O negrume tomava conta do céu de Konoha. Um céu sem estrelas, apenas a lua brilhava imponente. Em um quarto, em uma casa no centro da Vila, um jovem dormia. Seu relógio biológico enfim parecia desregulado. Esses dias com Sakura tinha acabado com ele.

Antigamente não conseguia dormir as tardes e mesmo que fosse dormir as 02h00, estaria de pé, as 06h30. No entanto, agora, ia dormis as 08h00, acordava as 16h00, para passar mais uma noite insone com sua adorável esposa.

Coberto dos pés à cabeça a moleza do Uchiha era tanta que ele nem ao menos sentiu quando Sakura se levantou, deixando-o só na cama de casal e por umas boas três horas ele provavelmente não notaria a ausência dela se a kunoichi, em questão, não quisesse tanto ser notada.

Desde que levantara sons irritantes passaram a surgir vez ou outra no ambiente silencioso. Os primeiros passaram despercebidos, até que algo caindo no chão o fez sobressaltar-se na cama, mas não o despertou, o som surgiu, sua atenção foi dada por pouquíssimo tempo até voltar ao mundo dos sonhos; o próximo trouxe um pouco de sua consciência, abriu os olhos esquadrinhou o quarto escuro e voltou a fecha-los, o ultimo fez com que levantasse a cabeça, quebrando sua sonolência de vez.

— Sakura?

A resposta demorou em vir, outros sons surgiram e ele estava prestes a se erguer e ver o que estava acontecendo quando a cabeça de Sakura surgiu.

— Sim?

— O que está fazendo? Destruindo o closet?

— Não.

Com toda a agitação transbordando em seu corpo, ela empurrou a porta, saindo do closet por inteiro. Correu até o interruptor, acendendo a luz. A claridade queimou sua retina, fechou os olhos, esfregando-os.

Pode sentir quando o colchão afundou ao seu lado, antes mesmo de abrir os olhos já estava ciente da presença dela ao seu lado, mas não pode esconder o espanto ao notar o que ela usava. Diferente do que tinha vestido nesses últimos três dias a ex-Haruno usava uma calça skinny preta, um casaco de lã vermelha e botas de cano longo também negras.

Franziu o cenho? Por que diabos ela estava arrumada?

— Sasuke-kun, vamos sair?

— Não.

Aquele pedido não fazia o menor sentido para ele, puxou a coberta, se cobrindo e dando aquela conversa por encerrada. Mas se ele estava pensando que Sakura ia desistir, estava muito enganado.

— Por que não? — Jogou-se em cima dele, deitando sobre as costas bem trabalhadas.

— Porque temos um acordo, seria a semana inteira, trancados.

— Eu sei disso e nós passamos praticamente a semana inteira trancados... Mas eu preciso de ar.... Ar puro, ou eu vou morrer. — Não a via, mas pelos movimentos em cima de si e pelo tom que ela usava tinha certeza que estava fazendo uma de suas cenas teatrais.

— Abra a janela e sinta as rajadas de ar puro... — Um suspiro alto e audível escapou dos lábios femininos

— Não é a mesma coisa.

— O ar que entra é o mesmo que você vai sentir lá fora... Gelado e cortante.

— Podemos ir para um lugar quente. — Virou-se de frente para a nuca dele, mexendo os cabelos intratavelmente arrepiados.

— Já estamos em um lugar quente...

— Por favor, por favor... Não precisamos ir ao Ichiraku. — Um arrepiou subiu lhe espinha assim que os lábios dela entraram em contato com a pele de seu pescoço.

— Obviamente que não, se chegou a cogitar que conseguiria me fazer sair de casa para ir ao Ichiraku eu irei começar a desconfiar de sua sanidade mental. — O comentário foi ignorado e além dos beijos, os dedos ligeiros da Uchiha começaram a massagear as costas dele.

— Abriu um restaurante novo de massas, não fica muito longe daqui... Ino me contou que eles preparam as massas lá mesmo e que tem um molho de tomate estupendo.

— Pede para entregar...

— É quente e aconchegante. Além de ter uma lareira e uma adega com vinhos estupendos... — Mordiscou o lóbulo da orelha dele. — Faz tanto tempo que não tomo vinho.

Ele estremeceu, mas ainda assim não a respondeu. Sakura deu um tapa no ombro direito dele, saindo de cima. Sasuke as vezes era a pessoa mais difícil de se tratar, mexeu na manga do casaco, irritada, tinha feito de um tudo para convence-lo, até mesmo o amolecido, mas nada deu jeito. Se soubesse algo que o deixasse fervendo e na sua mão...

Um sorriso travessou surgiu em seu lábio fino.

— Eu estava pensando aqui... Caso o molho fosse realmente bom, eu poderia deixar você fazer novas experiências com ele... Aquelas experiências na cozinha, com partes do meu corpo... — Suspirou, batendo as mãos na lateral da cama. — Mas já que você não quer ir, tudo bem...

— Eu vou... Vou me vestir.

Então Sakura descobriu que tomates e sexo era realmente uma junção poderosa. Um mundo de possibilidades se abriu aos seus olhos. O que mais ela poderia arrancar de Sasuke com isso? O que ele não faria?

Bem, teria uma vida inteira para descobrir isso.