Eles estavam a uma hora no vôo e ninguém tinha dito uma palavra. Melissa estava fingindo ler uma revista enquanto seu irmão brincava com um anel de pedra vermelha em seu dedo. Ele parecia distraído. Como se estivesse lembrando de alguma coisa, ou alguém. Mas, depois de um tempo, sua postura mudou de melancólico para interessado depois que percebeu o olhar da menina sobre ele.
– Então, o que aconteceu pra vocês me contatar?
– Como eu já disse, temos seis membros importantes da familia sequestrados, uma maquina do fim do mundo, uma organização do mal e duas das pessoas que estavam tentando concertar isso estão fora do jogo. temporariamente.
– Vocês tem alguma pista?
– Mais ou menos. O Voinch foi a última coisa que os sequestradores pediram, pra ser mais especifica, foi o fólio 74. Mas como você deve saber, ninguém, jamais, conseguiu entendê-lo.
– Não me subestime cara irmã. Onde posso ver o Voinch?
– O livro está registrado o online, você pode olhar agora mesmo.
Artemis pegou o notebook e começou a trabalhar imediatamente. Enquanto isso, Melissa recebeu a ligação de Ian.
"Novidades." disse ele " Dan voltou"
– Ainda bem! E meu irmão vai ajudar.
"Bom, vamos precisar dele. Amy ainda continua mal. Eu, Evan e Jake nos revezamos os para cuidar dela enquanto Atticus tenta descobrir o que aconteceu com Dan."
– Estamos a caminho. Pelo andar da carruagem quando a gente chegar aí já vamos ter alguma nova informação.
"Ótimo. Preciso ir. Vou cuidar de Amy."
Quando ela olhou para o irmão de novo ele estava pálido, mais do que o normal. Seu rosto expressava puro pânico. Levantou-se rapidamente dizendo que precisava fazer uma ligação e saiu para a cabine de piloto, que estava vazia, no piloto automático.
A menina só fez arquear a sobrancelhas e se sentar. Na sua frente, ao lado do notebook, descansava o celular ainda desbloqueado de seu irmão.

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Holly Short estava entediada. Depois de todas as aventuras que vivera com seu amigo Artemis, ela tinha que ficar de vigia para um dos lançadores, para impedir que algum espertinho tente ir para a superfície ilegalmente. Era sempre assim, ela salvava o mundo e o Conselho a colocava como guarda da fronteira. Pelo menos não me colocaram como babá do Cabo Kelp, o irmão do Capitão Encrenca Kelp, como dá ultima vez, pensou.
Com o fim do "incidente" com Opala Koboi, não houve mas nenhuma ação. Não que a Capitã estivesse reclamando, mas, nada além de goblins bobos e anões desgarrados atacaram. O tédio estava a consumindo. Bom, pelo menos não estou em situação de vida ou morte. Conformou-se e continuou a ronda.
E ela ficou pensando bobagens até o anel de pedra vermelha começar a vibrar. Antes de fazer qualquer coisa, ela desligou o comunicador para que seu amigo Potrus, o centauro responsável pela tecnologia da LEP, não ouvisse o tudo o que ela estava falando. Girando a pedra, colocou a mão do lado do rosto como se estivesse falando em um telefone invisível.
" Alô? Holly?"
Por mais distorcida que ficasse a voz pelo interface ela era inconfundível.
– Oi, Arty, quanto tempo! Você podia ligar mais tarde? Agora não é uma boa hora. Eu estou trab...
" Infelizmente eu acho que não pode esperar." interrompeu ele
– Por quê? O que aconteceu? Artemis, o que você fez?
A elfo estava ficando angustiada.
" Eu? Não fiz nada. O que aconteceu? Muita coisa. Ligue o comunicador, Potrus tem que ouvir isso também.
Holly queria discutir, mas sabia que com Artemis não adiantaria nada. Era melhor obedecer e descobrir o que estava acontecendo. Então ela fez o que ele mandou.
– Potrus, Holly e Artemis na escuta.
"Por quê? O que aconteceu?"
"Vocês sabem o que é Voinich?"
"Sim, o único documento que os humanos tem que está em élfico. Não o resgataram porque, pela fama do papel, não seria uma operação muito discreta. Mas não deve ser nada importante... "
"Potrus você está ficando velho e descuidado. "
– O que? Como assim? Os Homens da Lama tem um documento em élfico e você nunca leu?
"Não tinha lido", a voz do centauro parecia magoada. "Estou lendo agora"
"Enquanto isso, Holly algum humano além de mim um dia aprendeu élfico?"
– Acho que ninguém... Mentira, na verdade uma pessoa já soube. Mas isso foi há muito tempo atrás. O nome dele era... Aristóteles? Não. Arquimedes! Isso. O nome dele era Arquimedes.
Antes que o menino diga qualquer coisa, Potrus o interrompe.
“ Garoto, me diz que você não construiu a máquina do fim do mundo."
“Pior”
Holly ficou assustada. Primeiro que nada pode vir de bom de algo que envolve uma maquina apocalíptica. Segundo que o que pode ser pior que isso?
"Arquimedes traduziu o Voinich. E uma organização do mal o construiu. "
"Que diabos você está falando?"
"Eu não posso explicar agora. Minha irmã já deve estar desconfiando de alguma coisa. Avise ao Capitão Kelp, vamos precisar de toda ajuda possível. Holly se você puder vir eu agradeceria, mas venha disfarçada de humana, acho melhor eles não saberem. "
–Arty, eu não entendi nada.
“ Tenho que ir. Tchau.”
Os dois ficaram em um silêncio por um tempo.
– O que foi isso?
"Também não entendi muita coisa"
–Bom, fale com o capitão e escale outra pessoa para vigiar aqui. Estou indo para a central pegar meu equipamento. Vou para a superfície vigiar ele.
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Artemis estava preocupado. Ele teria que inventar uma mentira muito boa para "infiltrar" Holly nessa história toda. Respirando fundo, saiu da cabine em direção a mesa com o computador.
– Posso saber pra quem ligou?
–Uma amiga especialista em línguas antigas. Ela vai ajudar a gente.
O garoto percebeu que sua irmã não seria facilmente enganada, quanto mais a conhecia mais acreditava em sua história. Mas, mesmo desconfiada Melissa mudou de assunto e perguntou sobre o que ele tinha descoberto. O irlandês ficou grato (não que um dia ele pretende contar isso a alguém) em contar tudo sobre a Maquina do Fim do Mundo. Ela ficou calada por um tempo depois que eu terminei. Depois falou que ia dormir e foi deitar em uma cadeira mais confortável.
Uma hora já tinha só passado quando Artemis ouviu a voz robótica do piloto automático dizendo para o piloto fazer a aterrissagem manualmente. Ele voltou a cabine pegou o microfone e disse:
– Favor senhores passageiros permaneçam sentados que já vamos aterrissar.
Ouviu a risada de Melissa no fundo do avião e em alguns segundos ela já estava entrando na cabine. Sentando na cadeira de copiloto ela disse algo que fez o irmão arquear as sobrancelhas:
– Vamos lá capitão. Hora de conhecer a sua adorável família.