Uma noite de cão ele havia tido. Uma maldita noite de cão. Muito pior que a primeira.

O único problema da primeira noite era a ausência de Sakura, que em si já era um transtorno dos grandes, mas agora, ele tinha a ausência dela somado a estupida missão que a própria lhe tinha designado.

Uma missão idiota e sem fundamento. Por que Kakashi tinha concordo em lhe entregar aquele pergaminho? Ele leu? Provavelmente, aquelas palavras o denunciavam. Desgraçado.

Jogou a coberta para o lado e pegou mais uma vez o pergaminho que estava em cima da cômoda. Passando os olhos por aquela lista pela milésima vez. A única coisa boa daquele pequeno pedaço de papel era ver a caligrafia deitada de Sakura.

Patético o que a saudades fazia com um homem.

Aquilo só poderia ser uma piada, em algum lugar do mundo ninja Sakura deveria estar se revirado no chão de tanto rir de sua ideia brilhante, com Hinata ao seu lado. Como levar a sério? Diversas das tarefas listadas tinha o nome de Naruto, alguma com apêndices justificando tais ações.

Sakura queria que ele cozinhasse para o Uzumaki. Co-zi-nhas-se! Piada, chegava a ser obvio que não tinha seriedade naquele papel. O melhor era a justificativa. Segundo sua adorável esposa Naruto não sabia nem ao menos ferver água, pior do que ela na cozinha (humanamente impossível tal concepção), sem Hinata em casa o pobre coitado (ah, ok!) iria voltar aos antigos vícios: lamen todo dia.

Habito tenebroso. Terrível, sem fundamento.

Arruinaria todo o trabalho árduo que a Uzumaki tem feito em adotar uma dieta mais saudável para o seu adorado marido. Com ele e seu talento culinário na história salvaria o esquema saudável de Hinata e manteria Naruto na linha. Todos saem felizes, menos ele. Obviamente, sua felicidade não importava nessa história.

Ao que tudo indicava Sakura estava em um momento altruísta: “Vamos fazer nossos amigos felizes”, já que ela estava com a esposa dele, tinha que aguentar o dobe. Não só aguentar como: treinar na parte da manhã, não deixa-lo sozinho nas tardes, alimenta-lo, lembra-lo de que deve arrumar a casa, lavar a roupa suja, não deixa a louça na pia.

Um cachorro foi o que ele arranjou na ausência de sua esposa. Leva-lo para passear. Daqui a pouco teria que dar banho. Na verdade havia um adendo, para lembra-lo de trocar de roupa depois do banho, ou ele não acabaria ficando com a mesma roupa laranja.

Qual era o problema de Sakura? Por que queria tortura-lo tanto assim? Metade da Vila daria um rim para ser sua esposa (em outros tempos) e ela maltratando-o dessa forma. Quando voltasse dessa maldita missão – depois que ele matasse toda a falta que ela estava fazendo, prepararia uma doce vingança para sua amada esposa, a se prepararia.

Puxou o travesseiro ao seu lado e o cheiro. Será que era muito esquisito fazer? Não havia ninguém em casa para vê-lo, o cheiro de frutas vermelhas do shampoo dele ainda estava ali. Observou os cantos, a janela tendo certeza que não havia ninguém no telhado, afundou a cabeça nas penas macias com cheio de Sakura. Tão bom, quem sabe dormisse um pouco agora. Ele estava precisando de um bom descanso.

Assim que os olhos de Sasuke se fecharam o som de batidas ecoaram pela casa, alguém estava a porta, apertou o travesseiro contra o corpo, quando a batida ecoou novamente se levantou, irritado com o maldito que ousava acabar com sua paz.

Jogou as cobertas para o lado e desceu as escadas com pressa, ao abrir a porta teve vontade de voltar a fecha-la, depois de prendar aquela peste do inferno no pior genjutsu que ele conhecia.

— Que merda você está fazendo aqui? — Deu de ombros, levando as mãos para trás da cabeça.

— No meu pergaminho Hinata dizia que eu tinha ficar junto contigo teme. Lá dizia que eu não precisava me preocupar, pois você sabia o que fazer.

Havia esse pequeno detalhe, não chegou a ler as instruções que ele recebeu, apenas passou o olho, principalmente nos pontos onde seu nome estava frisado. Maldita! Colocaram ele de babá, literalmente.

— Estou com fome, teme. Hina já teria feito o meu café da manhã.

Sem esperar uma resposta Naruto invadiu sua casa e foi direto para cozinha, ele permaneceu parado em frente a porta, fitando as pessoas caminhando do lado de fora e imaginando se tinha como ficar pior.

O que Sasuke não sabia é que: Ele não deveria ter pensado, pois tudo sempre pode piorar.