Nunca Durma escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 13
Nove, dez, nunca mais durma...


Notas iniciais do capítulo

Quando os versinhos da musiqueta do Freddy acabarem, eu vou ter que pensar em outros títulos para os capítulos...

Oi, gente!!!

Espero que gostem do capítulo de hoje, feito com muito Sazón! Lá vai!



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Erik e Isabel entraram no quarto que o rapaz dividia com Henry na pousada e esbarraram em alguns móveis, enquanto se abraçavam e se beijavam avidamente, sem se importarem mais em esconder o que estavam sentindo um pelo outro.

Quando o rapaz tropeçou na cômoda que havia no recinto e gemeu de dor, Isabel se afastou um pouco, riu da situação e perguntou:

— Machucou?

Erik flexionou a perna direita, a fim de massagear o pé por cima do sapato mesmo para aliviar a dor, enquanto fazia uma careta. Mas, instantes depois, ele se recompôs, passou os braços em volta da cintura da nephilim, lhe lançou um meio sorriso e insinuou:

— Nada que um beijo não possa curar.

Isabel sorriu. Um pouco por se lembrar de que a palavra nada remetia a outra coisa para os seus pais pervertidos, mas principalmente porque tinha gostado do flerte. E por isso, ela decidiu entrar naquele jogo e articulou se fazendo de difícil:

— Você não acha que nós já trocamos beijos suficientes para uma noite?

— Honestamente? — anunciou Erik, unindo as sobrancelhas como se pensasse a respeito. — Não. Eu preciso de mais um. — respondeu antes de surpreender Isabel com um beijo roubado de tirar o fôlego. — E mais um. — disse antes de beijá-la de novo. — E outro. E mais um. — falou enquanto repetia aquele processo.

Isabel ria contra os lábios de Erik, enquanto ele a guiava na direção de uma das camas. Mas, quando os dois caíram sobre ela, um alerta se acendeu na cabeça da nephilim imediatamente, fazendo a tensão surgir e se alastrar pelo seu corpo. Sem explicação aparente, ela passou a evitar os beijos de Erik e tentou afastá-lo um pouco, cortando completamente o clima.

Estranhando aquela reação, Erik deu certo espaço para Isabel e, enquanto acariciava os cabelos dela, perguntou calmamente:

— Ei... O que foi?

Sentindo o seu rosto enrubescer e o nervosismo tomando conta de si, Isabel fez um esforço para que as palavras saíssem da sua garganta:

— Eu só acho que nós estamos indo rápido demais. — e diante da expressão interrogativa de Erik, que sentia que Isabel tinha algo mais a dizer, a nephilim engoliu em seco e decidiu revelar: — É que eu nunca... Eu nunca...

A expressão interrogativa de Erik deu lugar à surpresa e Isabel não conseguiu completar a frase. Ainda mais envergonhada, ela fechou os olhos e cobriu o rosto com as mãos, até que finalmente cortou o silêncio resmungando:

— Ótimo.

— Não se preocupe, Sweetieheart. — disse uma voz completamente diferente da de Erik, o que fez Isabel abrir os olhos e fitar, em pânico, Freddy Krueger no lugar do rapaz. — Eu prometo que serei gentil. — ironizou, enquanto movimentava os dedos rapidamente, causando um atrito entre as lâminas próximas do rosto de Isabel, como que para intimidá-la.

Antes que ela pudesse reagir, Freddy se aproximou mais e lambeu a sua bochecha lentamente, fazendo um percurso que terminou perto da sua têmpora direita, levando a nephilim a fechar os olhos enojada.

Finalmente saindo daquele estado de choque, Isabel gritou e tentou tirar Freddy de cima de si, o empurrando para o lado, o derrubando da cama e caindo por cima dele, quando ele a puxou.

Isabel acordou com uma dor latejante na testa e se afastou rapidamente do criado-mudo entre as duas camas que havia no quarto, olhando tudo em volta, com medo de que não tivesse acordado e que Freddy fosse reaparecer a qualquer momento. Mas, ao invés disso, Erik abriu a porta do banheiro e saiu, já vestido e com os cabelos molhados do banho.

Depois de terem passado praticamente a madrugada inteira do lado de fora da pousada, conversando e recuperando o tempo perdido, os dois tinham entrado quando o dia começou a amanhecer.

