Tremor escrita por Jessyhmary


Capítulo 10
Desbravando o Passado


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! :D
Ainda na minha missão de atualizá-los e tentar me redimir pela minha falta de tempo no semestre... Aqui estou eu!! :D

Quero agradecer a todos que ainda estão por aqui e dizer que iremos começar uma temporada de novos capítulos e novas ideias para nossas fics *_* (Assim espero)

Beijos a todos,

#BoaLeitura! :)



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– Alô?

– Já tomou café da manhã?

– O quê? – Skye sentou-se na cama e olhou para o despertador como se ele fosse o Hittler em forma de relógio. – Jemma, o que tá fazendo me ligando a essa hora?

– Coulson me deu uma folga e eu estou no supermercado com o Fitz.

– As rosquinhas acabaram, não foi?

– Certamente. – a cientista respondeu docemente e Skye balançou a cabeça em negativa. – Quer tomar café com a gente? Tem um lugar bem restrito aqui.

– Manda as coordenadas. – a morena ainda estava meio grogue de sono. – Eu aproveito para comprar o lanche do pessoal.

– Ótimo. Estamos esperando você.

Skye bocejou alto e jogou-se na cama mais uma vez antes de xingar o despertador por, inocentemente, estar marcando as 5:30 da manhã. Não era a melhor coisa do mundo levantar cedo depois de ter ido dormir tarde, mas essa não era sua maior preocupação no momento. Esconder coisas de Coulson era o que mais a incomodava nesse horário solitário e ameno.

– O que houve, morena? Acordada a essa hora? – Carol estava passando pelo corredor quando viu a garota lutando para se levantar da cama.

– Meus amigos me acordaram.

– Os amigos da S.H.I.E.L.D?

– Foi. Eles querem que eu vá comer com eles.

– Ótimo. Aproveita e traz a torta que a...

– Já sei, já sei. – Skye passou as duas mãos pelos cabelos, mais por um impulso do que pela intenção de apaziguá-los. – Chocolate e caramelo...

– O que foi isso? – Carol franziu o cenho e adentrou o quarto da garota, com a voz de sua experiência falando alto dentro de sua cabeça. – Você parece agitada com algo.

– E estou. – Skye olhou para os lençóis e encarou a capitã em seguida, sabendo que precisaria de um esforço sobre-humano para despistá-la. – Não gosto de me encontrar às escondidas com a minha equipe... Tenho medo de colocá-los em perigo.

– É – Carol suspirou, compreensiva. – Te entendo, guria.

A loira permanecia de pé, observando a garota se distrair com as ondas que lentamente vibravam os lençóis da cama. O estado emocional instável a lembrava muito de quando adquirira seus poderes. Não era a coisa mais confortável do mundo ser a pessoa responsável por salvar o dia, e Carol sabia como isso conseguia sobrecarregar uma pessoa.

– Anda, preciso te mostrar uma coisa. – A capitã experiente estendeu uma das mãos para Skye e fez sinal para que ela se levantasse da cama. – Vem.

Skye – por mais incrível que possa parecer – não fez nenhuma pergunta a respeito, apenas seguiu sua superior ainda com a mente absorta na missão que Fury lhe confiara. Seus pensamentos giravam em torno das preocupações de Coulson e May, e teve a plena certeza de que odiava não poder liga-lo para pedir instruções ou apenas para chama-lo de A.C. como nos velhos tempos. A morena seguia bem atrás de Carol, ainda com a mente divagante quando a voz da Capitã a trouxera de volta ao apartamento:

– Abra o baú.

A instrução era clara, mas o tom de voz de Carol Danvers fez com que Skye a olhasse temerosa por alguns segundos. Poderia ser impressão, mas Skye poderia jurar que pela primeira vez, havia percebido algo dentro de Carol estremecer de medo e pavor. O que quer que houvesse dentro daquele baú, era algo capaz de abalar aquela que, até agora, parecia sempre ter o controle de tudo ao seu redor.

