Somente à noite escrita por Ys Wanderer


Capítulo 33
Feche a porta...




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Anna

— Catapora? Tá de sacanagem? Achei que vocês nem tinham mais idade para isso!

— Pois é, Anna, fazer o quê. — Davi parecia sonolento e chateado do outro lado da tela do meu celular. — Achei que iria escapar dessa, mas pelo visto...

— Eu também achei, Anna! — Andressa, em estado ainda pior, estava só a derrota com o cabelo assanhado e a cara toda cheia de pontinhos. — Ódio dos infernos!

— Calma, baby, calma. — André tentava abrandar o humor dela. — Mais tarde eu vou aí levar um remedinho. — Fez uma voz sensual.

— Eca! — brinquei. — Vocês são um nojo!

— E eu odeio vocês dois. — Andressa falou, se referindo a mim e ao namorado, pois como nós dois já tínhamos adoecido na infância não corríamos mais o risco de ficar naquele estado. — Vão continuar perfeitos enquanto eu e o Davi parecemos dois baiacus.

— Na verdade vocês estão bem bonitinhos. A partir de hoje vou chamar vocês de “a galinha pintadinha e o galo carijó.” — Fiz troça e eles riram.

Enfim, o surto de catapora na escola começou leve, primeiro nos pequenos, mas logo se espalhou e alguns adolescentes também pegaram. Andressa foi a primeira a aparecer com febre, e logo em seguida Davi, que também passou mal. Eles então foram mandados de volta para casa, para repousar, e agora me davam a notícia pela nossa chamada de vídeo em grupo pelo celular.

— Se cuidem e bebam água, ok? E tentem não coçar as bolhas para não marcar. — Aconselhei. André também deu uns conselhos (meio doidos), que envolviam besuntar a pele com manteiga e mel, e eu dei um tabefe no pescoço dele pela ideia besta. Nós então demos tchau para eles, mandamos mil beijos e encerramos a chamada, pois já era hora de entrar e tínhamos que voltar correndo para as nossas salas.

Foi uma semana longa e solitária sem eles, e eu e André ficamos a maior parte do nosso tempo livre conversando com os dois pelo celular para atualizá-los sobre as fofocas e matérias: o professor de química tinha passado um trabalho impossível de resolver;  a seriíssima professora de matemática foi flagrada se pegando com o professor de educação física no banheiro; Patrícia tinha mandado sinceros (cof cof) beijos e votos de melhoras para Andressa e Davi, e logo depois vimos ela de conversinha com o Fábio... Assim os dias foram passando e minha amiga e meu namorado até foram melhorando, porém ainda sem conseguirem retornar. André ia ver Andressa quase todos os dias, mesmo que ela morasse meio longe...

Já eu estava sempre adiando uma possível ida até a casa de Davi.

Não era má vontade, mas eu não sabia com que cara iria entrar naquele lugar de novo depois de tudo o que acontecera no fatídico jantar. Tinha sido um momento bem doido e apesar dos “benefícios” que Davi insistia em creditar a mim, eu não estava preparada para encarar aquelas portas feias uma outra vez. No entanto, cada dia longe dele era barra, e como eu já estava ficando louca de saudade criei coragem e resolvi ir logo até lá para ver como é que ele estava, pois não dava para esperar mais uma semana até o seu retorno à escola ou que se sentisse bem o suficiente para vir até mim.

Então, enfim respirei fundo e toquei a campainha dele três vezes.

*

— Olá, querida. Seja bem-vinda! — Quem me recebeu no portão foi Maria, a amada babá do meu namorado. — Você quase colocou essa casa abaixo sabia, menina? — A mulher me deu um tapinha no ombro enquanto entrávamos, acompanhado de uma gargalhada gostosa, e eu fiquei com um pouco de vergonha. — Sabe, as rosas sou eu que planto. O Davi devia regar para mim, mas esses dias ele não teve como, não é? Catapora é coisa séria. Ahh, você gosta de suco de laranja? Acabei de fazer. Tem tantas vitaminas! Entra, é por aqui! — Maria era uma profusão de assuntos e palavras diferentes ao mesmo tempo que eu nem conseguia responder uma pergunta antes dela me bombardear com outras. Assim, durante o longo trajeto até o quarto de Davi eu não falei absolutamente nada, apenas escutei ela tagarelar milhares de coisas que iam desde as cores das plantas ao perigo da fiação exposta de uma lâmpada queimada que ninguém queria trocar.

Ela parecia ainda mais legal do que ele me contava.

— Davi? — Eu chamei do outro lado da porta, depois de bater, mas ele não respondeu. Maria então a abriu sem cerimônia e percebemos que ele estava dormindo sob a cama, mesmo que eu tivesse avisado que já estava quase chegando há uns 20 minutos atrás.

