Tentação escrita por MePassaAManteiga


Capítulo 43
- Capítulo 43


Notas iniciais do capítulo

Eeeeee, finalmente cap novo. :P

Boa leitura.



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Jess estava demorando, eu não sabia o que pensar. Na verdade, eu não conseguia mesmo pensar em nada, tudo estava embaralhado em minha cabeça. Eu só não queria ter qualquer notícia ruim.

– Tudo bem. – Louis começou. – Podemos ligar a TV? – Ele ergueu as sobrancelhas.

– Ah, sim. – Eu disse me encolhendo na manta.

– Ele deveria trocar isso. – Louis fez careta. – Isso está bem velho. – Ele bateu a palma da mão na TV.

– Posso falar com ele, mas não sei se adiantará já que ele não vê televisão.

Louis apertou o botão do aparelho e observou a tela ascender. Apenas canais abertos. Jess não pagava assinaturas.

– Está legal. – Louis suspirou. – Sem TV. – Ele voltou a se sentar no sofá de couro, descansando seus braços nas costas do sofá. – Mas então, o que seu amigo foi fazer de tão importante?

– Ãh... – Eu não sabia o que responder. Poderia inventar qualquer desculpa, mas nenhuma veio à cabeça. Uma batida na porta me fez dar um pulinho no sofá. Louis me olhou relaxado, para ele era só alguém normal batendo na porta para pedir informação ou sei lá o que. Mas para mim poderia ser qualquer criatura, como por exemplo um demônio querendo me matar.

Engoli seco e me levantei segurando a manta enrolada em meu corpo. Eu estava com medo do que iria encontrar do outro lado, mas achei coragem onde já nem tinha mais e andei até a porta. Minha mão tocou na maçaneta gelada e virou vagarosamente deixando a porta ser aberta. O rosto do detetive Hants iluminava com a luz que vinha da sala. Meu coração se acalmou e eu soltei uma respiração dura.

– Detetive Hants?

– Magda? – Ele perguntou, tão surpreso quanto eu.

– O que faz por aqui?

– Tem um carro na ponte, parece que alguém passou por apuros.

– Eu também o vi. – Louis disse. – Acho que o dono saiu para procurar ajuda.

– Ninguém apareceu por aqui? – Hants perguntou. Seus olhos rodeavam observando o interior da casa que ele podia ver. Eu segurava a porta com dificuldade, a manta não me deixava movimentar meu corpo, eu era desajeitada demais então seria fácil ela se desfazer a qualquer momento me deixando constrangida.

– Ah, não. – Falei e minha voz deu uma leve vacilada. O carro era do Tomas e eu estava nele a poucos minutos atrás e decidi deixa-lo lá para fugir de um maldito demônio que queria arrancar minha cabeça, apenas isso. – Ninguém apareceu. – Concluí.

– E o que você faz aqui? – Ele deu mais importância a palavra “você”. – Achei que morasse em outro lugar. – Suas sobrancelhas juntaram em dúvida.

– Ah... é ... essa casa é de um amigo

– Dele? – Hants apontou seu indicador para Louis.

– Não. - Olhei para Louis e fiz careta. Esperava que ele entendesse o recado de ficar calado e me deixar levar a conversa. – De outro amigo.

– E aonde ele está?

– Ah, ele... ele foi comprar comida. – Menti. – Adolescentes sentem fome toda hora. – Ri esperando que Hants achasse graça.

– E ele foi como? – Perguntou entortando os lábios. – Tem um porsche preto do outro lado e uma caminhonete logo ali na frente.

– Ele foi com outra amiga... com o carro dela. – Lembrei da Hanna na hora.

– Hm, até porque seria difícil ir andando até algum lugar que vende comida, estão todos um pouco longe daqui. – Ele puxou um maço de cigarros do bolso. – Aliás, quem mora aqui?

– Ah. – Pensei muito em responder, mas não havia problema. Era um detetive. – Jess.

– Hm. – Seus dedos escolheram o cigarro, com a outra mão ele puxou o seu isqueiro prateado e ascendeu o objeto, levando a boca. Ele o tragou e soltou a fumaça, que escondeu seu rosto e me fez dar uma leve tossida. – Vou tentar encontrar o dono daquele carro, deve estar precisando de ajuda. – Hants disse, segurando o cigarro entre seus dedos.

– Ah... Ok. – Respondi. Ele não encontraria ninguém, porque o dono do carro era do Tomas o qual se encontrava morto. Então eu me lembrei que o corpo dele havia ficado jogado na estrada, quando eu lutava contra Philip. Hants não encontrou o corpo, se ele tivesse encontrado, não estaria procurando pelo dono do carro.

