Nunca Durma escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 17
O Senhor dos Pesadelos - Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Eu tinha postado este capítulo mais cedo, porém quando fui olhar, os travessões tinham desaparecido misteriosamente. Pois é, maldição do Freddy.

Estou repostando agora. Qualquer erro, me avisem, por favor.

Este capítulo encerra o assunto principal da fic.

Vejo vocês nas notas finais!

Espero que gostem!



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Ao sentir as lâminas de Freddy Krueger em seu pescoço e a outra mão dele segurando o seu braço firmemente, mantendo assim a arma que ela empunhava totalmente sob controle, Emily estremeceu.

Sem saber o que fazer para sair daquela situação, ela olhou para Henry que, visivelmente tenso, apontou a Colt na direção de Freddy e ordenou:

— Solta ela. Agora.

Muito preocupado com Emily, Tony também empunhou a sua arma e disse de um jeito firme:

— Você ouviu, monstrengo. Deixe a minha irmãzinha em paz.

Como resposta, e enquanto Isabel e Erik levantavam do chão lentamente, o Retalhador de Springwood riu um pouco e ironizou:

— Ah... Mas vocês nem pediram por favor.

Rachel ergueu a sua arma no mesmo instante e apontou para Freddy também, o fitando com uma mistura de ódio, preocupação e medo de que ele ferisse a ruiva.

Na sequência, Henry destravou a rudimentar trava de segurança da Colt, fazendo um ruído mecânico ecoar pela antiga sala da caldeira, e posicionou o dedo no gatilho, antes de pedir com escárnio:

Por favor.

Após um momento de silêncio aterrador, Freddy voltou a se manifestar:

— Quem vocês querem enganar? Vocês não podem atirar em mim. Não quando eu estou tão perto assim da doce Emily... — e enquanto cheirava os cabelos ruivos da garota e deslizava as lâminas pelo pescoço dela, o monstro provocou: — Doce e cheirosa...

Enfurecido diante daquela cena, Henry mirou na cabeça de Freddy e se preparou para apertar o gatilho, enquanto Tony fazia o mesmo e dava um passo na direção do monstro e da irmã.

Porém, quando Freddy segurou a ruiva com mais força e se posicionou mais atrás dela, de tal forma que dificultou a mira dos caçadores, os dois recuaram um pouco e ficaram ainda mais tensos.

— Muito bem, agora do meu jeito. — anunciou Freddy. — Coloquem as suas armas no chão, caçadores.

No entanto, Tony, Henry e Rachel não acataram aquela ordem e permaneceram imóveis, com suas armas apontadas para Freddy. Ou pelo menos, para a parte que eles conseguiam ver do monstro.

Diante daquela recusa, Freddy decidiu mostrar que não estava brincando. Então, de um jeito frio e sádico, ele deslizou a mão pelo pescoço de Emily, pelo ombro e, ao alcançar um dos braços da garota, a feriu com as lâminas, fazendo quatro cortes em sua pele que sangraram imediatamente e causaram uma dor atordoante na ruiva. A arma, que ela ainda segurava, mas sobre a qual não tinha qualquer controle, escapou de seus dedos trêmulos e atingiu o chão.

Emily gritou, fechou os olhos com força e tentou se mexer, mas Freddy continuou segurando a caçadora, sem lhe dar qualquer chance de defesa.

Rachel, Tony, Erik e Isabel ficaram ainda mais tensos e gritaram ao mesmo tempo:

— Não!

Henry, por sua vez, não suportou presenciar aquela cena sem fazer nada para impedir que Freddy ferisse Emily ainda mais. Então, mesmo sabendo que era um risco, ele decidiu agir rápido, apontou a Colt na direção do braço de Freddy e apertou o gatilho.

A bala o acertou de raspão, fazendo Freddy, que estava realmente sem os seus poderes e sem a imortalidade, soltar Emily imediatamente e correr por um corredor da antiga sala da caldeira, esgueirando-se por um labirinto de dutos enferrujados e desaparecendo do alcance dos caçadores em questão de segundos.