Isabel tinha tomado um banho minutos antes, trocado de roupas e enquanto Erik fazia o mesmo, ela tinha se deitado na cama dele, apenas para descansar um pouco. Não queria ter pegado no sono, mas o cansaço tinha sido mais forte e foi o que acabou acontecendo.

Preocupado, Erik caminhou apressado até Isabel, a ajudou a se levantar do chão e perguntou:

— Você está bem?

— Eu sonhei com o Freddy de novo... — contou a nephilim ainda atordoada, deixando o rapaz mais preocupado, embora ele desconfiasse daquilo, já que tinha a ouvido gritar do banheiro. — É a segunda vez que eu sonho com você e então ele aparece de repente. — confidenciou, se arrependendo em seguida, pois embora não houvesse mais motivos para fingir que não estava apaixonada por Erik, aquela confissão era no mínimo constrangedora.

Lisonjeado por ouvir aquilo, Erik deu um leve sorriso de satisfação e indagou cheio de si:

— Então você tem sonhado comigo? — e diante do silêncio dela, ele provocou: — Tudo bem, eu entendo. Digamos que eu costumo mesmo causar esse efeito nas garotas.

Apesar da tensão do pesadelo ainda presente em sua mente e corpo, Isabel conseguiu rir ao ouvir aquilo. Em seguida, revirou os olhos e bateu levemente no ombro de Erik, relaxando um pouco, enquanto o repreendia:

— Cala a boca.

Depois disso, ela massageou a testa, bem no local que tinha se chocado com o criado-mudo e fez uma careta de dor. Ao perceber isso, Erik deu um passo à frente, afastou algumas mechas de cabelo do rosto dela e, enquanto examinava a testa da garota, perguntou preocupado:

— O que foi? Machucou?

Por mais que o pesadelo tivesse sido aflitivo e perturbador, Isabel não conseguiu deixar de sorrir e replicar algo que Erik disse nele:

— Nada que um beijo não cure.

Ao ouvir esta resposta, o rapaz estreitou o olhar na direção dela e, tentando conter um sorriso de satisfação, encenou:

— Eu não sei se isso é uma boa ideia, Isabel, afinal, nós somos apenas bons amigos, lembra?

Tudo bem, ela merecia ouvir aquilo, mesmo que fosse uma brincadeira. Isabel sabia que tinha se enganado ao acreditar que conseguiria ser apenas amiga de Erik. Mas agora ela sabia muito bem que aquilo era impossível. Por isso, naquela madrugada, quando encontrou o rapaz na escadaria da pousada, ela finalmente parou de lutar contra o que estava sentindo por ele. E agora não seria diferente. Não tinha mais volta. Isabel estava apaixonada e, contrariando todos os seus temores, ela estava disposta a viver aquele sentimento.

Sendo assim, a nephilim passou os braços em volta do pescoço de Erik, enquanto ele segurava gentilmente em sua cintura, e pediu:

— Esquece o que eu falei, ok? Eu estava errada e com medo.

Erik sorriu e antes de lhe dar um beijo na testa e unir seus lábios aos dela na sequência, assegurou:

— Já esqueci.

Instantes depois, Isabel se aconchegou no peito dele, o abraçando e permitindo que Erik a abraçasse de volta. Aquilo era tão bom. Se pudesse, ficaria assim para sempre.

Então, ela suspirou e fechou os olhos, enquanto pensava em certas coisas que Erik não sabia sobre ela e também sobre si mesmo. Uma ponta de culpa surgiu em seu peito, quando Isabel voltou a se manifestar:

— Tem tantas coisas que você precisa saber.

— Sobre o quê? — interessou-se ele que, no fundo, já tinha percebido que Isabel estava escondendo alguma coisa. Ou várias.

Sentindo certo nervosismo, a nephilim se afastou um pouco, para fitar Erik nos olhos e, quase no mesmo instante, descartou a ideia de lhe contar o que ela era e quem eram os seus pais. Isabel não se sentia pronta para compartilhar aquilo de novo com outra pessoa e tinha muito medo de que Erik a rejeitasse quando soubesse a verdade. Não seria a primeira vez que aquilo aconteceria, afinal.

Por outro lado, eles tinham cerca de duas horas até que a Faculdade de Springwood abrisse e só então poderiam falar com o Sr. Clyde, um professor de História Local, e descobrir se ele tinha uma versão diferente da divulgada sobre Freddy Krueger. E, convencida de que Erik merecia saber a verdade sobre o seu famoso antepassado, Isabel respondeu:

— Sobre Samuel Colt, por exemplo.

