Tremor escrita por Jessyhmary


Capítulo 1
Diferentes


Notas iniciais do capítulo

Olá bebês!!! Eu tentei me segurar, mas não consegui. Tive essa ideia hoje de manhã e não consegui não escrever... rsrs

Espero que seja mais uma grande fic de hiatus e que vocês curtam bastante. Enfim, sem mais delongas... (pq eu estou ansiosa pra postá-la rs)

#BoaLeitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/579628/chapter/1

Vamos lá... As pessoas dizem que cinco minutos podem mudar toda a sua vida. Bem, essa é a história de como a minha vida mudou completamente em três minutos. Exatamente.



O Obelisco se abriu. Isso mesmo. Bem diante dos nossos olhos. Raina estava extasiada, enquanto Trip e eu assistíamos aquilo com certo temor. Meu coração estava frenético. Sabia que deveria estar ali, mesmo que eu lutasse com todas as forças para não estar. Parte de mim queria parar Raina por tudo que ela fizera conosco em todo esse tempo, mas outra parte minha gritava que ela estava certa sobre tudo aquilo. Sobre a cidade. Sobre sermos diferentes. E por mais que eu quisesse colocar uma bala na cabeça dela, isso não mudaria os fatos: Nós duas não pertencíamos exatamente a esse mundo.

Trinta e cinco segundos. Esse foi o tempo que o Obelisco levou para se transformar. Dentro dele, vários ramos cristalizados floresceram como lírios na primavera sob os nossos olhares espantados, até que o seu centro produziu uma névoa nos atingindo de surpresa. A força e o impacto nos empurraram contra a parede e o artefato permaneceu estável por quinze segundos, até que eu senti algo gosmento envolvendo meus dedos, mãos e braços, e só bastou mais quinze segundos até que meu corpo inteiro estivesse envolvido por aquele casulo cinza, que me sufocava. Dentro dele, passaram-se assustadores quarenta e cinco segundos. E eu sei disso porque pude ouvir as batidas fortes do meu coração contra o meu ouvido e o som parecia se propagar pra dentro de mim. Não podia ver meu medidor cardíaco, mas sei que acompanhava o ritmo dos ponteiros do relógio.

Tic-tac. Tum-tum.

Eu sentia minhas células explodirem, a despeito da circulação sanguínea praticamente estável e a dormência que aquela cobertura rochosa causava nos meus ossos. E aí eu ouvi as palavras de Cal. Não literalmente, apenas dentro da minha cabeça, ecoando pela minha memória: “mudar é aterrorizante” e naquele momento, aquelas palavras realmente fizeram sentindo. Mudar não foi nem de longe algo confortável e acolhedor.

E então, finalmente o casco começou a se romper. E quando eu digo “finalmente”, é porque pra mim aquilo foi uma eternidade. Acho que foi assim que Steve Rogers se sentiu quando estava sendo injetado com o soro de supersoldado, embora, nesse caso, eu não tivesse pedido por isso, muito menos houvesse sido informada de algo com precisão. Levou exatamente vinte segundos para que o casco grosso (e que estava começando a esquentar) se rompesse completamente, me libertando daquela tortura sufocante.

E eu havia nascido.

Dez segundos e eu poderia jurar que o chão estava tremendo sob os meus pés. Bom, talvez fosse obra daquele artefato sinistro ou quem sabe os explosivos trazidos por Trip ainda estivessem ativados ou... Oh, o Trip! Durante cinco segundos, o observei em frente a mim. Estático. Congelado. Inerte. Sem vida. Era o que eu podia ver em seus olhos petrificados, num tom escuro e fosco. Mesmo assim, não podia acreditar no que via. Queria pensar que assim como Raina e eu, ele havia sido atingido, mas voltaria ao normal. E sim, sobre a Raina... Eu não me lembrei dela naquele momento. Porque durante cinco segundos, eu tive a impressão de que o Templo estava desabando. Sobre as nossas cabeças. E foi aí que me surgiu uma outra teoria.

Eu formulei uma ideia... Bem... Eu meio que tinha certeza disso, na verdade. Mas era mais do que eu conseguia processar no momento. Nem mesmo me lembrava de que Raina também havia se transformado. Não parei para pensar direito sobre o que estava acontecendo naquele momento. Eu simplesmente pensei em todas as coisas ao mesmo tempo.

E por quinze segundos, eu apenas presenciei o que eu podia fazer.

E era simplesmente inexplicável. Enormes fragmentos de rocha desabavam ao redor, o chão ainda tremia. Eu sentia que meu corpo estava há quinhentos graus. Meu coração, antes calmo, havia perdido o controle e eu só conseguia pensar no quão surreal aquilo era. Meus pés estavam fincados no chão (e olha que eu tinha todos os motivos do mundo para estar com as pernas bambas, mas...) Eu parecia uma estaca bem alicerçada. Olhei para as minhas mãos, os punhos cerrados e raios de energia em forma de ondas sísmicas saindo de mim. Eu estava perplexa, sério. Mal conseguia fechar a boca, tamanha era a minha incredulidade diante daquilo. E diante de Triplet se desfazendo... Se despedaçando à medida que o Templo desmoronava. E por quinze segundos, eu o fitei, sentindo meus olhos arderem com a iminência das lágrimas, mas não ousei piscar para diminuir o desconforto. Triplet não voltara. Ele não havia sido transformado. Ele não era... Como eu. E eu assisti meu amigo ir embora, sem que eu pudesse fazer absolutamente nada para impedir.