Rapidamente, Tony abaixou a arma e correu até Emily, enquanto perguntava aflito:

— Aquele desgraçado te machucou muito, irmãzinha?

— Eu estou bem. — afirmou a ruiva, mas acabou fazendo uma careta de dor, enquanto pressionava a mão sobre os ferimentos em seu braço.

— Me deixa ver isso. — pediu Henry se aproximando de Emily, visivelmente preocupado com ela e revoltado por Freddy ter tido a audácia de ferí-la.

Tony se afastou um pouco, permitindo assim que o primo de Rachel ficasse de frente para a sua irmã. Ela, por sua vez, continuou pressionando os ferimentos e voltou a afirmar:

— Eu estou bem, não se preocupe. São cortes superficiais.

Ainda preocupado, Henry começou a tirar a camisa xadrez que usava por cima de uma camiseta preta, depois dobrou a peça e a encostou no braço de Emily, orientando:

— Segure assim, Emy. Não solte. Continue pressionando.

A caçadora acatou o pedido, mas ao pressionar a camisa em seu braço, acabou colocando a mão sobre a de Henry. Então seus dedos se tocaram, se entrelaçaram um pouco e, inevitavelmente, os dois se olharam. E permaneceram assim, se encarando em silêncio, mas de um jeito significativo, até que Emily se lembrou do tiro que Henry disparou e agradeceu:

— Obrigada.

Henry assentiu com um discreto meneio de cabeça e orientou:

— Fique aqui. — e depois de olhar na direção dos outros, completou: — Fiquem todos aqui.

Quando ele começou a se afastar, com a Colt em punho, Tony o seguiu dizendo:

— Eu vou com você, esquentadinho.

— Não! — discordou o Winchester prontamente, olhando para trás e fazendo Tony deter o passo. — Fique aqui e proteja a sua irmã, a minha prima, todo mundo.

Tony pensou um pouco e acabou assentindo com um meneio de cabeça, afinal não queria deixar sua irmã e sua Boneca para trás naquele momento e naquelas circunstâncias. Elas ficariam mais seguras com ele ali para protegê-las.

No entanto, sem concordar com a ordem de Henry, Rachel protestou:

— Eu não vou deixar você enfrentar aquela coisa feia sozinho, priminho. Fora de cogitação.

Depois de pegar a sua arma no chão, Emily também se pronunciou a respeito:

— Nem eu. Eu vou com você.

Henry soltou um suspiro de impaciência e argumentou:

— Emy, você não está em condições de atirar agora. E Rachel, é melhor você ficar aqui. Eu não quero que o Freddy te machuque também. — ao perceber que a prima ia abrir a boca para protestar mais uma vez, ele se antecipou e disse de um jeito rápido e firme para todos: — Fiquem aqui e se o Freddy aparecer, atirem primeiro, perguntem depois.

Em seguida, Henry correu pelo mesmo corredor que o Retalhador de Springwood havia seguido antes e logo desapareceu do alcance de visão de todos.

Rachel e Emily fizeram menção de ir atrás dele, mas Tony se posicionou na frente das duas e articulou:

— Sinto muito, garotas, mas vocês ouviram o esquentadinho. É melhor nós ficarmos aqui. Vocês estarão mais seguras assim.

— Eu não posso deixar o Henry sozinho nisso! — protestou Rachel inconformada. — Além disso, eu posso me proteger sozinha, Estrupício.

— Eu também posso me proteger, não se preocupe. — garantiu Emily, embora não estivesse conseguindo segurar a arma direito.

Enquanto Tony continuava insistindo para que as duas ficassem ali, e elas continuavam tentando passar por ele, Erik voltou-se para Isabel e perguntou:

— Seus ferimentos realmente se foram?

— Sim. Eu estou bem. — respondeu Isabel, temendo que o rapaz fosse aprofundar aquele assunto e ela se visse obrigada a contar como conseguiu se curar daquele jeito.

Mas, para sua surpresa, Erik apenas assentiu, depois lhe deu um beijo rápido nos lábios e pediu:

— Fique aqui.