Erik a fitou intrigado. Ele não era burro e já tinha percebido que desde que se envolveu naquela caçada, todos o olhavam de um jeito diferente quando ele dizia o seu sobrenome. Definitivamente, havia algo sobre Samuel Colt que Isabel e os outros sabiam, e ele não.

Erik não fazia ideia do que poderia ser, mas queria muito descobrir. Por isso, ele assentiu com um meneio de cabeça e incentivou Isabel a contar:

— Eu estou ouvindo.

XXX

Enquanto isso, no quarto no final do corredor, Rachel estava deitada em uma cama e Tony na outra. A caçadora olhava fixamente para o teto, enquanto o rapaz olhava para ela, em alerta para o caso de Rachel pegar no sono, embora ele estivesse mais cansado do que ela.

Em dado momento, a prima de Henry se mexeu um pouco, de uma forma que pudesse ficar de lado e ter uma visão melhor de Tony, e então sugeriu:

— Nós devíamos tomar outro café.

— Nós acabamos de fazer isso, Boneca. — lembrou o rapaz, bocejando um pouco.

Rachel o observou com certa preocupação e ficou tensa quando as pálpebras de Tony pesaram até um ponto em que ele não conseguiu mais manter os olhos abertos.

— Ei! — chamou ela, enquanto se sentava na cama. — Você não pode dormir, Estrupício. — alertou quando ele abriu os olhos e a fitou visivelmente sonolento.

Depois de pensar por um instante e esfregar o rosto com as mãos, numa tentativa de espantar o sono que sentia, ele também se sentou, apoiou as costas em um travesseiro que ajeitou contra a cabeceira, e concordou:

— Você está certa, eu não posso. Afinal, eu tenho que te manter acordada.

— Não é de mim que eu estou falando. Eu estou bem e acho que consigo manter os olhos abertos por um tempo. O sono passou um pouco. É com você que eu estou preocupada. — esclareceu a morena.

Sentindo uma ponta de satisfação por constatar que Rachel estava preocupada com ele, Tony conteve um leve sorriso e indagou:

— Você acha que o Freddy vai vir atrás de mim também?

Tentando disfarçar a preocupação que sentia, Rachel respondeu o mais natural que pôde:

— Segundo a Isabel, ele está atrás de todos nós. Eu, ela e a sua irmã já sonhamos com o desgraçado. Então, sim, eu acho que você pode ser o próximo.

Apesar de gostar de ver Rachel preocupada com o seu bem estar, o sono que Tony sentia naquele momento era mais forte e, pouco a pouco, estava o vencendo. Então, ele bocejou mais uma vez, fechou os olhos e replicou:

— Por mim tudo bem. Se ele quiser vir, que venha.

— Não seja estúpido! — protestou Rachel, alterando-se um pouco. — Até agora nós tivemos sorte, porque nenhum de nós se machucou de verdade. Mas quando o Freddy entra nos nossos sonhos, nós ficamos vulneráveis. É a sua vida que fica em jogo, Estrupício. Portanto, não durma, ok?

Rachel parou de falar quando percebeu que Tony tinha ignorado tudo o que ela havia dito e permaneceu de olhos fechados. Sentindo aquela preocupação se intensificar, ela se lembrou de tudo o que ele fez para mantê-la acordada naquela noite. Dançou, cantou, contou piadas, disse coisas aleatórias, cozinhou, deu em cima dela, a fez rir. Agora, Rachel sentia que precisava retribuir, mantendo-o acordado também. Mas o que ela poderia fazer?

Uma ideia surgiu em sua mente e ela ficou surpresa consigo mesma. Não podia ter pensado mesmo aquilo. Ou podia? Por que tinha pensado, afinal?

Rachel não sabia responder essas perguntas e não sabia se faria aquilo por Tony ou por ela mesma. Tudo o que sabia é que alguma coisa tinha mudado dentro de si durante aquela noite. Alguma coisa tinha mudado enquanto Tony dançava, cantava, contava piadas, dizia coisas aleatórias, cozinhava, dava em cima dela, a fazia rir.

Apesar da situação tensa por não poder dormir, Rachel tinha gostado do tempo que passou com Tony. Talvez, mais do que deveria.