– Pode abrir, Skye. Está tudo bem. – Carol a encorajava, ouvindo alguns copos tilintando atrás de si. – Não vai me machucar.

Skye respirou fundo e abriu o baú que não tinha mais do que 70 centímetros. Dentro dele, uma peça aparentemente metálica e brilhante aparecia, ofuscando a luz fraca do abajur no quarto de Carol.

– Isso é o meu Calcanhar de Aquiles. – Carol afastou-se do baú e deixou que Skye analisasse o objeto, perplexa. – Um fragmento do Psicomagnetron que me deu esses poderes Kree.

A garota não podia acreditar no que estava acontecendo. Roubar de uma das vingadoras mais nobres da Terra já parecia ruim, mas tocar na ferida de Danvers já era outro nível. Um nível que Skye não sabia mais se estava disposta a descer.

– Isso... Uau. – Skye não tinha palavras para descrever o que estava pensando naquele momento. – Esse pequeno objeto fez isso tudo com você?

– Não, Skye. – Danvers sorriu com a pergunta da garota, por parecer tão inocente do ponto de vista dela. – Isso é apenas um fragmento minúsculo. O maquinário ao qual ele pertence é muito, muito maior. Provavelmente, tem o tamanho do apartamento.

– Caramba... Carol, eu não... Eu não sabia...

– Está tudo bem, de verdade. – Carol fechou o baú e o guardou novamente na gaveta de sua escrivaninha, fazendo questão de girar a chave e coloca-la debaixo da toalha que cobria seus livros empoeirados. – Só queria que você soubesse... Eu também sou humana... Mesmo que metade da minha biologia seja Kree, atualmente.

Skye abaixou a cabeça e segurou uma lágrima de culpa. Não podia continuar com aquilo. Se ela precisava do psicomagnetron para pôr o plano de Fury em ação, ela faria isso pelo menos de uma maneira mais nobre do que roubando.

– Eu estou com problemas em encontrar o limite entre o certo e o errado. – Skye admitiu, levantando a cabeça e encarando-a como se Carol pudesse ler a sua alma.

– Você não precisa encontrar sozinha. – a loira sorriu e tocou o ombro da garota. – Agora, arrume seu cabelo e vista uma roupa decente. Seus amigos devem estar esperando.

Skye acenou positivamente com a cabeça e sorriu para ela, certa de que não precisaria ter medo de contar qualquer coisa que fosse àquela mulher.


(...)


– Eu não sei mais por onde sentir a sua falta. – Jemma levantou-se da banqueta metálica e seguiu a passos largos para cobrir os três metros que a separavam de Skye. – Fitz está na fila há uns dez minutos... Como você está? Está comendo direito? Oh, céus... Vocês não usam repelente lá? – Simmons notou uma leve irritação na pele dos antebraços de Skye.

– Calminha aí, Doutora Paranóica. Pode parar de me diagnosticar por cinco segundos? – Skye sorria com uma expressão irônica, enquanto Simmons ainda segurava seus pulsos num misto de possessividade e delicadeza.

– Você não deu mais notícias e eu... – Jemma respirou fundo e resolveu começar do começo, calmamente. – Como você está?

– Aguentando. – Skye sentou-se na bancada e Jemma fez o mesmo. – Não consigo me acostumar com as manhãs, ainda.

– Nem nós conseguimos, Skye. – Jemma tocou a mão fria de Skye por cima da mesinha. – E os noticiários não ajudam em nada.

– Nem me fale sobre isso. – A morena soltou a mão da amiga com cuidado, passando as duas mãos pelo rosto. – Como estão todos?

– A verdade? – Jemma fez uma careta, receosa.

– Por favor, Jem.

– A May está mais introspectiva do que era quando entramos para a equipe de Coulson.

– O quê?! – Skye posicionou o corpo para a frente, apoiando os dois cotovelos na mesa. – O que ela... Meu Deus... Como assim, Simmons?