— O quê?! — indagou a nephilim confusa com aquela orientação. — Erik, não! — gritou, quando ele correu e sumiu pelo mesmo corredor que Henry havia seguido.

Tony, Rachel e Emily pararam de discutir e voltaram-se para a nephilim, tão confusos e surpresos quanto ela.

— O que ele pensa que está fazendo? — questionou Rachel.

— Eu não sei, mas eu tenho que ir atrás dele. — avisou Isabel, tentando passar pelos três.

— Eu não posso deixar. — lembrou Tony, ficando na frente dela.

Nervosa, a nephilim expôs:

— O Erik não está armado! Ele nem ao menos sabe usar uma arma! É uma presa fácil para o desgraçado do Freddy! Portanto, sem ofensa, Tony... Mas saia da minha frente agora mesmo.

Isabel não esperou ele retrucar. Ao invés disso, o empurrou um pouco e correu na direção que Erik havia seguido.

Quando Rachel e Emily aproveitaram um segundo de distração de Tony e fizeram o mesmo, ele deu de ombros e, antes de seguí-las apressado, resmungou:

— Tudo bem, que se dane o esquentadinho. Vamos todos atrás do Freddy.

XXX

Erik não achava justo Henry enfrentar Freddy Krueger sozinho, então acabou aproveitando o impasse entre Tony, Emily e Rachel, e correu na mesma direção que Freddy e o Winchester haviam seguido. Além disso, tudo o que o monstro fez com Isabel, a atormentando em todos aqueles pesadelos horríveis, tinha deixado o rapaz indignado e com uma raiva profunda.

Mas, somente agora Erik percebia como havia agido impulsivamente e como aquilo podia ser perigoso. Ele não estava arrependido, longe disso, mas sabia que precisava de algo para se defender de Freddy, caso fosse necessário. Por isso, ele olhou para o corredor por onde seguia, parou em determinado ponto e, dando alguns chutes e puxando com força, conseguiu arrancar um dos antigos dutos da parede. Ou parte dele.

Em seguida, Erik voltou a caminhar, olhando para o final do extenso corredor com apreensão e segurando o pedaço do duto na altura do rosto. De vez em quando, ele parava e olhava para os lados, na direção de outros corredores que cortavam aquele.

Erik não tinha ideia se Freddy e Henry haviam seguido por algum corredor daqueles e, por isso, continuou seguindo em frente e prestando atenção em qualquer ruído que se propagasse no ar.

XXX

Momentos antes, perto dali e logo a frente de Emily, Tony e Rachel, Isabel parou e disse:

— Eu ouvi um barulho.

O barulho que a nephilim tinha ouvido tinha sido causado por Erik, quando ele arrancou o pedaço de um dos dutos da parede. E, deduzindo de que direção o ruído tinha vindo, ela indicou um corredor paralelo àquele e orientou:

— Por aqui.

XXX

Enquanto isso, Henry seguia por outro corredor, longe dos outros caçadores e de Erik, com a Colt em punho e a apreensão estampada em seu rosto. De vez em quando, ele ouvia passos e uma risada macabra que, com certeza, pertencia a Freddy. Mas não conseguia identificar de onde exatamente os barulhos estavam vindo, já que havia muito eco naquele labirinto de corredores abandonados.

Confuso, Henry parou de repente e gritou:

— Para alguém que está ferido, você está rindo demais, Freddy! Qual é o seu problema, afinal, hein?

Henry não pôde ver, pois estava concentrado demais olhando para o final daquele corredor. Também não pôde ouvir, pois desta vez, Freddy fez questão de ser bem cuidadoso e não fazer qualquer ruído. Mas o fato é que o Senhor dos Pesadelos estava bem em cima de Henry, pendurado em um dos dutos do andar superior àquele. E, quando o caçador menos esperava, o monstro pulou, atingindo as suas costas com as duas pernas.

Com isso, Henry foi lançado para a frente, perdeu o equilíbrio e a Colt escapou de sua mão, caindo e deslizando para longe, enquanto ele caía de bruços no chão.