E ao se dar conta de que se importava com ele, Rachel se encheu de coragem e decidiu colocar em prática a tal ideia:

— Estrupício?

— Hum? — murmurou ele, suspirando profundamente.

Rachel hesitou por um instante, fechou os olhos com força e tentou se convencer de que aquilo era loucura. Não conseguiu. Então abriu os olhos e despejou de uma vez:

— Me beije.

Um segundo se passou até que Tony abriu apenas um dos olhos e a fitou desconfiado:

— O quê? — indagou o rapaz. Mas antes que ela respondesse, ele voltou a fechar o olho e resmungou: — Ah... Que ótimo, eu já estou sonhando.

Rachel não conseguiu conter um leve sorriso ao ouvir aquilo. Gostava de saber que Tony sonhava com ela. Ou pelo menos que se referia àquela situação como um sonho. Isso, de alguma forma, lhe deu coragem para prosseguir:

— Não é um sonho e eu estou falando sério. Me beije.

Na sequência, ele voltou a abrir apenas um olho e a observou, depois o fechou e, por mais que aquela ideia o deixasse tentado, afinal era tudo o que Tony queria, ele precisou perguntar:

— Por quê?

Rachel franziu o cenho um tanto ofendida. No fundo, ela estava imaginando que quando dissesse aquilo, Tony ia ficar maluco e a beijaria imediatamente. No fundo, ela estava curiosa para saber como seria o tal beijo e não esperava que fosse ser tão difícil de conseguí-lo.

Mas, já que tinha começado, agora ela iria até o fim. E, por isso, respondeu:

— No hospital, quando me deu aquele beijo no rosto, você disse que só iria me beijar... Na boca, no dia em que eu quisesse isso. — e após uma breve pausa, sentindo o seu coração acelerar subitamente, completou: — Muito bem. Eu quero agora.

Tony finalmente abriu os dois olhos e a fitou. A observou por um bom tempo, enquanto o rosto de Rachel ficava um tanto vermelho.

Por fim, ele deduziu:

— Você não quer me beijar de verdade, Boneca, você só não quer que eu durma. É diferente.

Ok. Havia certa verdade naquele raciocínio. Rachel estava mesmo empenhada em não deixar Tony pegar no sono. Porém, para isso, ela poderia ter sugerido qualquer outra coisa, como dar uma volta na cidade ou tomar o café da manhã em alguma lanchonete da região. Qualquer coisa assim. Ela não precisava ter sugerido um beijo em específico. Portanto, havia sim uma parte dela que queria aquilo. Que queria ser beijada por Tony Carter e descobrir se estava sentindo algo diferente por ele ou não.

Porém, como tinha o seu orgulho, Rachel decidiu não insistir mais. Então ela deu de ombros, levantou da cama e, enquanto se afastava, desconversou:

— Você acabou de perder uma oportunidade e tanto, mas por mim tudo bem, Estrupício.

Ouvir aquilo acendeu um alerta na cabeça do caçador que, finalmente, percebeu como estava sendo estúpido. Se Rachel estava dizendo que queria um beijo, o mínimo que ele tinha que fazer era agradecer a Deus por aquele milagre e tratar logo de beijá-la com toda a paixão que sentia, antes que ela mudasse de ideia, inventasse uma desculpa ou outra coisa.

Pensando desta forma, Tony levantou com um impulso, a alcançou, segurou em sua mão, fazendo-a se virar em sua direção, e indagou:

— Você está mesmo falando sério?

Rachel soltou a mão dele lentamente, tentando transparecer naturalidade, embora por dentro estivesse tremendo inexplicavelmente. Em seguida, cruzou os braços contra o peito, arqueou as sobrancelhas e respondeu o mais tranquila e indiferente que conseguiu:

Estava. Mas você fez muito doce e agora eu não quero mais.

Em seguida, a caçadora fez menção de seguir em direção a porta, porém se deteve quando Tony segurou o seu braço e pediu um tanto ansioso:

— Não, espera aí, Boneca, vamos conversar.

— Não há nada o que se conversar, Estrupício, eu perdi a vontade. Simples assim. — esquivou-se Rachel, embora no fundo, não estivesse sendo sincera.

O problema é que, de repente, ela percebeu que não devia ter dado esperanças para Tony, muito menos para si mesma. Onde ela estava com a cabeça quando sugeriu aquilo?

