Tremor escrita por Jessyhmary


Capítulo 5
Aterrorizada


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!!! Nossa, AoS voltou com tudo mesmo! Que episódio foi aquele?
Mas enfim, comentários a parte, vamos para nosso capítulo que eu gostei bastante de escrever... Então... Let's do this!

#BoaLeitura! :D



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A-ter-ro-ri-zar: s.f. "Encher-se de Terror."

Aterrorizada.

Provavelmente essa seria a melhor palavra para descrever a garota que saiu de um casulo após ter sido exposta à uma espécie de névoa que a transformou drasticamente. E não, não foi tão divino quanto prometia ser. Tudo em mim é diferente agora. Até mesmo o barulho que eu faço enquanto durmo. E eu sei disso porque Raina me contou que em algumas noites o chão da casa e tudo dentro dela tremia quando eu tinha pesadelos. Isso mesmo. Eu conseguia desestruturar a casa até mesmo quando estava dormindo. E digamos que alterações bruscas de humor não eram muito bem-vindas nesse momento. Eu tomava todos os calmantes que eu podia, mas meu corpo absorvia tudo muito rápido e o efeito durava bem pouco. A medicação chegou a dobrar no meio da semana e eu comecei a passar mal em alguns dias. No fundo, eu sabia que nada do que eu fizesse poderia parar aquilo.

E foi aí que eu comecei a me desesperar.

Teve essa manhã, em Chicago, em que a dor foi mais forte do que qualquer outra coisa que eu pudesse controlar. Estava em casa sozinha, Raina não tinha voltado para lá desde a noite passada. Eu tentava não chorar. Meu cérebro apenas repetia a mesma cena de novo e de novo: Triplett morrendo, se desfazendo... Tudo desmoronando ao redor de mim. Eu sabia que era eu... Claro que eu sabia! Mas simplesmente não podia acreditar naquilo. Apenas queria poder acordar e ver que tinha sido mais um pesadelo. Mas não. Eu apertei os punhos com uma força descomunal e quando a dor escapou da minha garganta com um grito, tudo ao redor começou a tremer e a quebrar. Absolutamente tudo.

Foi então que eu fugi. Provavelmente, aquele “acidente” estaria em todas as manchetes no dia seguinte. E eu não tinha para onde ir. Não queria voltar para a base. Não queria que me vissem daquela maneira. Não sabia se conseguiria encarar os olhares de Fitz e Simmons sobre mim, assistir Jemma desmoronar ao estudar meu sangue e descobrir que eu tinha me transformado em... Naquilo. Ver May e Coulson tentando me proteger, sem nem mesmo saber por onde começar... Não queria ser um peso para a equipe.

E foi então que aconteceu algo completamente inesperado: uma estranha conseguiu me fazer mudar de ideia.



(...)



Simmons não pôde dormir depois de ler aquilo. A britânica dirigiu-se até o quarto em passos lentos e arrastados, tais como os ponteiros de um relógio. Trocou de roupa apenas para ficar mais confortável e sentou-se na cama, ainda observando o visor apagado do celular. Havia duas semanas que ninguém sabia absolutamente nada sobre Skye e de repente ela ressurgia tão bruscamente quando como desapareceu naquele templo. Simmons não tinha certeza sobre o que poderia ter acontecido, mas sabia que deveria se preparar para o pior. Skye poderia estar ferida, assustada, completamente fora de si e Jemma queria estar certa de que poderia ajuda-la no que quer que fosse preciso. A única coisa que ela sabia era o que Skye havia deixado na carta. Que ela havia mudado. E Simmons precisaria ser forte o bastante pelas duas naquele momento.

– Ainda acordada, agente Simmons?

May passava pelo corredor quando viu a britânica sentada na cama, olhando para um dos livros que Fitz a havia emprestado.

– Não estou com sono. – Simmons respondeu, quase bocejando.

– Você está exausta. – May apoiou um dos braços na porta. – Passou o dia inteiro trancafiada naquele laboratório com Fitz e a agente Garza.

– Eu estou preocupada com a Skye. – ela admitiu, largando o livro na cama e olhando para a piloto. – O que será que ela está fazendo agora? – Perguntou inocentemente.

– Eu não sei, Jemma. – May entrou no quarto dela lentamente e suspirou. – Eu me pergunto isso dezenas de vezes por dia.

Jemma abaixou a cabeça e pensou naquelas palavras. May realmente havia mudado.

– Skye parecia dar vida às coisas. – May continuou. – Eu geralmente guardo isso para mim mesma, mas... – a piloto pegou o livro que Jemma deixara na cama, apenas para ocupar as mãos. – Eu já chorei sozinha na cabine ao cair a ficha de que ela não estava conosco.

Jemma não sabia o que dizer diante daquilo. Ensaiou uma ou duas palavras por alguns longos segundos e tentou o seu melhor:

– Quando foi isso?

– Ontem à tarde. – May respondeu, soltando o livro. – Mas eu sei que Skye está bem. Ela é a garota mais astuta e inteligente que eu conheço, sem querer menosprezar seus doutorados, Simmons. – ela deu um meio sorriso. – Skye tem essa coisa espontânea dentro de si... Ela vai se virar.

– É, eu sei bem como ela pode ser espontânea. – Simmons ensaiou um sorriso, mas ao invés disso, seus olhos encheram de lágrimas. – Ela já me meteu em cada uma...

– É – May concordou, sorrindo. – E sempre sobrava para mim e pro Coulson o trabalho de arrumar a bagunça de vocês.

– Sim – Jemma sorriu enquanto uma lágrima escorria calada pelo seu rosto. – Como naquela vez que ela me fez distrair o Coulson enquanto ela procurava pelas inscrições que ele estava esculpindo no escritório dele.

