A semana que segue o funeral de Emily é difícil para todos da equipe. Não devia ser para você no entanto, você sabe que ela está viva, mesmo que no outro lado do oceano. Respirando e se movendo, e você reconhecia isso como uma benção já que esse poderia tão facilmente não ter sido o caso. Sua tristeza devia ser falsa, ou ao menos essa devia vir do seu pesar pelos seus amigos que não sabem a realidade. Mas esse não é realmente o caso.

No intervalo você vai ao banheiro e as lágrimas começam a cair assim que você fecha a porta da cabine. Penelope aparece logo depois, como se ela soubesse desde o momento em que você pediu licença a todos exatamente o que você ia fazer ali. E ela te abraça e passa os dedos pelo seu cabelo gentilmente e diz que está tudo bem, que você pode chorar por quanto tempo você precisar.

Mas não está bem. Apenas agora você realmente percebeu o quanto a presença de Emily havia se tornado uma parte intrínseca da sua vida. E ela está viva mas ela não está por perto e dói de um jeito que é difícil para você colocar em palavras. Você está sentindo falta dela e sentindo falta dela e sentindo falta dela. E esse egoísmo sente bem mais como algo vindo de um romance do que uma amizade e agora é provavelmente tarde demais.

Emily está viva e Emily está distante.

E você sente falta dela.