— Deve ter cochilado agora mesmo, pois ainda pouco eu falei com ele. — Maria se apressou em explicar. — Vou deixar vocês a sós enquanto faço um bolo. — Ela foi saindo sem dar tchau. — O meu menino adora bolo, então acho que vou pôr um pouco de chocolate para ficar ainda melhor. Talvez eu faça uns salgadinhos também, mas antes vou regar logo aquelas plantas secas. Meu Deus, que calor... tomara que chova logo... água... roupas no varal... — a mulher continuou falando sozinha até a voz dela sumir quando virou o corredor.

Olhei para o meu namorado e ele estava muito fofo, pois parecia uma criança, todo encolhidinho. Além disso, embora já estivesse melhor, ainda havia algumas marquinhas que denunciavam a catapora tardia que o havia acometido.

— Davi? — Eu sentei na cama ao lado dele o soprei o seu nome em seu ouvido. — Davi?

— Você por aqui? — Ele disse entre um bocejo e outro assim que despertou e percebeu que quem estava ali era eu. — Fico lisonjeado que você tenha se lembrado de mim. — Reclamou enquanto esfregava os olhos e eu dei um peteleco na orelha dele. — Ai! Depois de dias sem me ver e é assim que sou tratado? Que tristeza...

— Andou vendo novela mexicana de novo, não foi? Sempre que você assiste a essas coisas fica assim todo dramático e chorão.

— Anna, eu às vezes me pergunto se tem algum coração batendo aí debaixo dessas costelas. — Ele me olhou de um jeito engraçado. — Aposto que durante todo esse tempo você nem sentiu a minha falta, não é?

— Ah, tá bom, tá bom! — Eu dei um abraço nele e quando ele encaixou a cabeça no meu pescoço eu percebi que ele ria. — Que coisinha mais carente! Quer mingau? — Provoquei, mas isso só o fez rir mais.

— Eu estava com saudades. — Davi confessou, me apertando cada vez mais. — Você devia ter vindo antes.

— Eu sei disso, mas não sabia como. A última vez que tive aqui foi meio... peculiar, lembra? — Eu desfiz o nosso abraço e ele percebeu que estar ali naquela casa me incomodava bastante.

— Eu entendo. — Davi afagou o meu rosto. — Mas agora já está tudo bem e resolvido, você não precisa se preocupar com nada.

— Seu pai sabe que estou aqui?

— Sim, eu o avisei. Ele gosta de você, Anna. Eu juro. Ele só não está aqui agora porque precisou ir à casa de um amigo.

— Bom, acho que eu vou acreditar nisso. E a sua mãe?

— Ela... tá lá no canto dela. — Davi respondeu meio melancólico. — A gente tá se acostumando a esse novo arranjo ainda. Pelo menos ela veio me ver e até cuidou um pouco de mim nos últimos dias, e isso foi bem legal. — Ele abriu um sorriso tímido de satisfação.  

— Ah, a vovó e os meninos mandaram uma coisa para você. — Tirei a mochila das costas e comecei a vasculhar até achar um potinho cheio de brigadeiros. — Eles fizeram juntos e foi a maior algazarra. — Lhe entreguei os doces e Davi pareceu tocado com o pequeno gesto da minha estranha família. — Você tá melhor? Como está se sentindo?

— Já estou pronto para qualquer coisa, não sinto mais nada mesmo. Eu já teria ido à escola, mas a Maria não me deixou sair desse quarto até ela dizer que eu estava bom. A propósito, como foi que ela recebeu você?

— Com muita energia, acho que em nenhum segundo ela ficou quieta. Eu a adorei, ela é uma grande figura.

— É mesmo... — Davi deu aquela suspiradinha que denotava o grande apreço que sentia por ela.

Nós então nos sentamos juntos na cama dele e conversamos sobre uma porção de coisas aleatórias. Não ficamos sozinhos por muito tempo, porque logo depois Maria voltou e entrou com um montão de comida, e a gente acabou incluindo ela na conversa. Porém, não foi algo ruim, pois ela era muito divertida e contou várias histórias constrangedoras sobre a infância de Davi. O tempo que passamos os três juntos foi bem agradável e eu até pensei que talvez começaria, a partir daquele momento, a me acostumar a aquele ambiente tão diferente. A noite por fim chegou, Maria se cansou e foi deitar, e então Davi me convenceu a jogar videogame com ele, mesmo eu avisando que era uma negação.

Já estávamos na terceira partida quando o meu celular tocou e, apesar de ser o número de vovó na tela, quem respondeu ao meu alô foi Conchito, que desatou a falar durante uns bons cinco minutos. O monólogo dele já estava me deixando cansada, por isso me sentei sobre uma mesa de madeira que Davi utilizava para estudar, e que estava no canto do quarto. Revirei os olhos umas mil vezes enquanto meus ouvidos eram massacrados pela fala exagerada do meu amigo, e isso deve ter preocupado Davi.

