Tremor escrita por Jessyhmary


Capítulo 8
O Complexo


Notas iniciais do capítulo

Olá bebês! *_*

Primeiramente, gostaria de pedir um sorry muito grandão a vocês por não ter postado essa semana, mas isso se deu por alguns contratempos, entre eles o fato de que eu fiquei sem o Word há mais de uma semana. Eu já tinha uma parte do capítulo pronta, mas lutei para instalar o Office da Microsoft, e devido ao insucesso, tive que recorrer ao LibreOffice. Não que seja ruim, mas eu ainda estou me acostumando, então... Foi meio conturbado.

Isso e o fato de eu ainda fazer faculdade, o que é incrível, mas verídico. hahaha ^^

Mas espero que vocês curtam o capítulo. Tentarei atualizar as demais fics o mais rápido possível, então... Só peço que tenham paciência.
E vamos lá!

#BoaLeitura :D



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– Em que diabos você estava pensando quando mandou a Simmons vir sozinha até aqui encontrar você? – May descruzava os braços, olhando séria para Skye. - Ainda mais quando sabia que Ward e aquela outra estavam de tocaia a esperando? Podíamos ter perdido vocês duas!

– Eu sabia que Ward estava atrás de mim, May. – Skye olhou receosa para a mais velha. – Era o único jeito de pegá-los.

– E por que você queria prender os dois, mesmo?

As duas permaneciam de pé, na saída do beco. Ward e Kara ainda estavam desacordados, presos no cimento sem qualquer sinal de consciência. E por mais esperta que tivesse sido, Jemma Simmons não conseguiria prender May durante muito tempo com aquela gravação. Na verdade, Melinda quase conseguia sentir o cheiro da armação das duas garotas.

– Eu meio que... Não posso dizer.

– Você o quê? – May cruzou os braços novamente e se aproximou dela.

– Você confia em mim, May?

– Skye, essa não é a questão aqui.

– Sim, May... É exatamente essa a questão.

Skye olhou para o seu reloginho biológico. 75 bpm.

– Skye... – May suavizou o tom de voz. – Coulson está desesperado procurando por você. Ele não dorme direito há dias.

– E eu sinto muitíssimo por isso, May. De verdade. – A garota abaixou a cabeça e suspirou. – Olha, eu preciso resolver umas coisas antes de voltar para o QG. Eu só peço que... Confie em mim. Por favor.

– Está bem, Skye. – May suspirou, inconformada. – Mas a Simmons vem comigo.

– Está certo. – Skye sorriu sem vontade e encarou a piloto. – Eu a levarei para o quinjet em meia hora. Não vamos demorar.

May não respondeu nada, apenas deixou Skye na calçada e seguiu de volta para o quinjet. Não faria isso em outras ocasiões, mas ela confiava em Skye. Especialmente porque Coulson confiava nela.

– Agora vocês dois – Skye olhava para Ward e para Agente 33 desmaiados no asfalto. – Como é que eu vou levar vocês daqui?

– Alguém chamou o reboque?

– Oi. – Skye sorriu sem jeito e encarou a mulher voadora na sua frente. – Quem... Ah! – Skye levou uma das mãos à testa como se desculpando pela falta de memória. – Carol Danvers, não é?

– Oh – a loira pisava em terra firme novamente. – Sim, sou eu mesma. – ela sorriu meio desconfortável. – Jéssica, aquela fofoqueira...

– Não, não. – Skye sorriu e olhou engraçado para Carol. – ela falou bem de você.

– Mas é claro que falou. Ela é minha melhor amiga. – Carol olhava para os dois corpos desmaiados no beco. – O que houve por aqui?

– Você... Sabe que eu...? - Skye perguntou em tom baixo e seus olhos semicerrados sugeriam alguma espécie de receio.

– Sim. A Jess me contou. Bem vinda ao grupo, maninha. – Carol segurou Ward com uma mão e a Agente 33 com a outra. – Quer carona também?

– Não, obrigada… Eu vou andando mesmo. - Skye abraçou o próprio corpo, sentindo o frio da noite arrepiar os pelos de seu braço. - Você mostra o caminho? A mulher-aranha disse que vocês tem um tipo de complexo aqui perto...

– Sim. Na verdade, estamos chamando assim mesmo. "O Complexo." - Carol gesticulou com as mãos, enfeitando o nome com um tom quase teatral.