O mais injusto é que eu precisaria passar por cima disso. Milhares de perguntas surgiam na minha cabeça e só então eu me lembrei de Raina. Ela poderia ter as respostas. Ela poderia me ajudar. Eu estava perdida. Confusa. Triste.

Diferente.

E então, eu me convenci. Eu estava causando aquilo. Eu realmente era a origem do Tremor.

Meu nome é Daisy Johnson. E eu costumava ser uma agente da S.H.I.E.L.D.


–x-x-x-


– Ela se foi.

Jemma terminava de ler as folhas de papel, uma letra miúda e escrita às pressas. Eles haviam escapado do Templo há uma semana, mas depois do que havia acontecido, não havia sinal de Skye, Triplett ou Raina. Agora eles sabiam o que havia acontecido com Triplett. Mas na carta que fora entregue à Jemma por um garotinho ciclista não continha nenhuma pista sobre o paradeiro de Skye. Apenas a ideia de que ela não queria ser encontrada.

– Por que ela foi embora? – Fitz olhou para Jemma e coçou o cabelo, confuso. – Ela achou que teríamos medo dela? Que nós a acusaríamos de ter matado o Trip? Acha que ela se sente culpada pelo desabamento?

– Ela precisa de tempo – Coulson se pronunciou no meio deles. – Mas não podemos afrouxar as buscas. Se a Skye ganhou poderes e se tornou algo que não entendemos, isso pode significar um risco para ela mesma. Não podemos permitir que ela pense que nós não a queremos mais.

– Parece que ela já pensa isso, Coulson. – May o olhou com pesar. – Skye não precisava fazer isso, mas ela está com medo. Medo de que ficando perto de nós ela nos machuque. Eu conheço esse sentimento.

– Precisamos ajudá-la antes que seja tarde demais. – Bobbi propôs, atraindo todos os olhares para si. – Não sabemos aonde ela está e, segundo Coulson, ela provavelmente deve estar com a Raina.

– Que ótimo! Vamos enfrentar uma ex-agente da S.H.I.E.L.D. que foi treinada pela agente May em pessoa e que além de estar com a vilã do vestido florido, abre parênteses – Lance fez uma pausa para um ato teatral – outra superdotada que nós desconhecemos – ele “fechou” o parêntese imaginário com a outra mão. – Ainda tem a singela capacidade de criar terremotos! Vai ser moleza!

Bobbi olhou para ele com a cara feia, seguida de Simmons, Coulson e May.

– Precisamos rastrear a posição dela.

– Ah, e eu mencionei que ela é ótima com computadores? – Lance continuou, atraindo o olhar furioso de May. – O que quer dizer que ela pode se esconder no carrinho de cachorro-quente da esquina ou no Himalaia... Nós continuaremos procurando sem sucesso. É só ela dar três cliques e nosso sistema vai para o espaço.

– Eu não gosto de ser interrompida, Hunter. – May pronunciou lentamente e ele sentiu um arrepio correr pela sua espinha. – E não precisa apresentar a Skye para a sua equipe. Nós a conhecemos muito bem.

– Ah... E é Daisy, pelo que me parece. – ele a corrigiu uma última vez – Conhecem a garota tão bem que nem sabiam o seu nome verdadeiro. Estupendo.

Antes que ele pudesse dizer mais duas palavras, Melinda May sacou sua ICER e deu dois tiros no peito de Hunter, que tombou por cima das caixas de papelão atrás da garagem. Fitz-Simmons a olharam assustados e Coulson escondeu um sorriso.

– Hunter, Hunter... – Bobbi falava em tom divertido, balançando a cabeça negativamente. – Você e a sua boca grande.

– Mac, reboque o senhor linguarudo até um dos dormitórios, vamos precisar de reforços para achar Skye.

– Sim, senhor.

Coulson caminhava para seu escritório, com todos os agentes o seguindo.

– Com licença, senhor, mas... Quem acha que pode nos ajudar a lidar com isso? – Simmons apressou-se em perguntar.

– A Hill me ligou hoje pela manhã. Não foram só Skye e Raina que foram modificadas pela névoa. Tivemos outra ocorrência. Outra agente da S.H.I.E.L.D. também está... Diferente.

– De quem está falando, Coulson. – May deu dois passos na direção dele e o encarou, curiosa.

– Sarah Garza. Uma... Inumana.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do primeiro captulo?

#ItsAllConnected #StandWithSHIELD! :)