– Esconder você do Coulson está machucando ela. Eu sinto isso, mesmo que ela não fale tanto comigo agora.

– E... Coulson? Como ele...

– Skye, você não precisa...

– Só... – Skye olhou para cima e respirou fundo, a fim de segurar as lágrimas que gritavam dentro de seu peito. – Só responda a pergunta sinceramente, Jemma.

– Ele está preocupado. Passa o dia inteiro na frente dos monitores... Ele e May mal se falam agora... Acho que ela conseguiu reerguer a barreira que havia construído para si e Coulson está respeitando a dor dela... Eu sinto muito.

Skye ainda permanecia de boca aberta, mas agora seu olhar encontrava-se perdido nas últimas informações que recebera. Deixou o corpo encontrar o encosto frio e praticamente insignificante da banqueta e antes que pudesse afundar mais, sentiu algo quente de lã amparando suas costas atrás de si, juntamente com um cheiro delicioso de chocolate quente, que ainda não era o bastante para fazê-la engolir direito o que ouvira.

– Parece que alguém precisa tomar um café-da-manhã reforçado. – A voz confortante de Fitz fez com que Skye respirasse fundo para tentar se recompor.

– Hey Fitz. – ela sorriu mais com os olhos do que com os lábios, fazendo com que o cientista depositasse um beijo em sua cabeça e a abraçasse com sua mão livre.

– Jemma já deu as boas notícias, ao que parece. – ele tentou amenizar o clima.

– Eu não sei se consigo mais, galera. – Skye levantou os olhos para Jemma e Fitz que a observavam igualmente fragilizados. – Essa missão... Fury poderia ter escolhido alguém mais experiente e maduro... Alguém que não tivesse se transformado em... Nada disso. – a voz da garota vacilou, ao mesmo tempo em que uma prateleira de legumes veio abaixo pelo tremor causado por ela.

– Skye – Jemma olhou para os lados, avaliando a quantidade de pessoas que havia ali e pensando em uma forma de evitar uma cena desnecessária. – Nós estamos aqui. – A britânica segurou a mão da amiga, ao mesmo tempo em que Fitz tomava a outra mão de Skye. – Você é forte. Fury a escolheu porque conseguiu ver algo em você. Todo esse potencial não pode ser apenas destrutivo. Você não é uma arma... Olha pra mim, Skye – Jemma soltou a mão dela e levantou seu rosto, levantando o queixo da garota. – Você é a nossa Skye. Uma agente da S.H.I.E.L.D. Uma amiga incrível e uma pessoa admirável. – Jemma sentiu os olhos arderem ao sentir os lábios de Skye tremerem em sua mão. – Você não vai abortar a missão agora, Skye. Você sabe que é capaz de descobrir um jeito de continuar focada e dar um jeito nisso.

– A Jemma está certa, Skye. – foi a vez de Fitz apoiar o argumento de Simmons. – Nós já a vimos fazer coisas que nenhum de nós, com anos e anos na Academia não fomos capazes de fazer. Você é especial, Skye. E sabe disso. E nós estaremos aqui por você. Nós vamos te dar cobertura.

Skye sorriu e segurou a mão deles e levantou-se da bancada, lançando-se nos braços de Jemma, enquanto Fitz abraçava as duas garotas ternamente.

– Obrigada, gente. – ela suspirou, ainda com lágrimas nos olhos. – Obrigada por me lembrarem de quem eu sou... Acho que já sei o que vou fazer.

Simmons sorriu e limpou as lágrimas que banhavam o rosto da Hacker. Momentos como aquele eram como torrentes de água límpidas passando por seu corpo, capazes de limpar a escuridão e as dúvidas que tão cruelmente lhe castigavam o coração. Skye teria de ser forte pelo time, pela S.H.I.E.L.D., pelos garotos do Complexo e por Danvers.