– Soa legal. - Skye observou, andando a passos largos, numa tentativa de acompanhar Carol que estava voando um pouco à frente dela. - Agora, conte-me mais sobre O Complexo.



(...)



– E então? Não vai falar nada?

Jemma Simmons era observada sobre os olhares fixos de Jéssica e dos garotos - agora não tão esfomeados quanto antes. Suas pernas pareciam tremer, mesmo que estivesse confortavelmente sentada em um sofá macio de fim de liquidação. Carol já havia sido louca por aquele estofado, e, se fossem em outros tempos, ele não estaria sendo usado por um bando de adolescentes descontrolados. Para Jemma, talvez, Danvers poderia abrir uma exceção.

– Parece até que tá com medo da gente. - Mark notou a expressão assustada de Simmons e resolveu encrencar. - Acha que somos alguma espécie de monstro, ou coisa parecida, ô branquela?

Simmons arregalou os olhos ofendida e já abria a boca para se defender quando a morena mais velha tomou as rédeas da situação.

– Mark - Jéssica suspirou, aproximando-se dele lentamente. - Até quando você vai ser um bebê? A doutora Jemma Simmons é uma agente da S.H.I.E.L.D. e está aqui para ajudar.

– Em quê, especificamente? - Samantha perguntou, cruzando os braços e encarando Jemma. - Ela tem poderes também? Como nós?

– Eu não tenho. - Jemma resolveu se pronunciar, por fim. - Mas minha amiga, sim.

– Então por que não trazem a amiga dela, ao invés de...

Mark ainda falava quando sentiu algo forte e maleável envolver sua boca, impedindo que ele conseguisse produzir algum som entendível.

– Ah... - Jéssica suspirou enquanto os demais garotos riam da situação de Mark. - Você nunca foi tão agradável quanto agora, Marky.

– Ei, chegamos com as encomendas. - Carol adentrava o local, segurando Ward e Kara. - Os garotos ainda estão com fome?

Samantha fez uma cara de nojo, ao ver que a suposta "comida" eram os dois corpos desacordados.

– É brincadeira, garota, relaxa. - Carol deixou os pacotes no chão e colocou Skye no meio do grupo. - Temos gente nova.

Jemma imediatamente pôs-se de pé e encarou Skye, como se só agora pudesse vê-la claramente. Skye tinha as bochechas rosadas, talvez por estar sendo apresentada como "a novata" num grupo que ela desconhecia tanto quanto desconhecia a coisa instável e incontrolável que havia dentro de si. E Simmons geralmente não a via corar daquele jeito.

– Skye. - Jemma pronunciou quase sussurrando, ainda estática no local onde estava.

– Meninos – Jessica interrompia a cena, acenando para a saída do apartamento. - Por favor, deem licença às agentes. Skye passou por muita coisa hoje e a Agente Simmons não ficará conosco por muito tempo.

Mark ainda tentou fazer alguma brincadeira, mas a teia grudada à sua boca impedia que qualquer um o entendesse naquele momento.

– Vocês ouviram a Jessica, fedelhos. Circulando! - Carol os apressava, empurrando Samantha e o garoto com pseudo-asas em direção à porta. - Você liga quando voltar, okay? - Ela gesticulou um telefone com a mão e Skye acenou com a cabeça. - Vou levar esses monstrinhos para o Complexo.

A casa já estava silenciosa há mais de um minuto. Sem sinal de Jessica, Carol ou dos garotos superdotados. Apenas Simmons e Skye procurando palavras para começar aquela conversa confusa e conturbada.

– Oi. - Skye se atreveu a dar o primeiro passo. - Olha, desculpa pelo…

A garota mal havia levantado a cabeça para olhá-la, quando sentiu os braços de Simmons dando a volta no seu pescoço, abraçando-a com certa pressa.

– Onde raios você estava?! - Simmons perguntava aflita, tentando segurar o choro.

– Jemma… Eu… - ela havia sido pega de surpresa com aquilo. - Foi tudo complicado depois do templo e eu não pude... - Skye sentia seu coração batendo mais rápido do que o normal. 95Bpm.– Eu não queria colocar nenhum de vocês em perigo, e também…

Skye parou de falar e sentiu Jemma afrouxando o abraço, como se tivesse percebido alguma coisa passar de relance pelas entrelinhas. Alguma coisa confusa e misteriosa.

– Também o quê, Skye?