– Coulson ficou uma fera com vocês. – ela lembrou-se, com uma expressão divertida.

– Mas ele ficou mais bravo com ela, por saber exatamente de onde havia saído a “ideia brilhante”.

– Coulson conhece-a muito bem. – May suspirou, ligeiramente emocionada. – Skye tem um jeito peculiar de demonstrar amor às pessoas.

– E o modo como ela tenta imitar o meu sotaque? – Jemma sorriu, já sem lágrimas nos olhos.

– Viu? Peculiar.

May e Simmons sorriram nostálgicas até que os minutos se passaram e as lembraram de que Skye continuava desaparecida por aí.

– Eu só queria que ela passasse por aquela porta e dissesse: “Simmons, mas que droga! Você comeu todas as rosquinhas com o Fitz?” – ela pronunciou de forma engraçada, tentando imitar a voz de Skye e fazendo May rir com a imitação. – Eu sinto falta dela.

– Todos nós sentimos, Simmons. – May abraçou-a ainda sorrindo. – Nós vamos encontra-la mais rápido do que você imagina.

Simmons apenas assentiu e enxugou uma última lágrima antes que May voltasse para a cabine. Era melhor tentar dormir, já que sua agenda do dia incluía a atividade: “Driblar minha equipe e me encontrar com a Skye em um lugar que eu não conheço.”



(...)



Já passava das dez da manhã quando Ward sentiu uma mão o chacoalhando na cama. A forte chuva que caía há horas havia transformado a cidade em um torrão cinza-claro e a falta de luminosidade permitiu que ele dormisse por mais tempo naquela manhã.

– Bom dia, dorminhoco. – ela falou quase rispidamente, colocando uma sacola de papel sobre o colchão.

– E você já está me trazendo café na cama? – ele brincou sonolento, piscando várias vezes antes limpar completamente sua visão. – Não sabia que já estávamos nesse nível.

Ha-ha-ha. Muito engraçado. – ela sorriu sem humor, sentando-se ao lado dele e retirando um donut da sacola. – Você já acorda assim mesmo?

– Não – ele sorriu triunfante e sentou-se na cama, passando a mão nos cabelos como se tentasse arrumá-los no lugar. – Hoje é o grande dia, Agente 33.

– Eu percebi que está animado. – ela deu mais uma mordida no círculo açucarado e o olhou curiosa. – O que te faz ter tanta certeza de que Skye vai simplesmente aceitar vir conosco?

– Eu interceptei uma conversa dela com uma moça há dois dias. Eu não consegui ver a morena porque ela ficou de costas para a câmera. Mas o Sistema de Reconhecimento de Leitura Labial conseguiu me dar uma pista sobre o próximo movimento de Skye.

– E você conseguiu tudo isso disfarçado dentro do Covil da H.I.D.R.A.?

– Foi só por duas horas. – ele a encarou suavemente, tentando fugir de seu julgamento. – Nós já conversamos sobre toda essa coisa de H.I.D.R.A. e S.H.I.E.L.D. Estamos por conta própria aqui, Lyssa.

– Tudo bem. – ela acenou com a cabeça e suspirou. – Então, qual é o próximo passo da Skye?

Ward pegou mais um donut e girou o círculo em um dos dedos. Ele mal podia esperar para colocar o plano em prática.

– Ela vai contactar a equipe de Coulson. Era tudo que eu queria que ela fizesse.

– Como assim? – Lyssa parou a rosquinha no meio do caminho até a boca. – O que a tal morena falou para ela?

– Não sei. Ela estava de costas para a câmera da cidade, eu já disse. – Ward devolveu a rosquinha ao pacote, sem ao menos dar uma mordida. – Mas seja lá o que ela tenha dito, fez Skye mudar de ideia quanto ao isolamento. A morena a convenceu a voltar pra casa.

– E isso é bom pra nós por quê? Quando ela estiver na equipe de novo, será mais difícil para nós alcançarmos ela.

– Essa é a melhor parte.

Ward levantou-se e pegou o notebook que ficava sobre uma mesinha no canto do quarto.

– Olha o que eu consegui fazer. – ele digitou algumas coisas e virou o notebook para que ela pudesse ver. – Parece que tanto tempo trabalhando com ela, me transformou em um gênio.

– Você colocou um programa espião no telefone de uma hacker? – ela estava nitidamente impressionada. – Como você fez isso?

– No meio daquela confusão toda, Lyssa. Lembra-se de quando cheguei com Skye e Raina em Porto Rico? Nós apreendemos o celular dela e antes que a S.H.I.E.L.D. pudesse invadir tudo e aquele templo entrasse em colapso, eu consegui instalar isso no celular dela. Apostei que com toda a loucura que estava acontecendo, a última coisa com que Skye se preocuparia era em vasculhar o próprio telefone.

– E deu certo.

– Seja lá o que aconteceu, a deixou muito ocupada. Skye não costuma dar esse tipo de mancada. Ela é esperta. Minuciosa. Nós demos sorte dessa vez.

– E então, resumindo... Quando vamos capturá-la?

– E quem falou em capturar a Skye? – Ward ficou de pé e olhou pela janela do quarto. – Nós vamos apenas interceptar um certo encontro.

– Ward – a agente 33 o olhou confusa. – Você me perdeu de novo, aqui. Pode colocar mais claramente, por favor?

– Eu interceptei uma das chamadas dela hoje de madrugada. Ela vai se encontrar com a Simmons hoje à noite. Agora, imagine como Skye reagiria se acontecesse alguma coisa à sua querida amiguinha no caminho até encontrá-la...

– Você não presta. – Lyssa balançou a cabeça negativamente. – E eu adorei o plano.


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Notas finais do capítulo

Ward... Não se atreva!

#Itsallconnected!