



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