– Jemma. - Skye segurou as mãos dela e hesitou por um momento. - O que eu vou te contar agora é muito sério.

– Está bem…

– Você tem que me prometer que não vai contar nada, absolutamente nada disso para ninguém na base. Nem para o Coulson, nem para a May, nem mesmo para o Fitz. Ninguém, Jemma. Nem sob tortura.

– Tudo bem, eu prometo. - Jemma respondeu com um pouco de medo.

– O diretor Fury não saiu da S.H.I.E.L.D. definitivamente. - Skye deu alguns segundos para que Simmons engolisse aquela primeira informação. - E ele veio atrás de mim... Com uma missão.

– Skye, isso é…

– Eu sei, eu sei o que parece, mas eu já analisei tudo. Se Coulson soubesse ele estaria em risco, e eu não me perdoaria se alguma coisa acontecesse a ele ou a vocês.

– Mas… Como… Quando ele falou com você?

– No dia em que eu… Me transformei. Foi antes de eu encontrar a Raina. Fury pediu para eu ficar de olho nela. E me avisou sobre Jessica e Carol. Quando a mulher-aranha me encontrou, eu meio que já sabia do grupo de superdotados e Fury disse que eu poderia confiar nelas e ficar por perto, aguardando novas instruções.

– Então, você… Mentiu esse tempo todo? - Simmons deu um passo para trás e a encarou, temendo a resposta.

– Não, Jemma. Fury só entrou em contato comigo depois que o Obelisco, Divinador… Enfim, aquela coisa fez isso comigo. Então ele disse que queria explorar minhas habilidades para uma missão secreta.

– Missão essa que você não pode me contar, não é?

– Eu já falei demais, Jemma. Se Fury souber que eu te contei tanto, é capaz dele colocar você na missão junto comigo! - Skye suspirou e a olhou como se pedindo um pouco de clemência. - Eu só não queria te deixar no escuro quanto a isso, mesmo que soe irresponsável. Não queria que passasse pelo que passei quando você foi para a H.I.D.R.A...

Jemma abaixou a cabeça, sentindo as memórias preencher-lhe a alma. Nunca ela queria ter feito aquilo. Muito menos naquele momento. Deixar a base foi um desafio que nem ela mesma sabia que poderia dar conta.

– Não, eu não falei por mal, por favor – Skye sorriu levemente, tentando fazê-la esquecer a dor. - Só queria que você soubesse.

– Skye – Jemma a abraçou novamente, apertando os olhos, como que temendo o que estaria por vir. - Cuidado lá fora, por favor.

– Tudo bem, Jem. - Skye deixava uma lágrima rolar silenciosa, ciente da missão que cumpriria dali em diante. - E você cuida de todos lá na base, okay?

– Sempre. - Jemma sorriu em lágrimas e apontou para a porta. - Acho que a May está me esperando para voltarmos. E ela viu você.

– Eu sei. - Skye abriu a porta do apartamento e Simmons seguia logo atrás dela. - Pedi que ela confiasse em mim.

– E você acha que ela consegue esconder mais alguma coisa do Coulson?

– Vamos torcer para que sim, ou eu vou ter que encarar a ira dele quando nos reencontrarmos.

As duas caminhavam pela rua deserta, o asfalto molhado refletindo as luzes meio trêmulas da cidade. Jemma voltaria para a base e Skye passaria uma temporada indeterminada no Complexo. Era o melhor jeito de ajudar a S.H.I.E.L.D. no momento e Skye ainda caminhava incerta sobre sua nova missão.

– Você tem certeza? - Jemma a olhou uma última vez antes de subir no jato. - Sabe que pode me ligar a qualquer momento.

– Sei sim, Jemma. - Skye tentava transparecer otimismo. - Espero que tudo isso termine logo.

– Estarei esperando por você. - Simmons respondeu docemente, pegando sua mala com Skye. - Todos nós estaremos aguardando o seu retorno.

– Obrigada, Jemma.

Skye a abraçou novamente, dessa vez com um desespero que gritava em seu peito. Um medo constante que ela tentava, a todo custo, enterrar na camada mais profunda de si mesma.

Simmons subiu no quinjet e foi a vez de May descer do assento e ir encontrar Skye antes de partirem. May estava usando óculos escuros. Àquela hora da noite.

– Tem certeza disso?

– A Simmons tá ficando igualzinha a você ou é o contrário? - Skye perguntava com um sorriso forçado, tentando amenizar a tensão entre as duas.

