Entre o Sol e a Lua escrita por Jodivise


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Olá! Esta é a minha primeira fic sobre Twilight. É só uma One-Shot e se passa entre Lua Nova e Eclipse.



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Entre o Sol e a Lua

Naquela noite o sono não veio. Os sonhos e os pesadelos decidiram dar uma folga ao meu cérebro baralhado. Depois da discussão com Charlie acerca da mota, pedi a Edward para que não fosse ao meu quarto naquela noite. Suspeitava seriamente que Charlie andasse toda a noite a espreitar sorrateiramente de meia em meia hora.

Mais uma vez, esta seria uma das decisões que me faziam sentir uma idiota completa. Charlie não veio e o sono também não. Estava sentada na cama olhando o vazio completo. Sentia como se mil pensamentos esmagassem a minha cabeça.

Estava feliz. Edward estava a salvo. E dentro em breve seria uma Cullen. O meu tímido sorriso desvaneceu-se. A eternidade ao lado de Edward teria custos. Depois de transformada ficaria sem ver Charlie e Renée por um bom tempo. Tinha de aprender a controlar-me sem arriscar as vidas deles. A minha nova aparência talvez passasse despercebida. Afinal eu já era demasiado branca, não iria ser tão mau assim. Ok, talvez a temperatura do corpo fosse um problema. Já imaginava Renée a entrar em pânico pensando que estaria doente e a tentar levar-me ao médico o mais rapidamente possível.

Mas o que seria quando os anos passassem? Quando os meus pais começassem a envelhecer e eu continuasse linda e jovem para sempre? E quando chegasse aquele momento em que veria todos desaparecerem… Não. Não queria pensar nisso. Não agora.

Ouvi um barulho e fui até à janela. Seria Edward? Olhei a toda a volta. Não se via viva alma. Edward nunca quebrava regras. E esse era o meu desespero muitas vezes. Charlie não tinha vindo ao quarto. Os seus roncos eram audíveis. Edward bem que podia aparecer. Afinal ele tinha o dom de não fazer barulho, ao contrário de mim, que já me tinha espalhado pelas escadas ao ir numa simples missão nocturna para buscar um copo de água.

O meu coração acelerou mais uma vez, quando revi a aflição em Volterra. A iminente morte de Edward, as palavras de Alice depois de confirmar que Rosalie tinha contado a Edward que eu estaria presumivelmente morta, a informação errada via telefone que Charlie estaria no meu provável funeral.

Virei costas à janela e senti um leve som de folhas a serem pisadas. Olhei de novo. O silêncio era pesado. Senti um bocado de medo. Talvez Victoria andasse a rondar a casa. Não tinha tanta certeza. Afinal agora os Cullens estavam ali. Victoria tinha um bando de vampiros e de lobos a proteger-me. Ficava mais difícil atacar-me.

Nesse momento o meu coração perdeu uma batida. Ao longe, algures no meio da floresta, um uivo pode ser ouvido. A tristeza transportada neste era tão perceptível que congelei no mesmo lugar. E ele assolou-me o pensamento. Jacob. O meu luar tinha voltado, mas em consequência o meu sol particular perdeu-se para sempre. Imaginei que talvez estivesse perto e me fizesse uma visita como aconteceu na noite em que descobri que Jake era um lobisomem. Era engraçado como certos acontecimentos na minha vida ficavam cada vez mais longe.

Senti-me egoísta. Edward quase tinha morrido e eu ali a pensar em Jacob e em como este estaria. Jacob tinha sido o meu porto seguro, o ombro amigo que me amparou e salvou quando Edward me deixou e eu simplesmente virei costas para ir atrás de quem me fez sofrer.

Senti os meus olhos humedecerem mas ao mesmo tempo um pequeno sorriso assolar o meu rosto. Eu, a rapariga branquela e sem graça de Phoenix, tinha chegado a Forks com a maior cara de enterro e já tinha posto tudo de pernas para o ar. Era normal que uma vila pequena ficasse curiosa perante a chegada de uma quase forasteira. E isso notou-se logo no primeiro dia de aulas. Mas se o interesse tivesse se resumido a Mike Newton, eu entenderia.