— Você é o meu problema! — gritou Freddy, se aproximando a passos largos, enquanto Henry começava a se levantar. — Todos vocês são, mas neste momento, você está no topo da minha lista. — disse, enquanto colocava um dos pés nas costas de Henry e o forçava para baixo, fazendo o caçador ir de encontro ao chão mais uma vez. — E sabe o que eu faço com problemas como você? Eu elimino! — Freddy riu de um jeito sádico, enquanto Henry olhava para o chão, procurando pela Colt, mas não a via em lugar algum.

XXX

Toda esta movimentação chegou aos ouvidos de Erik e dos outros. Logo, todos eles estavam correndo pelos corredores da antiga fábrica, procurando a origem daqueles sons.

Quando Freddy gargalhou mais uma vez, eles sabiam exatamente para que direção seguir. E foi o que fizeram.

XXX

Enquanto isso, Freddy chutou a lateral do corpo de Henry, arrancando um gemido do caçador que xingou sem fôlego:

— Son of a bitch...

Em seguida, Freddy o virou e posicionou o pé sobre o peito de Henry. Apesar da dor que ainda sentia, o caçador agiu rápido, segurou na perna do Retalhador de Springwood e o puxou com força, o derrubando no chão.

Em seguida, Henry afastou as pernas de Freddy de cima de si e fez um esforço para se levantar, enquanto pressionava o lugar que o monstro havia chutado e que latejava muito.

Quando Henry finalmente se pôs de pé, Freddy se levantou rapidamente. E antes que o caçador procurasse a Colt pelo chão, Freddy o empurrou contra a parede e começou a apertar o seu pescoço com força, ao mesmo tempo em que a sua mão, que possuía as lâminas, se aproximava do rosto de Henry de um jeito ameaçador.

O caçador tentava reagir, se debatia constantemente e tentava afastar Freddy, mas estava perdendo o ar pouco a pouco e não conseguia reunir forças para lutar contra o monstro.

Finalmente, Erik apareceu no final do corredor e deparou-se com aquela cena. Henry começava a fechar os olhos, quando Erik avistou a Colt no chão, a cerca de três metros de onde ele estava.

Instantes depois, Henry perdeu o ar e fechou os olhos, mas os abriu novamente quando ouviu um disparo. Então, ele encarou Freddy, que parecia surpreso e... Com dor.

Subitamente, os dedos do Senhor dos Pesadelos soltaram o pescoço de Henry, que tossiu, recuperando o fôlego. Então Freddy se afastou um pouco, deu as costas para ele e olhou para o lado oposto do corredor, onde Erik estava de pé, segurando a Colt na altura do rosto com uma das mãos e o pedaço de duto com a outra, visivelmente surpreso por ter conseguido atirar nas costas de Freddy certeiramente, bem na altura do coração.

Henry viu uma enorme mancha de sangue tingindo a blusa listrada de Freddy Krueger e, mesmo sem fôlego, conseguiu dizer:

— Belo tiro, Colt.

Sem conseguir conter um leve sorriso de satisfação e ainda tomado pela adrenalina do que havia feito, Erik respondeu:

— Valeu. Foi o meu primeiro tiro, na verdade. Eu só apertei o gatilho e... Bum!

Freddy caiu de joelhos no chão no mesmo instante em que Isabel, Rachel, Emily e Tony chegaram naquele corredor. Imediatamente, eles entenderam o que havia acontecido.

Em seguida, a nephilim correu até Erik, o fez soltar o pedaço de duto, abaixar a Colt, pegou a arma de sua mão e o abraçou forte, profundamente aliviada por ele não ter se ferido e ainda salvado Henry, atirando em Freddy.

Emily, por sua vez, correu na direção do primo de Rachel. Porém, temendo que a ruiva passasse perto de Freddy, que ainda estava vivo, Henry correu até ela e os dois se abraçaram a uma distância segura do Retalhador de Springwood.