May não sorriu. Na verdade, agiu como se Skye não tivesse lhe dirigido uma só palavra.

– Você tem certeza…

– Tenho, May. - Skye endureceu o semblante ao perceber que May estava deixando que ela mesma escolhesse o que viria a seguir. - Acredite, eu estou fazendo isso para o bem de Coulson e de toda a equipe. O meu poder é simplesmente… Devastador.– ela pronunciou com pesar, afinal, aquela parte da história era, em sua maioria, verdadeira. - Eu encontrei um grupo de pessoas iguais a mim. Vivendo em um lugar mais isolado. Eu voltarei para a base quando aprender a controlar isso. Não quero arriscar machucar nenhum de vocês.

– Como quiser. - May respondeu secamente, o inconformismo subindo amargo pela sua garganta até o seu paladar. - Só tente ficar viva, okay? Existem pessoas que se importam com você. - May deu uma pausa para um breve suspiro. - Espero que não tenha se esquecido disso.

Melinda nem ao menos permitiu que Skye confirmasse ou rebatesse nada. Girou nos calcanhares em direção ao quinjet e Skye, no fundo, achou melhor assim. Já lhe doía a alma despedir-se de Simmons, e agora May… Não. Seria melhor dessa forma. Sem adeus, sem despedidas ou promessas. Manteria o foco no que estaria por vir. No resultado daquele sacrifício. No sigilo daquelas informações. Na seriedade da diplomacia. No risco que todos estavam correndo. Nada seria o mesmo depois que acionassem o gatilho. Inevitavelmente, algo estava fadado a desmoronar. E a missão de Skye era aparentemente simples:

Não deixar que tudo aquilo desmoronasse sobre a S.H.I.E.L.D.



(…)



– Parece um tanto imprudente, Senhor. - Hill o olhava com uma expressão de julgamento. - O que sabemos dela? Digo, de concreto? Até onde eu fiz as estatísticas, ela poderia ser um problema até mesmo para a equipe de Coulson... E agora, você quer trazê-la para isso?

– Você sempre confiou nos meus instintos, Hill. O que a faz tomar essa postura repentina agora?

– O senhor me chamou para a análise de riscos e eu estou lhe passando o meu relatório. Skye não está liberada dentro dos meus critérios. - Hill deu uma pausa, tentando ignorar o fato de que ele estava de costas para ela, sentado em sua enorme cadeira de escritório. - E, me desculpe por lembrar, mas os seus instintos passados já trouxeram alguns... Contratempos desagradáveis, senhor.

Fury apenas virou-se para a Comandante, apoiando os cotovelos sobre a sua mesa. Não que ele desprezasse a avaliação de Hill, muito pelo contrário. Nick Fury a admirava e até confiaria a ela a sua vida. Mas naquele momento, seu relatório e sua posição não afetariam em nada a decisão dele. Por mais infantil e impulsiva que fosse.

– Com todo o respeito, Comandante Hill... - Ele se pôs de pé. - Solicitei este relatório sobre ela apenas porque queria um detalhamento da sua percepção sobre a proposta. Em nenhum momento eu deixei transparecer que sua posição mudaria os termos do meu acordo com Skye.

Maria deixou o braço encontrar o lado esquedo do seu corpo, quase como se as palavras de Fury tivessem pesado mais em seu braço do que em sua mente. Liberar Skye para aquilo era quase um indício de que Fury precisaria de férias definitivas dos Vingadores e de toda essa coisa de super missões. Estava a dois passos de encaminhá-lo a um psiquiatra.

– Bom. - ela respirou fundo, inconformada. - Aqui está o relatório detalhado e impresso que me pediu. Mesmo que no fim das contas, não vá fazer uso dele.

Hill deixou a pasta cair sobre a mesa de Fury ruidosamente. Era mais do que evidente que ela não estava nenhum pouco de acordo com os novos planos de Nick Fury.

– Vamos lá garota. - Fury suspirou, logo após encontrar-se sozinho em sua sala novamente. - Estou apostando todas as minhas fichas em você. - ele folheava o relatório lentamente, parando em um documento escrito à mão e estampado com a foto de Skye na maior parte da página. - Não me decepcione.


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Notas finais do capítulo

Nossa... Alguém aí tem alguma ideia? Vão pensando aí nas teorias... rs

— Its All Conected! :D



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