– Uma torta de chocolate e uma de caramelo. – Skye sinalizou para a garçonete, com um sorriso no rosto. – Para a viagem, por favor.


(...)


Skye segurava o telefone com insegurança, lançando-o de uma mão para outra como se ele fosse um brinquedo. Já se passava dois minutos do horário em que Fury sempre ligava pedindo o relatório parcial da missão e agora, justamente agora, ele atrasara. Ela respirou fundo mais uma vez, ensaiando sua resposta em voz baixa, com os olhos fechados. Aqueles dois minutos – agora três – se pareciam séculos.

Até que ele resolveu tocar.

Bip. Bip-Bip.

Era quase tão familiar quanto o bipe que fazia quando seu coração excedia o número de batimentos cardíacos de uma pessoa normal apresentava.

– Agente Skye.

– Ativa e operante, senhor. – ela falou num tom de nervosismo, tentando parecer engraçada.

– Atualização Número 17, por favor.

– Encontrei o objeto, senhor.

Fury se ajeitou na cadeira e digitou algo no notebook, deixando sua postura descansada e assumindo um semblante interessado e sério.

– Continue.

– Estava no apartamento de Carol Danvers, na prateleiras de coisas estritamente pessoais.

– Não me diga que ela etiquetou as prateleiras.

– Não precisou de etiqueta. E foi apenas força de expressão.

– Tem algo estranho no seu tom de voz, agente Skye.

– Deve ser por que eu não me sinto tão à vontade assim em roubar uma parte importantíssima do passado da Capitã Marvel, mas estou tentando viver com isso.

– Nós precisamos do Psicomagnetron para parar a máquina de destruição Kree, Skye. A próxima parte da missão vai incluir uma força-tarefa. Coulson não pode saber do seu paradeiro ainda.

– É, eu estou tentando conviver com isso também.

– Depois que pararmos isso, você volta para a sua equipe e será condecorada pelo seu feito.

– Senhor, com todo o respeito, não estou atrás de promoções.

– Mas terá uma quando isso acabar. Eu devo isso a você.

– Que seja. – Skye suspirou do outro lado da linha, sentindo a mão suar e passando o telefone para a outra mão. – O que eu faço agora?

– Amanhã o seu reforço chegará ao Complexo. A cada dia surgem mais super-humanos e precisaremos de um centro de contenção maior. Sarah irá ajuda-la com isso.

– Sarah?

– Garza. Ela é uma agente da S.H.I.E.L.D. como você. Mas diferente de você e Raina, ela foi “ativada” junto com todos os outros.

– Quer dizer que ela...

– Sim, Skye, ela tem poderes também. E, diga-se de passagem, ela parece uma cópia sua. Não se assuste.

– O-kay. – a Hacker respondeu um pouco temerosa. – E o que nós faremos mesmo que eu não entendi?

– Eu a instruirei essa tarde. Ela chegará aí com a missão. É importante para a...

– Compartimentação da Missão, já saquei que adora isso, senhor.

– Que bom que estamos nos entendendo. – Fury respondeu com ironia. – Siga com o plano, Skye. Vai ficar tudo bem.

Nick Fury desligou o telefone e Skye sentou-se numa cadeira, sentindo as pernas fraquejarem. Ela tinha um plano daqueles, mas contrariar Fury era difícil até mesmo para ela. Soltou o telefone sobre a escrivaninha de Carol Danvers e a olhou, determinada.

– Ele quer o psicomagnetron. – Skye explicou cautelosamente. – E disse que amanhã vai me enviar reforços.

Carol abriu a gaveta novamente. O baú ainda estava lá, trancado. Intacto. Mas em breve ele iria tomar um rumo que nem ela mesma poderia determinar. Talvez fosse melhor manter aquilo longe do seu quarto e da sua vida. Não precisaria ser lembrada de seu passado para sempre.

– Então vamos dar o que ele quer.


CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

O que acharam??

#Istallconnected #StandWithSHIELD :D



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