De repente, Freddy caiu para trás e continuou agonizando. Convencidos de que o perigo maior havia passado, Rachel e Tony abaixaram as suas armas e trocaram um olhar cúmplice. Mas, ao ouvirem Freddy rir, eles ficaram em alerta de novo.

Logo, Emily e Henry se desvencilharam do abraço, bem como Erik e Isabel. Então os quatro se juntaram a Rachel e Tony, e caminharam na direção de Freddy Krueger com certa cautela.

Ao pararem a cerca de um metro e meio do monstro, os seis se entreolharam. Em seguida, percebendo que apesar do riso sádico, Freddy estava com muita dor e a beira da morte, Isabel indagou com sarcasmo:

— Está doendo, não é? — e antes que Freddy sequer tentasse responder, ela lembrou de algo que ele lhe disse no último pesadelo e completou: — É porque você está no nosso mundo agora, bitch.

Na sequência, a nephilim apontou a Colt para a cabeça dele, mas antes que ela apertasse o gatilho, Henry massageou o seu pescoço, ainda muito dolorido, e pediu:

— Bel, você me daria a honra?

Após um breve instante, Isabel entregou a arma para o amigo e respondeu:

— Claro. Ele é todo seu. Apenas mande este desgraçado para o Inferno logo.

Então Henry apontou a arma na direção de Freddy, mirou em sua cabeça, deslizou o dedo até parar no gatilho e indagou:

— Quais são as suas últimas palavras, Sr. Facas de Manteiga?

Freddy riu, tornando aquele momento ainda mais bizarro, encarou cada um deles e, por fim, respondeu de um jeito emblemático e aos risos:

— Bons sonhos, minhas crianças.

Depois de estreitar o olhar sobre ele, Henry replicou com ironia:

— Para você também, queimadinho.

No instante seguinte e sem hesitar, o caçador apertou o gatilho e a bala atingiu a testa de Freddy certeiramente. Sua risada se calou no mesmo instante, mas seus lábios congelaram em um sorriso sinistro. Freddy estava morto. Finalmente. Definitivamente.

Um longo silêncio perdurou por algum tempo até que Rachel indagou:

— Então é isso? Acabou? Ele morreu mesmo?

Henry abaixou a Colt, fez um biquinho com os lábios enquanto pensava a respeito, e respondeu:

— Parece que sim. Mas só para garantir, eu acho melhor colocar fogo em tudo.

— Ótima ideia, priminho! — vibrou ela, animada com a ideia. — Estrupício, você vem comigo? Nós vamos precisar de algo inflamável. Eu acho que ainda temos querosene no carro. — disse, olhando para Tony.

— Claro, Boneca. Eu também tenho um pouco no meu carro. Vamos? — replicou o rapaz, estendendo o braço para ela.

Sem pensar duas vezes e sem conseguir conter um sorriso de alívio por aquela caçada finalmente ter chegado ao fim, Rachel entrelaçou o braço dele com o seu e começou a se afastar.

Porém, ao notar que Erik e Isabel permaneceram no mesmo lugar e imaginando que seria um bom momento para deixar Emily e Henry sozinhos, Rachel deteve o passo, olhou para eles e os chamou:

— Vocês não querem nos ajudar com isso?

— Claro! — responderam Isabel e Erik ao mesmo tempo, percebendo a intenção da caçadora.

Então, os dois seguiram Tony e Rachel, deixando Emily e Henry completamente sozinhos.

Após um longo e incômodo momento de silêncio, a ruiva refletiu ironicamente:

— Nossa... Como eles são discretos, não?

Henry riu sem graça, mas não disse nada. Não conseguia pensar em algo decente para dizer para Emily naquele momento. Estava aliviado com o final daquele caso, ao mesmo tempo em que sentia uma emoção diferente e muito forte em relação à ruiva.

Era como se o que eles viveram na dimensão do Slender Man, o reencontro, todo aquele clima que surgiu entre eles e todas as indiretas que trocaram desde então, bem como os olhares e algumas confissões, estivessem culminando naquele momento e intensificando o sentimento que Henry tinha por ela, como se finalmente ele pudesse viver aquele sentimento com Emily.