— O que foi? — ele perguntou quando desliguei.

— Jeferson torceu o pé por causa do salto alto durante um ensaio do seu show. Não é nada grave ou preocupante, mas vovó vai ficar com ele no pronto-socorro até terminar todos os procedimentos e o efeito dos analgésicos passar. Conchito vai ter que cuidar sozinho da boate hoje à noite, por isso saiu cedo, então me ligou não somente para se lamentar do quanto ele ficaria ocupado e sobrecarregado de ter que trabalhar sozinho e blá, blá, blá, mas também para avisar que não ia ter ninguém em casa quando eu chegasse.

— Mas você já vai, Anna?

— Acho que sim, está ficando tarde.

— Não, por favor, não vá. Fica mais um pouco. — Davi pediu, me impedindo de me levantar de onde eu me sentara. — Você está realmente querendo ir embora depois de passarmos tanto tempo sem nos vermos? Só mais uma horinha, vai. Por favor. Você nem mesmo disse que estava com saudade de mim. — Eu sabia que ele estava fazendo doce, mas eu não estava muito a fim de rir com isso.

— Para, Davi. Não me olha assim.

— Assim como?

— Como essa cara de cachorro que caiu da mudança... Olha, eu sei que eu não disse isso desde que cheguei aqui, então vou falar. Sim, Davi, eu senti muito a sua falta, senti mesmo. Cada dia sem você lá naquela escola foi uma tortura e quando o fim de semana chegou e você não foi até a minha casa eu... Acho que eu nunca tinha passado um fim de semana tão sem graça.

— Nossa, que bonito o que você disse. — Davi parecia se divertir com o meu desconforto.

— Mas não pense que eu disse isso porque não vivo sem você. Na verdade, só estou falando para ver se você para de me encher o saco. É isso. Satisfeito? Agora tchau.

Dei de ombros. Ele riu.

— Por que você sempre faz isso, Anna?

— Isso o quê?

— Isso. Diz algo bonito e depois contorna a situação e transforma em piada. — Uma pausa dele. — Por quê? — Um suspiro meu.

— Não sei. — Por fim me rendi e comecei a falar. — Acho que não gosto de ser sentimental.

— E o que há de mal nisso?

— Um coração mole é mais facilmente quebrado.

— Anna... — Davi tocou no meu queixo, me fazendo olhar para ele. E como eu estava sentada na mesa e ele de pé, na minha frente, nós acabamos ficando da mesma altura, meu rosto tão perto do dele que eu podia sentir a sua respiração. Ele então se aproximou ainda mais, e com isso se encaixou no meio de minhas pernas, o que me fez perder o foco momentaneamente. — Você tem medo que eu quebre o seu coração?

Sim, eu tinha medo, pensei quando voltei à realidade. Tinha medo dos ciclos, tinha medo de crescer, tinha medo de tudo, pois com exceção de vovó todo o restante das pessoas que entrava na minha vida sempre costumava sair depois, de algum modo, por isso eu acabava não me apegando muito.

Da última vez que mamãe dera notícias ela estava em algum lugar lá pelo sul, e só ficamos sabendo dela porque ela mandara uma mensagem para vovó pedindo uma grana. Já papai estava lá no interior, e quase nunca dava para ele me visitar por causa do trabalho e dos meus irmãos. Eu entendia a ausência deles, mas não deixavam se sentir falta. E como alguns outros (bem poucos) amigos que eu tivera na vida duraram somente breves momentos, no fundo no fundo eu sabia que um dia Jeferson e Conchito também iriam procurar seguir os próprios caminhos. Eu tentava não pensar nisso e sempre compreendia, mas dessa vez estava sendo difícil imaginar um futuro no qual Davi não estivesse presente.

E isso doía bastante.

— Me desculpe, mas é que... — Comecei a articular com dificuldade depois de um tempo de silêncio. — Eu odeio essa sensação que é estar vulnerável a você.

— Mas por que, Anna? Isso não faz nenhum sentido.

— Claro que faz. É muito estranho para mim eu sentir o que sinto por você, porque eu não imaginava que seria assim. Eu sempre gostei de solidão, e você vem e quebra isso e eu não sei agora como superar você, caso eu precise um dia. Entendeu?

— Você não precisa me superar nunca se não quiser, pois eu vou perturbá-la até o fim dos seus dias.

— Isso deveria ser romântico? Porque soou bem psicopata. — Lá estava eu fazendo piadinhas de novo para desviar o foco.

— O que eu quero dizer é que isso só vai acabar um dia se você quiser, Anna. Porque eu tenho certeza que jamais vou deixar de sentir o que eu sinto. Então não precisa ficar com medo de nada, o que tiver que acontecer vai vir de você.