— Então você estava mesmo com vontade? — quis confirmar Tony, sentindo uma satisfação genuína diante daquela confissão velada.

Rachel pensou em desconversar, mas, por algum motivo, estava com dificuldade em raciocinar direito. E então, o que ela acabou dizendo foi:

— Um pouco.

— Um pouco? — repetiu Tony sem acreditar. — Tem certeza? Por que para mim, você precisa estar com muita vontade para me pedir um beijo. — articulou, se aproximando e repousando as mãos na cintura dela.

— Ei! Ei! — protestou a morena, o afastando um pouco. — Eu não te pedi nada, Estrupício. Aliás, eu não sou do tipo de garota que pede alguma coisa. O que eu quis dizer é que se você quisesse me beijar, desta vez, surpreendentemente e para a sua sorte, eu não faria nenhuma objeção.

Tony riu, achando engraçado o jeito que Rachel distorcia as coisas, só para não ficar por baixo naquela situação e se preservar. Mas ao invés de desanimar diante daquela postura, ele insistiu:

— É engraçado, Boneca, mas não foi isso o que me pareceu.

Depois de lhe lançar um sorriso desdenhoso, Rachel argumentou:

— Eu não espero que você entenda. Inteligência não parece ser o seu forte mesmo, afinal você dispensou um beijo de Rachel Winchester.

Rapidamente, o rapaz fez questão de esclarecer:

— Eu não dispensei, eu só estava querendo ter certeza de que era isso mesmo o que você queria. Em outras palavras, eu não queria me aproveitar de você, é isso. Afinal, eu sou um gentleman.

— Um gentleman? — Rachel riu, embora no fundo estivesse rindo de nervoso e não porque duvidava daquilo. — Quer saber? Não importa, Estrupício. Como eu disse, o pouquinho de vontade que eu tinha passou. — reforçou, sentindo aquele nervosismo se intensificar e transformar-se em um alerta. Ela não devia ter começado aquela conversa. Não devia.

— Eu posso te deixar com vontade de novo. — assegurou Tony de um jeito sedutor, dando um passo a frente, colocando as mãos na cintura dela mais uma vez, a olhando com um interesse palpável e se inclinando um pouco em sua direção.

— Eu não sei se isso é... Possível. — desconversou a caçadora, se inclinando para trás, um tanto incomodada com a proximidade que crescia entre os dois. — Talvez você esteja certo, talvez eu só queria te manter acordado mesmo. — disse, tentando convencê-lo disso e pôr um fim naquele assunto que nunca devia ter iniciado.

— Qual é, Boneca? Não vamos perder essa chance. — retorquiu Tony, inconformado com a ideia de que a morena desistisse do que tinha sugerido. Agora era tarde demais. Tony queria aquilo. E não se importava mais se Rachel sugeriu o beijo apenas para não deixá-lo dormir. — Sinta o clima e vamos fazer isso direito. — prosseguiu, enquanto segurava com uma força gentil na cintura dela. — Deixe eu fazer isso direito. — pediu com um sorriso cretino e encantador nos lábios, que desarmou Rachel completamente.

A caçadora simplesmente parou de resistir e se convenceu de que talvez, apenas talvez, a ideia de beijar Tony não fosse tão absurda assim. O que ela tinha a perder, afinal? Além disso, Rachel não podia negar que estava sim com vontade de beijá-lo. Só não queria pensar no motivo de estar sentindo essa vontade.

Sendo assim, Rachel tentou relaxar e não pensar em nada, olhou para a boca de Tony por um instante, depois voltou a fitá-lo nos olhos e, por fim, se permitiu dizer:

— Tudo bem.

Tony sentiu o seu coração, já acelerado, disparar quando ouviu aquilo. Rachel havia consentido, lhe dado carta branca. Finalmente!

Então, sem pensar duas vezes, ele deixou que sua mão direita subisse pelas costas da garota e pescoço, até alcançar a sua nuca. Rachel sentiu-se arrepiada, mas disfarçou bem. Em seguida, Tony trouxe o rosto dela para junto do seu, enquanto Rachel repousava as mãos no seu peito, sem saber se devia agarrar o rapaz ou afastá-lo de uma vez. Ainda estava em conflito consigo mesma, mas, depois de respirar fundo, ela se convenceu de que, já que tinha começado aquilo, agora iria até o fim.