O único problema é que Henry não sabia como fazer isso acontecer, não sabia por onde começar exatamente. Ou talvez até soubesse, mas o nervosismo não permitia que ele pensasse claramente e tomasse uma atitude. Tanto, que quem acabou tomando a iniciativa foi Emily.

Discretamente e sentindo a mesma emoção que Henry, ela procurou pela mão do caçador e, pouco a pouco, entrelaçou os seus dedos. Fechou os olhos e sorriu levemente, quando sentiu ele envolvendo a sua mão de volta com uma força gentil.

Em seguida, a caçadora abriu os olhos, respirou fundo, se enchendo de coragem, e recomeçou:

— Eu nem te agradeci por ter me salvado do Freddy.

Henry pensou um pouco, puxando algo em sua memória, e replicou:

— Agradeceu sim.

Emily revirou os olhos e se aproximou mais um pouco, ficando de frente para o caçador, e então articulou:

— Eu nem te agradeci direito. Como se deve agradecer.

Com certa inocência, Henry tentou tranquilizá-la:

— Emy, você não precisa me agradecer. Eu não fiz nada demais. Eu só...

O rapaz parou de falar imediatamente, quando Emily fechou os olhos, aproximou-se mais e pressionou seus lábios contra os dele. Instintivamente, Henry fechou os olhos também e sentiu aquela emoção tornar-se ainda mais forte dentro de si.

Uma espécie de corrente elétrica ainda percorria os corpos de ambos, quando Emily rompeu o contato de seus lábios. Então, os dois abriram os olhos e se encararam por algum tempo, até que Henry esboçou um sorriso torto, arqueou uma sobrancelha, puxou Emily para junto de si e disse sugestivamente:

— Sempre às ordens.

Emily riu e foi silenciada pelo beijo de Henry em seguida. Desta vez, completamente seguro de si e do queria, o caçador envolveu os lábios e a língua da ruiva de um jeito intenso e apaixonado que a deixou com as pernas bambas.

Instintivamente e enquanto aprofundavam aquele beijo já desconcertante, os dois caminharam até uma das paredes e Henry encurralou Emily nela.

Porém, quando a caçadora o abraçou com mais intensidade, acariciando justo o lugar que Freddy havia chutado, e quando Henry deslizou a mão pelo braço ferido de Emily em direção à sua cintura, os dois se afastaram imediatamente, gemendo de dor e rindo ao mesmo tempo.

Ainda aos risos, Emily sugeriu:

— Sabe, eu acho que aquela história de... Me beijar inteira vai ter que esperar um pouco. Pelo menos, até nós nos recuperarmos dos efeitos do Freddy.

Depois de se recompor, se reaproximar, colocar as mãos na cintura de Emily e lançar um olhar malicioso em sua direção, Henry retrucou sem qualquer pudor:

— Por quê? De um jeito ou de outro... Nós vamos gemer mesmo.

Surpresa com a resposta, mas nem tanto assim, Emily abriu a boca e deu um tapa no braço dele antes de dizer:

— Você é um safado, Henry!

— Eu te avisei que eu não presto. — lembrou o caçador, contendo o riso e referindo-se à uma conversa entre ele e a ruiva, durante a viagem até o túmulo falso de Freddy Krueger. — E eu até tentei te afastar por causa disso, Emy... — retomou mais sério — Porque eu não me achava bom para você, mas... Agora é tarde demais. Eu não posso mais ficar longe de você. Eu não consigo.

Sentindo o seu coração disparar, Emily mordeu o lábio inferior por um instante e, enquanto deslizava o dedo indicador pela camiseta de Henry, esclareceu:

— Sorte a sua que eu não acho que safadeza seja um defeito. Na verdade, eu até me identifico.

— É mesmo? — indagou ele interessado, enquanto acariciava o rosto dela com uma das mãos.

— Com certeza. — confirmou a ruiva, o fitando com um brilho intenso no olhar.