— Você parece tão seguro. Como consegue?

— Bom... — Ele encostou a testa dele da minha e ficamos lá, de olhos fechados, meu corpo sendo tomado por um calor impossível de explicar. — Não importa se a gente vai durar para sempre, ou se mês que vem nenhum de nós dois vai estar no mesmo lugar onde estamos, Anna, pois você vai ser sempre o meu primeiro, único e verdadeiro amor. Mesmo que nossas vidas se desviem, eu jamais te esqueceria ou te apagaria da minha vida. É isso. Talvez eu seja só um romântico bobo do tipo, no entanto...

Não o deixei terminar a frase, pois a necessidade de beijá-lo foi maior do que a espera. Aquelas palavras eram a coisa mais bonita que eu já havia ouvido em toda a minha vida e foi difícil não sentir cada uma delas como se fossem criaturas vivas me envolvendo e se espalhando pela minha alma através da minha mente e do meu coração.  

Apertei minhas coxas em torno do seu corpo, e enquanto isso seus braços me enlaçaram fortemente, não deixando nenhum espaço entre nós. Com a mão em sua nuca puxei seu cabelo, e em resposta Davi mordeu meu lábio inferior. Aquele beijo intenso despertou emoções muito fortes e muito novas em mim, mas uma sensação maior e mais interessante começou a se formar abaixo da minha cintura. Era delicioso e difícil de suportar.

— Nossa... — Sussurrei quando percebi o que estava acontecendo e, principalmente, o que estava prestes a acontecer. Era algo que eu queria muito, mas não sabia como iria ser, então minhas mãos começaram a suar.

— O que foi? — Davi se afastou um pouco para me encarar e eu odiei cada milímetro que nos separavam.

­— Se continuarmos assim... Você sabe.

— Ah, desculpe, Anna. — Ele enfim percebeu a nossa situação e instantaneamente ficou embaraçado. A combinação de vontade e vergonha no rosto dele o fez parecer ainda mais fofo, e isso tirou qualquer dúvida que eu poderia ter.

Davi com certeza era o cara certo para a minha primeira vez.

— Não peça desculpas e nem pare, por favor. — O puxei de volta para mim, meu coração batendo forte, nossas respirações aceleradas. — Eu... eu... eu acho que amo você. — Criei coragem e sussurrei, e então percebi pela sua situação lá embaixo que ele também sentia e queria tudo aquilo tanto quanto eu.

— Eu também te amo, Anna. Amo de um jeito que chega a doer. — Davi respondeu, seguro, se iluminando com aquelas palavras que agora eu já não tinha nenhum medo de dizer. No entanto, percebi no meio da sua felicidade quando uma pontinha de dúvida surgiu em sua fronte, o fazendo gaguejar. — Tem certeza do que quer?

— Por que, você não?

— Eu quero isso desde a primeira vez que você tocou em mim. Você não sabe como eu venho padecendo todo esse tempo, as coisas que eu tenho pensado... — ele riu discretamente. — Mas é que, como você deve supor, jamais fiz isso antes.

— Eu também. Por isso acho que tem que ser com você.

— E se eu te decepcionar?

— E se eu te decepcionar? — Devolvi.

— Isso seria impossível, Anna. Impossível.

— Vamos descobrir como vai ser então, hum? — Murmurei. — Que tal juntos?

Davi me beijou de novo. E de novo, de novo e de novo. Tirei a camisa dele e ele tirou a minha blusa, a gente rindo o tempo todo por causa da nossa falta de jeito com as mãos. Não consegui evitar gemer quando ele me ergueu da mesa, me apertando, para me levar para a cama, a nossa proximidade transformando a espera em uma bem-vinda agonia. E quando ele deitou o corpo dele sobre o meu foi como se o mundo inteiro não mais existisse, na verdade o mundo poderia até mesmo acabar que naquele momento eu não me importaria.

— Espera, espera, espera... — Interrompi e Davi tentou disfarçar a frustração com uma expressão séria. — Pega a minha mochila, rápido!

— O quê? — Ele questionou quando o empurrei de cima de mim, mas obedeceu. — Fiz alguma coisa errada?

— Não, bobo, é que precisamos de algo, algo que me obrigam a carregar por sua causa já há algum tempo. — Segurei o riso enquanto vasculhava a mochila que ele me estendera. — Achei! — Puxei o pacote de camisinhas que Conchito havia me dado no dia da aula com a cenoura e Davi riu.

— Ah, entendi. — Davi respirou fundo, tentando se acalmar. — Então, mais alguma coisa?

— Feche a porta. — Recomendei.

E depois disso a terra pareceu enfim girar na direção certa.



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