O que me fazia ficar de boca aberta era ter chegado a Forks e conquistado os dois homens, que na minha opinião, eram os mais bonitos de lá.

Edward Cullen não me conhecia de lado nenhum e quando vi aqueles olhos dourados pela primeira vez, senti como se o chão tivesse fugido e não passasse de um simples querubim dando graças por ter entrado no Céu. Edward era o meu deus grego feito de mármore. A sua pele branca como a Lua, o seu toque frio como o gelo polar e o seu perfume adocicado faziam-me querer dar um murro em mim própria por o ter dispensado esta noite. Meu Deus como sentia falta da minha canção de ninar. Lembro-me agora que nunca tive noites tão suaves como aquelas em que ele está ao meu lado. Será que vou sentir falta de dormir quando for uma…

Os meus olhos fixaram o pequeno objecto pendurado na cabeceira da cama. Era para afastar os maus sonhos, disse Jacob. Parece que não funcionava lá muito bem. Depois de Edward ir embora, as noites passaram a ser o meu maior pesadelo. Sentia-me como uma criança quando tem medo que o papão saia de baixo da cama ou do armário. Só comecei a me sentir melhor quando…

- Jacob. – Suspirei olhando de novo a janela.

Jacob Black era o meu sol particular. O seu sorriso era tão luminoso que cheguei a duvidar se não ficaria morena em pleno inverno. Sentia falta das tardes passadas na oficina, das piadas sempre alegres de Jake. A mudança radical que sofreu pode tê-lo alterado, sim. Jacob irritava-se com mais facilidade e muitas vezes via na sua expressão Sam e não o meu doce Jacob. Mas no fundo, eu sei que por baixo daquele instinto lobo, o meu melhor amigo estará presente para me proteger sempre.

E é por isso que me sinto culpada, ferida de morte. Para ter o meu amor, terei de magoar aquele em quem mais confio, abdicar do seu abraço de urso reconfortante e quente, do seu sorriso lindo e meigo, da sua voz suave e relaxante. Do meu Jake.

Senti-me subitamente ridícula. São duas da manhã e eu Bella Swan, em vez de dormir como uma pedra, encontro-me à janela, qual Julieta, à espera que Romeu ou Páris me venham visitar.

Ouvi de novo o lamento de um lobo solitário. Talvez o bando estivesse a fazer a ronda e fosse só uma maneira de se localizarem. Por mais que soubesse que Jake conhecia aquela floresta de cor e salteado, o meu coração contorceu-se ao pensar na hipótese de este andar sozinho, triste e angustiado por minha culpa. Abafei um gemido e voltei para a cama. Sempre era mais reconfortante do que o vento nocturno. Tentei pegar no sono e não pensar mais em histórias de amor com finais infelizes. Afinal, a minha era bem mais complicada. Romeu era um vampiro e Páris um lobisomem. O mais que poderia acontecer era por causa da minha dúvida patética estes se matarem um ao outro à “dentada”. Aí sim, não suportaria a dor.

O sono venceu-me por fim. A minha mente ficou escura, como se tivesse carregado no OFF. Algures no meio, senti uma mão gélida acariciar a minha face. E pela primeira vez, quer fosse sonho ou realidade, desejei que em vez de gelo, tivesse dois braços fortes e quentes abraçando-me, como me protegendo do mundo real, dos problemas e das dúvidas.


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Notas finais do capítulo

De notar que ainda só li os dois primeiros livros e decidi escrever sobre o dilema da Bella. Só escrevo sobre Piratas das Caraíbas por isso ainda sou muito "verde" no universo Twilight!

Mesmo assim peço reviews. Ajudam sempre mesmo que sejam elogios ou críticas!!!

Jodivise



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