— Então, algo me diz que nós vamos nos dar muito bem. — insinuou o caçador, aproximando o seu rosto do dela.

— Eu aposto que sim. — encerrou Emily, fechando os olhos, recebendo mais um beijo de tirar o fôlego e correspondendo à altura.

XXX

Algum tempo depois, Emily e Henry ouviram passos e se afastaram imediatamente, escapando de um flagra, já que Isabel, Erik, Tony e Rachel estavam voltando para aquela área.

Quando eles finalmente chegaram ali, trazendo alguns galões de querosene, Henry e Emily disfarçaram o clima de romance. No entanto, todos sabiam que tinha acontecido alguma coisa entre os dois. Estava praticamente escrito nas testas do mais novo casal.

Rachel, sem conseguir se conter, colocou o querosene que trazia no chão, olhou para o primo, sorriu e fez um coraçãozinho com as mãos. Ele revirou os olhos envergonhado e Emily tentou não rir.

Em seguida, todos começaram a espalhar o querosene pelo corpo de Freddy e por toda aquela área. Depois, eles se afastaram, Isabel acendeu um isqueiro e o jogou no chão.

As chamas tomaram o lugar, consumiram o corpo de Freddy Krueger e finalmente os caçadores seguiram em direção à saída.

Do lado de fora, apoiados nos carros e na moto da nephilim, eles tomaram algumas cervejas e observaram as chamas queimando e depois se extinguindo.

Enquanto via aquilo, Erik só conseguia pensar na sensação de ter atirado em Freddy, salvado Henry, ajudado e colaborado para o desfecho daquele caso.

Se o rapaz tinha alguma dúvida sobre o que queria fazer da sua vida, agora ele não tinha mais nenhuma. Erik queria e iria ser um caçador. Estava mais do que decidido.

Mas, antes de comunicar a sua decisão para Isabel, ele precisava entender algo sobre ela. Mais precisamente, como a garota tinha se curado dos ferimentos provocados por Freddy Krueger.

Como se tivesse lido este pensamento dele, Isabel olhou para Erik ao seu lado e engoliu em seco. Ela sabia que precisava contar que era uma nephilim, sabia que não podia mentir para ele para sempre e que Erik merecia saber a verdade sobre ela.

Porém, Isabel ainda estava com muito medo da reação dele. Será que Erik iria compreender? Ele ia aceitá-la do que jeito que ela é? Ou aquele romance estava com os minutos contados?


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Notas finais do capítulo

Weeeeeeeeeell, sim, o Freddy está mesmo mortinho da Silva. Nos filmes, ele sempre dá um jeitinho de voltar para infernizar o povo, mas em Nunca Durma o bicho partiu desta para uma pior mesmo, ok?

Gostaram do desfecho do caso?

Eu, particularmente, adorei escrever esta fic porque o Frê é um dos vilões que eu mais gosto em filmes de terror, então foi um prazer sobrenatural escrever uma história focada nele. Um desafio, mas um prazer.

E sobre o mais recente casal? Curtiram o primeiro beijo de Hemily? E esse papo saliente entre os dois? kkkkkkkkkk

É isso aí, gente, cada casal tem o seu jeitinho. Rachony é o jogo de gato e rato, Isaberik é meigo e emblemático, e Hemily é o tipo de casal também meigo, mas com uma vertente mais safada mesmo. Oi?

Well, este capítulo não é fim de tudo, apenas o fim da caçada, ok? Mesmo porque ainda tem essa questão da Isabel contar ou não contar para o Erik que é uma nephilim, ele precisa contar que decidiu entrar para o family business, eu tenho que ajeitar algumas pontas soltas e tem alguns desdobramentos para uma futura terceira temporada também.

But, preciso deixar claro que, infelizmente, eu não terei condições de escrever esta possível continuação imediatamente, ok? E que vai depender muito da minha inspiração porque escrever por escrever não é comigo.

Bem, por enquanto é só. Agora é com vocês! Contem tudinho nas reviews, hein? Vou estar aqui esperando...

Bjs!



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