Sendo assim, Rachel fechou os olhos quando Tony fechou os dele e aproximou o rosto do dela. Não tinha mais volta. Rachel procurou por seus lábios.

Mas então, subitamente, alguém abriu a porta do quarto e os dois abriram os olhos tomados pela surpresa. Rachel se afastou tão rápido de Tony que quase caiu na cama atrás de si. Ele, por sua vez, olhou na direção de Emily, que havia entrado, mas permanecia com a mão na maçaneta, com a expressão de alguém que tinha percebido que havia interrompido algo importante, e disse:

— Irmãzinha! Não me leve a mal, eu estou feliz que você tenha voltado, mas... Que hora mais interessante para aparecer, não?

Emily olhou para Rachel, que estava com o rosto tão vermelho que mais parecia um tomate, depois voltou a fitar o irmão e lamentou constrangida:

— Me desculpem.

Antes que Tony dissesse alguma gracinha, Rachel tomou a sua frente e desconversou:

— Imagina, Emily! Está tudo bem. Eu e o Estrupício só estávamos conversando.

A ruiva fitou os dois com certa incredulidade, disfarçou um sorriso e falou:

— É, deu para notar.

Houve um momento de silêncio constrangedor, durante o qual os três se entreolharam. Tony com um sorriso torto nos lábios, Emily se segurando para não rir dos dois e Rachel desejando que um buraco se abrisse no chão para ela desaparecer dentro dele.

Por fim, ela respirou fundo e cortou o silêncio:

— Onde está o meu priminho?

— Indo para o quarto dele. — respondeu Emily, já que aquele era o quarto que ela dividia com Tony, e Henry estava seguindo para o que dividia com Erik.

Atrapalhando-se um pouco, Rachel avisou:

— Ótimo! Eu... Eu vou lá então...

Em seguida, ela caminhou a passos largos na direção da porta e passou por ela, quando Emily sorriu em concordância e se afastou um pouco.

— Ei, Boneca! — a voz de Tony a chamando, fez Rachel deter o passo, estremecer um pouco e finalmente olhar para trás.

Com um sorriso descarado naquele rostinho lindo e uma sobrancelha levemente arqueada, o rapaz a lembrou:

— Você me deve um beijo. Eu vou cobrar.

Emily encarou Rachel como quem acabou de confirmar uma suspeita. Até então, a ruiva apenas desconfiava que estava rolando um clima naquele quarto quando ela chegou, mas agora ela tinha certeza e, por isso, não conseguiu se conter e deixou o seu queixo cair um pouco.

Rachel, por sua vez, nunca desejou tanto que um buraco se abrisse bem debaixo dos seus pés. Sentindo o seu rosto ainda mais ruborizado, ela fuzilou Tony com o olhar e, antes de se virar e seguir pelo corredor em direção ao quarto do primo, ameaçou entredentes:

— Você me paga, Estrupício.

Sem se intimidar com a ameaça, Tony sorriu ainda mais e suspirou enquanto dizia:

— Essa é a minha garota.


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Notas finais do capítulo

Sim, a autora maquiavélica que habita o meu ser e que no caso sou eu mesma (oi?) adora interromper os casais quando eles estão prestes a... Smack! Me julguem kkkkkkkkkkk

Well, well, well, de qualquer forma, Rachony deu um importante passo neste capítulo, não? A Rachel principalmente, já que finalmente ela se mostrou beeeeeem balançada em relação ao Tony. No que isso vai dar? Nem vos conto...

Sobre o pesadelo da Isabelzinha, quero fazer um esclarecimento: não, ela não beijou o Freddy. Aquele Erik beijoqueiro era uma criação da mente apaixonada dela mesmo. O Freddy surgiu depois e tomou o lugar do Erik de mentirinha, ok?

Sobre a lambida no rosto (que moçoilo queimado mais abusado!) e o discurso de que seria gentil com a Isabel, eu me inspirei em cenas de A Hora do Pesadelo (original e remake) e também de Freddy X Jason, onde o Frê faz umas coisinhas assim mesmo.

E siiiiiiiim, a Isabelzinha é uma mocinha pura. Onde isso vai dar? Nem vos conto...

Onde o medo que ela está sentindo de perder o Erik vai dar? Nem vos conto também...

Maaaaaaaas, aguardem e confiem, ok?

Bem, em breve tem mais um capítulo. Provavelmente, segunda-feira. Bjs e até lá!

Epa! Reviews?



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