– Tenha uma boa noite. – Ele sorriu de canto, não parecia um sorriso muito simpático. Ele deu meia volta e andou até seu carro preto que estava na frente da caminhonete do Louis.

Fechei a porta pesada de madeira forte e virei a chave, trancando-a.

– Por que você mentiu para ele? – Louis perguntou, confuso.

– É uma longa história... Você... – Ele me cortou.

– Eu não me importo com o quão grande é essa maldita história, você mentiu pra um policial.

– Detetive. – O corrigi.

– Não faz diferença, ele é um cara da lei. – Louis estava inquieto. – O que está acontecendo?

– Eu já disse... – Insisti.

– Não, você não disse. – Ele se levantou, para ficar a minha frente.

– Eu não posso contar. – Falei, com a voz alterada.

– Eu sou seu amigo. – Ele apoiou as mãos em meus ombros, abaixando um pouco para ficar com seu rosto perto do meu.

– É complicado. – Apertei minhas mãos na manta. Podia sentir um cheiro de menta do seu hálito, ele respirava rápido e estava impaciente, queria uma explicação. Mas se eu contasse estaria pondo tudo em risco, já bastava meu irmão, se Louis soubesse ele poderia estar em perigo ou por todos nós em mais perigo ainda. – Eu não... – Tentei falar novamente que eu não iria contar, mas batidas fortes na porta me fizeram parar de falar.

O barulho me fez estremecer, eu me assustei. Louis sentiu meu tremor e soltou as mãos dos meus ombros. Suas sobrancelhas juntaram ao ver minha expressão de medo no rosto.

– Porque está tão assustada? – Ele falou baixo.

Eu não respondi. Andei até a porta e respirei fundo, girei a chave devagar e depois a maçaneta, ao puxar a porta eu vi Jess com seus braços erguidos, apoiando suas mãos em uma parte alta do batente da porta.

– Ah, Deus. – Soltei minha respiração pesadamente.

– Está tudo bem? – Ele passou seus braços em minha cintura me abraçando. Ele cheirava a terra e seu cabelo estava olhado de suor. Pude ver Hanna parada atrás dele.

– Sim. – Respondi.

– O que houve? – Louis perguntou.

– Ele te aborreceu? – Jess perguntou, passando seus olhos para o Louis.

– Não, está tudo bem. – Ergui meus ombros ajeitando a manta em meu corpo. – Onde está Philip? – Meus olhos arderam quando eu disse o nome.

– Philip? – Louis se aproximou. – O que tem ele?

– Demos um jeito. – Jess falou, depois de cortar Louis com os olhos. – Vou levar você para casa. – Ele disse, puxando a manta para tampar minhas pernas que estavam a mostra.

– Vamos estar seguros? – Perguntei a Jess. Eu queria saber se minha família e eu estaríamos seguros em casa, não queria ter de lutar com algum demônio novamente dentro da minha casa. Da última vez que isso acontecera, mamãe e Lucia quase morreram.

– Sim.

– Estar seguros? – Louis se exaltou. – Mas que droga é essa?

– Dá para você ficar quieto? – Jess avançou, segurando a gola da camisa de Louis, que respirou com dificuldade com a surpresa.

– Ei. – Gritei, deixando a manta cair. – Parem com isso.

Jess soltou Louis, que cambaleou para trás se equilibrando com um dos pés. Ele passou as mãos pelo pescoço e seus olhos estavam arregalados.

– Vá a merda. – Louis saiu pisando forte, passando por nós. Hanna que estava na porta moveu seu corpo para dar passagem a ele.

– Qual é o seu problema? – Empurrei Jess. – Isso foi desnecessário.

– Vá em frente, defenda ele. – Jess disse, tentando controlar sua voz.

– Por favor. – Hanna disse. – Podemos parar por aqui? – Suas mãos estavam no ar na altura de seus ombros.

– Isso foi ridículo. – Fuzilei Jess com os olhos. Não era necessário atacar Louis daquele jeito, ele estava apenas confuso com o fato de ninguém contar a ele o que estava acontecendo.

– Coloque a manta. – Ele agachou para pegá-la no chão, esticando seu braço em seguida para que eu a pegasse. – Vou levar você para casa.

Jess passou por mim e Hanna, com seus passos largos e firmes. Ele estava mal-humorado e eu não o culpava por isso, mas não significava que ele podia perder o controle com meu amigo.

– Por favor. – Hanna abriu passagem, esticando o braço para que eu passasse para fora.


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